Capítulo 430: Desejos
Mesmo que Alexandre estivesse com a Chuva na maior parte do tempo, isso não o impedia de dar instruções e monitorar de perto a situação.
Ele confiava que o William lidaria bem com as coisas, mas conhecendo a astúcia da Carla, ele preferia ter um plano reserva. Ela já tinha feito muitos truques para escapar das consequências de suas ações, e ele não estava prestes a baixar a guarda agora.
“Sinto muito por isso, Clifford. Sei que você está ocupado com a sua lua de mel, mas eu não conseguia pensar em alguém melhor para o trabalho,” Alexandre disse pedindo desculpas ao telefone.
“Está tudo bem. Eu teria intervindo mesmo que você não tivesse ligado,” Clifford respondeu sem hesitação. “Qualquer um que tentar prejudicar a Chuva e a família dela também é meu inimigo. Obrigado por me manter informado. Não se preocupe, eu interceptarei tudo do meu lado e te retorno assim que tiver algo.”
Os dois homens discutiram a situação mais um pouco antes de Alexandre finalmente encerrar a chamada.
Ele permaneceu na varanda por algum tempo. Ele ainda tinha mais algumas ligações para fazer, mas ele não queria acordar a Chuva. Tanto quanto possível, ele queria protegê-la de tudo isso, especialmente quando envolvia o Tim e a Carla.
Uma vez que terminou, ele entrou silenciosamente de volta na suíte privada deles. Seu olhar se suavizou enquanto caminhava em direção à cama, onde a Chuva dormia tranquilamente. Um pequeno sorriso surgiu em seus lábios.
Ele ainda não havia contado a ela, por não querer preocupá-la desnecessariamente, mas fragmentos de suas memórias perdidas estavam começando a voltar. Amanhã, ele planejava ver um médico para garantir que estava em boa condição antes de compartilhar a boa notícia com ela.
Alexandre se sentou na cama e se inclinou para baixo, pressionando um beijo suave nos lábios da Chuva. “Obrigado por não desistir de mim,” ele murmurou, um sorriso contente surgindo em seus lábios.
A jornada deles juntos tinha sido inesperada, cheia de reviravoltas, mas de alguma forma, tudo tinha se encaixado. Houve desafios, momentos de dúvida, mas o amor que compartilhavam, e mais importante, seu comprometimento inabalável um com o outro, os manteve fortes.
Chuva mexeu-se, suas pálpebras se abrindo enquanto ela olhava para ele sonolenta. “Você ainda está acordado?” ela murmurou, sua voz sonolenta. Sem hesitar, ela envolveu os braços em volta do pescoço dele, puxando-o para mais perto em um abraço quente.
“Desculpe por ter te acordado,” ele murmurou contra o cabelo dela.
Ela enterrou o rosto na curva do pescoço dele, sua respiração quente contra a pele dele. “Eu acordei porque estou com fome,” ela admitiu em um sussurro sonolento. “Me levanta.”
Ele riu baixinho antes de movê-la para o seu colo, abraçando-a sem esforço. “Com fome, huh? O que você quer comer a essa hora?” ele provocou, sabendo muito bem que essa não era a primeira vez que ela acordava desejando algo.
Chuva fez beicinho, esfregando os olhos enquanto pensava por um momento. “Algo quente… talvez sopa?”
Alexandre olhou para o relógio, já passava da meia-noite. “Sopa? A essa hora?” ele perguntou, divertido.
Ela assentiu sonolenta, se aconchegando mais. “Mmm-hmm… e talvez algo um pouco doce na sopa também.”
“Você realmente é incrível, sabia disso?” Ele beijou o topo da cabeça dela antes de ligar para o serviço de quarto. Chuva sorriu contra o peito dele, sentindo seu calor e batimento cardíaco estável. “Você me ama mesmo assim,” ela provocou.
“Eu amo,” ele admitiu sem hesitação.
Alguns minutos depois, uma batida suave na porta sinalizou a chegada do pedido noturno deles. Alexandre cuidadosamente moveu Chuva do seu colo e foi buscar a bandeja. Ele a colocou na mesa pequena antes de voltar para pegá-la sem esforço, carregando-a até o sofá.
Ela riu. “Eu sei andar, sabia.”
“Eu sei,” ele disse com arrogância, “mas onde está a diversão nisso?”
Ele a colocou gentilmente no sofá e destampou os pratos, sopa de abóbora quente, pão fresco e uma fatia de bolo de chocolate. Os olhos de Chuva brilharam.
“Isso está perfeito!” ela exclamou feliz, pegando a colher.
Alexandre se sentou ao lado dela, observando enquanto ela dava a primeira mordida. “Você tem os desejos mais estranhos,” ele refletiu.
Chuva tomou um gole da sopa quente, suspirando satisfeita. “Mmm… isso é muito bom.” Ela mergulhou um pedaço de pão no caldo antes de dar uma mordida.
Alexandre a observou com um sorriso carinhoso. “Você sabe, seus desejos continuam mudando. Primeiro, era tudo sobre sopa ácida, e agora de repente você quer algo doce. Será que nosso pequeno aqui está mexendo com suas preferências?” Ele repousou uma mão de maneira suave em sua barriga, seu toque quente e protetor.
Chuva riu, colocando a mão sobre a dele. “Eu acho que sim. Um dia é ácido, no outro é doce… nosso bebê já é imprevisível.”
Alexandre sorriu maliciosamente. “Assim como você.”
Ela o cutucou brincando. “Ei! Você está dizendo que eu sou difícil?”
Ele riu. “Estou dizendo que você é cheia de surpresas, e eu amo isso em você.” Seu polegar acariciou suavemente o dorso da mão dela. “Você acha que é menino ou menina?”
Os olhos de Chuva brilharam enquanto ela colocava a mão sobre a barriga, sentindo a quentura de sua palma contra ela. “Talvez… os dois,” ela sussurrou com um sorriso suave.
O sorriso de Alexandre se alargou. “Você quer dizer, duas pequenas surpresas?” Sua voz estava cheia de admiração, como se ele ainda não conseguisse acreditar.
Ela assentiu. “O médico disse que são dois sacos… Vamos ter gêmeos, Alexandre.”
Ele soltou uma risada abafada, balançando a cabeça em deslumbramento. “Dois bebês de uma só vez. Ainda não consigo entender isso.” Sua empolgação era inegável, e ele não conseguia deixar de imaginar duas pequenas versões da Chuva, uma tão fervorosa, a outra tão doce.
Chuva mordeu o lábio, observando as emoções se alternarem no rosto dele. “Ainda não contamos a ninguém… Eu queria ter certeza de que tudo estava bem antes.”
Ele segurou o rosto dela, levantando seu queixo para que ela pudesse ver a pura adoração em seus olhos. “Não importa o quê, estamos nisto juntos. E quando contarmos, será a melhor notícia de todas.”
Ela exalou suavemente, se inclinando para o toque dele. “Espero que eles fiquem tão animados quanto nós.”
Alexandre sorriu maliciosamente. “Ah, eles vão ficar. Mas primeiro, vamos focar em garantir que a mãe deles obtenha tudo o que deseja.” Ele alcançou outro pedaço de comida e o levou até os lábios dela. “Aqui. Nossos pequenos precisam de força.”
Chuva sorriu, seu coração cheio. “Mal posso esperar para conhecê-los.”
“Eu também,” Alexandre murmurou, encostando sua testa na dela. “Mas até lá, acho que vou ter que lidar com seus desejos de madrugada.”
Ela riu. “Você adora.”
“Eu te amo,” ele corrigiu, antes de roubar um rápido beijo.