Casamento indesejado: Querida, chega de divórcio! - Capítulo 294

294: Proteja-me 294: Proteja-me “Você pode fazer o que quiser, desde que seja o que goste de fazer. Não vou te impedir”, respondeu Wendy, acariciando a cabeça de Jake. Ela era, afinal, uma mãe democrática.

“Hmm…” Absorto em pensamentos, Jake perguntou novamente: “E se o que eu quero fazer é algo que você detesta? Ou se, como o vovô, vocês não tiverem ninguém para seguir seus passos como designer? O que vocês vão fazer se, no futuro, nem Leah nem eu tivermos interesse em assumir o negócio da família?”

“Então teremos que ter outro filho”, respondeu Michael com uma risada. “E se o terceiro filho também não quiser nos suceder, teremos outro. Poderíamos continuar tendo mais filhos até que, eventualmente, haverá alguém disposto a assumir o negócio da família.”

“Michael!” Com um olhar severo, Wendy repreendeu-o em voz baixa: “Fale por você! Quem vai ter mais filhos com você?!”

“Hahaha…” O humor de Michael melhorou consideravelmente quando notou o constrangimento de Wendy.

“Estou só brincando”, disse Michael para Jake. “Compartilho a mesma opinião que sua mamãe. Você pode escolher qualquer profissão que quiser, desde que não seja imoral, criminosa ou prejudicial à sociedade. Você tem nosso total apoio.”

“E se casarmos com alguém que vocês não gostam?” Apesar de sua pouca idade, Jake estava ciente de quanto Winnie desgostava de Wendy, sua nora.

Foi o desgosto por Wendy que causou tanta agitação na família.

Wendy e Michael ficaram surpresos com as perguntas de Jake.

Em geral, ele raramente tocava nesses assuntos.

“Ei, garoto, quantos anos você tem, hein? E já fazendo essas perguntas?”, provocou Wendy.

“Só estou perguntando”, respondeu Jake.

“Está bem, já que você perguntou, vou te dizer qual é a minha posição sobre isso.” O tom de Wendy tornou-se um pouco mais sério enquanto continuava: “Enquanto o cônjuge que escolheu para si mesmo tiver valores decentes e for de bom caráter, não usarei sua família, social ou econômico como desculpa para se opor à sua escolha”.

“Se ao menos a vovó fosse tão mente aberta como você é”, murmurou Jake, insatisfeito, olhando para baixo.

Michael e Wendy se olharam naquele momento.

Instantaneamente, a atmosfera ficou sombria.

Leah, no entanto, simplesmente olhava interrogativa para eles com seus olhos grandes e redondos.

Ela não entendia do que se tratava a conversa deles.

Pouco depois, eles chegaram ao aeroporto.

Depois de saírem do carro, Wendy os levou até onde Jill havia dito que estaria esperando.

Conforme esperado, viram Timothy de cara feia saindo do saguão de desembarque do aeroporto, segurando Jill pela mão e dizendo: “Você pode esquecer de voltar para a Cidade do Lago. Preste atenção. Não me importo com o que você quer. Você deve permanecer na Cidade de Rheinsville.

“A partir de amanhã, vou designar alguém para te ensinar sobre design. Se não apresentar resultados, pode esquecer de sair de casa, muito menos viajar para fora da Cidade de Rheinsville!”

“Você percebe que isso é prisão domiciliar ilegal?” Jill protestou com raiva. De temperamento forte por natureza, ela nunca se intimidou com seu pai e nunca se acovardou diante dele.

Sabendo que agir de maneira submissa também não funcionaria com ele, ela continuou desafiadoramente: “Faça isso comigo e vou chamar a polícia!”

“Chamar a polícia? Claro, isso só se você conseguir pegar um telefone para fazer essa ligação!”

Timothy retrucou.

“Wendy!” Vendo Wendy caminhando em sua direção, os olhos de Jill se iluminaram com esperança. Enquanto lutava em vão para se soltar de Timothy, ela olhava desamparada para Wendy, implorando: “Me ajude, por favor. Meu pai está planejando me prender!”

“Ah, bom, Corinne, você está aqui”, disse Timothy, ainda segurando a mão de Jill. “Venha e me ajude a levá-la para casa. Não posso deixar que ela escape novamente.”

“Timothy…” Wendy pretendia falar em defesa de Jill, mas parou no meio da frase, percebendo que Timothy não deixaria Jill ir, independentemente do que ela dissesse.

Com esse pensamento, ela disse, em vez disso: “Tudo bem. Vou ajudá-la a levar para casa.”

Wendy estendeu a mão, planejando puxar Jill para o seu lado.

Porém, como ela havia se solidarizado anteriormente com Jill, Timothy não confiava nela.

De fato, ela até mesmo tinha falado em defesa de Jill.

Wendy estava se sentindo um pouco constrangida por não conseguir puxar Jill para o seu lado.

Sorrindo, ela sugeriu: “Por que você não deixa Jill seguir seu próprio caminho?

“Vamos dar um prazo para ela, digamos, três anos. Se três anos for muito tempo, então dois anos.

“Se ela não conseguir se destacar como cantora nos próximos dois anos, então ela deve voltar. De qualquer maneira, ela tem vinte e quatro anos agora e teria apenas vinte e seis anos até então.

“Tendo falhado, ela perceberia que seu sonho era insustentável e estaria mais aberta e disposta a aprender a ser designer.

“Seria um cenário melhor do que forçá-la a aprender design quando seu coração não está nisso.

“Além disso, você realmente está planejando trancá-la em casa?”

“Eu sabia que você ficaria do lado dela nisso”, disse Timothy, um pouco aborrecido.

“Já conversei com você sobre isso em muitas ocasiões, e achei que você entendia o motivo. Estou muito decepcionado que você não está me apoiando nisso.”

“Não é que eu não te apoie, mas Jill gosta de cantar”
Wendy segurou seus dois filhos pelas mãos e lembrou a conversa no carro mais cedo. Ela disse a Timothy: “Jake me perguntou mais cedo sobre o que faríamos se ele escolhesse uma profissão que não gostássemos. Minha resposta foi que, desde que fosse uma profissão que não causasse danos ou prejuízos à sociedade, eles teriam meu total apoio.”

“É diferente”, rebateu Timothy. “Essas crianças ainda são muito jovens.”

“Mas como é diferente? Você foi quem sempre forçou Jill a te suceder. Mas isso não é algo que ela queira fazer.”

Naquele momento, Jill balançou a cabeça vigorosamente.

“Vovô, por favor, deixe a Tia Jill seguir seu amor pela música”, disse Jake, dando um passo à frente e olhando para Timothy. “Você já ouviu ela cantar?”

Claro, Timothy já tinha ouvido sua filha cantar. Apenas não tinha realmente pensado sobre o quão boa ela era nisso.

Por nenhuma outra razão além de não querer que ela fosse cantora.

“Ela canta muito bem”, acrescentou Jake.

“Vovô, por favor, deixe a Tia Jill cantar”, disse Leah, também dando um passo à frente e intercedendo em nome de Jill.

Michael ficou ao lado, sem dizer nada.

Em uma situação como essa, ele decidiu que seria inadequado para ele – um estranho – ter uma opinião.

“O que é isso?” Timothy perguntou com raiva. “Estão todos contra mim? Estou errado em fazê-la aprender design? Já fiz planos e abri portas para ela.

Uma vez que ela aprenda design, ela pode esperar uma carreira próspera.

“Você tem noção de como é a indústria do entretenimento? Tentar se destacar como cantora não é fácil!”

“E você está absolutamente certo, mas Jill quer cantar”, rebateu Wendy. Com os lábios apertados, ela pensou em como ajudar Jill. No silêncio que se seguiu, ela viu Jill olhando esperançosamente para ela e, tomando uma respiração profunda, disse: “Vamos fazer assim. Dê a Jill dois anos.

“Eu vou pegar todos os novos projetos da HG. Mas não vou continuar na HG.

“Em um mês, eu teria estabelecido as bases para este projeto, após o qual voltarei para a Cidade do Lago e continuarei trabalhando nele de lá. Prometo que a nova série será lançada conforme planejado.”

“Você está me ameaçando?” Timothy não acreditou nisso. Além de sua própria filha, sua afilhada também estava dando trabalho a ele.

“Não, Timothy, não estou te ameaçando. Só espero que você dê uma chance a Jill”, Wendy respondeu.

Respirando fundo, ela continuou: “É muito difícil ter que desistir de algo que se ama. Você não concorda que é por causa do nosso amor e paixão pelo design que conseguimos chegar até aqui? E já que Jill ama cantar, devemos permitir que ela faça isso.”

“Vamos lá, Vovô. Deixe a Tia Jill tentar por si mesma”, Jake insistiu, retomando imediatamente após as palavras de sua mãe.

“Ah, vovô…” Leah se adiantou e puxou a manga da camisa de Timothy, balançando-a suavemente. “Como eu amo dançar, falei para a Tia Jill que ela deveria cantar e eu dançaria em suas músicas. Mamãe com certeza não vai me impedir se eu quiser ser dançarina no futuro. Então, por que você não deixa a Tia Jill ser cantora, tá bom?”

Com Wendy e seus dois filhos falando em defesa de Jill, Timothy começou a vacilar.

Por que todos estavam tentando dissuadi-lo de impedir Jill de se tornar cantora?

Estava realmente errado aqui?

Mas, de novo, ele só estava cuidando de Jill, garantindo que seu futuro estivesse seguro.

A indústria do entretenimento era composta por todos os tipos de pessoas de todos os lugares e com diferentes origens. Não havia como saber que tipo de pessoa Jill, por conta própria e sem sua proteção, acabaria encontrando.

Por outro lado, se ela fizesse o que lhe foi dito e ficasse ao seu lado se concentrando no estudo de design, seu futuro deveria ser tranquilo.

Além disso, em um ou dois anos, ele encontraria um marido adequado para ela; assim, ela estaria pronta e poderia aproveitar a vida sem preocupações.

Então, por que ela tinha que se aventurar e tentar construir uma carreira?

Wendy percebeu que Timothy parecia pensativo, como se estivesse atolado em um dilema e tentando descobrir algo.

Aproveitando a oportunidade, ela alcançou furtivamente e puxou Jill para longe de Timothy, para o seu lado.

Timothy saiu de seu transe e imediatamente tentou puxar Jill de volta.

No entanto, Jill, que estava decidida a não ir para casa com ele, rapidamente se escondeu atrás de Wendy.

“Muito obrigada, Wendy”, sussurrou Jill. “Meu passaporte e cartão de identidade estão na mochila do meu pai. Distraia-o e me proteja enquanto eu os pego.”

A verdade é que Wendy estava bastante relutante em ajudar Jill a desafiar seu pai.

No entanto, lembrando-se de que Jill havia sido arrastada à força de volta para casa por Timothy, ela pôde entender sua frustração.

Se ela fosse forçada a desistir de ser designer e entrar na indústria do entretenimento como cantora, também ficaria louca.

É por isso que ela conseguia entender como Jill se sentia.

Bem baixinho, ela fez um som para reconhecer o pedido de Jill.

Apesar de ser apenas um som suave, Jill ouviu sua resposta.

“Desculpe, Timothy, realmente não é minha intenção te contrariar”, Wendy pediu desculpas novamente. “Só espero que você dê uma chance a Jill ou, pelo menos, tente se colocar no lugar dela. Como você se sentiria se fosse forçado a desistir de ser designer e aprendesse outras habilidades? Você se submeteria de bom grado?”

Enquanto falava, ela gesticulava muito sutilmente com a mão atrás das costas, sinalizando para Jill encontrar uma oportunidade de pegar seu passaporte e cartão de identidade.

“Eu tenho cinquenta anos”, começou Timothy. “Durante os meus vinte anos, se minha família tivesse um tipo diferente de negócio e pudesse me dar apoio absoluto na minha carreira, eu não teria ido estudar design.

“O interesse sempre pode ser cultivado. Jill está resistindo tão fortemente porque não está disposta a fazer o esforço.”

“Os tempos mudaram, Timothy. Na sua geração, você não tinha o direito de escolher, mas agora, Jill tem esse direito”, Wendy rebateu. Pelo canto do olho, ela pôde ver que Jill já havia se aproximado sorrateiramente de Timothy.

E a bolsa a que Jill se referia – aquela que continha seu passaporte e cartão de identidade – era na verdade a mochila de Timothy.

Se ela fosse pegar seus documentos na mochila dele, teriam que fazer algo para distrair Timothy.