- Home
- Casamento de Conveniência com o Alfa Snow
- Capítulo 479 - Capítulo 479: Visitantes Inesperados
Capítulo 479: Visitantes Inesperados
******************
CAPÍTULO 479
~Ponto de vista de Zara~
Voei de detrás da mesa e cruzei a sala em segundos, jogando meus braços ao redor dele.
Andrew me segurou facilmente, apertando fortemente. “Deuses, é bom te ver. Você ainda é mais alta que eu, vejo.”
“Mentiras,” eu disse, rindo em seu ombro. “Não deixe os saltos te enganarem. Você ainda é mais alto. Mas quem sabe, talvez você tenha encolhido.” Zara riu.
“Impossível. Sou o orgulho do pool genético da família.”
Afastei-me para olhar para ele. “Você voltou da sua viagem sem aviso?”
“Tive que voltar. As coisas estão mudando, Zara. Zade disse que eu era necessário aqui.”
“É verdade, ele está certo. Tenho notícias que você vai querer ouvir.”
O sorriso de Andrew vacilou um pouco. Dei um passo atrás. “Notícias?”
Os olhos de Andrew escureceram ligeiramente. “Sim. É sobre—”
Uma batida cortou o ar e eu gemi internamente, esfregando minha testa. “Agora não.”
Taylor entrou pela porta, sorrindo, embora eu pudesse ver o cansaço em seus olhos. “Senhora,” ela disse cuidadosamente.
“Sim?” eu respondi, já temendo a interrupção.
“Há alguém aqui para te ver.”
“Estou ocupada no momento,” informei-a, meu tom mais afiado do que pretendia.
“Mas senhora…”
Suspirei. “Eles marcaram uma consulta?”
“Não.”
“Então diga que Snow não está disponível e—”
“Ele pediu especificamente por você e pelo Sr. Zephyr, senhora,” Taylor interrompeu rapidamente, como se soubesse que eu encerraria o assunto de outra forma. “Ele disse que era urgente.”
Inclinei minha cabeça, estreitando os olhos. “Que tipo de assunto urgente não vem com nome ou motivo?”
Justo quando pensei que tinha tudo que precisava para encerrar isso, Taylor acrescentou em voz baixa, “Ele é um nobre, senhora. De um reino aliado ainda por cima.”
Isso me parou.
Um nobre?
Olhei para Andrew. Ele apenas deu de ombros, murmurando provavelmente Kaid antes de esticar uma perna longa e se acomodar no sofá como se não estivéssemos a segundos de sermos puxados para algo.
De novo.
Suspirei, acenando com a mão. “Tudo bem. Deixe-o entrar.”
Virando-me para Andrew, sussurrei, “Se for Kaid, isso não vai demorar. Desculpe, continuaremos em breve, não fique bravo.”
“Eu? Nunca,” ele respondeu facilmente.
Então a batida veio novamente, mais pesada desta vez e logo a porta se abriu para revelar meu visitante.
E no momento em que meus olhos pousaram na figura entrando, o ar saiu dos meus pulmões.
Cabelos prateados — longos, sedosos, e pontilhados com suaves tons de violeta — fluíam sobre seus ombros como luar sobre água parada.
Seu smoking, feito à medida em preto obsidiana e com detalhes em prata, se ajustava ao seu corpo atlético como se tivesse sido esculpido para ele.
Cada centímetro dele exalava graça, mas com aquela quietude mortal que apenas as linhagens antigas carregavam.
Mas foram seus olhos que realmente chamaram a atenção.
Um violeta. Um azul frio. O tempo retrocedeu.
“Olá, Zara,” Davion disse, sua voz suave e íntima, como se não tivéssemos perdido dias entre nós.
“D–Davion…” eu sussurrei, congelada no lugar.
As sobrancelhas de Andrew se levantaram. “Davion… Davion Draco? Tipo, o Príncipe Dragão?”
Davion virou a cabeça, um sorriso cortês curvando seus lábios. “Sim. Príncipe Davion Draco da Chama Obsidiana. E você é?”
Andrew levantou-se imediatamente, oferecendo uma reverência respeitosa com a cabeça. “Andrew Blake. Seu primo.”
Davion estendeu a mão com o tipo de charme casual que poderia desarmar impérios. “Um prazer.”
Andrew a apertou, sua expressão cuidadosamente neutra. “Igualmente… Sua Alteza.”
As mãos deles se soltaram. Eu assisti a toda a troca como alguém assistindo a um acidente de trem que não podia evitar—lento, inevitável e destrutivo.
“Desculpe, primo,” Andrew disse suavemente, me dando um pequeno sorriso apologético. “Mas vou deixar vocês dois com isso. Conversaremos mais tarde. Jantar com Zade?”
Eu não discuti.
Não havia sentido.
Porque mesmo que Davion estivesse parado calmamente e educadamente, o ar tinha mudado completamente. Sua aura rolou pela sala como fumaça—quente, antiga e poderosa. Sutil por enquanto, mas tinha peso. Presença.
Ele não era nenhum lican. Nenhum alfa comum. Ele era um maldito, incrível, poderoso dragão.
E não qualquer dragão. O dragão. Príncipe da Chama Obsidiana, herdeiro da linhagem mais temida e respeitada nos reinos dracônicos.
Quando a porta clicou suavemente atrás de Andrew, o silêncio se instalou como névoa. Eu não tinha me movido de trás da mesa.
Davion deu alguns passos lentos para dentro.
“Ainda linda,” ele murmurou, os olhos me examinando de cima a baixo sem vergonha. “O tempo foi gentil com você.”
“Lisonja não vai me amolecer,” eu respondi rapidamente, mandíbula cerrada. “O que você está fazendo aqui?”
“É essa a forma de receber o salvador do seu ex-marido?” Eu mordi o interior das minhas bochechas. “Vim ver você.” Ele sorriu, e meu estômago fez algo que eu odiava. “Você sabe disso.”
“Já faz alguns dias, Davion.”
Ele se aproximou. “E eu esperei cada dia.”
Eu me endireitei. “Não venha para minha empresa agindo como se tivesse o direito.”
“Eu não tenho?” Seu sorriso era calmo, mas havia algo faminto em seu olhar. “O conselho me enviou uma carta, Zara. Eu devo me casar se quiser o trono. E você, sempre foi destinada a ser rainha.”
Soltei uma risada seca. “Essa oferta não foi feita para mim. Pensei que tinha expirado há dias.”
“Talvez,” ele disse, voz baixa. “Mas nosso vínculo não.”
Eu me encolhi.
“Eu senti,” ele acrescentou, dando mais um passo. “A magia agitando. Algo mudou. Não mudou?”
Ele estava me observando agora. De perto. Me lendo do jeito que costumava—como se eu fosse o único mistério que valia a pena resolver.
Engoli seco, ignorando o modo como meu coração acelerava.
“Você sempre teve um talento para o drama,” eu disse, recuando um passo para manter o espaço. “Mas você não pode entrar e exigir coisas. Eu construí uma vida antes de você, Davion.”
“Com Snow?” Davion perguntou, olhar escurecendo.
Aquilo me atingiu como um tapa.
“Você não tem o direito de trazer ele para isso,” eu disse entre dentes cerrados.
“Eu tenho todo o direito,” Davion disse, voz como aço sob seda. “Porque eu te dei algo importante para salvá-lo. Então sim. Eu posso.”
Eu odiava que parte de mim quisesse discutir isso. “Eu não pedi isso,” eu disse baixinho.
“Sim, nós não pedimos, mas Zara, eu te disse, eu vou vir por você,” ele respondeu.
Silêncio novamente.
“Por que agora?” Eu perguntei, mais suave.
Ele inclinou a cabeça. “Porque meu tempo se esgotou. E porque eu ainda quero você.”
Desviei o olhar. “Isso é loucura. Snow e eu somos parceiros. Nunca houve nada acontecendo entre nós. Então não. Eu não quero você.”
Davion olhou para mim com uma espécie de calor misturado com frieza enquanto seus lábios se curvavam em um sorriso perverso. “Então, você gostaria que eu pegasse de volta minha escama?”