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382: Kyle e Lilith (Parte 4) 382: Kyle e Lilith (Parte 4) As palavras pareciam pesar fortemente sobre ele, uma confissão de uma verdade que ambos reconheceram silenciosamente, mas nunca verbalizaram. Ele engoliu, o ato transmitindo visivelmente a dificuldade que encontrou em verbalizar esses pensamentos. “Não posso privá-la dos prazeres da vida por causa do meu desejo de estar com você, posso?”
As lágrimas de Lilith começaram seu silencioso descenso, traçando caminhos por suas bochechas. Esta revelação foi inesperada. Ela não havia antecipado que Kyle já teria mergulhado tão profundamente no coração de seu dilema, até mesmo compreendendo e considerando todas as suas complexidades. Uma de suas principais razões para decidir deixá-lo ir novamente era justamente isso – a inevitável passagem do tempo para ela, uma bruxa mortal, contra sua existência de vampiro quase imortal. A realidade de que ela envelheceria e morreria, enquanto ele continuava, sempre esteve em sua mente. Ela não queria que ele a visse envelhecer. Ela nunca queria que ele a visse morrer.
“Eu não… quero que você me veja envelhecer…” A voz de Lilith rompeu por entre suas lágrimas, cada palavra um testemunho da profundidade de suas emoções.
Kyle, carinhosamente, segurou seu rosto em suas mãos, enxugando suavemente as lágrimas que escorriam por suas bochechas.
“Não chore. Eu entendo, Lilith,” ele acalmou, sua voz um confortante bálsamo. “Sei que se estivesse no seu lugar, também seria difícil para mim até mesmo contemplar. Nunca forçarei você a suportar isso… então, por favor…”
Com os olhos ainda resplandecendo com lágrimas não derramadas, Lilith de repente perguntou com um pingo de audácia em sua voz, “Me diga, Kyle, se eu disser que lhe darei dez anos da minha vida a partir de hoje… você os aceitará?”
Diante de suas palavras, os movimentos de Kyle se suspenderam, uma mistura de surpresa e profunda emoção lavando seu rosto. Então, como se impulsionado por uma força maior que ele próprio, ele se aproximou e a beijou. “Oh, Lilith, eu apreciaria cada momento único,” ele sussurrou contra os lábios dela, sua voz ressoando com sinceridade.
“Mesmo que isso signifique não ter sexo durante dez anos?”
“Eu lhe disse, posso viver sem isso,” ele afirmou, sua convicção era clara.
Lilith respirou fundo antes de proferir sua próxima questão. “Se um dia, eu lhe disser para me deixar para sempre, você me escutará e partirá?”
Kyle baixou o olhar, a luta interna visível em seus olhos. Mas então, erguendo a cabeça, ele lhe ofereceu um sorriso, um gesto de aceitação e promessa. “Sim. Se é isso que você realmente quer, prometo que escutarei e partirei sem olhar para trás.”
“Então… está decidido…”, declarou Lilith, “dez anos, Kyle… Eu quero estar com você por dez anos.”
O quarto, banhado pelo suave brilho do sol, tornou-se o palco de um momento que alteraria para sempre o curso de seus destinos.
Kyle se levantou da cama, sua figura lançando uma longa e dramática sombra pelo quarto.
Com um gesto rápido, ele se ajoelhou diante dela, um ato de devoção e humildade que tirou o fôlego de Lilith.
O mundo parecia fazer uma pausa ao redor deles, o próprio ar contendo a respiração. Seu coração batendo em seu peito como se tentasse escapar da prisão de sua caixa torácica.
Os olhos de Lilith subitamente se alargaram quando Kyle pegou seu colar, uma joia que ele usava desde a primeira vez que ela o encontrou.
Com um gesto rápido e resoluto, ele tirou o colar, revelando um anel cuidadosamente escondido dentro. Este anel não era apenas uma joia; tinha um significado do qual Lilith estava profundamente ciente.
Kyle já havia lhe confidenciado uma vez o valor inestimável desse anel. Era mais do que apenas metal e pedra; era um legado, um tesouro concedido a ele por sua falecida avó. Lilith se lembrou do modo como seus olhos se prendiam aos dela, imbuídos de uma intensidade sonhadora, enquanto compartilhava que um dia passaria esse anel para a pessoa mais preciosa de sua vida. A lembrança dessa conversa, seu olhar sonhador e insondável, que ela nunca tinha realmente decifrado na época, agora revelava seu significado neste exato momento.
“Lilith, rainha das bruxas,” ele começou, sua voz tremendo de emoção, “você será minha esposa? Por… dez anos?” Suas palavras pairavam no ar, uma proposta que desafiava as normas de seus mundos, um voto de uma década de união diante da eternidade.
O coração de Lilith batia forte em seu peito, suas emoções em um torvelinho. “Sim,” ela respondeu, sua voz um testemunho do amor e coragem que a preenchiam.
Com uma ternura que parecia retardar a passagem do tempo, Kyle delicadamente guiou o anel no dedo de Lilith. O anel se acomodou ali, um ajuste perfeito, como se o anel sempre tivesse sido destinado a encontrar seu lar ali, e como se tivesse sido feito pensando nela, esperando o momento destinado chegar.
Em um movimento fluido, impulsionado por um desejo que há muito fervilhava sob a superfície, Kyle a atraiu para mais perto. E então seus lábios se encontraram em um beijo que transcendeu o mero contato físico, tornando-se uma fusão profunda de almas. Este beijo não era apenas uma expressão de amor; era uma declaração, um início de uma jornada que eles embarcariam juntos.
Nesse momento, seus destinos foram selados.
Kyle e Lilith seriam inseparáveis a partir daquele dia, duas metades de um todo, unidas por um amor tão profundo quanto o oceano e tão duradouro quanto as estrelas. A união deles, nascida de um amor tão puro e forte, também viria a ser conhecida como a quebradora de maldições – o amor que se tornaria a chave para quebrar a maldição milenar que há muito dividia bruxas e vampiros.
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A/N: Isso marca o fim da história de Kyle e Lilith. Eu realmente amo este final até agora. Me senti tão satisfeito e estou realmente emocionado enquanto escrevia isso. Espero que vocês todos sintam o mesmo.
O próximo capítulo será ambientado no Submundo, então sim, de volta à Alicia, Zeke e Gav.