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- Capítulo 368 - 368 Perturbadora silêncio 368 Perturbadora silêncio O piso
368: Perturbadora silêncio 368: Perturbadora silêncio O piso debaixo dos pés de Elle de repente tremeu, fazendo-a cambalear. Quando ela começou a oscilar, um grito escapou de seus lábios, achando que poderia cair no chão frio e duro.
Mas na última hora, Gav estendeu o braço e agarrou o dela, puxando-a de volta à posição vertical.
“Obrigada”, ela murmurou, com a voz trêmula de surpresa. Ele assentiu, seus olhos varrendo os arredores, tentando decifrar a causa do tremor repentino.
“T-terremoto?” Elle gaguejou, com os olhos arregalados.
“Acredito que não”, ele respondeu calmamente. Seu olhar se desviou para o castelo, e o que ele viu ou percebeu em suas sombras escureceu sua expressão. “Fique atrás de mim, Izabelle”, ele alertou. “Entrar neste castelo talvez não seja a melhor decisão agora. Não é seguro.”
“Mas Sebastian está lá dentro!” Elle protestou.
“Eu sei”, Gav respondeu firmemente. “Mas há algo errado lá dentro. É mais do que uma simples briga.”
Como se a recebesse um sinal, outro tremor sacudiu o chão, mais suave desta vez, mas igualmente ameaçador. O coração de Elle disparou; imagens de seu pesadelo piscaram diante de seus olhos. Ela estava com uma vontade enorme de entrar no castelo, de encontrar Sebastian.
Sem pensar, ela tentou avançar. Mas Gav a impediu. “Não vá”, ele insistiu. “Zeke me pediu para te proteger. Por favor, fique aqui.”
“Seb pode estar em perigo agora mesmo!”
Os olhos de Gav encontraram os de Elle, e o que ele viu em sua expressão o fez suspirar em rendição. “Certo. Irei encontrá-lo. Mas você fica aqui. Prometa-me que ficará aqui.”
Dilacerada, Elle fechou as mãos em punhos ao seu lado. Ela queria mais do que tudo mergulhar no castelo, estar ao lado de Sebastian. Mas o medo a paralisou. E se sua presença piorasse as coisas? E se Elijah a usasse novamente como uma peça contra Sebastian?
Ela sabia que Gav era forte. Ele poderia até ser mais forte do que ela já havia imaginado. Porque o próprio Zeke disse, este homem seria o Rei das trevas, afinal. Ela poderia definitivamente confiar nele!
Quando Elle finalmente concordou com um pequeno aceno, um sinal de alívio suavizou a expressão séria de Gav. “Bom. Fique aqui. Eu volto assim que tiver avaliado a situação lá dentro.”
E então, com uma rapidez que a deixou assustada, Gav se transformou em uma névoa de fumaça e desapareceu.
Outro relâmpago seguido por um tremor veio logo que Gav se foi, fazendo Elle levar a mão ao peito, sentindo o ritmo acelerado sob seus dedos. Tomando várias respirações profundas, ela tentou controlar sua ansiedade. Ela precisava de clareza agora, mais do que nunca. Cedendo ao pânico não ajudaria ninguém.
Depois de se reequilibrar, Elle decidiu que era melhor ficar escondida. Então, ela concentrou sua energia e se envolveu em invisibilidade. Ela não podia arriscar ser pega. Não agora. Nunca mais!
Mas a tempestade continuou avançando, enchendo o céu com retumbantes trovões e brilhantes relâmpagos. Elle, encharcada e sozinha, podia sentir o chão tremer debaixo dela de tempos em tempos. Ninguém precisava lhe dizer que até essa tempestade agora era sobrenatural; parecia que tinha sido feita de propósito, cobertura barulhenta e chamativa para algo que estava acontecendo dentro do castelo dos Reinos.
Enquanto ela ficava ali, não conseguia deixar de pensar sobre todo esse poder que os Reinos possuem. O poder que seria necessário para criar uma tempestade como esta estava além do que Elle podia entender. Era assustador, mas também um pouco reconfortante. Os Reinos eram simplesmente incríveis. Mas um arrepio percorreu a espinha de Elle ao lembrar que o inimigo de agora também era um Reino. Um poder como este, ela percebeu, era na verdade tão mortal quanto protetor.
Outro baque no chão, mais forte desta vez, enviou Elle tropeçando no chão molhado. Ela ficou imóvel por um momento, recuperando o fôlego, quando um silêncio perturbador se instalou. O trovão e o relâmpago de repente pararam; apenas a chuva, constante e fria, continuava a cair.
O coração de Elle batia forte no peito, tão alto que ela conseguia ouvir sobre a chuva. Algo não estava certo. Ela deveria estar aliviada que o chão não estava mais tremendo, mas o silêncio era tão assustador quanto o barulho tinha sido. Se não fosse mais! Parecia que tudo – a tempestade, as tremedeiras, o que quer que estivesse acontecendo dentro do castelo – de repente tivesse congelado.
Uma sensação de mal-estar se aninhou no estômago de Elle. Gav ainda estava lá dentro, e a cada segundo silencioso que passava, seu medo crescia. Por que ele não voltou ainda?
Elle se levantou. Com todas as partes dela esperando ouvir um som. Mas não havia nada. Apenas silêncio. Quanto mais o silêncio se estendia, mais preocupada e assustada ela ficava. Parecia que o silêncio estava envolvendo-a, mais e mais apertado, até que ela sentiu que tinha que se mover ou seria sufocada por ele.
O pé de Elle se moveu, quase por conta própria. “Desculpe-me, Gav”, ela sussurrou. “Eu sei que prometi, mas você disse que voltaria. Ainda assim…”
Mordendo o lábio, Elle se firmou e correu em direção às massivas portas. Ela bravamente empurrou contra ela até que um rangido ecoou, o som amplificado pelo silêncio perturbador que dominava a atmosfera.
Lá dentro, o silêncio parecia ainda mais extremo. Era espesso e sufocante, enchendo todos os cantos, todos os espaços, como se o próprio castelo contivesse a respiração em temerosa antecipação de algo. O que está acontecendo?
O coração de Elle batia forte em seu peito, cada batida ecoando a tensão crescente enquanto ela se aventurava mais fundo no castelo. Ela não conseguia ver ninguém por causa da escuridão, mas um cheiro metálico e agudo sugeriu algo mais sinistro. Era o cheiro inconfundível de sangue.
Deixando seus medos de lado, Elle prosseguiu. Até que sentiu uma energia estranha que era estranhamente familiar. Lembrava a do tempo em que ela estivera naquela caverna quando o Príncipe Ezequiel e Gav apareceram do nada. Este deve ser o poder de Gav, certo?
Sem hesitar, Elle seguiu, na esperança de que aquilo poderia levá-la até Gav.
Com cada passo, essa energia ficava mais forte, guiando-a como um fio invisível. Assim que ela percebeu que estava sendo conduzida para o grande salão do trono, os pés de Elle congelaram no meio do passo.