Casada com o Filho do Diabo - Capítulo 73

73: Capítulo 13 73: Capítulo 13 “Eu sou sua esposa.”

Fiquei chocada com minhas próprias palavras, como se eu mesma não as tivesse dito, mas fui possuída por outra pessoa. Mesmo que o homem à minha frente não se parecesse em nada com Lucian, cada nervo do meu corpo me dizia que era ele. Sua voz, seu cheiro, a maneira como ele me beijou e como fez meu coração acelerar e meu corpo formigar. Tinha que ser o Lucian, mas a maneira como ele estava me olhando agora, como se eu fosse uma completa estranha, partiu meu coração. Talvez não fosse ele, afinal, mas por que meu instinto estava me dizendo o contrário.

Não, Lucian nunca fingiria que não me conhece, o que significa que eu acabei de beijar outro homem.

Meu Deus, o que eu fiz? Eu dei um passo para trás, com raiva de que ele tivesse me beijado e que eu tivesse retribuído o beijo. Com raiva de que ele me fizesse sentir o que Lucian fazia. Eu não podia sentir isso por mais ninguém. Eu não deveria!

“Desculpe?” Ele disse com uma carranca.

Mais lágrimas caíram no meu rosto. Eu queria implorar a ele novamente. Implorar para ele me dizer que era o Lucian, implorar para ele me abraçar novamente para que eu me sentisse segura. Mas ele não era o Lucian. Lucian nunca me machucaria assim, ele nunca apenas me assistiria chorar.

Eu realmente devo estar desesperada para beijar outro homem, para até mesmo me permitir acreditar que ele era meu marido. Envergonhada, saí correndo do quarto. Eu sabia que estaria em apuros mais tarde, mas agora mesmo não me importava. Fui para a dispensa onde durmo à noite e apenas chorei e chorei, esperando que Lothaire aparecesse do nada. Tudo o que eu queria agora era sair deste lugar.

O dia passou comigo trabalhando até a exaustão, chorando em intervalos, e temendo a chegada de Jade. Eu acabei escapando da minha punição, mas Jade nunca chegou e agora já era quase meia-noite e eu estava me preparando para dormir. Meus olhos estavam tão inchados de tanto chorar que mal conseguia mantê-los abertos. Fechando os olhos, de alguma maneira desejei que o sol nunca mais nascesse.

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Lucian girava para frente e para trás na cama, incapaz de dormir. Ele ainda estava pensando nela, a mulher que o fez sentir… ele não tinha certeza do que estava sentindo. Ele fechou os olhos novamente e tentou tirá-la de sua mente, mas não conseguiu. Quer seus olhos estivessem abertos ou fechados, o rosto dela era a única coisa que ele via. A imagem de sua expressão sofrida e seus olhos lacrimejantes fizeram seu coração apertar de uma maneira desconfortável. E sua voz continuava repetindo em sua cabeça.

‘Eu sou sua esposa’.

Alexandre tinha uma esposa escondida? Uma amante? Mas então por que ela não disse nada na primeira vez que se encontraram?

Lucian suspirou de frustração. O que ele estava fazendo? Ele deveria parar de pensar nela e se divertir. Tornando-se invisível, ele foi para o quarto do seu irmão. Pedro andava de um lado para o outro, esperando por alguém, parecia. Quando ele ouviu o som do guincho da porta se abrindo, ele parou em seu caminho e esperou pela pessoa que entrava. Lucian sentiu uma estranha inquietação quando percebeu que era ela que seu irmão estava esperando.

Por que seu irmão estava ansioso esperando por uma empregada?

“Venha aqui!” ele ordenou quando ela hesitou na porta.

Lucian não gostou da maneira como seu irmão estava falando com ela.

“Eu disse venha aqui, Hazel!”

Hazel? De repente, Lucian sentiu uma dor no peito e sua cabeça começou a latejar.

“Você tem estado a chorar.” Pierre apontou.

Hazel balançou a cabeça. “Eu não estive.” ela mentiu.

“Por que não vem até mim? Eu não vou deixar você chorar.” Ele disse, suavizando a voz.

Lucian ficou confuso. Pedro estava interessado nessa empregada? Claro que seu irmão adorava mulheres, mas ele nunca brincava com empregadas. Ele as achava sujas e feias.

Talvez essa mulher não fosse apenas uma mulher. Ela o fez sentir coisas e talvez tenha feito o mesmo com seu irmão.

Hazel balançou a cabeça negando-lhe. Muito corajosa para o seu próprio bem, pensou Lucian.

“Estou cansado de esperar”. Pedro disse a puxando para seu peito. Ele segurou seu cabelo e tentou beijá-la, mas Hazel virou a cabeça e o empurrou para longe.

“Pare!”

“Não, você pare!” Ele gritou agarrando-a novamente antes que ela pudesse correr e então a jogando na cama. Colocando-se em cima dela, ele prendeu as mãos dela e tentou beijá-la novamente.

Lucian fechou os punhos enquanto a raiva se acumulava dentro dele. Ele ficou tão furioso que pôde sentir seu demônio tomando controle sobre seu corpo. Isso não era bom, ele estava prestes a se expor, mas não conseguia se impedir de fazer algo. Usando seu poder preternatural, ele apagou as luzes, então empurrou seu irmão para longe de Hazel com tanta força que ele caiu da cama.

Pedro gemeu de dor e Hazel aproveitou a chance para fugir.

“Capture-a!” Pedro gritou para os guardas que estavam do lado de fora da porta.

Um dos guardas entrou para ajudar Pierre enquanto o outro perseguia Hazel. Lucian praguejou baixinho. Antes que o guarda pudesse pegá-la, ele exterminou todas as fontes de luz do castelo.

O guarda parou no meio do caminho, assustado com a escuridão repentina.

Lucian, que podia ver claramente no escuro, agarrou o braço de Hazel. “Venha comigo.” Ele disse como se ela fosse confiar nele. No início, ela se assustou e tentou puxar o braço pra trás, depois, como se percebesse algo, ela o seguiu em silêncio. Lucian a levou para seu esconderijo, um lugar que só ele conhecia. Era um local subterrâneo localizado no seu jardim pessoal.

Assim que chegaram ao local, Lucian usou seus poderes novamente para acender as velas.

Olhando em volta, Lucian notou que tudo estava exatamente como ele havia deixado, o que significava que o lugar ainda estava desconhecido. Aqui era onde ele se escondia quando queria ficar sozinho, ou quando estava machucado, ou se recuperando, ou quando tinha medo que seu demônio assumisse controle sobre ele. Ele nunca havia trazido ninguém para cá antes. Por que ele trouxe ela?

Lucian se virou para Hazel, “Você está bem…”

Ele parou quando percebeu que ela estava olhando para ele com medo. “Como você sabia sobre este lugar?” ela perguntou.

Surpreendido pela pergunta, Lucian não sabia como responder. Ele não tinha pensado nisso antes de trazê-la para cá.

“Este lugar…” Ela começou confusa. ” está debaixo do nosso jardim…” Sua voz estava baixa como se estivesse falando consigo mesma.

Devagar, ela olhou para cima com os olhos arregalados como se tivesse percebido algo, então ela franziu o cenho. “Por que você está assim?”

Lucian estava confuso sobre o que ela quis dizer com isso. Ela se aproximou ainda mais dele, então levantou a mão devagar para tocar seu rosto. Assim que as pontas dos dedos dela acariciaram sua bochecha, um calor se espalhou por ele e ele se esqueceu por um momento do que ela havia perguntado.

“Eu não estava errada”. Ela sussurrou. “Eu sabia que era você.”

Ela segurou seu rosto com as duas mãos enquanto lágrimas enchiam seus olhos. “Eu estive esperando por tanto tempo…Eu pensei…Eu pensei que você era…que você nunca voltaria.” Ela o abraçou apertado e começou a chorar.

Por que essa mulher estava sempre chorando? Lucian se desvencilhou do abraço dela.

“Escute…” Ele começou a adverti-la, mas as palavras restantes morreram em sua garganta quando ele viu a dor nos olhos dela. Ela parecia atormentada.

“Você não precisa…” A voz dela vacilou. “fingir mais.”

Lucian se sentiu desconfortável e sua cabeça começou a latejar de dor novamente. Ele mal conseguia pensar mais.

“Você pode ficar aqui se quiser…” Ele disse, tentando sair com passos instáveis.

Essa mulher estava o deixando nervoso, desconfortável, e…e com medo.

Ela agarrou o braço dele antes que ele pudesse sair. “Lucian!”