Casada Novamente por Vingança - Capítulo 426

Capítulo 426: Últimas Orações

“Você fez tão bem hoje, sua eminência.” Abraão começou ao receber Eva de volta em um pequeno salão de oração. “Como você se sentiu com isso?” como um amável ancião que se importava com ela. Ele olhou para ela com um olhar esperançoso.

Eva se sentiu incrível. A esperança que ela viu nos olhos deles por ela mexeu com seu coração de maneiras que ela mal podia compreender. Ela sentiu como se uma bola de energia estivesse se acumulando em seu peito e quisesse sair. Mas foi interrompida por uma parede de vidro.

A energia não desistiu. Continuava forçando seu caminho para sair. Ela sentiu como se a dor estivesse a despedaçando. Mas desapareceu com eles. No momento em que eles partiram, a dor também a deixou e isso a confundiu.

“Evangeline..” Eva piscou e olhou para ele.

“Eu estava pensando nisso.” ela começou e notou o brilho nos olhos dele, “foi estranho. Como se eu fosse um ser poderoso.” ele esperou por mais, mas quando ela não ofereceu mais nada, seus olhos escureceram.

Mas ele não demonstrou e sorriu em vez disso.

“Você encontrará mais pessoas. E terá um bom tempo aqui. A igreja sempre foi útil para todos os setores da sociedade. Nossa graça não se limita aos nobres, mas ajudamos os plebeus que realmente precisam de ajuda.” ele explicou novamente como um amável ancião. “Eu sei que você partirá amanhã depois do fim do festival. Mas Evangeline, a igreja sempre estará aberta para você. Você pode visitá-la novamente se quiser ajudar os outros. As pessoas esperarão por seu retorno. Eu vi a alegria nos olhos ao retornarem santos. Eles… ficarão decepcionados se você partir assim.”

“Eu pensarei nisso mais tarde.” Ela o cortou sem dar falsas esperanças, embora em seu coração, soubesse que voltaria para ver se as promessas feitas hoje haviam sido cumpridas ou não. “Você encontrou uma maneira de convencer Harold a retirar sua queixa ou alguma outra forma de tirar as acusações contra meu marido?”

Ele suspirou suavemente, mostrando mais de sua decepção.

“Achei que você faria isso sozinha. Seu ex-marido foi o último a visitá-la hoje. E você teve a audiência mais longa com ele. As coisas não foram bem?” ele estava sondando. Seus olhos se estreitaram com isso.

“Eu não me lembro de que deveria completar a aposta da sua parte, sua eminência. Prometi que seria a santa e você prometeu que encontraria uma maneira de procurar Cotlin e Ian se eu viesse aqui e libertaria meu marido de todas as acusações se eu cumprisse meus deveres como santa.” seus olhos examinaram o rosto dele em busca de qualquer tipo de emoção, mas não havia nada além da sensação de desamparo que alguém mostraria ao lidar com crianças birrentas.

“Claro, eu devo completar isso. Não completei a primeira parte?” Embora sua voz ainda fosse paciente, seus olhos escureceram como se estivesse magoado pelas palavras frias e duras dela.

“Ainda não sei como você os encontrou quando mais ninguém conseguiu. Como se você soubesse desde o início onde eles estavam.” embora ela sorrisse, seus olhos estavam cheios de acusações que o fizeram franzir a testa.

“Evangeline, seus amigos não têm nada a ver comigo. Eu sou parte da igreja e normalmente nem participo de assuntos mundanos. Eu só a ajudei porque sua mãe fazia parte da igreja.” ela estremeceu com a última frase. Sim, mas foi sua mãe quem havia proibido ela de confiar neles. Mas por quê? Por que ela a advertiu?

“Tenho minhas dúvidas quando você não conseguiu encontrá-los em lugar algum. Não há muitos lugares no palácio real onde alguém pudesse se perder sem deixar rastros.” ele explicou e então balançou a cabeça. “Enviei uma alma bondosa para convencer seu marido e o Duque Clamstone também. Estou esperando uma resposta positiva.”

Ela não prolongou o assunto e lentamente assentiu e se levantou.

“Evangeline, falta apenas um dia. Você realmente precisa de uma guarda aqui com você?” Ele finalmente olhou para Soliene. Alguém poderia pensar que ele não havia notado sua presença até agora.

“Meu marido a enviou para mim.” ele riu disso.

“Claro, seu marido está sempre preocupado com você. Mas ela não pode entrar na sala de oração. Você precisa orar lá sozinha a noite inteira, já que esta é sua última noite. Ela pode guardar sua porta se você estiver preocupada.” embora estivesse falando com Eva, seus olhos estavam em Soliene.

“Agora… você deve estar exausta. E, já que não vai dormir a noite inteira novamente, coma algo e descanse por um tempo. Eu virei em uma hora e te guiarei sobre as orações de hoje à noite.” ele sussurrou e assentiu para ela.

Eva se levantou e Soliene a seguiu para fora do quarto. Elas foram para o quarto dela e logo a sacerdotisa trouxe dois pratos de comida. Ambas eram refeições simples, mas uma ainda era um pouco mais luxuosa que a outra.

Ela tinha pão recém-assado, sopa, cubos de queijo e purê de batatas com abacate.

“Não é permitido servir carne no local. Eu levarei os pratos em meia hora.” informou a sacerdotisa enquanto colocava o jantar e saía.

Soliene olhou para a refeição com olhos céticos.

“Me sinto constrangida, mas acho que deveríamos trocar as refeições. Ou eu deveria provar ambas antes que você as coma.” Ela ofereceu, levantando-se para inspecionar a comida.

Eva assentiu após alguma hesitação.

“Eu ficarei de guarda então.” Soliene assentiu e provou cada prato e esperou por quinze minutos. Quando não sentiu nada e balançou a cabeça, Eva suspirou e começou a comer com ela.

Em poucos minutos, elas já haviam terminado o jantar.

A sacerdotisa levou os pratos e Abraão entrou no quarto.

“Agora você deve estar pronta para suas últimas orações, Evangeline.”