Casamento de Conveniência com o Alfa Snow - Capítulo 23
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23: Em Seu Lugar 23: Em Seu Lugar **************
CAPÍTULO 23
~Ponto de vista de Zara~
Felizmente, encontrei o caminho para o apartamento da Ella logo após minha confrontação com Snow, mas assim que comecei a subir para o apartamento dela, congelei no meio do caminho.
Pisquei, uma lágrima escapando pelas minhas pálpebras.
Eu a enxuguei, meus olhos olhando para as pontas dos meus dedos. Como? Por quê?
Suspirei.
Será que eu era estúpida? Eu tinha acabado de começar minha chamada vida marital e corri para os braços confortantes da Ella. Balancei minha cabeça. Minha amiga não podia me ver assim.
Sem outra escolha, virei-me e fiz o meu caminho para a entrada, saindo do prédio. Encontrar um táxi que me levasse para um hotel, um em que minha família investiu, não demorou.
Mas minha chegada só piorou as coisas. Assim que paguei o motorista do táxi e saí do carro, caminhando em direção à entrada do Hotel Regal, meu coração ainda acelerado pelas emoções que Snow havia provocado em mim.
Eu mal tive tempo de processar tudo quando os vi—Ivan e Clarissa—saindo da recepção, ambos com expressões presunçosas que me causaram arrepios.
No início, eles congelaram, como adolescentes pegos em um ato indevido. Mas logo o choque deles se transformou em outra coisa.
“Bem, bem, olha só quem é,” a voz de Ivan estava repleta de sarcasmo. “O que te traz aqui, Zara? Não esperava te ver tão cedo após o seu… casamento. Ou será que Snow já te deu um chute?”
Clarissa riu por trás dele, lançando um olhar de soslaio para Ivan. “Oh, Ivan, não seja mau. Ela provavelmente só está aqui para lamber suas feridas. Afinal, só fazem o quê… alguns dias? Bem o recorde,” disse ela, seus olhos se estreitando em mim com pena zombeteira.
Tomei uma respiração profunda, endireitando as costas. “Não estou com humor para seus jogos patéticos,” eu retruquei, tentando manter a compostura.
Ivan se aproximou, seus olhos brilhando com travessura. “Ou talvez você esteja aqui para trair Snow, hmm?” ele sugeriu, com um sorriso que se alargava. “Não aguentou o calor em casa, então veio rastejando para algum outro homem. É isso?”
Eu sentia a raiva borbulhando, mas cerrei meus punhos ao meu lado, recusando-me a deixá-los penetrar em minha pele.
“Engraçado como você acha que suas suposições importam para mim,” eu disse, travando o olhar com Ivan. “As únicas pessoas cujas opiniões eu me importo estão bem longe deste espetáculo patético.”
Clarissa não perdeu o ritmo. Ela avançou, seus lábios vermelhos curvando-se em escárnio.
“Oh, querida, eu não teria tanta certeza,” ela provocou. “Afinal, você é a que está em um hotel apenas alguns dias após seu grandioso casamento. O que as pessoas iriam pensar? Que talvez… Snow já teve o suficiente de você? Ou você veio aqui para se prostituir?”
Dei uma risada amarga, o som até mesmo me surpreendeu. “Clarissa, sua obsessão com minha vida está começando a ficar embaraçosa,” eu disse, mantendo minha voz firme. “É triste o quão baixo é o seu QI. O que te faz pensar que toda mulher entrando em um hotel vai se prostituir? Da última vez que chequei, eu não sou você, uma prostituta barata pulando da cama de um homem comprometido para outro.”
Raiva passou pelos olhos dela e eu sorri com ironia. “Ou o quê? Ele…” meus olhos passaram por Ivan com desgosto, “ele já arranjou uma nova garota e tem que te comer aqui no hotel?”
“Você não sabe nada sobre nosso amor, vadia.”
“Calma com a palavra ‘vadia’ prima. Você não quer que as pessoas pensem que você está louca ou algo assim, considerando que é você quem está se vendendo para um homem que nunca se atreveu a torná-la sua.”
Minhas palavras cortaram fundo já que no segundo seguinte, vi Ivan apertar os dedos em punhos. “Cala a boca, Zara. Você sabe que me ama. Não está cansada de ser rancorosa já? Talvez se você implorar o suficiente, eu possa considerar aceitá-la como minha amante.”
“E quem seria sua mulher, essa prostituta?” Eu zombei, interrompendo-o. “Sua ilusão me diverte.” Voltei minha atenção para Clarissa. “Mas deixe-me esclarecer uma coisa. Se alguém for jogado de lado, serão você e suas ilusões.”
Seus olhos flamejaram de raiva, mas eu não me importei. Eu estava farta de jogar os jogos deles.
Ivan soltou uma gargalhada. “Uau, afinal ela tem alguma mordida,” ele zombou. “Mas confie em mim, Zara, Snow não é de continuar brincando com os brinquedos dele por muito tempo.”
Estreitei meus olhos para ele, minha voz fria e cortante. “Se eu fosse você, Ivan, me preocuparia menos com o casamento do Snow e mais com a bagunça que você fez da sua própria vida. Mas isso não é da minha conta, não é?”
O rosto de Clarissa se contorceu de raiva, mas eu não lhe dei a chance de responder. Girei nos calcanhares e passei por eles, de cabeça erguida.
Ao entrar no lobby do hotel, ainda conseguia sentir os olhares deles queimando em minhas costas, mas me recusei a dar-lhes a satisfação de olhar para trás.
No momento em que cheguei ao balcão da recepção, senti meus ombros relaxarem ligeiramente. Eu precisava de espaço – longe de Snow, longe das observações venenosas deles, longe de tudo.
“Olá. Boa noite Senhorita…” a recepcionista do hotel cumprimentou.
“Boa noite. Por favor, gostaria de reservar uma das suas suítes.”
Entreguei meu cartão à recepcionista, mal registrando as gentilezas trocadas enquanto ela processava minha reserva.
A tensão da confrontação com Ivan e Clarissa ainda pesava sobre mim. Eu sei que para a maioria das pessoas, eu seria vista sob uma luz diferente, mas eu também não poderia ir para a casa dos meus pais.
Eu sei que não fui deserdada, ainda, mas também não estava pronta para enfrentá-los. A única coisa de que precisava agora era espaço – espaço para respirar, pensar e reunir meus pensamentos.
“Aqui está sua chave, Senhorita Zara,” a recepcionista disse com um sorriso caloroso. “Sua suíte fica no 14º andar. Por favor, aproveite sua estadia.”
Forcei um sorriso em troca, agradecendo-a antes de seguir para o elevador. Uma vez lá dentro, as portas se fecharam, selando-me na caixa silenciosa. Encostei-me na parede, exalando profundamente. O silêncio era reconfortante.
E talvez uma noite aqui fosse o que eu precisasse para pensar direito e planejar como quero que minha vida siga daqui para frente.