Casamento Surpresa com um Bilionário - Capítulo 436
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Capítulo 436: Cansado de Perder
Dentro da Instalação Correcional Feminina, Dina sentou-se na beirada de sua cama, os olhos inchados de tanto chorar. A notícia da morte de sua mãe, Sylvia, a desmoronou. Ela não esperava por isso, não dessa forma.
Sua mãe tinha sido a única que ficou. A única pessoa que nunca desistiu dela, mesmo quando Dina não tinha sido a melhor filha. Sylvia sempre a defendeu. E agora… ela se foi. Levou-a o incêndio.
Dina encarava o chão, o peso de sua perda pressionando seu peito como uma pedra pesada. Seu corpo inteiro estava dormente.
Um zumbido alto ecoou pelo corredor. Era hora de se reunir no pátio. Fungando, Dina rapidamente enxugou as lágrimas e levantou-se. Respirou fundo, tentando se recompor, então saiu de sua cela e juntou-se à fila de detentas indo para fora.
O som de assobios altos ecoou pelo pátio da Instalação Correcional Feminina.
“Enfileirem-se! Movam-se!” gritou uma das guardas, sua batuta batendo contra a palma da mão enquanto as detentas formavam filas para as tarefas diárias.
Dina se movia lentamente, ainda exausta de tanto chorar. Seus olhos estavam opacos, e seus membros pesados. Ela mal tocou na comida durante o café da manhã e agora lutava para se concentrar. Ela nem sequer reclamou quando foi designada para o serviço de lavanderia no pátio externo.
“Ei, anda logo!” latiu outra guarda enquanto Dina pegava um cesto de lençóis sujos e seguia a fila de mulheres.
Sua cabeça latejava, mas ela se forçou a continuar, arrastando os pés atrás das outras em direção à área de lavagem ao ar livre. Ela tentou se manter quieta e despercebida. Ela aprendeu que sempre tinha sido mais seguro assim. Ela não sabia mais em quem podia confiar.
Enquanto as outras detentas se ocupavam esfregando, enxaguando e torcendo as roupas, Dina encontrou um canto ao lado de uma das grandes tinas. Ela mergulhou as mãos e começou a lavar, mas sua mente voltou a sua mãe.
‘Eu até gritei com ela dois dias atrás,’ pensou. Ela mordeu o lábio para não chorar novamente.
“Psst.”
Dina ignorou a voz a princípio.
“Ei, imitadora.”
Seus olhos se levantaram. Duas detentas a observavam de uma curta distância, uma alta e forte, a outra com olhos afiados e um sorriso torcido.
“Você acha que chorar o dia todo faz as pessoas sentirem pena de você?” zombou a alta. “Você é uma desgraça. Ninguém vai te proteger agora que a mamãezinha está morta.”
Dina não disse nada e voltou a lavar, seu coração disparado. Ela sabia que era melhor não se envolver. Mas as duas mulheres começaram a caminhar em sua direção, uma estalando os dedos, enquanto a outra enfiava a mão na meia e puxava algo brilhante, algo afiado.
Dina se afastou, as mãos tremendo. “Me deixem em paz.”
“Não,” a baixinha sibilou. “Recebemos ordens.”
Então tudo aconteceu rápido demais.
A detenta alta avançou primeiro, agarrando o braço de Dina e torcendo-o para trás. Dina gritou de dor, mas antes que pudesse se soltar, a outra detenta ergueu a lâmina improvisada.
Dina gritou e tentou correr, mas a mulher alta a empurrou para o chão lamacento. A lâmina desceu rápido.
Mas então-
“Caiam fora!”
Aira, outra detenta com cabelo preto curto e braços tatuados, derrubou a atacante antes que a lâmina pudesse alcançar o peito de Dina. Elas rolaram na lama, lutando com força.
Dina tentou rastejar para longe, mas uma dor aguda queimou seu lado. Ela ainda tinha sido esfaqueada.
Sua visão ficou turva enquanto mais guardas corriam até elas. “Separem-se! No chão! Agora!”
Apitos soaram. Sirenes tocaram. Guardas prenderam as detentas e arrastaram as atacantes para longe.
Dina sentia seu corpo esfriar enquanto o sangue encharcava sua camisa. Ela apertava seu lado, a respiração rápida e superficial.
“É assim que tudo termina?” sussurrou fracamente.
Ela havia passado por tanta dor física, quase morte, e contratempos sem fim, mas nada nunca saiu como planejado. Tudo o que ela tentou falhou.
Tudo o que ela queria era tirar a Chuva de sua vida. Aquela mulher era um espinho em seu lado desde o dia em que nasceu. E agora… ela estava apenas cansada. Cansada de lutar. Cansada de perder. “Droga!” ela xingou antes de perder a consciência.
Mais tarde, na clínica da prisão, Dina estava deitada em um catre estreito, seu lado enfaixado firmemente. Ela estava dolorida e fraca, mas estável no momento em que abriu os olhos.
Ao lado dela, em outro catre, Aira estava sentada ereta, braços cruzados, parecendo completamente impassível, apesar dos hematomas se formando em sua bochecha.
“Você está bem?” Aira perguntou, olhando de lado.
Dina assentiu levemente. “Por que… por que você me ajudou?”
Aira sorriu. “Não fiz isso por diversão. Fui enviada para cuidar de você.”
Dina piscou. “O quê?”
“Há pessoas lá fora que querem garantir que você continue viva”, disse Aira, ajustando o cobertor sobre as pernas de Dina. “Você é uma testemunha chave em tudo que está acontecendo com aquela famosa Carla, afinal. Tenho certeza de que não sou a única que recebeu uma boa quantia de dinheiro para te manter segura.”
Ela se recostou com um encolher de ombros, seu tom casual apesar do peso de suas palavras. “Você provavelmente notou como seu tempo aqui foi… mais tranquilo que a maioria. Isso não é sorte. Mas acho que nem todos querem que você continue respirando.”
Então ela sorriu e acrescentou com um piscar de olho, “Ainda assim, o que importa é… vou ser bem paga por salvar sua vida.”
O rosto de Dina se contraiu levemente, seu peito apertando enquanto a porta se abria e o médico da prisão entrava.
“Isso será tudo,” o médico disse, gesticulando para Aira sair.
Aira fez uma saudação brincalhona para Dina e saiu, deixando Dina sozinha com o médico.
No momento em que a porta se fechou, o médico se virou para ela, a voz baixa e séria. “Tim Clayton quer você morta. William enviou uma mensagem para você.”
Dina piscou em confusão. “Do que você está falando?”
O médico se aproximou, colocando um envelope selado e um pequeno tablet na mesa ao lado de sua cama. “Você vai querer se sentar para isso.”
Ainda dolorida e fraca, Dina lentamente se levantou, estreitando os olhos. “Derrama.”
O médico abriu o envelope e entregou a ela alguns documentos impressos. “Carla é a filha biológica de Tim.”
“Que merda?!” Dina explodiu, sua voz ecoando na clínica. “Aquela vadia é a verdadeira filha do Tim?!”
O médico assentiu sombriamente, então tocou o tablet para reproduzir um vídeo. Imagens rolaram de Tim se encontrando com Carla em segredo… vídeos, clipes de vigilância, relatórios confidenciais.
“Tim manteve isso em segredo por anos, manipulando todos. Ele matou sua mãe.”
Dina encarou a tela, balançando a cabeça em descrença. “O incêndio…”
“Sim,” confirmou o médico. “Tim orquestrou o incêndio na mansão Clayton. Sylvia não sobreviveu. O segundo corpo encontrado ainda não foi identificado, mas William suspeita que tudo foi encenado. Tim está fingindo sua morte.”
Lágrimas ardiam novamente nos olhos de Dina, mas desta vez não era apenas tristeza… era raiva. “Ele assassinou minha mãe… e agora está se escondendo enquanto deixa todos pensarem que está morto?”
“O Lancaster está fazendo tudo o que podemos para rastreá-lo”, disse o médico. “Até lá, sua segurança é a prioridade nesta prisão. William deixou isso claro.”
Dina apertou a beirada do cobertor, sua voz baixa e trêmula. “Ele vai pagar por tudo.”
“Você precisa ficar viva primeiro. Descanse e deixaremos isso conosco,” disse o médico.