Capítulo 423: Seu Segredo
No Aeroporto de Nepthal
“Merda!” Renzo praguejou enquanto tentava discar o número de Arlan, mas não obtinha resposta. Ele estava no aeroporto, pronto para embarcar no primeiro voo para Lamey para falar pessoalmente com Arlan e informá-lo do que havia acontecido com Carla. Ele ainda não conseguia acreditar como o homem não havia feito nada até agora, nem mesmo divulgado um comunicado a favor de Carla.
Ele já havia ido à Casa Branca, mas ninguém o atendeu quando pediu para ver o presidente. Disseram que o presidente ainda estava fraco e não podia aceitar visitantes no momento.
“Não posso acreditar que isso está acontecendo! Eu tenho que salvar Carla”, ele murmurou em voz baixa.
“Gerente Renzo!”
Ele se assustou ao ouvir uma voz familiar, era um repórter. Apesar de estar usando uma máscara facial, um boné e óculos escuros, alguém ainda o reconheceu.
Muitos na mídia e nas emissoras de televisão tinham procurado ele para uma entrevista exclusiva, mas ele se recusou a enfrentá-los. Em vez disso, deixou que sua equipe transmitisse que nenhuma das acusações era verdadeira e que Carla era inocente.
Renzo apertou o maxilar e apressou o passo, tentando evitar o número crescente de repórteres que se aglomeravam em sua direção. Câmeras piscavam e microfones eram empurrados na sua direção enquanto jornalistas disparavam perguntas.
“Gerente Renzo, você tem algum comunicado oficial sobre o caso da Carla?”
“É verdade que novas provas surgiram provando sua culpa?”
“Por que Arlan Lancaster não se pronunciou a favor de Carla? Ele a abandonou?”
A pegada de Renzo no seu celular se intensificou. A última pergunta doeu mais. Ele se recusou a acreditar que Arlan tinha completamente virado as costas para Carla. Tinha que haver um motivo para seu silêncio, algo que ele ainda não estava vendo. Carla era sua única filha!
“Sem comentários”, ele murmurou, mantendo a cabeça baixa enquanto se esforçava para passar pela multidão.
O pessoal de segurança do aeroporto finalmente interveio, criando um caminho para ele. Ele exalou bruscamente enquanto alcançava o lounge VIP, onde pelo menos poderia recuperar o fôlego. Seu coração batia forte com frustração.
Enquanto ele se afundava em um assento de couro, seu celular vibrou na sua mão. A tela exibia Número Desconhecido.
Renzo hesitou antes de atender. “Quem é?”
Uma voz baixa e composta falou do outro lado da linha. “Você quer salvar Carla, não é?”
Renzo ficou rígido. “Quem diabos é você?”
A voz se manteve calma. “Isso não importa. O que importa é que eu posso ajudar você. A verdadeira questão é, até onde você está disposto a ir?”
A pegada de Renzo no telefone se intensificou. Sua pulsação aumentou. “Se você tem algo a dizer, vá direto ao ponto.”
“Diga-me primeiro, Renzo, o quanto você quer salvar ela?”
Renzo engoliu em seco, sua mente acelerada. Tudo nele gritava que isso era perigoso. Mas ele tinha escolha? Ele não abandonaria Carla. Ele a amava e faria qualquer coisa por ela!
“O que exatamente você está oferecendo?” ele perguntou, sua voz tensa.
A linha ficou em silêncio por um segundo antes do homem responder, “Um jeito de salvar Carla. Mas primeiro, você precisa decidir, você está disposto a fazer o que for necessário?”
Renzo fechou os olhos brevemente, exalando bruscamente. Ele já sabia a resposta.
*****
Na Mansão Clayton
Sylvia estava soluçando muito enquanto esperava pela chegada de Tim. Ela tinha ido ao hospital, mas ele não estava lá. Ela tentou ligar para o número dele, mas só chamava.
“Madama, o Senhor Tim acabou de chegar. Ele foi direto para o escritório dele,” um servo rapidamente informou-a.
Sem perder um momento, Sylvia correu para o escritório. Tim estava em pé ao lado da janela, olhando para fora enquanto o sol se punha no horizonte.
Sylvia ajoelhou-se diante dele, suplicando. “Tim, por favor… por favor faça alguma coisa! Dina é tudo o que tenho. Não posso perdê-la. Por favor, tire ela daquela prisão.”
Tim se virou para ela com um olhar frio. “Ela não já saiu da prisão uma vez? E ainda assim, ela falhou e foi pega novamente.” Sua voz era afiada, final. “Sua filha está além de ser salva.”
As mãos de Sylvia tremiam enquanto ela segurava a barra do casaco de Tim, suas lágrimas encharcando o tecido. “Não… Não, Tim, você não pode dizer isso! Ela é minha filha! Ela pode não ser do seu sangue, mas ela fez tudo o que você queria! Dina fez tudo só para te agradar, Tim!” ela chorou.
A expressão de Tim permaneceu fria, imune aos seus apelos desesperados. “E veja onde isso a levou,” ele disse incisivamente. “Tentar me agradar não apaga seus crimes, Sylvia. Ela fez suas escolhas, e agora ela precisa enfrentar as consequências.”
Sylvia balançou a cabeça furiosamente, agarrando o casaco dele mais firme. “Não! Você não tem o direito de virar as costas para ela agora! Você a treinou, moldou ela no que ela é hoje. Ela fez tudo por você, por nós! Você a deve, Tim!”
Tim puxou seu casaco de suas mãos, perdendo a paciência. “Eu não lhe devo nada,” ele disse firmemente. “Eu dei a ela todas as oportunidades de ir embora, mas ela continuou cavando sua própria cova. Agora, ela está em uma situação que nem mesmo eu posso consertar.”
A respiração de Sylvia estava irregular, sua visão embaçada pelas lágrimas. “Então é isso? Você vai simplesmente deixá-la morrer?”
A mandíbula de Tim se apertou, seu silêncio respondendo por ele.
Sylvia deu um passo trêmulo para trás, encarando o homem em quem ela uma vez confiou com tudo. “Você é um monstro,” ela sussurrou.
Os olhos de Tim escureceram, mas ele não disse nada.
“Você… Se você se recusa a salvar Dina, então eu não tenho mais razão para guardar seu segredo. Eu vou contar a verdade para-”
As palavras de Sylvia foram cortadas quando a mão de Tim disparou, envolvendo seu pescoço em um aperto esmagador. Ela ofegou, os olhos arregalados de choque enquanto arranhava o pulso dele, lutando por ar.
A visão de Sylvia ficou embaçada enquanto ela ofegava por ar, suas unhas cravando no pulso de Tim numa tentativa desesperada de se libertar. Seu aperto foi implacável, seus olhos escuros com fúria.
“Você pensa que pode me ameaçar?” Tim sibilou, sua voz perigosamente baixa. “Depois de tudo o que eu fiz por você?”
As pernas de Sylvia tremeram, seu corpo enfraquecendo enquanto ela sussurrava com dificuldade. “Tim… por favor…”
Mas não havia misericórdia em sua expressão. Ele apertou o aperto, inclinando-se para perto. “Você deveria saber melhor do que me testar, Sylvia. Se você sequer pensar em abrir a boca, você não viverá o suficiente para se arrepender.”