Coração Amaldiçoado - Capítulo 106

106: Viagem de carro 106: Viagem de carro Este capítulo bônus é dedicado a @Sacogun e @Chinawa!!! Muito obrigado pelos super presentes!!!

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Já fazia muito tempo que ela não fazia uma viagem de carro, apenas ouvindo música sem se preocupar com nada que tumultuasse sua mente. A música era suficiente para distraí-la de pensar, apagando todo pensamento sem sentido de sua cabeça e permitindo que ela relaxasse.

Sebastian não disse nada. No começo, ela olhava para ele toda vez que uma nova música começava, preocupada que ele não gostasse do tipo de música que ela gostava. Mas ele nunca reagiu. Nem mesmo uma vez. Ele simplesmente cuidou dos próprios assuntos no momento, que era dirigir. Até que Elle parou de se preocupar com a opinião dele e apenas tocou música atrás de música sem restrições.

Por sorte, ele permaneceu imperturbável. O que fez Elle realmente se sentir feliz. Ela estava tão tensa por tanto tempo que havia esquecido quando foi a última vez que ela conseguiu se soltar e apreciar a música como estava fazendo agora.

E antes de perceber, ela começou a cantarolar. E depois, ela estava cantando junto, em voz baixa, enquanto olhava pela janela, observando a paisagem que passava. Sem notar quantas vezes Sebastian olhou para ela quando ela começou a cantarolar.

Até que Elle acabou adormecendo.

Quando ela abriu os olhos, saltou do assento ao perceber que o carro não estava mais em movimento e Sebastian não estava no banco do motorista. Seu coração imediatamente saltou para a garganta e o medo se espalhou por ela quando viu que já era crepúsculo e estava chovendo.

“S-Sebastian?” ela chamou nervosamente. Ela se atrapalhou com o cinto de segurança para sair correndo do carro e procurá-lo quando a porta do carro de repente se abriu e ela o viu se curvando, encharcado.

Ela o encarou com os olhos arregalados antes de sentir um alívio genuíno.

“O que… aconteceu?” ela perguntou, tirando o cinto de segurança de si.

“O maldito pneu está furado.” Ele resmungou. “Não, fique aí, não saia e se molhe. Não vou deixar você ficar doente de novo.” Ele acrescentou mal-humorado.

“Nós temos pneu reserva, certo?” Elle perguntou com esperança.

“Não, não temos.”

Os lábios de Elle se abriram. S-sério? Por que diabos ele não trouxe um pneu sobressalente? Todos os carros não têm um sobressalente?

“Eu nunca trago pneus sobressalentes porque, se o pneu furar, eu só …” ele começou a dizer antes de interromper e apertar os lábios. Ele então se afastou da porta e se endireitou. Ela o viu passando os dedos pelos cabelos escuros.

Olhando em volta, Elle percebeu que estavam longe de qualquer casa. Eles pareciam ter ido para uma área bastante isolada, onde não havia um único carro passando, mesmo sendo apenas crepúsculo. No entanto, ela viu luzes à frente, indicando que pelo menos estavam perto de uma vila ou uma pequena cidade.

“Tem… uma cidade à frente.”

“É a Vila das Cascatas Brancas, nosso destino. Mas nem pense em me pedir para te levar no colo –”
“Eu não vou!” Elle exclamou, corando. “Por que eu ia te pedir para me carregar até lá? Eu tenho pés, sabia? Eu consigo andar e correr morro acima muito bem sozinha.”

Sebastian ficou em silêncio por um momento. “Não foi isso que eu quis dizer. Eu não posso te deixar sair aqui na chuva. Eu já te disse, não vou deixar você ficar doente de novo. Acho que vamos ficar aqui e esperar a chuva parar por enquanto.” Ele começou a tirar suas roupas encharcadas até ficar nu.

Então ele entrou e sentou-se no banco do motorista, fechando a porta para se proteger do vento cortante.

Elle se levantou em seu assento para ir até o banco de trás quando ele a impediu. “O que você está fazendo?”

“Eu vou pegar algumas roupas novas para você. Você está encharcado e precisa de roupas secas.”

“Não precisa.”

“Você pode ficar doente.” Elle retrucou, querendo jogar as mesmas palavras de volta para ele.

“Eu não fico doente, Izabelle.”

Os olhos deles se encontraram por um momento, mas então Elle ignorou o que ele disse e foi para a parte de trás do carro onde estavam suas bagagens.

Elle pegou a toalha primeiro e a entregou a ele. Sebastian apenas pegou e se secou com ela. Em seguida, ele secou o cabelo rudemente em poucos movimentos antes de lhe devolver a toalha.

Os olhos dela caíram nos fios do cabelo dele que ainda pingavam, então ela se sentou atrás de sua cadeira e começou a secar o cabelo dele com a mesma toalha. Ele ficou muito quieto, então ela continuou suas ações até ter certeza de que o cabelo dele estava seco o suficiente.

Afastando-se, Elle estendeu a toalha sobre o banco traseiro e depois pegou uma camisa.

Entregou a camisa a ele e depois voltou para o banco da frente, ao lado dele.

No entanto, Sebastian simplesmente enrolou a camisa e colocou entre os dois. Ele obviamente não estava planejando vesti-la ou simplesmente não queria se incomodar. Ele parecia estar realmente de mau humor. Ela não podia culpá-lo, embora. Ele devia estar cansado de dirigir por horas. Certamente, ficar preso aqui quando ele deveria estar descansando em um alojamento tinha piorado seu humor.

Ela olhou para a camisa amassada e, quando a pegou, Sebastian de repente pegou-a e vestiu-a. Ele não se preocupou em abotoá-la, porém.

O silêncio reinou em seguida, e a ideia era que ela precisava fazer algo para talvez tornar essa espera um pouco mais suportável para ele, Elle tentou pensar em algo ou um tópico que pudesse distraí-lo. Mas não conseguia pensar em um tópico seguro e interessante o suficiente em sua opinião. Ela estava preocupada demais em piorar o humor dele se acabasse escolhendo um tópico que ele não gostasse.

Seu olhar caiu sobre a camisa aberta e disse: “Deixe-me abotoar sua camisa.” Ela estendeu a mão para os botões da camisa enquanto falava, mas parou e esperou por sua resposta.

Quando ele não disse nada, Elle interpretou essa resposta como sua aprovação e começou a abotoar a camisa dele, começando pela parte do peito.