Coração Amaldiçoado - Capítulo 334
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334: Estou pronto 334: Estou pronto Este capítulo é dedicado a @edi_o! Muito obrigado pelo Supergift!!
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A intensidade da energia negra emanando da área de treinamento era intensa. Movia-se com tal controle, como ondulações num lago sereno, ainda que seu poder fosse suficiente para enviar calafrios pela espinha de qualquer um que se aproximasse. Os instintos de Sebastião o impulsionavam a ir, a intervir e garantir a segurança de Elle. Mas ele se continha, conflituado entre seu desejo de protegê-la e sua vontade de confiar em sua força.
Sem que Sebastião soubesse, seu corpo traía sua agitação interior. A magia negra vazava dele, se infiltrando no ar como uma névoa etérea. A manifestação inconsciente de suas emoções revelava a intensidade de sua preocupação e medo pelo bem-estar de Elle. O chão abaixo dele tremia levemente conforme suas habilidades aumentavam, um reflexo de sua agitação interna e sua luta para manter o controle.
“Sebastião,” a atenção de Sebastião foi repentinamente direcionada para o som da voz de Zeke, fazendo-o se virar abruptamente. Seu irmão permanecia ali, irradiando uma calma no meio do caos interno e externo de Sebastião. “Esteja certo, Gav não colocará a vida de Izabelle em perigo. Eu o instruí a cessar num instante caso se torne demais para ela.”
Apesar das garantias de Zeke, Sebastião achava difícil relaxar. Seu corpo parecia resistir aos seus esforços, ficando cada vez mais agitado. A magia negra que emanava dele intensificava, turbilhonando como um tufão, ameaçando consumi-lo.
“Você deve aprender a controlar sua magia negra, Sebastião,” aconselhou Zeke, e finalmente, Sebastian entendeu o que estava acontecendo com ele. Estava acontecendo novamente— a escuridão sombria pulsando ao redor dele, ameaçando enlouquecê-lo se não fosse controlada. “Controle-a. Dobre-a à sua vontade. Pois se você não o fizer… você pode colocar aqueles ao seu redor em perigo.”
“C-como…” Sebastião lutou para falar, suas palavras presas em sua garganta. Ele podia sentir os tentáculos de sua magia negra apertando-se, ameaçando oprimi-lo completamente. Ele não conseguia evitar o pânico que surgia dentro dele, com medo de que acabasse atacando seu irmão mais uma vez antes de perceber. Mas a voz de Zeke cortou o caos, exigindo sua atenção.
“Não lute contra isso,” Zeke ordenou, suas palavras penetrando a mente de Sebastião. Parecia que ele havia se tornado um fantoche, sucumbindo à influência de seu irmão. Sebastião podia sentir o aperto vice-like em seu ombro, a sensação dolorosa percorrendo-o. E então, como se desvanecendo, a tensão em seu corpo se soltava. A magia negra que havia surtado estava recuando lentamente.
“Vá junto com ela,” a voz de Zeke continuou, instigando Sebastião a fluir com a mágica. Sebastião se viu obedientemente seguindo cada palavra de Zeke, como se sua própria carne e ossos não mais lhe pertencessem, mas a Zeke. Atentamente, ele ouviu a orientação de Zeke, seu corpo obedientemente respondendo às instruções de seu irmão. Era como se seu ser tivesse sido entregue ao controle de Zeke, permitindo que ele guiasse Sebastião no processo de retomar o controle sobre sua magia negra.
“E então… dirija-a suavemente, guie-a para retornar de onde veio.” Seguindo as palavras de Zeke, Sebastião visualizou seu poder fluindo e girando em torno de seu corpo, não mais pulsando com força incontrolável, mas encontrando um ritmo calmo e estável.
Sebastião não entendia completamente o que Zeke estava fazendo, mas assim que ele imaginou seu poder se movendo e girando ao redor de seu corpo em vez de pulsar incontrolavelmente, uma sensação de calma o envolveu. Era como se ele tivesse finalmente alcançado o olho da tormenta que o havia consumido. A orientação de Zeke continuava ecoando em sua mente, “Sim… é isso… faça-o se submeter à sua vontade… e depois faça-o ficar quieto.”
Ofegante e encharcado de suor, os olhos de Sebastião se abriram. Ele nem percebeu quando tinha os fechado. A escuridão que o havia cercado havia desaparecido. Ele estava de volta ao normal novamente.
“O que… o que você fez?” Sebastião perguntou a Zeke, enquanto Zeke finalmente tirou sua mão do ombro de Sebastião.
“Eu te mostrei um jeito de controlar seu poder, Seb,” Zeke respondeu. “Eu fiz isso à força, por isso foi doloroso. Mas agora você pegou o jeito. Você só precisa de mais tempo para praticar. Uma vez que você domine, você poderá ajudar Azy em seguida. Estou confiando essa tarefa a você, Sebastião.”
Os olhos de Sebastião se arregalaram levemente ao olhar para seu irmão. Zeke lhe deu um sorriso discreto e bateu no ombro de Sebastião. “Fique aqui. Vou verificar como eles estão”, disse ele, antes de se virar e se dirigir para a floresta onde Iza e Gav estavam.
…
Elle permaneceu de joelhos, ofegante e pesadamente, seu corpo levado ao limite. Seu cabelo ruivo ardente grudava em seu rosto suado, mechas grudando em sua pele. Ela tinha perdido a noção do tempo, mas parecia que uma eternidade tinha passado. A exaustão a consumia, empurrando-a para a beirada de sua resistência. Levantando o olhar, ela se viu diante do impiedoso professor que permanecia em pé diante dela, seus olhos insensíveis recaíam sobre ela. Ele falou com um tom frio e calculado, agachando-se graciosamente. “Você foi bem, mas ainda não passou, pequena fada”, ele afirmou. “Um último desafio te espera, e então você estará pronta para curar a mulher de Zeke.”
Elle engoliu, sua garganta seca e ressecada. Ela não conseguia entender como ainda estava consciente depois de tudo o que passou. Ela não conseguia explicar o poço de força que parecia residir dentro dela. Tudo parecia surreal, mas ela reconhecia que este homem aparentemente insensível era um professor excepcional. Era como se ele possuísse um entendimento íntimo de suas habilidades, seus poderes— conhecimento que nenhum outro neste mundo possuía. Ele era impiedoso, alheio à sua dor, mas ela não conseguia ficar com raiva dele. No fundo, ela entendia que ele estava fazendo o que precisava ser feito, o que ela havia pedido que ele fizesse. Ela não estava prestes a reclamar agora, não depois de ir tão longe.
“Eu estou… pronta,” ela disse, sua voz cheia de determinação enquanto ela o encarava, disposta a deixá-lo ver sua resolução.