Coração Amaldiçoado - Capítulo 17

17: Grama ruim 17: Grama ruim Este capítulo bônus é dedicado a @edi_o, @Monic_Ceja, @Sacogun e @MonstroDebaixoDaCama. Muito obrigado pelos super presentes!

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Elle não hesitou em pegar o casaco e, quando se virou para olhar com curiosidade para o Sebastian, ele já estava saindo. Ela não teve outra escolha a não ser agradecer rapidamente a Lucas e correr atrás de Sebastian, vestindo às pressas o casaco de Lucas sobre seu roupão.

Ela finalmente alcançou-o quando ele estava diante do elevador. Ela não pôde evitar de olhar para cima em direção ao rosto encantador dele. Embora parecesse que Lucas havia parado o sangramento com sucesso, o homem não se preocupou em sequer limpar o sangue que escorria e secava no lado do rosto. O sangue estava por todo o seu pescoço. Se ele não estivesse usando um traje todo preto, ela tinha certeza de que ver o sangue em suas roupas seria horrível.

O elevador tocou e suas portas finalmente se abriram. Então, Elle espiou para dentro, apenas para ver um homem grande lá dentro, vestindo o mesmo terno de três peças todo preto que os homens espancados estavam usando.

Seu coração saltou pela garganta. Elle pensou que Sebastian não entraria, mas ele entrou descontraidamente, virou-se e olhou para ela. Seu olhar era indecifrável, mas Elle não sentiu que ele estava emitindo algum sinal se ela deveria entrar ou não.

“Entre, Izabelle.” A voz dele quase a assustou. Ela não esperava que ele dissesse o nome dela bem na frente do inimigo. E na frente de um que parecia um lutador, ainda por cima!

Apesar de seus pensamentos confusos, Elle entrou. Ela ficou bem na frente de Sebastian.

O ar dentro do elevador estava carregado, quase sufocante, à medida que descia.

À medida que os segundos passavam, a atmosfera dentro do elevador tornava-se mais perigosa. Elle pensou que esta deveria ser a sensação de sede de sangue. Era nauseante. Ela sentia que uma bomba estava prestes a ser detonada a qualquer momento dentro do elevador. E tudo que ela podia fazer era ficar parada e rezar para que a porta do elevador finalmente se abrisse.

Sons altos de algo sólido batendo nas paredes do elevador soaram nos segundos seguintes. Assustada, Elle se moveu para frente e se encostou na porta do elevador. Ao voltar o olhar, pensando em ajudar Sebastian contra o homem enorme, ela mais uma vez foi paralisada.

A mão de Sebastian estava segurando uma mecha do cabelo do homem enorme e batendo sua cabeça na parede agora ensanguentada.

Ele parou de repente, olhando para ela. Ele se endireitou e soltou o cabelo do homem.

O corpo enorme do homem desabou no chão e a porta do elevador se abriu atrás dela.

Sebastian passou pelo homem sem cerimônia, como se estivesse pisando em um monte de terra, e passou por ela. Elle engoliu em seco, olhando para o homem inconsciente e ensanguentado no chão antes de virar lentamente e seguir obedientemente Sebastian para fora do elevador.

O príncipe estava olhando para ela. Seus olhos cinzentos estavam inexpressivos. Seu cabelo estava bagunçado e manchas de sangue eram visíveis por todo o rosto e pescoço. No entanto, ele ainda parecia tão perfeito. Mas já não era mais a perfeita imagem de príncipe que ela sempre via na TV e nas revistas. Agora, ele parecia mais com aquele vilão lindo pra caramba, em certo filme.

Ele estendeu a mão em silêncio para ela. Ela percebeu que ele sabia que a havia assustado e agora parecia estar dando a ela a escolha se ainda queria ir com ele ou não.

Elle encarou a mão dele. Ela não percebeu que ele estava usando luvas pretas até aquele momento. Ela se perguntou por que ele estava usando-as. Será que era porque esperava este encontro sangrento e precisava tomar precauções?

Ela estendeu a mão e colocou na dele. Imaginou suas mãos enluvadas cheias de sangue e não pode negar os calafrios que percorreram seu corpo. Mas mesmo que sua imaginação fosse a verdade, ela ainda escolheria essa mão manchada em vez daquele monstro.

Quando chegaram à garagem, Sebastian soltou a mão dela e deu a volta em um carro preto.

“Tire seus sapatos e deixe-os ali.” Ele ordenou enquanto abria a porta do carro.

Elle franziu a testa, mas obedeceu imediatamente, sem fazer mais perguntas. E assim que entrou no carro e colocou o cinto de segurança, Sebastian acelerou.

Logo, o carro estava correndo pela rodovia. Elle esperava que ele fizesse uma curva, já que pensava que ele iria primeiro ao hospital. Ela notou que o ferimento dele pareceu não sangrar mais, o que era impressionante. Mas ela ainda queria que ele fosse ao hospital para checar, só por precaução. Mas, obviamente, ele não planejava ir a nenhum hospital do jeito que estavam.

“Pra onde estamos indo?” ela finalmente perguntou.

“Para o aeroporto.”

Elle apertou os lábios por um momento. “Acho que precisamos ir ao hospital primeiro.”

Ele olhou para ela e Elle não sabia por que seu coração parou de bater. A ansiedade tomou conta dela, e o pensamento de que ele devia estar pensando que ela já estava começando a perturbá-lo a incomodou.

“Não me entenda mal. Não estou tentando reclamar.” Ela argumentou. “Só… não quero ficar viúva antes mesmo de me casar. Você ainda… precisa se casar comigo.” Ela tentou essa desculpa nele.

Um sorriso atravessou seu rosto e aquele pequeno vinco apareceu novamente por um breve momento, fazendo seu coração acelerar.

“Você não precisa se preocupar com isso.” ele respondeu, a voz suave, mas soando um pouco mais sombria que o normal. “Erva daninha nunca morre, Izabelle.”