Casamento de Conveniência com o Alfa Snow - Capítulo 498
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Capítulo 498: Noite de Felicidade
Por favor, Aguarde. Tudo será resolvido hoje.
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CAPÍTULO 496
O sol do final da tarde mergulhava baixo atrás das altas árvores que cercam o campo de treinamento central da matilha, lançando longas sombras douradas através do ringue de sparring.
Eu estava na varanda do prédio da administração, prancheta na mão, conferindo os últimos pedidos de equipamentos e atribuições de tropas.
Minha loba estava inquieta, andando dentro de mim como se sentisse que algo estava prestes a mudar.
E ela não estava errada.
“Ei.”
Eu me virei ao ouvir a voz familiar e lá estava ele. Ryland. Com uma camiseta escura e jeans, sua postura habitual descontraída suavizada por um toque de algo mais—talvez nervosismo. Talvez esperança.
“Você está adiantado,” eu disse, sorrindo.
Ele deu de ombros com aquela confiança fácil dele, embora seus olhos me observassem atentamente. “Não queria arriscar chegar atrasado. Você poderia ter mudado de ideia.”
“Quase mudei.” Levantei uma sobrancelha de maneira brincalhona, descendo da varanda. “Mas apenas porque pensei que você apareceria de terno e arruinaria o clima.”
Ele riu, caminhando ao meu lado. “Deixei o terno para assuntos sérios. Isso… isso é algo diferente.”
“Algo diferente?” Eu ecoei, liderando o caminho pelo caminho de cascalho que levava aos jardins. “Então está dizendo que não somos sérios, nós dois?”
“Somos,” Richard respondeu instantaneamente.
“Tá…” Eu prolonguei, aproveitando como ele lutava para encontrar as palavras certas.
Ele assentiu após algum tempo, como se já tivesse encontrado a resposta que procurava. “Isso é um começo para nós, e eu queria que você se sentisse confortável.”
Nós caminhamos em silêncio por um tempo, nossos passos esmagando folhas caídas, o silêncio das árvores nos envolvendo. O ar cheirava a pinho e flores precoces. Era pacífico, familiar—e estranhamente elétrico com ele ao meu lado.
Ryland quebrou o silêncio primeiro. “Eu estive pensando sobre o que você disse ontem.”
Eu não olhei para ele, mas abrandei meus passos só um pouco. “E?”
“Eu não quero que você sinta como uma segunda escolha. Você nunca foi. Eu apenas não estava corajoso o suficiente para admitir onde meu coração estava até deixar de lado o que me pesava.”
Aquilo me pegou. Eu parei e me virei para ele, os olhos buscando. “Você quer dizer isso?”
Ele deu um passo à frente, fechando o espaço entre nós, sua voz diminuindo. “Com tudo em mim.”
Pisquei, surpresa pela emoção em seu tom. “Então… por que agora?”
Ryland sorriu gentilmente, passando o polegar pelo meu rosto como se estivesse com medo que eu desaparecesse. “Porque eu não quero que outro dia passe sem você saber como eu me sinto. E porque você é quem eu conto—mesmo quando eu não merecia.”
Ele enfiou a mão no bolso e tirou uma pequena caixa. Eu congelei.
“Não é um anel,” ele disse rapidamente, os lábios se contraindo com minha expressão assustada. “Ainda não.”
Eu exalei, rindo. “Bom, eu estava prestes a entrar em pânico.”
Ele abriu a caixa para revelar um delicado pingente de prata—em forma de uma lua crescente envolvida em um cristal. “Isso me lembrou de você. Força calma. Beleza sem esforço. Luz na escuridão.”
Minha respiração parou. Era simples, mas… pessoal. Perfeito.
“Eu quero te levar para sair, Crystal,” Ryland disse. “Não apenas hoje. Pra valer. Um relacionamento adequado. Se você me aceitar.”
Eu o encarei, minha garganta repentinamente apertada. “Você tem certeza?”
“Nunca estive mais certo de nada.”
Eu peguei o colar com dedos trêmulos, então encontrei seu olhar. “Certo, Ryland. Você está dentro.”
Ele sorriu e ofereceu seu braço. “Vamos?”
Entramos na noite juntos—eu com um novo colar em volta do pescoço e ele com um sorriso suave que não deixou seu rosto desde que eu disse sim.
E em algum lugar dentro de mim, minha loba suspirou em contentamento.
Talvez desta vez eu finalmente tivesse encontrado aquele que não iria embora.
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~POV do Snow
O céu da manhã estendia-se sobre a Mansão de Snow como uma tela de seda azul clara, marcada por fiapos de nuvens suaves. Era cedo, mas não estava quieto. Guerreiros se moviam com intenção, o pátio fervilhando com preparações enquanto Draven, Zeno, Alexander e eu nos preparávamos para partir. A fase final da nossa jornada havia chegado.
Alfa Alexandre estava ereto na varanda aberta, seus cabelos grisalhos captando a luz do sol nascente. Ele parecia afiado em um colete de couro escuro, a marca de sua matilha gravada com ousadia em seu ombro esquerdo. Mas hoje, havia algo diferente nele—uma onda na ligação que ecoava para fora, sutil, porém inegável.
Eu me aproximei dele, justo quando ele abraçava sua companheira, Luna Aelira. Seus cabelos dourados brilhavam como a própria luz do sol, sua energia de loba irradiando força calma.
“Você tem certeza disso?” Ela perguntou suavemente, seus dedos escovando ao longo de sua mandíbula.
O sorriso de Alexandre foi suave. “Completamente.”
Então, em um momento fluido, ele se inclinou e a mordeu suavemente ao longo da curva de seu pescoço—bem onde sua marca já repousava.
Não era possessivo. Era simbólico. Uma renovação de vínculo e poder.
Aelira sorriu enquanto uma vermelhidão se espalhava por suas bochechas. Seus olhos brevemente se tornaram dourados com a presença de sua loba antes de desaparecerem. “Vá, proteja o que todos estamos construindo.”
Alexander se virou para nós, o rosto novamente composto e focado. “Não vamos desperdiçar a luz do dia.”
Nós embarcamos no comboio — três veículos blindados organizados para velocidade e segurança. Draven tomou o assento da frente no primeiro veículo, enquanto Zeno, Alexander e eu nos juntamos a ele no próximo. Guerreiros seguiram em silêncio.
A jornada foi longa. Horas se estenderam enquanto as florestas de pinheiros davam lugar a planícies abertas e colinas ascendentes. Em alguns momentos, passamos por lobos andando na natureza — batedores ou caçadores de territórios próximos — mas nenhum nos desafiou. As notícias da nossa aliança devem ter se espalhado mais rápido do que planejávamos.
Por volta do meio da tarde, a paisagem mudou novamente. Campos amplos se abriram em terras cuidadosamente cultivadas, pontilhadas com fazendas, arenas de treinamento e estruturas de habitação da matilha dispostas em padrões organizados. Um alto muro de pedra circulava a maior estrutura à vista — uma imensa fortaleza com portões revestidos de prata que reluziam à luz do dia.
Era isso.
A matilha do Alfa Xavier. O coração do Cinturão do Meio e, provavelmente, a força neutra mais forte ainda de pé.
Quando os portões se abriram, senti uma onda de energia percorrer por nós. Dezenas de guerreiros estavam em formação, suas armaduras brilhando ao sol. A disciplina, a unidade — era palpável.
Então ele apareceu.
Alfa Xavier.
Ele avançou com propósito, cabelo prateado caindo sobre seus ombros largos, amarrado na nuca em um nó de guerreiro. Seus traços eram atemporais — afiados, comandantes, mas calmos. Vestido com mantos cinza escuro tecidos com fios metálicos e ostentando o emblema crescente de sua matilha, ele exalava a força de um homem que não precisava levantar a voz para comandar um ambiente.
“Snow,” ele disse, sua voz suave, mas profunda, calorosa assim como era firme. “Draven. Alexander. Zeno. Bem-vindos.”
Trocaram-se braços apertados. Seu aperto era sólido. Implacável.
“Não esperava que chegassem até o anoitecer,” ele continuou, um sorriso puxando um canto de sua boca. “Mas vocês chegaram cedo. Na hora certa.”
“Para o quê?” Zeno perguntou, sempre o direto.
Xavier gesticulou em direção aos portões internos. “Uma surpresa. Mas primeiro… vamos festejar.”
Seguimos ele através dos corredores de pedra para um vasto salão de jantar. O espaço era uma mistura de antigo e moderno — pilares de granito e janelas de vidro, uma fusão de artesanato do velho mundo e arquitetura moderna.
As mesas já estavam servidas com comida. Carnes assadas, ervas aromáticas, vegetais cozidos, frutas raras da floresta e pães dourados — Xavier não fazia as coisas pela metade.
“Queria honrá-los devidamente,” ele disse, sentando-se à cabeceira da mesa. “Este encontro, esta aliança, significa mais do que palavras podem dizer. Por muito tempo, lutamos nas sombras ou vimos outros caírem. Hoje, isso muda.”
Zeno ergueu seu copo. “A isso, vamos brindar.”
Risos seguiram. Leves, calorosos. Do tipo que só vem depois de longos dias de silêncio e preocupação.
Draven e Alexander caíram em uma conversa silenciosa sobre reforços de fronteira, enquanto Zeno e eu discutíamos sobre quem tinha a pior equipe de patrulha — seus batedores constantemente dorminhocos ou meus guardas noturnos excessivamente agressivos.
Xavier continuava reabastecendo nossas bebidas e nos observando com aquele sorriso enigmático. “Faz muito tempo desde que essa mesa recebeu quatro alfas unidos por algo maior que território.”
“Faz mais tempo desde que tivemos algo que valha a pena nos unir,” respondi.
Pratos tilintavam. Histórias fluíam — contos de juventude, de guerras lutadas, amores perdidos, rivais que se tornaram amigos. Pela primeira vez em muito tempo, não éramos estrategistas ou soldados. Éramos homens. Irmãos de armas.
E, ainda assim, mesmo enquanto ríamos e enchíamos nossos estômagos, havia um peso no ar. Algo esperando para ser dito.
Então, aconteceu.
Clink.
Uma única colher bateu suavemente contra um copo de vinho.
Zeno.
Ele se levantou, alto e calmo, segurando seu copo entre dois dedos. O salão caiu em silêncio.
“Perdoem-me,” ele disse, a voz fria e clara. “Eu sei que esta é uma noite de reunião, de tranquilidade. Mas antes de terminarmos, devemos lembrar por que estamos aqui.”
Todos os olhos se voltaram para ele.
“Estamos à beira de uma nova guerra,” ele continuou. “Não o tipo lutado por terra ou glória — mas pela sobrevivência. Os desordeiros… não são apenas exilados irritados. Eles estão organizados. Treinados. E estão sendo liderados.”
Ele colocou o copo na mesa.
“Vimos suas táticas. Os rastreadores de Draven os seguiram através das fronteiras, e todos conhecemos o nome que continua sussurrando pelas sombras — Wayne.”
O rosto de Xavier escureceu ao ouvir o nome.
Zeno não parou. “Não podemos esperar pela próxima jogada deles. Não podemos esperar que isso passe. Esperança é para os fracos. Ação é para os preparados.”
Ele fez uma pausa, deixando o silêncio nos pressionar.
“E a única maneira de vencermos,” ele disse, “é se lutarmos juntos.”
Encontrei seu olhar e assenti. “Essa é a razão pela qual viemos. Não para falar. Para a união.”
A voz de Alexander seguiu, calma e resoluta. “Nossas matilhas estão prontas. Nossos guerreiros estarão de pé.”
Draven inclinou a cabeça. “Nossos inimigos pensaram que estávamos dispersos. Mas eles se esqueceram — os lobos são mais fortes em uma matilha.”
Xavier se levantou lentamente, erguendo seu copo alto. “Então, que esta seja a noite em que a ameaça dos desordeiros foi desafiada — não pelo medo, mas por uma tempestade crescente.”