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- Capítulo 394 - 394 Luz e Escuridão - Parte 12 394 Luz e Escuridão - Parte 12
394: Luz e Escuridão – Parte 12 394: Luz e Escuridão – Parte 12 Alicia e Zeke travaram sua última batalha, que foi intensa. Inicialmente, tentaram adiar, arrastando-a o quanto foi possível. Mas como todas as batalhas, a deles finalmente chegou ao fim.
Juntos, eles haviam derrotado o último inimigo, suas lâminas perfurando o coração do monstro em uníssono.
Agora, eles se encontravam num rio cheio de pedras cintilantes e cristalinas. A água estava clara, e as formações rochosas azuladas abaixo faziam o local parecer verdadeiramente mágico. Alicia estava imensamente grata por esse banho; ela definitivamente não queria encontrar a mãe de Ezequiel coberta de sangue seco e sujeira.
Zeke lavava o cabelo dela gentilmente em silêncio enquanto Alicia desfrutava da água. Ela não podia acreditar que estava acabado. Se pudesse, gostaria de estender essa jornada só mais um pouco. Apenas mais uma batalha juntos. Mas ela sabia que isso já não era mais possível. Eles haviam alcançado o fim inevitável, e agora ela só podia se preparar para o que os esperava.
“Eu quero perguntar faz tempo, mas qual é… o nome de sua mãe?” Alicia perguntou. Ela estava curiosa há tanto tempo, mas se conteve de perguntar, sabendo que a mera lembrança de sua mãe poderia trazer de volta lembranças do passado infernal que Zeke suportara.
“Kaliza. Mas ela preferia ser chamada de Kali,” Zeke respondeu.
“Kali…” Alicia repetiu suavemente. “Que nome tão bonito.”
Alicia olhou para a escuridão, seus olhos brilhando melancolicamente. “Eu queria que Azy pudesse conhecê-la também,” ela murmurou.
A menção do nome de Azy fez sua garganta doer instantaneamente. Ela rapidamente olhou para a água, pegou um pouco com as palmas das mãos e jogou no rosto.
De repente, Zeke estava na frente dela, seus braços em torno da cintura dela, enquanto a levantava levemente da água.
Alicia olhou para baixo, para ele.
“Minha mãe já sabia sobre Azy,” disse Zeke. “Não porque eu contei a ela sobre ele, mas porque minha mãe pode ver o futuro. Quando a conheci pela primeira vez, ela me disse que já havia visto minha esposa e meu filho muito tempo atrás. Ela até sabia o nome de Azy.”
Os olhos de Alicia se arregalaram levemente de surpresa.
“Após a morte de minha mãe, sua alma foi convocada à força para este mundo. O rei deste mundo naquela época, à beira de perder-se na loucura, a fez sua rainha para atá-la a ele. Minha mãe permitiu porque havia visto um futuro onde nos encontraríamos novamente, neste exato lugar. Então, por muitos anos, ela ficou aqui, esperando. Mesmo após a morte do rei e a destruição deste lugar, ela permaneceu. Ela disse que sabia que eu precisaria dela,” continuou Zeke. “Eu perguntei a ela por que ela me levou àquele penhasco onde te conheci pela primeira vez. Sua resposta me surpreendeu…”
Zeke sorriu um pouco. “Ela disse que foi porque ela deixou algo ali que despertaria meu poder demoníaco. Mas eu acabei despertando meu poder por conta própria antes de chegar àquele lugar. Quanto ao porquê ela escolheu aquele penhasco, ela disse que uma vez sonhou que eu encontraria minha mulher lá pela primeira vez.”
Os olhos de Alicia estavam cheios de emoção, úmidos de lágrimas.
“Mãe já sabia sobre nossa situação, e é por isso que estou te levando até ela. Porque ela me pediu para fazer isso. Ela vai nos ajudar. Então, não se preocupe… não importa o que aconteça, ficaremos juntos e voltaremos para Azy no final.”
Alicia assentiu, sorrindo através das lágrimas, e o abraçou apertado.
…
Chegaram diante de um antigo e imenso portão feito de pedras ônix.
Ao entrar, encontraram-se dentro das ruínas de um castelo colossal. Apesar da destruição ao redor, havia estátuas imaculadas e intocadas que ladeavam o caminho. Todas as doze estátuas eram femininas, cada uma perfeita e lembrando anjos guardiões.
Justamente quando Alicia se perguntava quem essas estátuas representavam e por que permaneciam incólumes em meio a todas as ruínas, sua atenção foi atraída para um círculo que parecia um altar.
E lá estava ela, uma dama etérea com olhos cinzentos e longos cabelos escuros e sedosos que tocavam o chão. Ela parecia a rainha das trevas, um espírito tanto belo quanto eternamente aprisionado nas sombras.
Ela sorriu para eles. Um sorriso tão bonito e serenamente acolhedor.
“Mãe…” Ezequiel disse suavemente, seus olhos ternos enquanto olhava para ela.
“Você finalmente voltou, meu filho,” ela disse a Zeke, sua voz tão calorosa e bela quanto ela.
Kali estendeu o braço, e Zeke olhou para Alicia antes de soltar sua mão. Ele entrou no círculo e a abraçou. Isso surpreendeu Alicia porque apesar de ser um espírito, ela podia ser tocada como se fosse sólida.
“Me perdoe se fiz você esperar, mas como prometido, eu trouxe minha amada esposa, mãe,” Zeke disse.
Logo, Kali o soltou e olhou para Alicia. “Eu estava ansiosa para te conhecer, Alicia. Você é verdadeiramente linda… Venha aqui, querida.”
Alicia deu um passo à frente, e elas se abraçaram. Era como se estivesse segurando a própria luz, um calor tão inexplicável que parecia se infiltrar em sua alma, fazendo-a sentir como se pudesse se fundir àquele abraço para sempre.
Também havia aquele sentimento de familiaridade, que Alicia não conseguia explicar bem, porque essa era a primeira vez que ela encontrava aquela mulher. Ainda assim, era como se ela tivesse ansiado pelo abraço dessa mulher toda a sua vida.
“Você pode me chamar de Mãe, Alicia. Afinal de contas, sou sua sogra,” Kali disse doce como a mãe mais encantadora que alguém poderia pedir.
“Ma… mãe,” Alicia disse.
Os olhos de Kali brilharam de felicidade. “Eu já tinha visto você há muito tempo, mas você é ainda mais encantadora pessoalmente.”
“Agora eu entendo por que Ezequiel é o homem mais bonito… porque sua mãe é a mulher mais bonita que já vi,” Alicia respondeu, sorrindo enquanto olhava para ela com admiração e reverência.
O sorriso de Kali se alargou. “Você me lisonjeia, minha criança.”
“É verdade,” Alicia disse timidamente, agora percebendo que suas mãos ainda estavam entrelaçadas. Era realmente incrível porque não havia estranheza alguma entre elas. Era como se esse encontro não fosse o primeiro, mas simplesmente um reencontro há muito esperado.
“Estou tão feliz de finalmente te conhecer, Alicia,” Kali olhou para ela com tal calor e ternura. “E mesmo que nosso encontro seja breve, isso já é mais do que eu poderia pedir. Sou imensamente grata por ter te conhecido.”
“Eu… também… mãe.”
Kali apertou gentilmente suas mãos enquanto a emoção transbordava em seus belos olhos. “E eu sempre quis te dizer o quanto estou agradecida de que meu filho se apaixonou por você. Obrigada por entrar na vida dele e fazê-lo sorrir de novo, Alicia.”
Alicia balançou a cabeça, tentando conter suas próprias lágrimas. “Sou eu quem deve agradecer, Mãe. Ser amada por um homem como Ezequiel faz com que eu me sinta a mulher mais sortuda da existência.”