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Capítulo 483: Compras de Lingerie
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CAPÍTULO 483
~Ponto de vista de Zara~
Eu dei a Aira um olhar impassível.
“A menos que você queira,” ela acrescentou piscando de forma brincalhona. “Aposto que Snow adoraria te ver com isso quando você chegar.”
Rolei os olhos, tentando manter uma expressão séria, mas o sorriso saiu mesmo assim. “Tá bom, tudo bem. Deixe-me ligar para Tempestade primeiro.”
Aira aplaudiu como uma criança animada recebendo doce.
Peguei meu telefone e apertei o botão de chamada. Tempestade atendeu quase instantaneamente. “Zara!” Sua voz estava tão vibrante e ousada como sempre. “Saudades, mulher.”
“Foi o quê? Algumas horas separadas?”
“Ainda assim. Pelo menos me deixe desfrutar do meu bom humor.”
“Tá bom. Holla.” Tempestade riu. “Você realmente está vindo para Starshine?” Perguntei, recostando-me contra minha mesa.
“Acabei de descer da ala expressa,” ela disse. “Chegada em cerca de uma hora.”
“Estamos pensando em nos encontrar no Crescent Mall,” eu disse. “Há uma loja de lingerie chamando nossos nomes, aparentemente.”
“Oh sim,” Tempestade riu. “É exatamente o que eu preciso. Diga a Aira que ela é uma rainha por sugerir isso. Vou encontrar vocês às meio-dia. E Zara?”
“Sim?”
“Não use preto hoje. Você precisa de cor. Talvez um vermelho intenso. Mostre-lhes que você ainda queima.”
Pisquei, então ri. “Com certeza, General.”
Quando desliguei, Aira já tinha sua bolsa na mão.
“Eu imagino que ela chegou?”
“Ela está. Ela pode querer visitar Koda primeiro antes de passar um tempo conosco.”
“Lol, perfeito. Vamos lá, termine um pouco e vamos tomar café da manhã primeiro.”
Zara olhou para seu relógio. “Ainda tenho um pouco de tempo. Vá em frente. Vou me preparar para algumas coisas e ir para uma reunião rápida.”
Aira pareceu desapontada, mas agora não era o momento. Eu sei que passar tempo com as garotas levaria horas, mas havia trabalho a ser feito.
“Tudo bem. Nos vemos por volta das 11:30 da manhã.”
“Com certeza.”
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Ao meio-dia, estávamos na boutique. O lugar era elegante do chão ao teto — luzes suaves, cortinas de veludo e exibições de renda que mais pareciam arte de museu do que roupas.
Caminhamos por corredores cheios de seda e cetim, compartilhando risadas que pareciam perdidas e agora estavam sendo redescobertas.
Tempestade chegou logo depois, entrando como uma tempestade de verão. Seu cabelo estava preso em um coque elegante, maquiagem impecável, olhos já escaneando as araras com foco de grau militar.
“Senhoras,” ela disse, de braços abertos. “Vamos comprar coisas que nossos inimigos não acreditariam que vestimos.”
E assim, as horas passaram para algo mais leve. Mais fácil.
Por um tempo, não havia reunião, guerra, lobos ou alianças. Apenas três mulheres. Um provador. E a amizade que não precisava de explicação.
“Zara. Zara. Olha esta aqui.”
Aira segurava um conjunto vermelho deslumbrante que parecia se encaixar em um quarto real ou nas páginas de uma revista que a maioria das boas filhas nunca admitiria comprar.
A renda era incrivelmente delicada, quase transparente em alguns pontos, e os pequenos laços de cetim pendurados no cinto de cinta-liga praticamente gritavam, “Tire-me devagar.”
Pisquei. “Isso não é nem mesmo roupa íntima. Isso é… cosplay de lingerie.”
“Exatamente!” O sorriso de Aira se estendeu de uma orelha à outra. “Você foi CEO, Rainha Luna e Divina Alfa. Agora é hora do seu arco vilão—edição sedutora.”
Tempestade veio por trás dela segurando algo ainda pior—ou melhor, dependendo da perspectiva. Era uma renda preta, estilo fio-dental, sem copas, com pequenas correntes prateadas nas laterais que brilhavam nas suaves luzes da boutique.
Eu engasguei com minha própria respiração. “Tempestade!”
“O quê?” Ela perguntou com surpresa fingida, parecendo muito orgulhosa de si mesma. “É funcional. Fashionável. Mortal. Snow vai te ver com isso e esquecer qualquer juramento nobre que fez esta manhã.”
Aira inclinou-se e acrescentou em um sussurro, “Ele não vai sair do seu escritório se ver isso sob seu blazer. Aposto que ele te dobraria bem sobre a mesa—papéis voando, assistente traumatizado, modo caos total.”
Tempestade bufou. “Se há uma coisa que Snow sabe fazer, é reivindicar o que é dele. E aposto que ele teve que se segurar por semanas. Mostre isso a ele, e ele vai se soltar.”
Tentei afastá-las com indignação fingida, mas o calor já estava subindo por meu pescoço. “Ok, ok. Chega.”
Mas elas viram através disso.
Os olhos de Aira se estreitaram levemente. “Espera aí… espera. Você já fez sexo no escritório, não é?”
Tempestade arfou, então sorriu como se tivesse recebido ingressos na primeira fila para a noite de drama. “Oh minha deusa, Zara, sua safada—onde? Na mesa? Cadeira? Mesa de conferência?”
Cobri meu rosto. “Não vou te contar isso.”
“Então todos os três, né,” Aira concluiu com um prazer perverso.
“Eu odeio vocês duas.”
Tempestade sorriu maliciosamente. “Na verdade, você nos ama. Agora conta. Houve documentos envolvidos?”
“Eu—!”
E foi então que esbarrei em alguém. Um ombro roçou fortemente o meu enquanto explodíamos em risadas. Eu me virei rapidamente, já me desculpando. “Desculpe, eu não—”
Meu sorriso desapareceu.
A mulher à minha frente parecia tão surpresa quanto eu. Seus cabelos caramelos perfeitamente cacheados na altura dos ombros emolduravam seu rosto, e seus olhos verdes eram impressionantes, destacados com maquiagem sofisticada.
Seus lábios estavam pintados de um vermelho ousado que parecia quase perigoso.
Ela tinha uma bolsa de grife pendurada no cotovelo, e quando ela prendeu os olhos aos meus, seus lábios se torceram em um sorriso amargo que falava volumes sobre seus sentimentos.
“Zara,” ela disse devagar. “Uau. Eu não esperava te ver aqui. Mas claro… sempre aparecendo onde não pertence.”
Cruzei os braços, meu sorriso retornando —mas mais frio agora. “Clarissa.”
Clarissa. Minha prima do lado do meu pai adotivo. A membro da família que sorria para mim durante o jantar, mas depois cochichava sobre meus “genes de lobo” quando pensava que eu não estava ouvindo. Ela até flertou com meu ex assim que eu virei as costas.
“Você está parecendo…” Eu pausei e inclinei a cabeça. “Usada.”
As narinas de Clarissa se inflaram. “Ainda presunçosa, não é? Mas não se acomode demais. Você não é intocável. Acha que seu título e seu marido vão te proteger para sempre? Você vai perder tudo um dia.”
Dei um passo à frente, a diversão nunca deixando meu rosto. “São essas as palavras de um fracasso que tomou o vômito de um cachorro apenas para perceber que não era comida?”
Ela enrijeceu.
Eu não parei. “Me conte—como foi foder Ivan pelas minhas costas enquanto eu estava namorando ele? Ele chorou depois? Ou você era apenas o corpo quente até ele ficar entediado de novo?”
Aira assobiou baixinho, batendo palmas vagarosamente com um sorriso.
Os olhos de Clarissa se arregalaram, e eu vi o brilho da vergonha, aquele que ela pensou ter enterrado com seu contorno.
“Eu não sei do que você está falando,” ela rebateu.
“Ah, por favor,” eu disse. “Os recibos de hotel são de registro público. Você usou a lealdade dele contra mim. Agora quer fingir que isso nunca aconteceu?”
Clarissa deu um passo à frente, claramente pronta para revidar, mas Tempestade bloqueou seu caminho como uma parede de aço em saltos repentinos.
“Eu pensaria cuidadosamente antes de falar se fosse você,” Tempestade disse em uma voz baixa e calma. O tipo de tom que dizia que ela foi treinada para matar e não se importava de acrescentar mais um à lista.
A boca de Clarissa abriu—depois fechou.
Aira caminhou ao lado dela e inclinou a cabeça, olhos brilhando. “Ciúme cai mal em você, querido. Mas então novamente, perdedores sempre encontram algo para dizer.”
Eu me inclinei mais perto, baixando a voz para que apenas ela pudesse ouvir. “Só espero que você não tenha pulado na cama do pai de Ivan em seguida. Já que você gosta de homens casados.”
Clarissa parecia que tinha levado um tapa. Sua expressão se contorceu como se estivesse tentando manter a compostura, mas seus punhos fechavam-se muito firmemente e seu queixo tremia apenas o suficiente.
“Você acha que é melhor que eu porque se casou com um homem poderoso?” ela sibilou.
“Não,” eu respondi friamente. “Eu sei que sou melhor que você porque não precisei foder meu caminho pelas sobras do meu.”
Clarissa virou nos calcanhares, seus saltos batendo nitidamente no chão de mármore enquanto se afastava—seu silêncio mais alto que qualquer insulto que ela pudesse ter lançado.
Assim que ela desapareceu na esquina, Tempestade exalou, parecendo impressionada. “Caramba. Me lembre de nunca ficar do seu lado ruim.”
“Eu avisei,” Aira acrescentou, passando seu braço pelo meu. “Esta aqui tem garras sob sua seda.”
Finalmente eu ri, a tensão se soltando do meu corpo como se alguém tivesse afrouxado um punho ao redor do meu coração. “Deuses. Não faço isso há anos.”
“Mas senti bem, não foi?” Tempestade sorriu.
“Sim,” eu admiti, sorrindo mais ainda agora. “Realmente senti.”
Aira pegou um conjunto de renda roxa do suporte e ergueu-o. “Então eu digo que celebramos sua assassinato verbal com calcinhas combinando. Eu voto neste.”
Tempestade assentiu. “Só se brindarmos a nunca nos rebaixarmos novamente.”
“Concordo,” eu disse.
Caminhamos em direção ao caixa com risadas nos seguindo como perfume. A amargura de Clarissa já estava desaparecendo como uma mancha ruim em uma boa seda.
Deixe o passado apodrecer. Estávamos aqui, radiantes, fortes e lindamente intocáveis.
E eu ainda nem escolhi meu traje de vingança para a cúpula.