Casamento de Conveniência com o Alfa Snow - Capítulo 497
- Home
- Casamento de Conveniência com o Alfa Snow
- Capítulo 497 - Capítulo 497: Cinturão do Meio
Capítulo 497: Cinturão do Meio
****************
CAPÍTULO 495
~Ponto de Vista de Crystal~
O sol do fim da tarde baixava atrás das altas árvores que cercavam o campo central de treinamento da matilha, lançando longas sombras douradas sobre o ringue de combate.
Eu estava na varanda do prédio da administração, prancheta na mão, verificando os últimos pedidos de equipamentos e atribuições de tropas.
Minha loba estava inquieta, andando de um lado para o outro dentro de mim como se ela sentisse que algo estava prestes a mudar.
E ela não estava errada.
“Ei.”
Eu me virei ao ouvir a voz familiar e lá estava ele. Rylan. Vestido com uma camiseta escura ajustada e jeans, seu comportamento habitual relaxado suavizado por um toque de algo mais — talvez nervosismo. Talvez esperança.
“Você está adiantado,” eu disse, sorrindo.
Ele deu de ombros com aquela confiança tranquila dele, embora seus olhos estivessem me observando atentamente. “Não queria correr o risco de chegar atrasado. Você poderia ter mudado de ideia.”
“Quase mudei.” Levantei uma sobrancelha de forma brincalhona, descendo da varanda. “Mas só porque achei que você apareceria de terno e estragaria o clima.”
Ele riu, caminhando ao meu lado. “Deixei o terno para assuntos sérios. Isso… isso é algo diferente.”
“Algo diferente?” Eu ecoei, conduzindo o caminho pelo caminho de cascalho que levava aos jardins. “Então você está dizendo que não somos sérios, você e eu?”
“Somos,” Richard rebateu instantaneamente.
“Ok…” Eu prolonguei, gostando de como ele hesitava para encontrar as palavras certas.
Ele acenou com a cabeça após algum tempo, como se já tivesse encontrado a resposta que procurava. “Este é um começo para nós, e eu queria que você se sentisse confortável.”
Caminhamos silenciosamente por um tempo, nossos passos esmagando as folhas caídas, o silêncio das árvores nos envolvendo. O ar cheirava a pinho e flores precoce. Era pacífico, familiar — e estranhamente elétrico com ele ao meu lado.
Ryland quebrou o silêncio primeiro. “Estive pensando sobre o que você disse ontem.”
Eu não olhei para ele, mas desacelerei meus passos um pouco. “E?”
“Eu não quero que você se sinta como uma segunda escolha. Você nunca foi. Eu simplesmente não era corajoso o suficiente para admitir onde estava meu coração até que eu deixasse ir o que me pesava.”
Isso me pegou. Parei e me virei para ele, olhos procurando. “Você realmente quer dizer isso?”
Ele se aproximou, fechando o espaço entre nós, sua voz baixando. “Com tudo o que está em mim.”
Eu pisquei, surpresa pela emoção no tom dele. “Então… porque agora?”
Ryland sorriu gentilmente, deslizando o polegar pela minha bochecha como se estivesse com medo de eu desaparecer. “Porque eu não quero que outro dia passe sem que você saiba como me sinto. E porque você é a pessoa em quem eu conto — mesmo quando eu não merecia.”
Ele alcançou o bolso e puxou uma caixinha. Eu congelei.
“Não é um anel,” ele disse rapidamente, lábios se contraindo com minha expressão surpreendida. “Ainda não.”
Eu exalei, rindo. “Bom, eu estava prestes a entrar em pânico.”
Ele abriu a caixa para revelar um delicado pingente de prata — moldado como uma lua crescente envolta em um cristal. “Lembrou-me de você. Força tranquila. Beleza sem tentar. Luz na escuridão.”
Minha respiração parou. Era simples, mas… pessoal. Perfeito.
“Quero sair com você, Crystal,” Ryland disse. “Não apenas hoje. Pra valer. Um relacionamento sério. Se você me aceitar.”
Eu olhei para ele, minha garganta de repente apertada. “Tem certeza?”
“Nunca estive mais certo de nada.”
Eu peguei o colar com dedos trêmulos, então encontrei seu olhar. “Ok, Ryland. É um compromisso.”
Ele sorriu e ofereceu seu braço. “Vamos?”
Caminhamos juntos para a noite — eu com um novo colar no pescoço e ele com um sorriso tranquilo que não havia desaparecido desde que eu disse sim.
E em algum lugar profundo dentro de mim, minha loba exalou em contentamento.
Talvez desta vez, eu finalmente tenha encontrado alguém que não iria embora.
******************
~Ponto de Vista do Snow
O céu da manhã se estendia sobre a mansão de Snow como uma tela de seda azul pálida, marcada com filetes de nuvens suaves. Era cedo, mas não quieto. Guerreiros se moviam com intenção, o pátio movimentado com preparação enquanto Draven, Zeno, Alexander e eu nos preparávamos para partir. A fase final de nossa jornada havia chegado.
Alfa Alexandre estava em pé ao lado do terraço aberto, seu cabelo grisalho capturando a luz do sol nascente. Ele parecia afiado em um colete de couro escuro, a marca de sua matilha gravada com ousadia em seu ombro esquerdo. Mas hoje havia algo diferente sobre ele — uma ondulação no vínculo que ecoava para fora, sutil mas inegável.
Aproximei-me dele justamente quando ele abraçava sua companheira, Luna Aelira. O cabelo dourado dela brilhava como o próprio sol, sua energia de loba irradiando força calma.
“Você tem certeza disso?” ela perguntou suavemente, seus dedos deslizando ao longo de sua mandíbula.
O sorriso de Alexander foi suave. “Completamente.”
Então, em um único movimento fluido, ele se inclinou e a mordeu suavemente ao longo da curva de seu pescoço — bem onde sua marca já repousava.
Não era possessivo. Era simbólico. Uma renovação de laço e poder.
Aelira sorriu enquanto um rubor se espalhava por suas bochechas. Seus olhos brevemente se tornaram dourados com a presença de seu lobo antes de desaparecer. “Vá, proteja o que todos estamos construindo.”
Alexander se voltou para nós, seu rosto voltou a estar composto e focado. “Não vamos desperdiçar a luz do dia.”
Nós embarcamos no comboio — três veículos blindados dispostos para velocidade e segurança. Draven pegou o assento da frente no primeiro veículo, enquanto Zeno, Alexander e eu nos juntamos a ele no seguinte. Guerreiros seguiam atrás em silêncio.
A jornada foi longa. Horas se estendiam enquanto as florestas de pinheiros davam lugar a planícies abertas e colinas ascendentes. Às vezes, passávamos por lobos vagando na natureza — batedores ou caçadores de territórios próximos — mas nenhum nos desafiou. As notícias de nossa aliança devem ter se espalhado mais rápido do que planejamos.
Por volta do meio da tarde, a paisagem mudou novamente. Campos amplos se abriram em terras cuidadosamente cultivadas, pontilhadas por fazendas, arenas de treinamento e estruturas de habitação da matilha dispostas em padrões organizados. Uma alta muralha de pedra circulava a maior estrutura à vista — uma imensa fortaleza com portões revestidos de prata que reluziam à luz do dia.
Era isso.
A matilha do Alfa Xavier. O coração do Cinturão do Meio e, sem dúvida, a força neutra mais forte ainda de pé.
À medida que os portões se abriam, senti a onda de energia se espalhar por nós. Dezenas de guerreiros estavam em formação, suas armaduras brilhando ao sol. A disciplina, a unidade — era palpável.
Então ele surgiu.
Alfa Xavier.
Ele caminhou em frente com propósito, cabelos prateados caindo sobre seus ombros largos, presos na nuca em um nó de guerreiro. Suas feições eram atemporais — afiadas, autoritárias, porém calmas. Vestido em mantos cinza escuro tecidos com fios metálicos e ostentando o emblema crescente de sua matilha, ele exalava a força de um homem que não precisava levantar a voz para comandar uma sala.
“Snow”, ele disse, sua voz suave mas profunda, calorosa como era firme. “Draven. Alexander. Zeno. Bem-vindos.”
Nós trocamos braços apertados. Seu aperto era sólido. Inflexível.
“Eu não esperava que vocês chegassem até a noite”, ele continuou, um sorriso surgindo em um canto de sua boca. “Mas vocês chegaram cedo. No momento certo.”
“Para o quê?” perguntou Zeno, sempre o direto.
Xavier gesticulou em direção aos portões internos. “Uma surpresa. Mas primeiro… vamos banquetear.”
O seguimos pelos corredores de pedra até um vasto salão de jantar. O espaço era uma mistura de antigo e moderno — pilares de granito e janelas de vidro, uma fusão de artesanato do velho mundo e arquitetura moderna.
As mesas já estavam postas com comida. Carnes assadas, ervas perfumadas, vegetais cozidos no vapor, raras frutas da floresta e pães dourados — Xavier não fazia as coisas pela metade.
“Queria honrá-los adequadamente”, ele disse, tomando um assento na cabeceira da mesa. “Este encontro, esta aliança, significa mais do que palavras podem dizer. Por muito tempo, lutamos nas sombras ou assistimos os outros caírem. Hoje, isso muda.”
Zeno ergueu seu copo. “A isso, vamos brindar.”
Risos seguiram. Leves, calorosos. Do tipo que só vinha após longos dias de silêncio e preocupação.
Draven e Alexander caíram em uma conversa tranquila sobre reforços de fronteira, enquanto Zeno e eu discutíamos sobre quem tinha a pior equipe de patrulha — seus batedores que constantemente adormecem ou meus guardas noturnos excessivamente agressivos.
Xavier continuou preenchendo nossos copos e nos observando com aquele sorriso indecifrável. “Faz muito tempo desde que esta mesa acomodou quatro alfas unidos por algo maior do que território.”
“Faz mais tempo desde que tivemos algo que valesse a pena unir”, eu respondi.
Pratos tilintaram. Histórias se desenrolaram — contos de juventude, de guerras travadas, amores perdidos, rivais que se tornaram amigos. Pela primeira vez em muito tempo, não éramos estrategistas ou soldados. Éramos homens. Irmãos de armas.
E ainda assim, mesmo enquanto ríamos e enchíamos nossos estômagos, havia um peso no ar. Algo esperando para ser dito.
Então, aconteceu.
Clink.
Uma única colher bateu suavemente contra uma taça de vinho.
Zeno.
Ele se levantou, alto e calmo, segurando seu copo entre dois dedos. O salão caiu em silêncio.
“Perdoem-me,” ele disse, voz fria e clara. “Sei que esta é uma noite de reencontro, de tranquilidade. Mas antes de terminarmos, devemos lembrar por que estamos aqui.”
Todos os olhos se voltaram para ele.
“Estamos à beira de uma nova guerra,” ele continuou. “Não do tipo travada por terra ou glória — mas pela sobrevivência. Os renegados… não são apenas exilados zangados. Eles estão organizados. Treinados. E eles estão sendo liderados.”
Ele colocou o copo para baixo.
“Vimos suas táticas. Os rastreadores de Draven os seguiram através das fronteiras, e todos nós sabemos o nome que continua sussurrando nas sombras — Wayne.”
O rosto de Xavier escureceu ao ouvir o nome.
Zeno não parou. “Não podemos esperar pelo próximo movimento deles. Não podemos esperar que isso passe. Esperança é para os fracos. Ação é para os preparados.”
Ele fez uma pausa, deixando o silêncio nos pressionar.
“E a única maneira de vencermos,” ele disse, “é se lutarmos juntos.”
Encontrei seu olhar e assenti. “Essa é a razão de termos vindo. Não para falar. Para a unidade.”
A voz de Alexander seguiu, calma e resoluta. “Nossas matilhas estão prontas. Nossos guerreiros estarão de pé.”
Draven inclinou a cabeça. “Nossos inimigos pensaram que estávamos espalhados. Mas se esqueceram — lobos são mais fortes em uma matilha.”
Xavier se levantou lentamente, erguendo seu copo alto. “Então que esta seja a noite em que a ameaça renegada foi desafiada — não pelo medo, mas por uma tempestade crescente.”