Condenada Contigo - Capítulo 813

813: Isso foi tudo 813: Isso foi tudo Este capítulo é dedicado a @Josefina_Kearns! Muito obrigada pelo superpresente!

Alicia deixou que ele colocasse uma meia em seus pés, consciente da urgência em suas ações. Quando ela enfiou os pés no sapato, Ezequiel apertou e amarrou eficientemente os cadarços. Ontem, ela ficou descalça durante toda a viagem, então estava contente que desta vez tinha algo mais confortável para usar. Ela só queria estar preparada para qualquer coisa que pudesse surgir a partir de agora. Porque ela não tinha planos de apenas ficar parada e assistir Ezequiel lutar, tudo em nome de protegê-la.

“Aqui,” ele lhe entregou uma arma que tinha tirado da bolsa enquanto se levantava. Bem, isso foi uma surpresa quando ela piscou para ele. Ele teria lido sua mente de que, não importa o que acontecesse, ela não seria mais uma dama dócil e indefesa parada à margem?

Ela agarrou a arma tão rápido como se temesse que ele mudasse de ideia.

“Essa arma pode matar vampiros?” Alicia perguntou enquanto o olhava através de seus cílios.

“Não estou te dando isso para matar vampiros, Alicia. Então não vá mirar nos corações deles caso precise se defender.”

“Você não quer que eu os mate… entendi.” Alicia assentiu enquanto voltava seu olhar para a arma a fim de estudá-la. As bruxas nunca usam armas porque nunca precisaram. Seus feitiços eram mais úteis do que armas – mais poderosos, rápidos e precisos. Sem mencionar que as bruxas não gostam do barulho alto e retumbante que faz toda vez que a arma é disparada.

“Não posso deixar você usar seus feitiços porque isso só drenará mais energia de mim. Eu preparei isso. Então… use isso em vez disso.” ele disse enquanto colocava a mão na maçaneta da porta, entrelaçando os dedos com os dela antes de empurrar a porta para abrir.

Alicia só pôde olhar para o pequeno, mas agora memorável, lugar antes que a porta se fechasse atrás dela. Ela silenciosamente desejou que tivessem um pouco mais de tempo para passar lá. Foi um pedaço curto, mas maravilhoso do céu para ela.

Eles deixaram a floresta e, em poucos minutos, estavam entrando numa rodovia. Alicia continuou a lançar olhares para ele, observando que a expressão de Ezequiel permanecera estoica e inescrutável desde que saíram daquela cabana.

“Para onde estamos indo desta vez?” Alicia perguntou a ele em voz baixa. Ela sabia que ele a tinha ouvido, embora não houvesse nenhum indicativo de que tinha.

“Você saberá quando chegarmos.” Foi tudo o que ele respondeu.

…
No apartamento de Zeres.

O sol estava entrando pela janela quando Iryz finalmente acordou. Ela estava se sentindo muito melhor agora. Suas feridas também estavam cicatrizando muito mais rápido, e ela não pôde deixar de se perguntar sobre quão rápida estava indo sua cura.

Olhando ao redor, o olhar de Iryz pousou na alta pilha de livros no chão. Ela imaginou Zeres sentado no chão novamente com a perna dobrada e dormindo. Mas desta vez, ele não estava lá como de costume. O que era algo raro no caso de Zeres.

Iryz levantou-se para sair da cama e seguiu direto para o banheiro para se refrescar. Ultimamente, Zeres estava muito protetor. Ele insistia em ter alguém para ajudá-la até mesmo com o banho e tudo. Ele se preocupava com tudo, como se… como se ela fosse alguém querida para ele. Honestamente, Iryz estava um pouco sobrecarregada com toda a atenção. Era porque ninguém nunca a tinha tratado assim antes. Mas então, ela se lembrou de não pensar demais nisso. Ela não queria mal interpretar e ler demais nas ações de Zeres para com ela.

Zeres estava tratando-a dessa maneira agora porque acredita que a situação dela atual era culpa dele. E isso porque Zeres era realmente um ser gentil, embora quebrado. Era só isso. Então ela não ousaria elevar suas esperanças. Ou ela poderia acabar se machucando no final.

Ela se olhou no espelho e viu como seu corpo estava terrível agora com as feridas ainda cicatrizando por toda a sua pele. Seu rosto estava… ainda parecia… desagradável.

Fechando os olhos para parar de ver aquela visão desagradável, Iryz respirou fundo. As marcas de chicote por todo seu corpo a fizeram se lembrar daquela cena novamente. E então o banheiro de repente pareceu se transformar naquele quarto onde ela foi torturada. Escuro, sufocante e… estava ficando difícil para ela respirar.

Antes que percebesse, ela saiu correndo do banheiro. Ela não queria se ver no espelho. Ela não queria se lembrar daquela cena. Ela não queria…

Ela congelou no lugar enquanto estava do lado de fora da porta. Completamente nua e pingando molhada do chuveiro.

Zeres estava lá, olhos arregalados enquanto a olhava naquele estado.

No momento seguinte, ele já estava diante dela, envolvendo-a com um cobertor. Depois a puxou para um abraço reconfortante, suas mãos esfregando para cima e para baixo nas costas dela, tentando transmitir calor a ela.

“Está tudo bem… Eu estou aqui.” ele sussurrou confortadoramente e Iryz fechou os olhos novamente, respirando lenta e profundamente enquanto tentava se acalmar, dizendo a si mesma que estava segura e não mais naquele lugar abandonado onde fora torturada.

Ela não sabia quanto tempo tinha passado, mas se viu sentada na borda da cama. Zeres fez com que ela bebesse um pouco de água e a abraçou até que sua respiração voltasse ao normal.

“Estou… bem agora. Obrigada.” ela disse e a mão de Zeres finalmente parou de acariciá-la.

Ela gostava do calor dele. Amava, na verdade. Mas ela sabia que não podia ser gananciosa e tirar vantagem de sua bondade nessa situação. Lembrando a si mesma que este homem… ele não era seu. Impossível ser seu. Não importa o quanto ela quisesse que esse fato fosse verdade.

Ele se afastou e observou seu rosto. Ele parecia preocupado e sério, mas Iryz corou intensamente porque acabara de se lembrar de que… oh céus… ele tinha a visto totalmente nua agora mesmo!

Ela enterrou o rosto nas mãos, desejando que pudesse desaparecer agora mesmo. Caramba!! Oh caramba! Como ela pôde deixar ele ver… e seu corpo estava cheio de feias feridas e marcas de chicote também!!