Casamento de Conveniência com o Alfa Snow - Capítulo 508
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Capítulo 508: Ajuda de Davion
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Gentilmente Aguarde
A expressão de Aira mudou instantaneamente. “Você verificou o escritório dela? A varanda dela? O jardim?”
“Em todos os lugares,” eu disse. “De cima a baixo. Procurei em cada quarto—nossa ala, a ala dela, o campo de treinamento, até mesmo a garagem. Eu não consigo sentir ela. Não através do vínculo. Nem sequer um traço.”
Os olhos de Tempestade se estreitaram. “E Astrid? Você pode senti-la através do lobo?”
Eu balancei a cabeça lentamente. “Nada. É como… se ela tivesse sido cortada.”
Zade se enrijeceu ao meu lado. “Ou escondida.”
“Por que ela se esconderia de você?” Aira perguntou, a voz um pouco tensa.
“Não sei,” eu murmurei. “Mas não acho que ela fez isso. Isso parece errado. Muito quieto. Muito limpo.”
Um silêncio se instalou ao nosso redor, pesado e frio.
“Certo,” Tempestade disse, avançando, o tom todo profissional agora. “Vamos nos espalhar. Verificar cada quarto novamente. Checar duas vezes as filmagens de segurança. Aira, chame Scott e os guardas. Certifique-se de que ninguém saiu da propriedade durante a noite.”
“Vou escanear o perímetro,” Zade disse, já se dirigindo para a porta.
Mas eu fiquei enraizada.
Meu peito parecia estar se fechando.
Zara tinha desaparecido.
E desta vez… eu não conseguia senti-la.
***
“Precisamos verificar as filmagens de segurança,” Aira disse de repente, estalando os dedos. “As câmeras. A propriedade está cheia delas. Se ela saiu—se algo aconteceu—vamos ver.”
Foi o suficiente.
Todos nos viramos juntos e apressamos em direção à ala oeste, onde a sala de controle de segurança estava escondida atrás de paredes reforçadas. Meus passos eram rápidos, frenéticos—muito altos nos pisos polidos. O silêncio do início da manhã tinha desaparecido agora, substituído por esse caos perturbador no meu peito que não me deixava respirar.
Zade já estava digitando códigos no teclado antes de chegarmos à porta. Ele apitou uma vez e então destravou com um suave suspiro.
A sala se iluminou quando as telas ganharam vida—doze painéis piscando com feeds marcados com data e hora de toda a propriedade.
“Comece pelo corredor do andar de cima,” Tempestade disse, movendo-se ao lado de Zade. “Ponto médio entre 3 e 5 da manhã.”
Eu avancei, meus olhos escaneando cada centímetro das telas, esperando para vê-la. Rezando para que ela tivesse apenas dado uma volta e voltado.
Então uma das câmeras capturou movimento.
“Ali,” Aira disse, apontando.
Minha respiração parou.
Zara.
Ela saiu do nosso quarto, descalça, vestida apenas com suas roupas de dormir—shorts de cetim curtos, uma camiseta larga, e seu longo roupão preto amarrado desajeitadamente ao redor dela. Ela parecia… cansada. Como se não tivesse dormido. Seus olhos estavam vazios, seu rosto ilegível.
“Ela está sozinha,” Tempestade sussurrou, olhos se estreitando.
A filmagem mostrou ela caminhando silenciosamente pelo corredor, descendo a escada.
“Mude para o corredor do térreo,” eu disse, a voz tensa.
Zade o fez, mudando para a câmera na base da escada.
Zara passou pela cozinha em seguida.
Outra funcionária estava lá—Mila, uma das novas empregadas—de pé na pia, bebendo água.
A mulher se endireitou no momento em que viu Zara e fez uma reverência.
Zara simplesmente levantou a mão em um aceno e continuou andando. Sem palavras. Sem sorriso. Sem hesitação.
“Para onde diabos ela está indo?” eu sussurrei.
Então o ângulo da câmera mudou novamente.
Ela alcançou o pátio dos fundos, empurrou a porta de vidro e desapareceu no caminho do jardim, seu roupão esvoaçando atrás dela.
Zade se aproximou.
Um carro. Um SUV preto estava logo além dos arbustos—faróis apagados, motor ligado. O motorista desceu, abriu a porta de trás, e ela entrou sem sequer olhar para trás.
O SUV se afastou, desaparecendo na noite.
O silêncio caiu na sala. Denso. Paralisante.
Meus punhos se cerraram lentamente, a descrença rasgando meu interior como garras.
“Ela se foi,” Aira disse suavemente. “Ela simplesmente… foi.”
“Não,” eu rosnei.
Tempestade se virou para mim. “Neve—”
“Não,” eu disse novamente, mais alto desta vez. Minha voz ecoou nas paredes.
Zade se voltou para a porta quando ouvimos passos rápidos se aproximando. Uma empregada entrou apressada, suas bochechas ruborizadas de pânico.
“Alfa! Eu—eu acabei de ver isso na porta da frente,” ela disse, estendendo um envelope dobrado. “Não—não estava lá antes. Eu juro!”
Eu arranquei das mãos dela.
Meu nome estava escrito na caligrafia dela. Da Zara.
Meus dedos tremiam levemente ao abri-lo. O papel era macio. Dobrado cuidadosamente. Cuidadosamente demais.
Meus olhos percorreram ele—e tudo dentro de mim se despedaçou.
Neve,
Eu não sei como fazer isso de outro jeito, e sinto muito por partir desta forma.
Mas tudo é esmagador.
Amar você sempre foi fácil. Mas viver esta vida… ser Luna, ser esperada para carregar seu filho, carregar um futuro que eu não tenho certeza se posso suportar—
Eu pensei que poderia fazer isso. Eu queria fazer isso. Por você.
Mas quando mencionaram um bebê ontem à noite, e todos me olharam como se já estivesse decidido… algo em mim quebrou.
Eu me lembrei da Vera. Lembrei do que aconteceu com ela. E lembrei que você não impediu.
Eu sei que não sou ela. Mas não consigo dissipar o medo de que, se eu ficar, me tornarei ela.
Por favor, não venha me procurar. Eu preciso de tempo. Eu preciso de espaço. Eu preciso ficar sozinha.
Eu amo você. Mas preciso me amar o suficiente para me afastar.
Perdoe-me.
Zara.
Eu encarei a carta.
As palavras queimavam.
Meus dedos se apertaram ao redor do papel até ele amassar sob meu aperto.
“Não… não, isso não está certo. Isso não é ela.”
Eu joguei a carta no chão com um rugido que abalou a sala. “Maldição!”
Tempestade correu, pegando-a rapidamente antes que eu pudesse rasgá-la.
Aira se ajoelhou ao lado dela, ambas lendo em silêncio atordoado.
“Eu não acredito nisso,” eu disse, andando agora. Meu peito subindo rápido demais, a respiração encurtada. “Isso não é como ela. Isso não é—”
“Ela escreveu,” Zade disse cautelosamente. “Você viu as imagens, Neve.”
“Ela se foi,” Aira acrescentou gentilmente. “Em seu próprio robe. Com seus próprios pés.”
Eu me virei para eles. “Depois de uma noite como aquela? Fizemos amor como se nossas almas estivessem se fundindo—como se fôssemos um só. Ela me beijou como se nunca fosse me deixar. E agora ela se foi?”
Minha garganta queimava. Eu nem tinha certeza se era de raiva ou de coração partido.
“As pessoas não fingem esse tipo de amor. Não a Zara. Não ela. Ela não é fraca. Ela não fugiria assim. Algo está errado.”