Casamento Surpresa com um Bilionário - Capítulo 463
Capítulo 463: Orações
O zumbido do motor do avião preenchia a cabine, mas Alexandre e William mal notavam.
Seus corações palpitavam de antecipação, dedos agarrando os apoios de braço enquanto a Ilha Palan surgia à vista. A vasta extensão do oceano enquadrava o verde exuberante, mas nenhum deles conseguia realmente apreciar a paisagem.
“Sinto como se eu fosse o que está prestes a passar por uma cirurgia,” William murmurou, sua voz mal passando de um sussurro.
Alexandre não respondeu. Ele simplesmente exalou um suspiro pesado, seu olhar fixo nas nuvens intermináveis do lado de fora da janela do avião. Como William, ele estava ansioso. Nervoso. Incerto.
A chegada deles era para ser uma surpresa. Eles não os esperavam, não sabiam que eles deixariam tudo para trás para estar com ele em seu momento de necessidade. Mas como poderiam não fazê-lo? Ele era seu pai.
Assim que o avião pousou, eles apressaram-se pela estrada empoeirada que levava ao hospital privado no instituto. E quando chegaram ao prédio Elysium, William estava quase correndo para a ala onde seu pai estava confinado à espera da cirurgia, sua excitação mal contida.
Alexandre, embora mais composto, não conseguiu suprimir a energia ansiosa que também o percorreu. Lá dentro, o ar cheirava a antisséptico e sal. A visão de seu pai deitado na cama, pálido, mas ainda forte em presença, os atingiu em cheio.
“Pai!” William irrompeu no quarto, sua voz carregada de emoção.
Rock virou a cabeça, seus olhos se arregalando em descrença. “O que vocês dois estão fazendo aqui?”
Sua voz era uma mistura de surpresa e algo próximo à alegria, embora ele tentasse esconder com um tom rude.
A poucos passos de distância estavam seus dois filhos, sorrindo como se tivessem acabado de fazer a perfeita surpresa.
Ele virou lentamente para Vernice, suas sobrancelhas erguidas em questão. Ela apenas lhe deu uma piscadela de quem sabe, sua expressão brincalhona. Claro que ela sabia. Sua querida esposa claramente havia planejado tudo isso ao longo do tempo, mantendo-o em segredo de propósito.
Ele sinceramente não havia querido incomodar os meninos, sabendo como estavam ocupados, como as coisas tinham sido complicadas nos últimos dias. Depois de tudo, ele não esperava que eles largassem tudo e viessem correndo.
Mas aqui estavam eles. E apesar do coração resmungão, algo dentro dele se aliviou, como um peso silenciosamente levantado.
“Não poderíamos deixar você passar por isso sozinho,” Alexandre disse, aproximando-se. Sua voz era firme, mas seus olhos traíam a preocupação profunda que o agarrava. “Estamos aqui, o caminho todo. Você não está lutando sozinho.”
Rock soltou um suspiro profundo e trêmulo, depois riu suavemente. “Meus filhos…” Ele tentou se sentar, mas seu corpo protestou. “Vocês não deveriam ter vindo de tão longe.”
“Claro que viemos,” William sorriu. “E espere até ouvir a melhor notícia ainda.” Ele puxou uma cadeira ao lado da cama do pai, mal conseguindo se conter. “Papai, Sanya está grávida. Você vai ser avô!”
Por um momento, o silêncio pairou no ar, espesso e carregado de emoção. Os lábios de Rock se separaram enquanto ele encarava seus filhos. Então, como se o peso da notícia finalmente o atingisse, seus olhos brilharam com lágrimas não derramadas.
“Um avô…” ele murmurou, como se provasse as palavras pela primeira vez. Seu olhar se suavizou e sua respiração tremeu enquanto ele alcançava a mão de Alexandre, depois de William. “Devo voltar, então.”
“Deve,” William disse, apertando a mão do pai. “Você vai conhecer seus netos, ensinar-lhes sua sabedoria, contar-lhes todas as suas histórias.”
Alexandre inclinou-se, abaixando a voz mas garantindo que cada palavra tivesse peso. “Então lute. Aguente firme. Seja forte por nós… por eles.”
Rock fechou os olhos brevemente, um sorriso lento se espalhando por seu rosto. “Eu vou. Eu prometo.”
Lá fora, as ondas batiam contra a costa da ilha. O mundo continuava, mas nesse pequeno quarto de hospital, o tempo havia parado.
“Sério, Rock,” Vernice riu, enxugando os próprios olhos. “Veja como os meninos trabalharam duro, tudo porque você disse que queria ser avô. Gêmeos para Alexandre, e agora William também. Realmente vamos ser avós!”
Sua voz estava cheia de alegria, seus olhos brilhando enquanto ela apertava suavemente a mão de Rock.
Rock enxugou suas lágrimas com as costas da outra mão e assentiu, a voz falhando ligeiramente. “Ainda não consigo acreditar… Ambos. Gêmeos. Nunca esperei tanta felicidade.”
Alexandre sorriu, aproximando-se. “Chuva e Sanya na verdade queriam vir junto, mas não os deixamos. Eles ficaram em casa com Tio Ben e Tia Melanie, rezando por uma cirurgia tranquila hoje.”
Rock assentiu rapidamente, seu coração enchendo-se de emoção. “Ah, estou tão feliz agora. Prometo que, quando sair dessa, vou me recuperar bem e ficar forte novamente. Vou cuidar desses bebês eu mesmo quando nascerem!”
Vernice riu suavemente. “Só não os estrague demais.”
“Sem promessas,” Rock sorriu, sua voz finalmente firme. “Esperei toda a minha vida por isso. Vou fazer cada momento contar.”
*****
Na Mansão Ancestral Lancaster
A chuva batia suavemente contra as janelas da casa Lancaster, um pano de fundo rítmico para os murmúrios baixos que preenchiam a sala de estar.
Chuva e Sanya estavam com as mãos apertadamente entrelaçadas, cabeças abaixadas. Tia Melanie estava sentada ao lado deles, olhos fechados, lábios movendo-se em oração silenciosa. Do outro lado da sala, Tio Ben estava perto da lareira, seu olhar fixo nas chamas cintilantes, sua voz baixa e firme enquanto rezava.
“Ele é forte,” Tio Ben finalmente disse, rompendo o silêncio. Sua voz era profunda, inabalável. “Ele já sobreviveu a piores. Vai lutar contra isso, como sempre faz.”
Sanya enxugou o canto dos olhos, fungando suavemente antes de sussurrar, “Ele tem que. Ele prometeu a William e Alexandre.”
Chuva apertou a mão dela, seu aperto firme. “Ele vai. E quando acordar e recuperar, ele nos verá todos aqui, esperando por ele.”
Tia Melanie soltou um suspiro lento, levantando o olhar. “Faith é poderosa. Amor ainda mais. E Rock está cercado pelos dois.”
Ninguém falou por um momento. Apenas o som da chuva e o crepitar constante do fogo permaneciam. Mas a casa Lancaster, tão frequentemente preenchida com risos e vozes, agora mantinha algo tão forte… fé e esperança.
Uma oração havia sido oferecida, sincera e cheia de esperança. E todos sabiam, orações podiam mover montanhas. Agora, tudo que podiam fazer era esperar, confiando no plano de Deus para o chefe da família.