Casada com o Filho do Diabo - Capítulo 34

34: Capítulo 34 34: Capítulo 34 Eu… Eu fui uma esposa ruim, inútil. Sim, nunca dei nada a Lucian e não há nada que eu possa dar a ele agora, e por cima disso, por causa do meu egoísmo, eu poderia causar a sua morte.

Klara estava certa, eu nem mesmo ofereci a ele meu corpo e fiquei brava quando ele foi procurar outra pessoa. Eu era realmente egoísta. Eu não tinha o direito de ficar brava quando ele nunca ficou bravo comigo por não dormir com ele. A única coisa que fiz até agora é ter medo ou ciúmes.

O que eu realmente fiz por ele? O que de tão bom fiz para poder dizer a ele para não se casar com mais ninguém, porque eu sou boa o suficiente? Eu não podia dizer isso porque eu não era.

“Minha senhora? A senhora está bem? Parece muito pálida.” Perguntou a empregada que penteava meus cabelos.

“Estou bem.” Eu disse.

“Devo trazer o jantar? Talvez você esteja com fome.”

“Não, estou bem. Vou dormir.”

Eu estava correndo no meio da noite pelos bosques escuros onde mal conseguia ver por onde ia, mas isso não me importava. Eu tinha que correr se quisesse sobreviver e ver Lucian de novo.

“Mate-a!”

Eu corria descalça e meus pés estavam sangrando e doendo, mas eu não podia parar, pois ouvia que eles estavam perto. Eu tinha que correr mais rápido ou eles me pegariam.

“Lá está ela! Traga-a!”

Não, não, não! Por favor!!

Tentei correr mais rápido, mas meus pés e pulmões não aguentaram e caí no chão.

Os passos estavam bem perto e logo depois duas mãos seguraram meus braços e me arrastaram pelo chão.

“Majestade, consegui agarrá-la.” Um homem disse.

“Bom,” uma voz feminina disse. “Amor? Encontramos ela. O que devemos fazer com ela?”

Um homem alto apareceu das sombras e pôs o braço em volta da cintura dela.

“Faça o que quiser com ela.” Ele disse em uma voz que me fez arrepiar. Então ele olhou para mim, seus olhos ardendo com o que pareciam ser chamas do inferno.

“Muito bem, mate-a!” A mulher disse com os lábios se retorcendo em um sorriso maligno.

O homem alto caminhou em minha direção e se agachou até a minha altura. Segurando meu queixo, ele ergueu minha cabeça.

“Sinto muito, meu amor, mas você não é boa o suficiente.” Ele sussurrou antes de se levantar e se virar para sair.

“Por favor, Lucian, por favor não me deixe.” Eu chamei, mas ele nem olhou para trás.

“Lucian! Lucian!! Por favor não vá embora. Não me deixe.”

De repente era dia e eu estava correndo de novo. Petrificada, mas não pela minha vida, e sim pela de outra pessoa.

“Nãoo!!” Eu gritei correndo em direção a Lucian, que estava ajoelhado com as mãos amarradas atrás das costas. Ele olhou para mim com os olhos cheios de ódio. Um guarda com uma espada ficou atrás dele, pronto para executá-lo a qualquer momento.

“Nãoo..” Eu gritei chorando e correndo em direção a ele, mas alguém agarrou meu braço.

“Solte!” Eu gritei.

“Pare com isso!” Klara disse me segurando firme. “É tudo culpa sua, eu avisei que você o mataria.” Assim que ela disse a palavra matar, o som de uma espada cortando a carne e o cheiro de sangue fez meu coração parar.

“Não… não, não, nãoooo!!”

Lucian ouviu o grito de Hazel e correu até a câmara o mais rápido que pôde. Ele abriu a porta e viu Hazel sentada na cama, com as bochechas molhadas de lágrimas e os olhos arregalados de medo e confusão.

Quando ela o viu.

“Lucian!” Ela disse ofegante e correu até ele, envolvendo-o em um abraço apertado. Ele passou os braços em volta da pequena figura dela e a segurou junto a si, acariciando suas costas.

Ela começou a soluçar nos braços dele. Deve ter tido o pior pesadelo.

“Shh.. Está tudo bem. Estou aqui agora.” Ele sussurrou, mas ela só o abraçou com mais força.

“Por favor, não vá embora.” Ela chorou.

“Não vou.” Ele disse.

Depois de abraçá-la por um tempo até que ela se acalmou, ele a pegou nos braços e a levou para a cama. Ela ainda se agarrou a ele como se estivesse com medo de que ele desaparecesse no ar. Ele a deitou lentamente na cama e se deitou ao lado dela, ainda segurando-a nos braços.

Ele queria perguntar a ela sobre seu sonho, mas queria dar a chance de ela contar primeiro. Ou talvez ela não quisesse falar sobre isso. O que a teria assustado tanto?

Se havia um motivo pelo qual ele queria a coroa, era para dar a Hazel uma vida boa. Ele queria poder dar a ela tudo o que ela pedisse, queria fazê-la sorrir e amá-la até que estivesse satisfeita. Caso contrário, ele não tinha desejo de se tornar rei. Ele realmente queria tentar e viver livremente como um homem normal em uma pequena casa com sua esposa e filhos.

Acordar, beijar a esposa e os filhos e desejar bom dia, ir trabalhar e, quando voltar cansado, jantar com a família, conversando sobre coisas agradáveis. Depois, levaria os filhos para a cama e lhes daria um beijo de boa noite; mas para a mulher, ele faria mais do que beijar. Ele faria amor com ela a noite toda.

Mas ele sabia que nada disso aconteceria. Ele seria morto ou se tornaria um rei. E quando ficasse velho, estaria ocupado governando o reino e seus filhos lutariam pelo trono e se matariam.

O pensamento trouxe grande dor ao seu peito.

Ele olhou para Hazel, que tinha voltado a dormir e respirava tranquilamente. Ele ouvia sua respiração, isso sempre o acalmava, e lentamente ele pegou no sono também.

Eu acordei de manhã com minha bochecha pressionada contra o peito de Lucian. O som de suas batidas regulares do coração e a sensação de seus braços em volta de mim me faziam querer que esse momento durasse para sempre. Lentamente, a paz que eu sentia começou a desaparecer conforme as lembranças do pesadelo da noite passada voltavam. Parecia uma facada no coração e me levantei rapidamente. Como se Lucian nunca estivesse dormindo, ele se sentou logo depois de mim.

“Há algo errado?” Ele perguntou.

Eu apenas balancei a cabeça e ele me puxou para seus braços. Eu tinha que deixá-lo casar com Klara. Sim, o pensamento de compartilhá-lo com alguém era insuportável, mas o pensamento de perdê-lo completamente, o pensamento de causar sua morte como no meu sonho, estremeci com a lembrança, isso me mataria.

“Lucian?”

“Sim”
“Não me importo que você se case com Klara.”