Casamento Surpresa com um Bilionário - Capítulo 439
Capítulo 439: Bom ou Ruim
“Cirurgia? Por que o Pai precisaria de uma cirurgia?”
A pergunta de Alexandre fez todos congelarem no lugar.
A sala ficou silenciosa. Rostos ficaram pálidos ao perceberem que Alexandre ainda não se lembrava de tudo. Haviam esquecido que ele não tinha recuperado todas as suas memórias.
Chuva piscou, pega de surpresa. Sanya olhou para a Tia Vernice, que já estava franzindo a testa de preocupação. Até mesmo o Pai Rocha parecia brevemente surpreso. Mas então, ele riu levemente e acenou com a mão.
“Cirurgia? Ah, isso, nada sério!” ele disse, sorrindo. “Só tenho algo me incomodando nos dentes. O dentista disse que é melhor remover logo. Só isso.”
Alexandre piscou. “Seus dentes?”
“Sim,” Pai Rocha assentiu rapidamente. “Um dente teimoso. Tem me incomodado quando como. Nada de mais.”
Chuva encarou o pai, seus lábios ligeiramente entreabertos de incredulidade. Tia Vernice lhe deu um olhar afiado, claramente não impressionada com a mentira, mas nada disse.
Ainda assim, Alexandre pareceu relaxar um pouco. “Oh. Certo… Eu só achei que parecia sério por um segundo.”
“Não é,” Pai Rocha disse firmemente. “Apenas coisas de rotina. Não se preocupe com isso, filho.”
Pai Rocha soltou um suspiro pesado antes de colocar o braço em torno dos ombros da Tia Vernice e disse: “Estou ficando velho, meus joelhos às vezes ficam fracos. Sua Tia Vernice está preocupada que minha dor de dente esteja ficando demais. Você vê, eu tendo a perder o equilíbrio quando sinto uma dor repentina.”
Sanya limpou a garganta e rapidamente mudou de assunto. “Deveríamos esperar pela Tia Melanie e o Tio Ben no salão? Eles provavelmente voltarão em breve.”
Chuva assentiu lentamente, mas continuou olhando para o pai, sentindo que algo estava errado. Ainda assim, ela sabia que seu sogro talvez precisasse de tempo antes de se abrir, então ela não forçou isso.
“Vou descansar um pouco e descerei antes do jantar,” ela disse gentilmente.
“Ah certo, vocês dois devem estar cansados da viagem. Vou chamar vocês assim que o jantar estiver pronto,” Sanya acrescentou, dando-lhe um sorriso caloroso.
Chuva deu um leve aceno de cabeça, então se virou para Alexandre. “Vamos.”
Alexandre assentiu e caminhou ao lado dela, apoiando-a cuidadosamente enquanto subiam as escadas.
“Devemos usar o elevador da próxima vez,” ele disse, semigraçando.
Chuva deixou escapar uma risadinha suave. “Eu ainda consigo lidar, mas para segurança, seguirei seu conselho, especialmente quando você não estiver por perto,” ela acrescentou com uma piscadela brincalhona.
Alexandre sorriu, passando a mão levemente sobre as costas dela em um gesto reconfortante.
Mas enquanto continuavam em direção ao quarto dela, o coração de Chuva ficou mais pesado. Seu sorriso desapareceu no momento em que estavam sozinhos no corredor.
Alexander ainda não sabia toda a verdade sobre a saúde de seu pai. Chuva pensava que ele se lembrava de tudo, especialmente desde que ele mencionou que pedaços de seu passado estavam voltando. Mas claramente, a parte sobre a condição de seu pai ainda não havia voltado.
Ela mordeu o lábio inferior, dividida entre querer contar a ele e não querer sobrecarregá-lo. Tanta coisa já tinha acontecido, e Alexandre já estava carregando tanto, memórias, responsabilidades, e agora seu filho.
‘Contar a ele agora aliviaria as coisas ou apenas as pioraria?’
Chuva entrou no quarto, soltando um longo suspiro assim que se sentou na beira da cama deles. Seus ombros caíram, e ela esfregou as têmporas suavemente. Alexandre notou a expressão conflituosa em seu rosto e se juntou a ela, sentando-se perto ao seu lado.
“Chuva, me diga o que realmente está acontecendo,” ele disse suavemente, colocando uma mão em suas costas. “Eu sei que há algo que você não está dizendo. Eu posso sentir.”
Ela ficou quieta por alguns segundos, seus dedos apertando levemente os joelhos. Ela estava tentando ser forte por todos… pelo filho deles, por Alexandre, pela família, mas a verdade estava pesando sobre ela. E, no entanto, ela não queria deixar Alexandre no escuro, especialmente quando se tratava de seu próprio pai.
“Eu não queria te estressar,” ela finalmente sussurrou, sua voz trêmula. “Você já passou por tanto.”
Alexandre se virou ligeiramente, segurando gentilmente a mão dela na sua. “E você não acha que eu posso lidar com mais? Chuva, eu prefiro ouvir a verdade do que ficar no escuro.”
Chuva olhou para ele. Os olhos dele eram calmos, sinceros, como sempre foram quando ele estava realmente presente, quando ele não estava escondido atrás da névoa da perda de memória.
“É sobre o seu pai,” ela admitiu lentamente. “Ele está doente… muito mais do que ele gostaria que alguém soubesse. Ele deveria fazer uma cirurgia, mas continua adiando.”
Alexandre piscou, confuso. “Cirurgia? Então não é apenas uma coisa dentária menor, como eu suspeitava.”
Chuva balançou a cabeça. “Isso foi só uma desculpa. É um tumor no cérebro, Alexandre. Ele está tendo complicações há algum tempo. Todos estão tentando convencê-lo a seguir com a cirurgia, mas… ele continua adiando. Ele disse que quer esperar até depois do casamento.”
Um silêncio pesado caiu entre eles.
Alexandre ficou olhando para frente por um momento, então passou lentamente a mão pelos cabelos. “É por isso que todo mundo parecia estranho mais cedo. É por isso que você parecia preocupada.”
Chuva assentiu.
“Eu não sabia se você já se lembrava… sobre o que ele passou antes. Acho que você não se lembrou.”
“Eu não me lembrei,” Alexandre murmurou, franzindo a testa. “Mas agora que você disse… algo faz sentido. É como… eu sabia que algo estava errado, eu só não conseguia juntar as peças.”
Chuva encostou a cabeça no ombro dele. “Eu não queria esconder isso de você. Eu só não queria que você carregasse muito ao mesmo tempo. Acabamos de voltar, e-”
“Chuva,” ele interrompeu gentilmente, envolvendo o braço em torno dela. “Você não precisa me proteger de tudo. Eu sou seu parceiro, lembra? Passamos por coisas juntos, boas ou ruins.”
Ela deu-lhe um pequeno sorriso, lágrimas se formando nos cantos dos seus olhos. “Eu sei… Eu só não queria ver você se machucar novamente.”
Alexandre beijou o topo da cabeça dela. “Eu sou mais forte do que pareço,” ele sussurrou. “E eu tenho você. Isso é tudo o que eu preciso para continuar.”
Chuva riu suavemente, enxugando os olhos. Ela sorriu, então soltou um suspiro profundo.
“Vamos falar com ele juntos depois do casamento. Talvez isso o incentive,” Alexandre acrescentou.
Chuva respirou fundo e se virou para ele, seus olhos cheios de preocupação. “Há mais que preciso lhe contar,” ela começou gentilmente.