Condenada Contigo - Capítulo 60

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Antes que ela percebesse, eles estavam dentro de casa. Ele colocou o cordeirinho confuso no meio da grande sala de estar. Ela olhou para ele com um milhão de perguntas em seus olhos.

Então, antes que ela pudesse abrir a boca para perguntar,
“Feche os olhos, Abigail,” ele ordenou.

“Hã? Por quê?”

“Apenas feche seus olhos e não os abra até ouvir meu sinal.”

Abi só pôde obedecer.

Os segundos se passaram e sua mente estava agitada como uma galinha sem cabeça, tentando descobrir o que ele estava tramando!

No momento seguinte, Abi ouviu o alarme de incêndio soar alto dentro da mansão. Seus olhos se abriram arregalados, mas antes que ela pudesse se mover, a água começou a pingar de cima.

“Você queria chuva, certo?” ele sorriu maliciosamente e a boca de Abi caiu. O que diabos acabou de acontecer? O que ele acabou de fazer?

Bem, ele fez o que ela achava impossível. Ele fez chover… dentro de casa!

É como se ela tivesse sido subitamente transportada para uma terra fantástica e mágica. A luz do grande lustre pendurado do quarto andar ainda estava acesa, emitindo um fascinante brilho de luzes sobre as gotas de água que caíam, criando pequenos arco-íris coloridos ao redor deles. Era mágico, como se uma fada do arco-íris tivesse chegado para salpicá-los com um pouco de sua magia. Este cenário pitoresco era melhor do que seus sonhos mais loucos.

Ela imaginou como queria que fosse o seu primeiro beijo, todos eram terrivelmente românticos e clichês, com ela e o homem perseguindo-se ao ar livre com a chuva caindo suavemente ao redor deles. O homem então a pegaria, olharia profundamente em seus olhos antes que o homem a beijasse pela primeira vez.

Ela levantou inconscientemente a mão e abriu a palma enquanto as gotas caíam ao redor deles, com os olhos arregalados de admiração e a boca ainda aberta por causa do choque. Mas então ela fechou os olhos e levantou o rosto para o telhado com os braços abertos, abraçando a sensação da água caindo sobre eles. Ela girou em círculo, seus cabelos espalhavam gotas de água como um redemoinho ao seu redor. Quando parou, levantou o rosto para olhar para Alex e sentiu como se seu coração fosse explodir.

Ela o viu se aproximando. Seus cabelos estavam molhados, suas roupas encharcadas e o que era ainda mais surpreendente é que ela não via seu sorriso diabólico habitual. Seus olhos eram sérios, ainda frios, mas devastadoramente mais bonitos do que nunca. Ele parecia um anjo escuro que acabara de emergir do chão sob a chuva. Era demais. Tudo era demais para Abi; ela não conseguia ouvir nada além do seu coração palpitante. Isso com certeza parecia um sonho. Era como se tudo mais desaparecesse ao fundo e ela só pudesse se concentrar nele.

Quando ele ficou bem na frente dela, o canto dos lábios do homem começou a se levantar lentamente.

“Não tenho paciência para esperar a chuva chegar, então aqui estamos nós. Eu pessoalmente acho que isso é romântico o suficiente. O que você acha?” ele perguntou, mas a atônita Abi demorou um bom tempo para responder.

“É…” ela nem sabia qual era a palavra certa para descrever essa cena. Era espetacular, surpreendente, única, mágica, incrível – todas as coisas que ela queria que essa experiência fosse.

Alex sorriu. Ele podia ver que ela estava perplexa. ‘Ótimo. Finalmente a deixei sem palavras pelo menos uma vez! Odiaria que ela pensasse que tinha um namorado chato e clichê,’ ele pensou. Ele estava feliz por parecer ter superado as expectativas dela.

Estendeu a mão e segurou o rosto dela com a mão, enquanto gentilmente enxugava a água de sua bochecha com o polegar. Ele olhou nos olhos dela e viu que estavam cheios de uma mistura de emoções. Ele viu antecipação, emoção, desejo, admiração e algo mais que ele não conseguia descrever.

Ele moveu o rosto lentamente em direção ao dela e, ao mesmo tempo, prendeu gentilmente o cabelo dela atrás da orelha. Quando ela o viu se aproximando, o coração de Abi começou a bater tão forte que ela temeu que fosse pular para fora do peito. Ela prendeu a respiração e, inconscientemente, fechou os olhos enquanto toda a sua atenção se voltava para os lábios. Era isso mesmo; seu primeiro beijo.

Um segundo se passou e então ela sentiu; a pressão de seus lábios suaves sobre os dela e o mundo de repente deixou de existir. Era só ela e ele naquele momento, mais nada e mais ninguém.

O beijo dele foi suave e sem exigências e isso a deixou atônita, mas no momento em que ele beijou as gotas de seus lábios, seus joelhos ficaram fracos de prazer e ela sentiu como se seu coração fosse explodir. Ela nunca imaginou que só beijar alguém pudesse ser tão intenso. Ela se sentia sobrecarregada com todas essas novas emoções que estava sentindo.

É os dois ficaram ali, alheios e indiferentes a qualquer outra pessoa ou coisa ao redor deles. A água escorria da testa deles para os rostos até onde os lábios se encontravam – um contraste fresco com o calor do abraço – e eles não se mexiam por um longo tempo.

Foi até que Alex pressionou os lábios nos dela com um pouco mais de pressão e a onda que passou por Abi a intoxicou. Sua cabeça girava atordoada e ela sentiu que ia desmaiar. Era tão intenso e ela não sabia como ainda estava consciente.

Alex olhou para o rosto dela e ficou hipnotizado. Ele não a beijou da maneira que costumava beijar outras mulheres. Há muito tempo que ele se lembrava, ele geralmente beijava de forma bruta e forte porque não beijava por amor, mas por luxúria. Esse era o jeito dele. Então, naquele momento, ele realmente não sabia por que beijou essa frutinha tão delicadamente.

Mas então, ele concluiu que o gosto dos lábios inocentes dela deve tê-lo feito inconscientemente se conter. Afinal, essa frutinha ainda estava verde. Ele só podia acariciá-la gentilmente por enquanto e ter paciência.

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