Casamento de Conveniência com o Alfa Snow - Capítulo 494
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Capítulo 494: Região do Cinturão Central
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~POV do Snow~
Alfa Zeno, o Alfa do Oeste, entrou na câmara sem alarde. Sem comitiva. Sem exibição polida de posto.
Ele vestia calças pretas simples, um casaco cinza justo sobre uma camiseta escura e botas bem gastas que falavam mais de utilidade do que de moda. Não havia brasões, sigilos ou necessidades.
Zeno não precisava vestir sua autoridade — ela o seguia naturalmente. O tipo de presença que virava cabeças sem dizer uma palavra.
Barba feita, olhos verde avelã, cabelo vermelho que gritava perigo e um físico que indicava que ele lidava com as coisas ele mesmo, em vez de delegá-las.
O tipo quieto de Alfa que não precisava levantar a voz ou usar ouro e símbolos para ser respeitado.
Seus olhos escuros varreram a reunião e depois pousaram em mim. Ele assentiu uma vez — frio, respeitoso e, como sempre, completamente impenetrável.
“Alfa Snow,” ele cumprimentou, acenando uma vez. “Draven.”
“Zeno,” eu devolvi o aceno, apertando seu antebraço quando ele me alcançou. Seu aperto era firme, constante — como o próprio homem. “Não fui informado de que você estaria aqui.”
“Não estava planejando,” ele respondeu calmamente. “Mas ouvi que você estava chamando as Bandeiras do Oeste. E se você está aqui pessoalmente, significa que as coisas estão piores do que os rumores.”
“Estão,” Draven disse categoricamente antes que eu pudesse.
Zeno virou-se para ele, uma sobrancelha levantada. “E você trouxe o Príncipe do Norte. Agora estou muito preocupado.”
“Vim voluntariamente,” Draven disse em voz uniforme. “E porque tenho tanto a perder nesta guerra quanto qualquer Alfa aqui.”
Alexander assentiu de seu assento na cabeceira. “Então vamos começar.”
Zeno não se sentou. Ainda não. Ele se moveu para o lado esquerdo do círculo, permanecendo com os braços cruzados enquanto eu avançava para o centro.
“Não desperdiçarei seu tempo,” eu disse. “O que estou prestes a dizer permanece nesta sala. E não sai até eu dizer.”
A sala permaneceu imóvel. Vigilante.
“Há um movimento crescendo dentro dos territórios externos. Uma violação nas fronteiras na última lua não foi apenas um ataque, mas uma ação organizada. Coordenada. Limpa. Sem sobreviventes.”
Murmuros irromperam imediatamente.
A expressão de Zeno não mudou, mas sua mandíbula se apertou ligeiramente. “Nos disseram que foi atividade de renegados.”
“Vocês foram informados do que esperávamos que fosse,” eu disse. “Mas não foi apenas atividade de renegados. Os atacantes conheciam o terreno. Conheciam as rotas de patrulha. E não deixaram nenhum rastro de cheiro. Nem mesmo para um Lycan.”
Alexander inclinou-se para frente. “Você está dizendo que eles não eram lobos.”
“Estou dizendo,” eu respondi, “que eles não eram apenas lobos.”
Draven aproximou-se de mim agora, sua presença sentida mais do que ouvida. “Eles usaram algo proibido. Algo que não pertence mais a este mundo.”
Zeno estreitou os olhos. “Magia de sangue negra?”
Draven assentiu uma vez.
Aquele silêncio atingiu mais forte do que qualquer coisa.
Até Alexander parecia atordoado. “Isso não é possível. Os últimos bloodmages foram mortos no Primeiro Expurgo.”
“Eles sobreviveram,” eu disse sombriamente. “Ou seu conhecimento sobreviveu. E agora alguém está usando isso. As bruxas sombrias estão em aliança com os renegados. Crescente Espinhoso, Clave Sombria… alguns Alfas estão corrompidos em adicioná-los.”
O olhar de Zeno se aguçou. “O que você precisa de nós?”
Eu olhei diretamente nos olhos dele. “Eu preciso de seus guerreiros. Seus videntes. E sua total lealdade quando agirmos.”
“E quando será isso?”
“Quando o momento for certo, espero que em um mês. Quero que tenhamos o elemento surpresa. E quando eu confirmar que os outros territórios da Alfa ainda são leais.”
Zeno me estudou por um longo momento, então finalmente se sentou, descansando os antebraços sobre os joelhos.
“Você terá a força da minha matilha,” ele disse. “Sem dúvida.”
Draven soltou um suspiro baixo. “Pelo menos um Alfa compreende a urgência.”
Zeno deu-lhe um leve sorriso. “Não confio em muitos, Alfa Draven. Mas confio nele.”
Ele olhou para mim novamente. “Apenas me diga onde enviar minhas lâminas e guerreiros.”
“Entendido.”
“E sobre o Alfa Xavier?” Alexander interveio e eu me virei para encará-lo.
“Ele está ocupado no momento,” Alfa Draven respondeu, “e não pode vir.”
“Então o que estamos esperando? Levemos este reunião de conselho até ele,” Alfa Zeno interveio, cruzando os braços na frente do peito. “O tempo é essencial.”
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~Ponto de Vista do Autor~
O orbe rachou.
Fraturas capilares se espalharam como veias pela superfície lisa e brilhante, diminuindo a luz interior. Um zumbido baixo ecoou na sala quieta antes de morrer completamente.
Vera estava de pé acima dele, respirando com dificuldade e irritação.
Ela não tinha intenção de jogá-lo — bem, talvez tivesse. Apenas não tão forte.
O orbe bateu no chão de azulejos da sala de estar, girou uma vez e depois ficou parado aos seus pés como uma relíquia inútil.
Uma semana. Sete dias completos.
E ainda… nada.
Sem visões. Sem sussurros. Sem atração.
Sem Zara.
Vera andava pelo comprimento da sala, dedos se contraindo e se soltando ao longo dos lados. Sua nova casa — se ela pudesse chamar assim — estava situada na borda da cidade, longe de qualquer um dos principais territórios da matilha.
Kent tinha pago por ela discretamente, mobiliado-a bem o bastante, e então desapareceu como fumaça, exatamente como ela gostava de seus aliados: presentes quando necessário, ausentes quando ela se enfurecia.
Mas, por outro lado, ela queria mais do que isso dele. Seu corpo latejava com necessidade — necessidades específicas que deveriam ter sido atendidas por seu companheiro, mas ele nunca fazia.
Nunca a reivindicou ou reconheceu seu vínculo adequadamente.
Ainda assim, ela sabia que sua mãe não fazia ideia do verdadeiro vínculo de Snow, e ela tinha que cumprir seu dever e se casar com Kent se os planos dele falhassem novamente.
Seus olhos se voltaram para o relógio de parede.
Zara já deveria estar voltando de seu escritório agora. Nas terças-feiras, ela nunca ficava além das seis. Normalmente, Vera estaria observando, conectada através do elo de vidência que ela havia forjado usando o rastro de energia remanescente de Zara.
Mas estava desaparecido.
Bloqueado.
Por causa daquele maldito colar.
Ela mal podia atacar Zara como antes. No passado, quando ela convocava o espírito de Zara para o coven delas, agora era como se ela batesse em uma parede de tijolos.
O lobo de Vera rosnou baixo dentro dela, inquieto e faminto. “Devíamos estar com ele.”
“Ainda não,” Vera retrucou. “Não assim.”
O vínculo ainda a puxava como uma corda embaixo de sua pele, enterrado e queimando—mas Snow não a havia sentido. Ainda não. E essa era a vantagem que ela precisava manter.
Ela pausou, mãos apoiadas na borda do balcão da cozinha, unhas batendo contra o mármore em um ritmo furioso.
Seu lobo rosnou novamente, mais alto agora. “Ele é nosso parceiro. Nosso. Você nos mantém escondidos—”
“Porque ninguém deve saber que estou viva,” Vera sussurrou em voz alta. “Não os lobos. Não as bruxas fora da Clave. Nem mesmo ele. Ainda não.”
O silêncio seguiu sua palavra, mas era um silêncio carregado. Enroscado. Aguardando.
Então seu telefone vibrou uma vez, baixo e agudo, cortando o ar. Vera o pegou do balcão e olhou para a tela.
Mãe.
Ela atendeu sem hesitação. “Olá, mãe.”
“Retorne à Clave,” veio a voz calma e autoritária da líder da Clave Sombria—sua mãe, a Alta Feiticeira de sua linhagem.
Às vezes, Vera quase se perguntava se sua mãe falava como mãe ou apenas como líder com ela.
“Começamos os preparativos.”
A coluna de Vera se endireitou. “Preparativos para o quê?”
“Encontramos uma maneira de atraí-la,” disse sua mãe, as palavras carregadas com algo mais do que orgulho. Era certeza. Poder. “Sem sequestro. Sem magia forçada. Ela virá até nós de boa vontade—desprevenida e desprotegida.”
“Como?” Vera perguntou, agora intrigada.
“Você verá quando chegar aqui. Apenas saiba—quando terminarmos, a barreira que ela usa não significará nada.”
Os lábios de Vera se curvaram lentamente em um sorriso agudo e satisfeito.
“Estarei lá ao anoitecer.”
Ela desligou, deixando o telefone cair ao lado do orbe fraturado aos seus pés.
O jogo estava mudando. Ela não podia alcançar Zara através da magia. Mas isso não importava agora.
Porque a Clave havia encontrado outra forma, Vera em breve teria o que queria.
Não apenas Zara ou apenas vingança, mas Snow.
***************
~Ponto de vista de Zara~
O quarto estava escuro, exceto pela suave luz do abajur ao lado da cama, lançando uma luz âmbar sobre os lençóis.
Meu cabelo ainda estava úmido do banho, preso em uma trança solta enquanto eu me sentava contra a cabeceira, minhas pernas dobradas sob mim.
Eu olhei para a tela brevemente antes de apertar “ligar.”
Não tocou nem duas vezes antes de ele atender.
“Zara.”
O som de sua voz desatou algo apertado dentro do meu peito. Fechei os olhos por um momento, deixando o calor disso se infiltrar. Distante. Profundo. Mas ainda assim ele.
“Oi,” eu disse suavemente, puxando o cobertor mais próximo dos meus ombros. “Te peguei em um momento ruim?”
“Nunca.” Eu podia ouvir o cansaço em sua voz, mesmo que ele tentasse mascará-lo. “Estava esperando que você ligasse.”
Eu sorri para mim mesma. “Como está o Oeste?”
“Pedras antigas. Vento cortante. Muitos homens que acham que são melhores em estratégia do que realmente são.”
“Então, basicamente, o mesmo de sempre?”
Snow riu baixo, o som como um ronco suave através da linha. “Algo assim.”
Hesitei por um segundo, então acrescentei, “Ella está indo embora amanhã. Com Richard.”
Houve uma pausa. Então seu tom suavizou. “Sério?”
“Aham. Ela me contou esta noite. Eles estão dando uma chance de verdade. Tipo… casal-casal.”
“Isso é bom,” Snow disse genuinamente. “Ela merece isso depois de tudo e ele também.”
“É. Eu disse a eles que espero atualizações de filhotes em breve,” eu disse com um sorriso.
Snow riu novamente. “Claro que disse.”
“Eu sinto sua falta,” soltei antes de poder me impedir. Quieto. Honesto.
Outra pausa seguiu—esta mais pesada.
“Eu também sinto sua falta,” ele disse, a voz mais baixa agora. “Mais do que sei como dizer.”
Minha garganta apertou. Eu odiava como a distância se tornara normal. Como ouvi-lo através de um telefone parecia ao mesmo tempo uma bênção e uma maldição.
“Gostaria de poder voltar,” ele acrescentou, mais quieto agora. “Só por uma noite. Apenas para deitar ao seu lado.”