Casamento de Conveniência com o Alfa Snow - Capítulo 493
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Capítulo 493: Alfa Zeno
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CAPÍTULO 493
~POV do Snow~
Alfa Zeno, o Alfa do Oeste, entrou na câmara sem alarde. Sem entourage. Sem exibição polida de posição.
Ele usava calças pretas simples, um casaco de carvão ajustado sobre uma camiseta escura e botas bem gastas que falavam mais de utilidade que de moda. Não havia crests, sigilos, ou necessidades.
Zeno não precisava vestir sua autoridade—ela o seguia naturalmente. O tipo de presença que chamava a atenção sem uma palavra.
Rosto limpo, olhos verde avelã, cabelo vermelho que gritava perigo e construído como alguém que lidava com as coisas ele mesmo, em vez de delegar.
O tipo de Alfa quieto que não precisava levantar a voz ou usar ouro e símbolos para ser respeitado.
Seus olhos escuros varreram a reunião, então pousaram em mim. Ele acenou uma vez—frio, respeitoso, e, como sempre, completamente inescrutável.
“Alfa Snow,” ele cumprimentou, acenando uma vez. “Draven.”
“Zeno,” retribuí o aceno, apertando seu antebraço quando ele me alcançou. Seu aperto era firme, sólido—como o próprio homem. “Não me disseram que você estaria aqui.”
“Não estava planejando,” ele respondeu calmamente. “Mas ouvi que você estava chamando os banners do Oeste. E se você está aqui pessoalmente, significa que as coisas estão piores do que os sussurros.”
“Elas estão,” Draven disse friamente antes que eu pudesse.
Zeno se virou para ele, levantando uma sobrancelha. “E você trouxe o Príncipe do Norte. Agora estou muito preocupado.”
“Vim voluntariamente,” Draven disse com voz constante. “E porque tenho tanto a perder nesta guerra quanto qualquer Alfa aqui.”
Alexander acenou de sua cadeira na cabeceira. “Então vamos começar.”
Zeno não se sentou. Ainda não. Ele se moveu para o lado esquerdo do círculo, ficando com os braços cruzados enquanto eu avançava para o centro.
“Não vou perder seu tempo,” eu disse. “O que estou prestes a dizer fica nesta sala. E não sai até eu dizer.”
A sala permaneceu imóvel. Atenta.
“Há um movimento crescendo dentro dos territórios externos. Uma violação nas fronteiras na última lua não foi apenas um ataque, mas um golpe organizado. Coordenado. Limpo. Sem sobreviventes.”
Murmuros surgiram imediatamente.
A expressão de Zeno não mudou, mas sua mandíbula se firmou ligeiramente. “Nos disseram que era atividade de renegados.”
“Vocês foram informados do que esperávamos que fosse,” eu disse. “Mas não era apenas atividade de renegados. Os atacantes conheciam o terreno. Eles conheciam as rotas de patrulha. E não deixaram nenhum rastro de cheiro. Nem mesmo para um Lycan.”
Alexander se inclinou para a frente. “Você está dizendo que eles não eram lobos.”
“Estou dizendo,” eu respondi, “que eles não eram apenas lobos.”
Draven se aproximou de mim agora, sua presença sentida mais do que ouvida. “Eles usaram algo proibido. Algo que não pertence mais a este mundo.”
Zeno estreitou os olhos. “Magia sombria de sangue?”
Draven acenou uma vez.
Aquele silêncio bateu com mais força do que qualquer coisa.
Até Alexander parecia atordoado. “Isso não é possível. Os últimos bloodmages foram mortos na Primeira Purga.”
“Eles sobreviveram,” eu disse sombriamente. “Ou seu conhecimento sobreviveu. E agora alguém está colocando isso em uso. As bruxas sombrias estão em aliança com os renegados. Crescente Espinhoso, Clave Sombria… alguns Alfas estão corrompidamente os adicionando.”
O olhar de Zeno se aguçou. “O que você precisa de nós?”
Eu olhei diretamente nos olhos dele. “Preciso de seus guerreiros. Seus videntes. E sua total aliança quando nos movermos.”
“E quando será isso?”
“Quando for o momento certo, espero que dentro de um mês. Desejo que tenhamos o elemento surpresa. E quando eu confirmar que os outros territórios Alfa ainda são leais.”
Zeno me estudou por um longo momento, então finalmente se sentou, descansando seus antebraços sobre os joelhos.
“Você terá a força da minha matilha,” ele disse. “Sem dúvida.”
Draven soltou um suspiro baixo. “Pelo menos um Alfa ainda entende urgência.”
Zeno deu-lhe um leve sorriso. “Não confio em muitos, Alfa Draven. Mas confio nele.”
Ele olhou para mim novamente. “Apenas diga onde enviar minhas lâminas e guerreiros.”
“Entendido.”
“E quanto ao Alfa Xavier?” Alexander interveio e eu me virei para ele.
“Ele está atualmente ocupado,” Alfa Draven respondeu, “e não pode vir.”
“Então, o que estamos esperando? Vamos levar esta reunião do conselho até ele,” Alfa Zeno retrucou, cruzando os braços em frente ao peito. “O tempo é essencial.”
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~Ponto de Vista do Autor~
O orbe rachou.
Fraturas finas se espalharam como veias pela superfície lisa e brilhante, diminuindo a luz de dentro. Um zumbido baixo ecoou na sala silenciosa antes de morrer completamente.
Vera estava acima dele, seu peito subindo e descendo em respirações rasas e irritadas.
Ela não tinha intenção de jogá-lo—bem, talvez tivesse. Só não tão forte.
O orbe atingiu o chão de azulejos da sala de estar, girou uma vez, e então ficou imóvel a seus pés como uma relíquia inútil.
Uma semana. Sete dias completos.
E ainda… nada.
Sem visões. Sem sussurros. Sem atração.
Sem Zara.
Vera andou pelo comprimento da sala, dedos apertando e afrouxando ao seu lado. Sua nova casa—se ela pudesse até mesmo chamar de casa—estava situada na borda da cidade, longe de qualquer um dos principais territórios da matilha.
Kent havia comprado discreta, mobiliado o suficiente, e então desaparecido como fumaça, exatamente como ela gostava de seus aliados: presentes quando necessário, ausentes quando estava furiosa.
Mas, novamente, ela queria mais do que isso dele. Seu corpo pulsava com necessidade—necessidades específicas que deveriam ter sido atendidas por seu companheiro, mas ele nunca fez.
Nunca a reivindicou ou reconheceu adequadamente seu laço.
Ainda assim, ela sabia que sua mãe não tinha ideia do verdadeiro laço de Snow, e ela tinha que cumprir seu dever e se casar com Kent se seus planos falhassem novamente.
Seus olhos passaram para o relógio de parede.
Zara já deveria estar voltando do escritório. Nas terças-feiras, ela nunca ficava depois das seis. Normalmente, Vera estaria assistindo, conectada através do link de escrutínio que ela havia criado usando a trilha de energia persistente de Zara.
Mas havia sumido.
Bloqueada.
Por causa daquela maldita colar.
Ela não podia nem atacar Zara como antes. No passado, quando ela convocava o espírito de Zara para seu coven, agora era como se ela atingisse uma parede de tijolos.
O lobo de Vera rosnou baixo dentro dela, inquieto e faminto. “Deveríamos estar com ele.”
“Ainda não,” Vera retrucou. “Não assim.”
O laço ainda puxava-a como uma corda sob sua pele, enterrada e queimando—mas Snow não havia sentido ela. Ainda não. E essa era a vantagem que ela precisava manter.
Ela pausou, mãos plantadas na borda da bancada da cozinha, unhas batendo contra o mármore em um ritmo furioso.
Seu lobo rosnou novamente, mais alto agora. “Ele é nosso companheiro. Nosso. Você nos mantém escondidos—”
“Porque ninguém deve saber que estou viva,” Vera sussurrou em voz alta. “Nem os lobos. Nem as bruxas fora da Clave. Nem mesmo ele. Ainda não.”
O silêncio seguiu sua palavra, mas era um silêncio carregado. Enrolado. Esperando.
Então seu telefone vibrou uma vez, baixo e cortante, atravessando o ar. Vera pegou-o da bancada e olhou para a tela.
Mãe.
Ela atendeu sem hesitação. “Olá, mãe.”
“Volte para a Clave,” veio a voz calma e autoritária do líder da Clave Sombria—sua mãe, a Alta Feiticeira de sua linhagem.
Às vezes, Vera quase se perguntava se sua mãe falava como mãe ou apenas como líder com ela.
“Começamos os preparativos.”
A coluna de Vera se endireitou. “Preparativos para quê?”
“Encontramos uma maneira de atraí-la,” disse sua mãe, as palavras carregadas com algo mais do que orgulho. Era certeiro. Poder. “Sem sequestro. Sem magia forçada. Ela virá a nós voluntariamente—desatenta e desprotegida.”
“Como?” Vera perguntou, agora intrigada.
“Você verá quando chegar aqui. Apenas saiba—quando terminarmos, a barreira que ela usa não significará nada.”
Os lábios de Vera se curvaram lentamente em um sorriso afiado e satisfeito.
“Estarei lá ao cair da noite.”
Ela desligou, deixando o telefone cair ao lado do orbe fraturado a seus pés.
O jogo estava mudando. Ela não podia alcançar Zara através da magia. Mas isso não importava agora.
Porque a Clave encontrou outro caminho, Vera logo teria o que queria.
Não apenas Zara ou apenas vingança, mas Snow.
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~Ponto de vista de Zara~
O quarto estava escuro, salvo pelo suave brilho do abajur ao lado da cama, lançando luz âmbar sobre os lençóis.
Meu cabelo ainda estava úmido do banho, puxado em uma trança solta enquanto eu me sentava contra a cabeceira, com as pernas dobradas sob mim.
Eu olhei para a tela brevemente antes de apertar “ligar.”
Não tocou nem duas vezes antes dele atender.
“Zara.”
O som de sua voz desfez algo apertado dentro do meu peito. Fechei os olhos por um instante, deixando a calidez disso penetrar. Distante. Profundo. Mas ainda ele.
“Oi,” eu disse suavemente, puxando o cobertor mais perto dos meus ombros. “Te peguei num momento ruim?”
“Nunca.” Eu podia ouvir o cansaço em sua voz, mesmo que ele tentasse disfarçar. “Estava esperando que você ligasse.”
Eu sorri para mim mesma. “Como está o Oeste?”
“Pedra antiga. Vento cortante. Muitos homens que pensam que são melhores em estratégia do que realmente são.”
“Então basicamente, o mesmo de sempre?”
Snow riu sob sua respiração, o som como um baixo ressoar através da linha. “Algo assim.”
Eu hesitei por um segundo, então acrescentei, “Ella está indo embora amanhã. Com Richard.”
Houve uma pausa. Então seu tom suavizou. “Sério?”
“Mmhm. Ela me contou esta noite. Eles estão dando uma chance real. Tipo… casal-casal.”
“Isso é bom,” Snow disse genuinamente. “Ela merece isso depois de tudo, e ele também.”
“Sim. Eu disse a eles que estou esperando atualizações de filhotes em breve,” eu disse com um sorriso.
Snow riu novamente. “Claro que você disse.”
“Sinto sua falta,” eu soltei antes que pudesse me deter. Silencioso. Honesto.
Seguiu-se outra pausa—esta mais pesada.
“Também sinto sua falta,” ele disse, a voz mais baixa agora. “Mais do que sei como dizer.”
Minha garganta apertou. Eu odiava como a distância havia se tornado normal. Como ouvi-lo através de um telefone parecia tanto uma bênção quanto uma maldição.
“Gostaria de poder voltar,” ele acrescentou, agora mais baixo. “Apenas por uma noite. Apenas para me deitar ao seu lado.”