Coração Amaldiçoado - Capítulo 337
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- Capítulo 337 - 337 Real 337 Real A mão de Alicia tremia ligeiramente
337: Real 337: Real A mão de Alicia tremia ligeiramente, enquanto suas pontas dos dedos estavam prestes a fazer contato com o rosto de Zeke. Ela parou, seus lábios se abrindo e fechando, incapaz de encontrar as palavras para expressar as emoções avassaladoras que a percorriam. Seus olhos permaneciam abertos, incrédulos, fixos no homem que ela ansiava com todas as fibras do seu ser, o homem que amava além da medida.
O rosto de Zeke, ainda exalando seu eterno charme, trazia uma sutil transformação. Ela não conseguia exatamente descrever o que havia mudado, mas algo sobre sua aparência havia endurecido, fortalecido. E isso só o fazia parecer ainda mais deslumbrante. Qualquer que fosse a mudança, com toda certeza, moldou-o em uma figura ainda mais intrigante do que nunca antes.
Seus olhos cinzentos… brilhavam com uma intensidade que ela nunca havia visto antes. A calma enigmática que uma vez definiu seu olhar, havia sido substituída por um turbilhão de emoções, espelhando seu próprio tumulto interno. Seus olhos pareciam refletir seus sentimentos mais profundos, exceto por aquele lampejo de alívio puro. Neste momento, ele parecia tão vívido, tão dolorosamente real. Apesar da qualidade sonhadora da sua aparência, Alicia não conseguia dissipar a sensação avassaladora de que este Ezekiel à sua frente não era apenas um fruto da sua imaginação.
“Ez… Ezequiel?” A voz de Alicia tremeu com uma mistura de anseio e incredulidade. Seu desejo de tocá-lo, abraçá-lo e validar que ele era realmente real aumentava como ondas de uma maré dentro dela. Ela precisava de confirmação de que isso não era outro sonho passageiro, mas uma realidade.
Contudo, um medo persistente se enroscava dentro dela, ameaçando ofuscar seu anseio. Ela temia que no momento em que suas pontas dos dedos tocassem a pele dele, ele se dissolveria em nada e desapareceria como uma nuvem de fumaça. Se ele fosse meramente um fruto de sua imaginação, Alicia desejava pelo menos prolongar esta preciosa ilusão, gravar seu rosto em sua memória um pouco mais.
Mas então, o sorriso de Zeke se desenhou, acompanhado por um hum profundo e gentil. Seus olhos brilhavam com um calor que transcendia palavras. “Sim, Alicia… sou eu”, ele garantiu a ela, sua voz cheia de ternura e sinceridade, olhando para ela como se já estivesse mais do que consciente das dúvidas e confusões que a consumiam.
Enquanto o corpo de Alicia permanecia imóvel e a mão dela ainda estava suspensa no ar, Zeke lentamente levantou sua própria mão e agarrou delicadamente o pulso dela. Com um toque gentil, ele guiou a palma dela até sua bochecha.
“Não sou um sonho desta vez, meu amor”, sussurrou Zeke, sua voz transmitindo uma garantia que ecoou no âmago de Alicia. Então ele se inclinou para frente, depositando um beijo gentil em sua testa. A sensação de seus lábios contra a pele enviou ondas de alívio transbordando em Alicia, se misturando com uma alegria avassaladora e incredulidade.
Nesse momento, quando Zeke se afastou do beijo carinhoso, a mão de Alicia se moveu rapidamente, capturando seu rosto entre suas palmas. O toque estava cheio de fervor, uma declaração silenciosa de seu anseio e do alívio incontido que crescia dentro dela. Ela sentiu a textura de sua pele, os contornos de seu rosto, e era real— tão inegavelmente real.
Alicia pressionou a palma da mão mais fortemente contra a bochecha de Zeke, como se buscasse mais confirmação na solidez de seus ossos e carne.
“Você é… realmente real…” Sua voz escapou num sussurro frágil, carregado de uma mistura de espanto e vulnerabilidade quando as lágrimas começaram a se formar em seus olhos.
O olhar de Zeke permaneceu fixo nela, seus olhos cheios de remorso e um pedido de desculpas não dito. Ele observou enquanto seus lábios tremiam e suas lágrimas ameaçavam transbordar.
“Alicia…” Sua voz oscilou com uma ternura que só aprofundava a dor dentro dele.
E num batimento cardíaco, ela gritou o nome dele, sua voz carregando uma mistura de alívio, anseio e o peso de toda a dor que compartilharam. Suas lágrimas caíram sem controle e Zeke, sem hesitar, encostou a testa na dela.
“Eu sinto muito…” Seu sussurro carregava o peso do remorso, de arrependimentos que ia além das palavras. Ele ansiava aliviar a dor dela, carregar o peso de sua ausência e o impacto que teve em seu coração.
Quando suas testas se tocaram, preenchendo o espaço físico e emocional entre eles, as lágrimas de Alicia se misturaram com o um alívio catártico de emoções, enquanto Zeke, aparentemente calmo, carregava um temporal dentro de si. Mas sua mão tremia contra o lençol da cama, com os nós dos dedos brancos e veias estiradas—um testemunho da profundidade de suas emoções que ameaçavam consumi-lo.
O cômodo foi preenchido com uma atmosfera de surpresa e incredulidade, enquanto a voz de Zeke ressoava com uma vulnerabilidade que nenhum deles jamais havia visto antes. Gav, em particular, era o mais surpreso entre eles, suas feições marcadas com choque.
Reconhecendo a necessidade de privacidade e espaço, Alex sutilmente fez um gesto para todos saírem do quarto. E com um entendimento compartilhado, os outros seguiram seu exemplo, seus passos silenciosos enquanto saíam.
Elle, aninhada segura e amorosamente nos braços de Sebastian, virou-se e olhou para trás enquanto a porta se fechava lentamente. A cena que viu fez com que ela sorrisse. Apesar da tristeza subjacente da reunião, havia um calor inegável em testemunhar a reconexão de duas almas que ansiavam uma pela outra há muito tempo.
Enquanto o grupo se reunia fora do quarto, a atenção deles se voltou para Azy, que os havia seguido quieto. Alex estava pronto para dar sua opinião e estava prestes a falar quando Azy, com um único dedo levantado, instou o tio a permanecer em silêncio, seu doce sorriso transmitindo uma mensagem que ressoou em cada um deles: “Está tudo bem. Deixe a mamãe e o papai terem o momento deles.”
A expressão de Azy dizia tudo, assegurando a todos que este era o seu desejo— seus pais tendo essa reunião tão esperada. Seu desejo genuíno, juntamente com a alegria irradiando do rosto do menino, deixou todos sem palavras. Naquele momento, eles entenderam que honrar o desejo de Azy era mais importante do que quaisquer perguntas ou explicações imediatas.
Em meio ao silêncio, Alex estendeu a mão, que veio a repousar gentilmente na cabeça de Azy. Com aquele gesto gentil, Alex silenciosamente transmitiu seu apoio e compreensão pela decisão de Azy.