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Casamento de Conveniência com o Alfa Snow - Capítulo 505

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Capítulo 505: CCTV e Carta

****************

CAPÍTULO 505

~POV do Snow~

“Ela estava na cama comigo ontem à noite,” eu disse, mais para mim mesmo do que para eles. “Ela estava dormindo. Tranquila. Eu acordei… e ela tinha sumido.”

A expressão de Aira mudou instantaneamente. “Você checou o escritório dela? A varanda? O jardim?”

“Em todo lugar,” eu disse. “De cima a baixo. Eu procurei em cada quarto—nossa ala, a ala dela, o campo de treinamento, até mesmo a garagem. Não consigo senti-la. Nem pelo vínculo. Nem mesmo um traço.”

Os olhos de Tempestade se estreitaram. “E Astrid? Você pode senti-la através do lobo?”

Balancei a cabeça lentamente. “Nada. É como se… ela tivesse sido cortada.”

Zade se enrijeceu ao meu lado. “Ou escondida.”

“Por que ela se esconderia de você?” Aira perguntou, a voz um pouco tensa demais.

“Eu não sei,” murmurei. “Mas não acho que ela fez isso. Isso parece errado. Quieto demais. Limpo demais.”

Um silêncio se instalou ao nosso redor, pesado e frio.

“Tudo bem,” Tempestade disse, avançando, seu tom todo negócios agora. “Nós nos espalhamos. Verifiquem cada quarto novamente. Revisem as gravações de segurança. Aira, chame Scott e os guardas. Certifique-se de que ninguém saiu da mansão durante a noite.”

“Vou escanear o perímetro,” Zade disse, já se virando em direção à porta.

Mas eu fiquei enraizado.

Meu peito parecia que estava se fechando.

Zara tinha sumido.

E desta vez… eu não podia senti-la.

“Precisamos verificar as imagens de segurança,” Aira disse de repente, estalando os dedos. “As câmeras. A mansão está cheia delas. Se ela saiu—se algo aconteceu—nós veremos.”

Foi tudo o que bastou.

Todos nos viramos em uníssono e corremos em direção à ala oeste, onde a sala de controle de segurança estava escondida atrás de paredes reforçadas. Meus passos eram rápidos e frenéticos—altos demais nos pisos polidos. O silêncio do amanhecer se foi agora, substituído por esse caos devorador no meu peito que não me deixava respirar.

Zade já estava pressionando códigos no teclado antes de chegarmos à porta. Ele bipou uma vez, depois destrancou com um suave chiado.

A sala se iluminou quando as telas ganharam vida—doze painéis piscando com gravações de tempo de todo o prédio.

“Comece com o corredor do andar de cima,” Tempestade disse, movendo-se ao lado de Zade. “Ponto médio entre 3 e 5 da manhã.”

Dei um passo à frente, meus olhos escaneando cada centímetro daquelas telas, esperando vê-la. Rezando para que ela apenas tivesse saído para dar uma volta e voltado.

Então uma das câmeras capturou movimento.

“Ali,” Aira disse, apontando.

Minha respiração parou.

Zara.

Ela saiu do nosso quarto, descalça, vestida apenas com seu pijama—shorts curtos de cetim, uma camiseta folgada, e seu longo robe preto amarrado de qualquer jeito sobre ela.

Ela parecia… cansada. Como se não tivesse dormido, seus olhos estavam vazios, seu rosto ilegível.

“Ela está sozinha,” Tempestade sussurrou, olhos se estreitando.

A gravação mostrava ela caminhando silenciosamente pelo corredor, descendo a escadaria.

“Troque para o corredor do andar térreo,” eu disse, minha voz tensa.

Zade fez isso, mudando para a câmera na base das escadas.

Zara passou pela cozinha em seguida.

Outra funcionária, Mila, uma das empregadas mais novas, estava na pia, bebendo água.

A mulher se endireitou no momento em que viu Zara e fez uma reverência.

Zara apenas levantou a mão em um aceno e continuou andando. Sem palavras. Sem sorriso. Sem hesitação.

“Para onde diabos ela está indo?” eu sussurrei.

Então o ângulo da câmera mudou novamente.

Ela chegou ao pátio dos fundos, empurrou a porta de vidro e desapareceu no caminho do jardim, seu robe esvoaçando atrás dela.

Zade aproximou a imagem.

Um carro. Um SUV preto estava logo além das sebes—faróis apagados, motor ligado. O motorista saiu, abriu a porta de trás, e ela entrou sem nem olhar para trás.

O SUV se afastou, desaparecendo na noite.

O silêncio caiu na sala. Pesado. Paralisante.

Meus punhos se fecharam lentamente, a descrença rasgando meu interior como garras.

“Ela partiu,” Aira disse suavemente. “Ela simplesmente… partiu.”

“Não,” eu rosnei.

Tempestade virou-se para mim. “Snow—”

“Não,” eu disse novamente, mais alto desta vez. Minha voz ecoou nas paredes.

Zade virou-se para a porta quando ouvimos passos rápidos se aproximando. Uma empregada entrou apressada, suas bochechas vermelhas de pânico.

“Alfa! Eu—eu acabei de encontrar isso na porta da frente,” ela disse, segurando um envelope dobrado. “Não—não estava lá antes. Eu juro!”

Eu o arranquei de suas mãos.

Meu nome estava escrito na caligrafia dela. Da Zara.

Meus dedos tremiam ligeiramente enquanto eu o abria. O papel era suave. Dobrado cuidadosamente. Cuidadosamente demais.

Meus olhos percorreram o papel, e tudo dentro de mim se despedaçou.

Snow,

Eu não sei como fazer isso de outro modo, e sinto muito por partir assim.

Mas tudo é avassalador.

Te amar sempre foi fácil. Mas viver esta vida… ser Luna, ser esperada para carregar seu filho, para carregar um futuro que não tenho certeza se posso lidar—

Eu pensei que poderia fazer isso. Eu queria fazer isso. Por você.

Mas quando mencionaram um bebê ontem à noite, e todos me olharam como se já estivesse decidido… algo em mim se quebrou.

Eu lembrei de Vera. Eu lembrei do que aconteceu com ela. E eu lembrei que você não impediu.

Eu sei que não sou ela. Mas não consigo afastar o medo de que, se eu ficar, vou me tornar ela.

Por favor, não venha me procurar. Eu preciso de tempo. Eu preciso de espaço. Eu preciso ficar sozinha.

Eu te amo. Mas preciso me amar o suficiente para me afastar.

Me perdoe.

Zara.

Eu olhei para a carta.

As palavras queimavam.

Meus dedos apertavam o papel até ele amassar sob meu aperto.

“Não… não, isso não está certo. Isso não é ela.”

Eu joguei a carta no chão com um rugido que sacudiu a sala. “Droga!”

Tempestade correu, pegando-a rapidamente antes que eu pudesse rasgá-la.

Aira ajoelhou-se ao lado dela, ambas lendo em silêncio atordoado.

“Eu não acredito nisso,” eu disse, andando agora. Meu peito se levantava rápido demais, e minha respiração estava curta. “Isso não é do feitio dela. Isso não é—”

“Ela escreveu,” Zade disse cautelosamente. “Você viu as imagens, Snow.”

“Ela partiu,” Aira acrescentou gentilmente. “No robe dela. Pelos próprios pés.”

Eu me virei para eles. “Depois de uma noite como aquela? Fizemos amor como se nossas almas estivessem se fundindo—como se fôssemos um. Ela me beijou como se nunca fosse soltar. E agora ela se foi?”

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