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Casamento de Conveniência com o Alfa Snow - Capítulo 499

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Capítulo 499: Faltando

Por favor, aguarde. Tudo será resolvido amanhã.

****************

CAPÍTULO 496

O sol do fim da tarde mergulhava baixo por trás das altas árvores que cercavam o campo de treinamento central da matilha, lançando longas sombras douradas sobre a arena de sparring.

Eu estava na varanda do prédio de administração, prancheta em mãos, verificando os últimos pedidos de equipamentos e designações de tropas.

Meu lobo estava inquieto, andando de um lado para o outro dentro de mim como se sentisse que algo estava prestes a mudar.

E ela não estava errada.

“Ei.”

Virei-me ao ouvir a voz familiar e lá estava ele. Ryland. Vestido de forma casual com uma camiseta escura justa e jeans, sua postura habitual estava suavizada por um ar de algo mais — talvez nervosismo. Talvez esperança.

“Você está adiantado,” eu disse, sorrindo.

Ele deu de ombros com aquela confiança fácil dele, embora seus olhos me observassem atentamente. “Não queria arriscar chegar atrasado. Você poderia ter mudado de ideia.”

“Quase mudei.” Levantei uma sobrancelha de forma brincalhona, descendo da varanda. “Mas só porque pensei que você apareceria de terno e arruinaria o clima.”

Ele riu, ficando ao meu lado. “Deixei o terno para assuntos sérios. Isso… isso é outra coisa.”

“Outra coisa?” eu repeti, conduzindo o caminho para o caminho de cascalho que levava aos jardins. “Você está dizendo que não somos sérios, você e eu?”

“Somos,” Richard contrapôs instantaneamente.

“Certo…” Eu comentei, apreciando como ele se atrapalhava para encontrar as palavras certas.

Ele acenou com a cabeça depois de algum tempo, como se já tivesse encontrado a resposta que procurava. “Este é um começo para nós, e eu queria que você se sentisse confortável.”

Caminhamos em silêncio por um tempo, nossos passos esmagando as folhas caídas, o silêncio da floresta nos envolvendo. O ar cheirava a pinho e flores do início. Era pacífico, familiar — e estranhamente elétrico com ele ao meu lado.

Ryland quebrou o silêncio primeiro. “Estive pensando sobre o que você disse ontem.”

Eu não o olhei, mas diminui meus passos um pouco. “E?”

“Eu não quero que você se sinta como uma segunda opção. Você nunca foi. Eu apenas não tinha coragem suficiente para admitir onde estava meu coração até que deixei de lado o que estava me pesando.”

Aquilo me pegou. Parei e me virei para ele, olhos procurando. “Você realmente quer dizer isso?”

Ele se aproximou, encurtando a distância entre nós, sua voz baixando. “Com tudo em mim.”

Eu pisquei, surpresa pela emoção em seu tom. “Então… por que agora?”

Ryland sorriu gentilmente, passando o polegar pelo meu rosto como se tivesse medo de que eu desaparecesse. “Porque eu não quero que outro dia passe sem você saber como eu me sinto. E porque você é a pessoa em quem confio — mesmo quando eu não merecia.”

Ele enfiou a mão no bolso e tirou uma pequena caixa. Eu congelei.

“Não é um anel,” ele disse rapidamente, os lábios se contorcendo com minha expressão assustada. “Ainda não.”

Eu exalei, rindo. “Bom, eu estava prestes a entrar em pânico.”

Ele abriu a caixa para revelar um delicado pingente de prata — em forma de lua crescente envolvendo um cristal. “Isso me lembrou você. Força silenciosa. Beleza sem esforço. Luz na escuridão.”

Minha respiração ficou presa. Era simples, mas… pessoal. Perfeito.

“Quero te levar para sair, Crystal,” Ryland disse. “Não apenas hoje. De verdade. Um relacionamento adequado. Se você me aceitar.”

Eu o encarei, minha garganta de repente apertada. “Tem certeza?”

“Nunca estive tão certo de nada.”

Peguei o colar com dedos trêmulos, depois encontrei seu olhar. “Ok, Ryland. Você está dentro.”

Ele sorriu e ofereceu seu braço. “Vamos?”

Caminhamos juntos pela noite — eu com um novo colar em volta do pescoço e ele com um sorriso quieto que não deixava seu rosto desde que eu disse sim.

E em algum lugar profundo dentro de mim, meu lobo exalou de contentamento.

Talvez desta vez, eu finalmente tivesse encontrado aquele que não iria embora.

******************

~POV do Snow

O céu da manhã estendia-se sobre a propriedade de Draven como uma tela de seda azul pálido, salpicada com nuvens suaves. Era cedo, mas não silencioso. Guerreiros moviam-se com intenção, o pátio cheio de preparativos enquanto Draven, Zeno, Alexander e eu nos preparávamos para partir. A fase final da nossa jornada havia chegado.

Alfa Alexandre estava de pé ao lado do terraço aberto, seu cabelo grisalho capturando a luz nascente. Ele parecia elegante em um colete de couro escuro, a marca de sua matilha gravada de forma ousada em seu ombro esquerdo. Mas hoje, havia algo diferente nele — uma ondulação no vínculo que ecoava para fora, sutil mas inegável.

Aproximei-me dele assim que ele abraçou sua parceira, Luna Aelira. Seus cabelos dourados brilhavam como o próprio sol, sua energia de lobo irradiando força calma.

“Você tem certeza disso?” ela perguntou suavemente, seus dedos roçando ao longo de seu maxilar.

O sorriso de Alexander era suave. “Completamente.”

Então, em um movimento fluido, ele se inclinou e a mordeu suavemente ao longo do ponto de seu pescoço — exatamente onde sua marca já estava.”

Não era possessivo. Era simbólico. Uma renovação de vínculo e poder.

Aelira sorriu enquanto um rubor se espalhava por suas bochechas. Seus olhos brevemente se tornaram dourados com a presença de sua loba antes de desaparecerem. “Vá, proteja o que estamos todos construindo.”

Alexander se virou para nós, seu rosto composto e focado novamente. “Vamos não desperdiçar a luz do dia.”

Carregamos o comboio — três veículos blindados dispostos para velocidade e segurança. Draven tomou o assento da frente no primeiro veículo, enquanto Zeno, Alexander e eu nos juntamos a ele no próximo. Guerreiros seguiam atrás em silêncio.

A jornada foi longa. Horas se estendiam enquanto as florestas de pinheiros davam lugar a planícies abertas e colinas ascendentes. Às vezes, passávamos por lobos errantes na natureza — batedores ou caçadores de territórios próximos — mas nenhum nos desafiava. As notícias de nossa aliança devem ter se espalhado mais rápido do que planejamos.

Por volta do meio da tarde, a paisagem mudou novamente. Campos vastos se abriram em terras cuidadosamente cultivadas, pontilhadas com terras agrícolas, arenas de treinamento, e estruturas de habitação da matilha dispostas em padrões organizados. Um alto muro de pedra circulava a maior estrutura à vista — uma imensa fortaleza com portões revestidos de prata que brilhavam na luz do dia.

Era aqui.

Alcateia do Alfa Xavier. O coração do Cinturão do Meio e, indiscutivelmente, a força neutra mais forte ainda de pé.

À medida que os portões se abriam, eu sentia a onda de energia se espalhar através de nós. Dezenas de guerreiros estavam em formação, suas armaduras brilhando ao sol. A disciplina, a unidade — era palpável.

Então ele surgiu.

Alfa Xavier.

Ele caminhou em frente com propósito, cabelos prateados caindo sobre seus ombros largos, presos na nuca em um nó de guerreiro. Suas características eram eternas — afiadas, comandantes, mas calmas. Vestido em mantos cinza-escuro tecidos com fios metálicos e ostentando o emblema crescente de sua matilha, ele exalava a força de um homem que não precisava levantar a voz para comandar um ambiente.

“Snow,” ele disse, sua voz suave mas profunda, quente como era firme. “Draven. Alexander. Zeno. Bem-vindos.”

Trocam braços entrelaçados. Seu aperto era sólido. Inflexível.

“Não estava esperando que vocês chegassem até a noite,” ele continuou, um sorriso puxando um canto de sua boca. “Mas vocês estão cedo. Justo na hora.”

“Para o quê?” Zeno perguntou, sempre o direto.

Xavier gesticulou em direção aos portões interiores. “Uma surpresa. Mas primeiro… vamos festejar.”

Seguimos ele através dos corredores de pedra para um vasto salão de jantar. O espaço era uma mistura de antigo e moderno — pilares de granito e janelas de vidro, uma fusão de artesanato do velho mundo e arquitetura moderna.

As mesas já estavam postas com comida. Carnes assadas, ervas aromáticas, vegetais cozidos no vapor, frutas raras da floresta, e pães dourados — Xavier não fazia as coisas pela metade.

“Eu queria honrá-los devidamente,” ele disse, tomando um assento na cabeceira da mesa. “Este encontro, esta aliança, significa mais do que palavras podem dizer. Por muito tempo, lutamos nas sombras ou vimos outros caírem. Hoje, isso muda.”

Zeno ergueu seu copo. “Para isso, vamos beber.”

Seguiu-se uma risada. Leve, quente. Daquelas que só surgem após longos dias de silêncio e preocupação.

Draven e Alexander caíram em conversa tranquila sobre reforços de fronteiras, enquanto Zeno e eu trocávamos gracejos sobre quem tinha a pior equipe de patrulha — seus batedores que constantemente dormiam demais ou meus guardas noturnos excessivamente agressivos.

Xavier continuou enchendo nossos copos e nos observando com aquele sorriso enigmático. “Faz muito tempo que esta mesa não reunia quatro alfas unidos por algo maior que território.”

“Faz mais tempo desde que tivemos algo pelo qual vale a pena se unir,” eu respondi.

Pratos ficaram enroscados. Histórias surgiram — contos de juventude, de guerras travadas, amantes perdidos, rivais que se tornaram amigos. Pela primeira vez em muito tempo, não éramos estrategistas ou soldados. Éramos homens. Irmãos de armas.

E, ainda assim, mesmo enquanto riamos e enchíamos nossos estômagos, havia um peso no ar. Algo esperando para ser dito.

Então, aconteceu.

Clink.

Uma única colher tocou suavemente contra um cálice de vinho.

Zeno.

Ele se levantou, alto e calmo, segurando seu copo entre dois dedos. O salão caiu em silêncio.

“Desculpem-me,” ele disse, voz fria e clara. “Sei que esta é uma noite de reencontro, de tranquilidade. Mas antes de terminarmos, devemos lembrar por que estamos aqui.”

Todos os olhos se voltaram para ele.

“Estamos na beira de uma nova guerra,” ele continuou. “Não do tipo travada por terra ou glória — mas pela sobrevivência. Os renegados… eles não são apenas exilados raivosos. Eles estão organizados. Treinados. E estão sendo liderados.”

Ele colocou o copo na mesa.

“Vimos suas táticas. Os rastreadores de Draven os seguiram através das fronteiras, e todos sabemos o nome que continua sussurrando pelas sombras — Wayne.”

O rosto de Xavier escureceu ao ouvir o nome.

Zeno não parou. “Não podemos esperar pelo próximo movimento deles. Não podemos esperar que isso passe. Esperança é para os fracos. Ação é para os preparados.”

Ele fez uma pausa, deixando o silêncio pressionar contra nós.

“E a única maneira de vencermos,” ele disse, “é se lutarmos juntos.”

Eu encontrei seu olhar e assenti. “Essa é a razão pela qual viemos. Não para conversar. Para unidade.”

A voz de Alexander seguiu, calma e resoluta. “Nossas matilhas estão prontas. Nossos guerreiros vão se manter firmes.”

Draven inclinou a cabeça. “Nossos inimigos achavam que estávamos dispersos. Mas se esqueceram — lobos são mais fortes em uma matilha.”

Xavier se levantou lentamente, ergueu seu copo alto. “Então que esta seja a noite em que a ameaça dos renegados foi desafiada — não por medo, mas por uma tempestade crescente.”

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