327: Epílogo: A Lenda do Cisne e do Lobo (I) 327: Epílogo: A Lenda do Cisne e do Lobo (I) Gale estava sentado no chão de frente para o Lago Sagrado de Selene.

Era final de primavera, e a antes árida área gramada ao redor do lago estava repleta de todos os tipos de flores desconhecidas para as pessoas do Reino da Terra.

Mas para Gale, isso não era estrangeiro, porque sua esposa lhe disse o nome de cada uma dessas flores, já que elas eram nativas do reino da Deusa, onde Cisne havia residido por um tempo.

Ele inspirou profundamente, inundando seu sistema sensorial com o aroma das flores à sua volta, mas as fragrantes flores empalideciam em comparação com a mais bela de todas.

“Marido!”

Gale virou a cabeça e viu sua flor, Cisne, acenando para ele depois de ter feito com sucesso uma coroa usando as flores ao redor.

Gale sorriu ao suspirar amorosamente, e murmurou, “Realmente, seu aroma é o mais doce, esposa. Não consigo imaginar viver sem o seu cheiro ao meu redor o tempo todo.”

Cisne colocou a coroa de flores em sua cabeça e correu em direção ao seu marido que ainda estava sentado, observando-a.

“Marido, venha ver! Eu fiz isso para você!” Cisne exclamou enquanto se jogava em seu abraço e sentava no seu colo. Ela colocou a coroa de flores na cabeça de Gale e riu, “Você parece menos assustador usando isso. Talvez você deva usar isso permanentemente, assim ninguém terá tanto medo de você.”

Gale riu. Ele não se importava em fazer o que sua esposa quisesse. Ela era o único motivo para ele continuar vivendo, especialmente depois de sofrer sob a maldição por tanto tempo.

“Então, você precisará fazer uma todos os dias, já que estas flores vão murchar,” Gale disse.

“Eh… mas é tão cansativo só de fazer uma dessas,” Cisne reclamou.

“Você pode simplesmente usar sua mágica. Levaria menos de um segundo, certo?”

“Mas então teria uma sensação diferente,” Cisne respondeu. “Você quer que eu cozinhe nossa comida usando mágica? Pode ser feito em menos de um segundo, mas tenho certeza que terá um gosto ligeiramente diferente.”

Gale assentiu resignado.

Ele tinha que admitir que a comida feita à mão por Cisne era vastamente superior àquela criada por sua mágica, a ponto de Gale poder sentir a diferença apenas pelo cheiro.

“Você está certa. Não posso comer a comida criada pela mágica,” Gale confessou. “Prefiro comer carne crua.”

“Falou,” Cisne sorriu. “Mas tudo bem. Posso usar minha mágica para garantir que as flores nunca murchem.”

Cisne espalhou um pouco de pó dourado que saía dos seus dedos, e assim, as flores foram preservadas para sempre.

Cisne apertou a bochecha de Gale antes de beijá-la. Ela se levantou e disse, “Vou cozinhar a carne que você caçou hoje. O que era mesmo? Um falcão gigante?”

“Mm. Estou com vontade de uma sopa de pássaro,” Gale respondeu. “Eu limpei a carne, então você pode cozinhar imediatamente.”

“Claro~ Estou com um pouco de fome de qualquer forma. Podemos ter isso como nosso jantar,” Cisne saltitou feliz através do campo de flores em direção à pequena cabana deles ao lado do lago.

Gale sorriu, vendo sua esposa caminhar alegremente.

Depois que Cisne ascendeu à sua forma de Deusa, ela foi curada imediatamente de sua incapacidade. Ela também foi autorizada a se transformar em sua forma ascensa de Deusa dos Milagres quando quisesse, mas Cisne preferia ser apenas a Cisne que Gale amava, não a Deusa dos Milagres a não ser que algo grave ocorresse no reino.

Cisne estava muito mais enérgica e confiante agora que podia andar sobre os dois pés. Ela tinha um grande sorriso na maior parte do tempo na frente de Gale.

Ela ainda era tímida e reservada na frente dos outros, o que sempre seria o cenário ideal porque Gale tendia a ficar muito ciumento quando Cisne sorria para outros homens, mesmo que esses homens fossem apenas seus soldados ou servos.

Ela também aprendeu a cozinhar. Já sabia como fazer, mas agora que podia andar pela cozinha, ela se encontrou gostando de fazer comida para seu marido e filho.

Gale observou enquanto Cisne entrava na pequena cabana, e não demorou muito para a fumaça sair da chaminé, seguida por um cheiro fragrante vindo de dentro da cabana.

“Há quanto tempo construímos essa cabana e vivemos juntos neste lago sagrado?” Gale ponderou.

Nos dias de hoje, ele passava seus dias brincando ao redor do Lago Sagrado de Selene, caçando carne e colhendo cogumelos e outros vegetais para comerem.

Eles não precisavam comer, mas era bom passar os dias como um casal casado normal.

‘Deveria voltar logo. Ela pode precisar de ajuda para preparar a comida,’ Gale pensou. Ele tentou se levantar e estremeceu quando sentiu algo parecido com quando estava puxando um músculo.

Gale não era tão forte quanto antes. Ele ainda era incrivelmente poderoso, mas estava envelhecendo, e ele podia sentir isso a cada ano. Depois que ele foi purificado de sua maldição, seu corpo não sofria mais constantemente de dor, então ele começou a sentir todo tipo de dor como um homem fera comum.

No entanto, ele não contou nada disso para Cisne porque não queria que ela se preocupasse. Era melhor continuar tendo essa vida pacífica até o fim dos tempos, se ele tivesse sorte o suficiente para ver isso com ela.

Gale entrou na cabana e viu sua esposa despejando a sopa do grande pote com uma concha. Gale era um homem grande e comia pelo menos cinco porções a mais comparado a Cisne, mas ele franziu a testa quando viu que a porção que sua esposa fizera parecia ser para pelo menos quinze porções.

“Você está com vontade de comer muito hoje, esposa?” Gale perguntou enquanto ajudava sua esposa a colocar a comida em sua mesa de jantar de madeira.

“Não, mas temos um convidado, e ele gosta de comer pelo menos dez porções dessas,” Cisne respondeu alegremente. Ela olhou para seu marido e sorriu, “Você sabe quem é nosso convidado, certo?