Casada Novamente por Vingança - Capítulo 479
Capítulo 479: Dor do Parto
“Nós só pretendemos salvar você e seu filho.” Ele assegurou novamente quando Eva olhou para ele com suspeita. Ela não podia confiar neles. Mas ainda assim assentiu depois de uma longa pausa.
“Muito bem! Se esse for o caso, escolte-me com seus homens. Quero ir ao palácio real e pedir por meu marido. Eles não poderiam machucá-lo sem provas.” Ela olhou para Abraão com olhos afiados, como se estivesse dizendo que isso era um teste. O homem suspirou.
“Senhora Evangeline. Podemos fazer isso sempre que desejar. Mas o médico já a examinou e confirmou que suas dores de parto podem começar a qualquer momento. Já chamamos uma parteira também. Você quer correr o risco de dar à luz na carruagem ou, pior, no palácio real?” Sua voz não continha nenhuma pressão, mas sim desespero. Como se ele estivesse lidando com uma criança teimosa que não podia controlar. Eva mordeu os lábios e tocou sua barriga. Ela podia sentir o momento ficando mais forte, como se a criança estivesse dizendo que estava prestes a chegar.
Mas se ela não fosse!
“Sim, vou correr esse risco. Essas parteiras nos seguirão. Virão comigo na minha carruagem. Não posso perder tempo aqui.” Os olhos de Abraão se arregalaram e então ele soltou um suspiro profundo. Seu peito subia e descia.
“Muito bem! Se isso puder lhe assegurar que estamos apenas apoiando você, então vá sofrer tudo o que quiser!” A voz veio entre dentes cerrados. “Você já tem minha cruz. Vá e comande-os como desejar.” Ele beliscou o espaço entre suas sobrancelhas e fechou os olhos.
Eva o encarou por um momento. Ela não podia confiar nesse homem. Mas ele era o único que estava ajudando ela!
“Obrigada, sua eminência. Devo um favor a você por me ajudar neste momento crítico.” Depois de hesitar por um segundo, Eva inclinou a cabeça e agradeceu ao homem antes de sair apressada.
No momento em que ela se virou para sair, Abraão olhou para suas costas com olhos brilhantes. Seus lábios se curvaram em um sorriso sinistro.
“Oh Senhora Evangeline! Você sempre é tão protetora com seu marido. Isso se tornou sua maior e mais previsível fraqueza.” E então ele riu alto.
Eva já havia chegado à saída. Ela havia reunido uma dúzia de padres da igreja com a ajuda da cruz e estava grata por isso. Sempre que encontrava um homem forte que pudesse pelo menos bloquear alguns ataques, se necessário, ela o comandava para segui-la. E ele fazia isso sem questionar quando notava a cruz em seus olhos.
“Vá e traga uma parteira comigo. Vamos pegar esta carruagem e você deve vir comigo também.” Ela comandou uma freira que parecia jovem e fácil de lidar. A freira engasgou e olhou ao redor, mas quando notou os rostos curvados de todos, ela não ousou hesitar e imediatamente saiu correndo para buscar as parteiras.
“Tragam a carruagem enquanto isso.” Como escravos de Deus, todos eles ouviram cada comando dela. Em menos de um minuto, uma carruagem já estava esperando por ela.
A parteira chegou com a nova freira. Todas elas pegaram a carruagem e os servos selecionados de Deus pegaram outra carruagem seguindo-a.
“Temos poder para encontrar sua majestade diretamente por causa da insígnia na carruagem?” Ela perguntou à jovem que balançou a cabeça.
“Não temos esse poder?” Eva franziu o cenho. Ela se lembrava de como Abraão era reverenciado no palácio real. Esta é a carruagem dele. Ela havia pensado que teria algum poder também.
“Quer dizer, eu não sei de nada. Entrei na igreja apenas há um mês, quando meu marido morreu. Não quero sofrer sozinha ou me casar de novo, por isso estou aqui.” A mulher soluçou, “por favor, não me machuque. Eu não sabia de nada.” Eva suspirou. Ela havia escolhido essa garota porque ela parecia ingênua, mas também era ignorante. Não podia oferecer ajuda.
“Esqueça! Tenho certeza de que isso passará e tenho uma multidão comigo também. Não vou falhar desta vez.” Tudo o que precisava era encontrar Damien. E esses clérigos podiam garantir que Carmen não a mataria ou sequestraria. Mesmo que ele o fizesse, eles iriam e informariam Damião sobre isso. Eva olhou pela janela. Seu corpo estava tão dormente que mal conseguia sentir a dor, mas seu coração estava palpitando. Damien havia queimado tantos homens. Mesmo que tentasse, ele não seria capaz de limpar seu nome. Eles tinham que lutar ou fugir. Lágrimas encheram seus olhos, mas seu coração estava firme. Mesmo se tivesse que buscar seu marido no mar ou em seu cadáver, ela faria isso. Não podia ser mais fraca.
“Minha senhora… Você está…” Eva olhou para a jovem garota. Ela estava tremendo enquanto apontava para os pés de Eva. Com confusão, Eva olhou para baixo apenas para ver uma poça de água se formando ali.
As parteiras também engasgaram.
“Minha senhora, você não sentiu nenhuma dor ou contração?” Elas estavam chocadas. A maior parte do tempo, as pacientes informavam sobre a dor e elas começavam a trabalhar, mas Eva estava sentada tão calmamente interrogando a garota que elas nunca assumiram que sua dor de parto havia começado.
Eva franziu o cenho ao olhar para a água. Ela deveria ter sentido algo, mas não sentiu.
“Eu…”
“Já está tarde. Parem a carruagem. Precisamos de água quente e limpa e precisamos de toalhas.” Elas começaram a bater nas janelas e gritar. Eva olhou para fora. Elas estavam tão próximas do palácio real. Apenas meia hora e elas chegariam lá.
“Eu não posso segurar?” ela perguntou, mas as parteiras apenas a ignoraram e continuaram dando ordens aos homens que as seguiam.
“Minha senhora, com sua condição, dar à luz no palácio real seria mais perigoso.”