Casamento de Conveniência com o Alfa Snow - Capítulo 73
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73: Provocada 73: Provocada **************
CAPÍTULO 73
~POV de Snow~
“Você é a guerreira mais feroz que conheço. Você não precisa dele, e Storm também não. Ele tem a gente—ele tem Snow. Esse garoto vai ser um grande alfa por sua causa, não por causa de algum covarde que tem medo demais da sua família.”
Senti um nó se apertar no meu peito enquanto os observava. As palavras de Tempestade me atingiram mais forte do que eu esperava, e eu sabia que ela estava certa.
Storm tinha tudo que ele precisava—ele tinha todos nós—mas vendo Aira, percebendo a profundidade de sua dor, entendi por que ela lutava para deixar ir.
Suspirei, prestes a partir, para lhes dar privacidade, quando a voz de Tempestade de repente chamou. “Snow!”
Parei, praguejando baixo antes de me virar para encará-los. Mantendo meus ombros retos, sorri para eles.
Os olhos de ambos estavam fixos em minha direção. A expressão de Tempestade era firme, enquanto o rosto banhado em lágrimas de Aira mostrava uma mistura de constrangimento e vulnerabilidade.
Cheguei perto, com as mãos ainda nos bolsos, sem saber o que dizer.
“Vem,” disse Tempestade suavemente. “Ela também precisa ouvir isso de você.”
Soltei um suspiro, sabendo o que ela queria dizer. Olhei para Aira, seus olhos vermelhos e inchados de chorar, seu corpo todo tremendo sob o peso de suas emoções.
Sem dizer uma palavra, empurrei Glacier para a frente, deixando-o assumir o controle por um momento para mostrar a ela que não estava sozinha. “Aira,” minha voz saiu suavemente através da conexão mental, “Você é minha irmã, e sabe que eu nunca deixaria ninguém machucar você e sair impune. Aquele desgraçado vai pagar pelo que fez a você. Isso é uma promessa.”
O fôlego de Aira se interrompeu, seus olhos se fixaram nos meus, mas ela não se afastou. Eu podia ver a dor, a descrença em seu olhar, e o mais leve lampejo de esperança.
“Mais do que isso,” continuei, “lembre-se de quem você é. Você é Aira Zephyr, uma alfa guerreira. Forte, feroz e inatingível. Ninguém pode tirar isso de você—não ele, não ninguém.”
Os lábios de Aira tremiam enquanto ela tentava segurar as lágrimas, e eu podia ver o conflito em seus olhos—a batalha entre se agarrar e soltar.
A mão de Tempestade encontrou a de Aira e apertou suavemente. “Ele está certo, Aira. Você é mais do que ele fez você sentir. Lembre-se, Storm não precisa dele—nunca precisou. Você foi tudo para aquele menino, e Snow também.”
Aira engoliu em seco, lágrimas frescas escorrendo por suas bochechas, mas desta vez, uma resolução estava crescendo dentro dela—uma força enterrada sob anos de dor. “Eu… Eu quero ser mais forte,” ela sussurrou. “Pelo Storm. Por mim.”
Tempestade sorriu suavemente, puxando Aira para um abraço apertado. “Você já é, Aira. Só precisa acreditar nisso.”
“Aqui está minha promessa. Eu vou me vingar por você, Aira. Ninguém toca um Zephyr e sai impune. Agora não, nunca.”
Enquanto os observava, meu coração estava aliviado. Ver Aira assim doía e assistir ela encontrar sua força novamente—era tudo.
Enquanto se abraçavam, virei-me para partir, pronto para lhes dar o espaço que precisavam, mas a voz de Tempestade me parou mais uma vez.
“Você não vai a lugar nenhum,” ela disse firmemente. “Fique. Agora, mais do que nunca, Aira precisa de todos nós.”
“Bem, os anciãos não vão querer ser deixados esperando.”
“E você é o alfa,” desafiou Tempestade.
Eu sabia o que ela queria dizer, e essa era a verdade. Eu liderava a maior matilha do país.
“Certo. Você venceu. Eu fico,” concordei, relaxando meus ombros. “Mas sobre o que devemos conversar para ajudar Aira?”
Os olhos de Tempestade se arregalaram de novo, como se de repente percebesse algo. “Que tal falarmos sobre sua companheira? Ela é muito fofa. A forma como vocês se olham… é bastante óbvio. Você a ama, não ama, irmão?”
Parei, as palavras me pegando de surpresa. Uma parte de mim queria negar—negar qualquer sentimento por Zara. Mas, no fundo, eu sabia a verdade. E Glacier também.
Estou ferrado.
Os olhos de Aira pareceram seguir Tempestade na realização, e ela me deu aquele sorriso de cumplicidade. “Aposto que sim,” ela respondeu.
Quase imediatamente, parecia que toda a dor e tristeza anterior dela eram jogadas pela janela quando o foco não estava mais nela. E, por mais que eu não gostasse disso, eu estava feliz por vê-la se animando de novo, algo que só Tempestade sabia como fazer.
“Ouvi dizer que o casamento foi repentino por causa do papai, mas vendo vocês dois, Snow, não parece assim. Sim, ela fica com ciúmes às vezes, mas acredito que ela está se apaixonando por você, Snow.”
Tempestade fez um som feliz e falou novamente, “E nem nos fale desses chupões. Caralho, vocês foram selvagens na cama ontem à noite. Eu quase não consegui dormir e isso despertou o lado selvagem da Outono e… Mandou bem, irmão.”
Senti meu rosto arder de calor enquanto o queixo de Aira caía. Tempestade riu, tapou a boca e piscou para sua irmã gêmea. “Ops, falei isso em voz alta?”
“Você é incorrigível, Tempestade,” murmurei, balançando a cabeça.
“Ah, qual é. Não seja tão estraga-prazeres. Se não fosse por esses chupões, você teria sido um péssimo mentiroso. Você deveria me agradecer por ser uma irmã tão boa.”
“Sim. Eu agradecerei, logo depois que você contar como acalmou a Outono ontem ou alguém te ajudou com isso?”
Aira foi a mais chocada e não pude conter o sorriso que apareceu em meus lábios.
“Quem foi o sortudo em quem você pulou ontem à noite?”
Entre os três irmãos, Aira foi a única a encontrar seu companheiro e mesmo assim de uma forma amaldiçoada. Tempestade e eu, mesmo depois de vários anos, não encontramos.
A essa altura, aprendemos a viver com isso. E diferente de sua irmã gêmea, ela não estava tão interessada em casar ou ficar presa a algum companheiro. Ela prosperava em tantas coisas.
“Sai fora… Do que você está falando?” Aira riu enquanto se voltava para sua irmã gêmea. “Mas é verdade?” Aira piscou quando o rubor de Tempestade se aprofundou e ela de repente riu, virando os quadris de lado a lado como uma adolescente fofa.
“Cai fora, é verdade mesmo, Tempestade. Você deixou Outono solta e aquele jovem inocente que você estava de olho?”
“Ele é um guerreiro imponente. Eu só precisava desabafar e…”
“Você procurou uma presa,” interrompi.
Os cílios dela trepidaram inocentemente. “Bem… ele não parecia se importar com a perseguição e você me conhece. Eu não resisti. Ele é fofo.”
“Mas de jeito nenhum está no seu nível, irmã,” Aira a lembrou. “É só um choque o pai ainda não ter te casado.”
Tempestade revirou os olhos para ela. “Talvez ele devesse começar por você,” provocou de volta.
Ui, nenhum homem quer o filho de outro homem. Então, nah, estou bem. Eu tenho meu Storm.”
“E você precisa de um bom desabafo também,” argumentou Tempestade.
O rosto de Aira ficou vermelho e ela desviou o olhar. “Ainda não. Talvez quando for a hora certa.”
Tempestade não pareceu satisfeita com essa resposta.
Balancei a cabeça para elas. Lá vão elas de novo, agindo como um monte de jovens de 20 anos.
“Estou indo,” falei, interrompendo-as. “Estou atrasado e os anciãos vão me matar.”
Minha saída chamou a atenção de Tempestade. Deixando os ombros caírem, ela suspirou. “Bem, estaremos por aqui durante uma semana. Faremos isso de novo.”
“Ah sim, por favor!” Aira entrou na conversa, seu rosto se iluminando de alegria.
“Sim, por favor, Snowzinho,” Tempestade imitou e eu não pude evitar o riso que explodiu na minha garganta.
“Eu realmente tenho escolha?”
“Não.” Ambas as mulheres responderam simultaneamente.
“Viu só, o vínculo voltou, a conexão dos gêmeos está forte,” brincou Tempestade.
“Certo. Agora, se me dão licença, tenho uma reunião.”
“Vá lá. Vá. Nós faremos companhia para a senhora.”
Revirei os olhos, sem querer argumentar mais, mas preferi partir para a mansão principal. Eu tinha uma reunião com os anciãos da matilha, e apesar da minha relutância inicial, eu estava ansioso para terminar logo com isso.
Mas então, Tempestade virou-se para Aira e expressou seu desagrado. “Sim, sobre sua última declaração de conseguir um pouco de ação.”
Eu sabia que ela não estava bem com aquela resposta naquela hora e agora, Aira ia ouvir da sua irmã gêmea.
Justo quando Aira abriu a boca para dizer algo, uma terceira voz interrompeu.
“Aira!”
Todos viramos nossas cabeças na direção da voz, e reconheci imediatamente o lobo macho.
Era Koda, o beta da Alcateia do Leste.
Ele parecia um tanto desgrenhado, suas roupas amassadas e manchadas, e seu cabelo estava uma bagunça. Ele correu até Aira, ignorando o resto de nós, seu rosto cheio de preocupação.
“Aira! Onde você esteve?! Eu procurei por você em todo lugar! O que aconteceu? Onde você foi? Ele fez algo com você? Você está bem?”
Ele estendeu a mão para pegar as dela, e Aira recuou, um vislumbre de pânico e medo aparecendo em seus olhos.
“K-Koda… O que você está fazendo aqui?”
“O que eu estou fazendo aqui? Como assim? Você simplesmente desapareceu e ninguém pôde me dizer o que aconteceu com você. Quando os guardas não responderam, não tive outra escolha senão vir aqui eu mesmo procurar por você. Estive preocupado pra morrer!”
Ele estendeu a mão novamente, tentando tocá-la, e Aira recuou, empurrando sua mão para longe. “Não. Para, Koda. Apenas… volte.”