Casada com o Filho do Diabo - Capítulo 222

222: Capítulo 99 222: Capítulo 99 “O que pensamos, nos tornamos.” – Buda
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Zamiel perguntava-se o que o diabo realmente queria. Ele vinha pensando em por que o diabo quereria o Céu, e quanto mais pensava sobre isso, menos sentido fazia para ele. Não poderia ser tão simples quanto apenas querer um bom governante.

De início, Zamiel pensou que talvez tivesse a ver com o Céu ser parte bruxa e demônio, mas a combinação não parecia trazer quaisquer qualidades especiais que seriam benéficas para o diabo.

Mas o que seria benéfico para ele?

Se Zamiel descobrisse o que o diabo realmente queria, então ele poderia negociar com ele para manter o Céu seguro. Afinal, o diabo adorava fazer acordos.

“Você tem algum plano?” Lucian perguntou.

Que plano ele poderia ter? Se Lucian ou sua mãe não conseguiram pensar em um plano durante todos esses anos, então o diabo estava mantendo seu plano em segredo.

Sim, um segredo.

Ele não queria o Céu como governante. Isso era apenas o que ele queria que eles acreditassem, para encobrir o que realmente queria. Mas mesmo que Zamiel tivesse um plano, ele não o compartilharia com Lucian. Os pensamentos de Lucian estavam expostos ao diabo, e compartilhar seu plano com ele seria o mesmo que compartilhá-lo com o diabo.

A única outra pessoa com quem ele poderia compartilhar seus planos sem expô-los diretamente ao diabo era Irene. Lúcifer não podia ouvir seus pensamentos porque ela havia sido marcada por ele uma vez. Mas Irene não pensava claramente quando se tratava de Lúcifer. Ele era seu companheiro, e ela ainda estava emocionalmente ligada a ele, o que ofuscava seu julgamento sobre ele.

Zamiel havia sentido seu ódio forçado quando ela falou sobre seu companheiro. Ele sabia que ela o odiava por várias razões, mas também a si mesma por ainda sentir algo por ele.

Embora ele confiasse que ela era uma mulher esperta, os sentimentos enterrados acabariam por ressurgir, e, portanto, compartilhar seus planos com ela não era completamente seguro. O diabo poderia facilmente manipular seu estado emocional por causa do vínculo que compartilhavam. O vínculo de companheiros não era algo a ser subestimado. Ignorar completamente seu companheiro era muito difícil, não importa o quanto você os odiasse.

Isso tanto Lucian quanto Zamiel sabiam. Uma parte de Irene sempre estaria com Lúcifer.

“Eu não tenho um plano.” Zamiel admitiu.

Lucian assentiu. “Não é fácil.”

Olhando um para o outro, ambos concordaram em silêncio.

“Seu negócio parece estar indo bem.” Lucian falou.

“Está indo muito bem.” Zamiel respondeu.

Seu negócio estava crescendo a cada dia, e ele estava sendo reconhecido por mais pessoas no reino. Logo ele seria alguém digno de se casar com uma princesa.

“Se o Céu se tornar uma governante, as pessoas falarão sobre você.” Lucian apontou. “Não de um jeito bom.”

Zamiel sabia o que Lucian queria dizer. Se o Céu se tornasse uma governante, como marido, ele seria ridicularizado e visto como alguém incapaz de governar e, portanto, deixando sua esposa governar em vez dele. Ele viraria motivo de chacota.

“Sua Majestade, as opiniões das pessoas sobre mim não têm valor para mim.”

Lucian assentiu pensativamente. Ele estava pensando se Zamiel estaria disposto a esperar pelo Céu se tornar uma governante ou se tinha planos de se casar com ela antes disso.

Zamiel não tinha uma resposta para isso. Ele casaria com o Céu sempre que ela estivesse pronta e disposta. Ele nunca a impediria de se tornar uma governante. Em vez disso, ele ficaria ao lado dela e a ajudaria a realizar seus objetivos e sonhos.

Como um ser antigo, o tempo era diferente para ele. Esperar não era o mesmo para ele como para os outros. Ele já havia esperado mil anos pelo Céu. Alguns anos ou meses a mais não seriam nada. Apenas vê-la todos os dias já era uma bênção. Ele pensou que perder um ente querido uma vez antes o faria amar menos, mas o fez amar mais.

“Quanto poder seu corpo pode suportar para extrair?” Zamiel perguntou curioso.

Ele sabia que bruxas não podiam extrair muito poder de fontes poderosas por causa de seus corpos humanos. Elas só podiam extrair uma certa quantidade que seus corpos suportassem. Mas Lucian era um demônio, então ele deveria ser capaz de suportar mais poder do que outras bruxas.

“Eu não tentei extrair poder de alguém tão poderoso quanto você. Com seu poder, pode ser apenas uma fração para você, mas muito para mim.”

“Tente.” Zamiel disse, estendendo-se com a mão. Em um momento, ele se perguntou o que estava fazendo.

Lucian fitou surpreso a mão dele antes de pegá-la, quase como se estivessem apertando as mãos. Isso é estranho, ele pensou. Ele não gostava que as pessoas o tocassem, mas estava muito curioso sobre o mestiço. Talvez Lucian pudesse extrair mais do que ele pensava e isso lhe daria respostas.

Lucian fechou os olhos e murmurou algumas palavras desconhecidas. Depois de um breve momento, Zamiel sentiu uma estranha sensação percorrer seu corpo. Parecia que algo estava sendo puxado de dentro dele, passando pelo braço e pela mão. Seu poder estava sendo puxado por Lucian e a cada puxão de poder ele podia sentir a força de Lucian aumentar e a pressão em sua mão se apertar.

Lucian continuava puxando mais e mais poder dele, mas isso não fazia Zamiel se sentir mais fraco. Ele sentia que ainda mantinha a maior parte de seu poder, e poderia facilmente jogar Lucian do outro lado da sala se quisesse ou esmagar sua mão.

O rosto de Lucian se contorceu de dor. Zamiel percebeu que ele havia atingido seu limite de quanto poder suportava receber. Puxando sua mão para longe, ele abriu os olhos. Zamiel viu chamas neles. Eram diferentes das chamas azuis do diabo. Estas eram laranjas brilhantes e vermelhas.

“Você tem muito poder.” Lucian exalou. “Quanto eu consegui extrair?”

“Não muito.” Zamiel respondeu.

Lucian assentiu desapontado enquanto esfregava o pulso. Deve ter doido. Mas ele ainda era um jovem demônio e não havia alcançado seu potencial máximo. Isso geralmente acontecia depois de trezentos anos. A essa altura, ele seria capaz de extrair muito mais poder. Mas com magia, sempre haveria consequências ao usá-la, diferente do poder demoníaco.

“Bem, nenhum poder físico pode me ajudar a derrotar meu pai. Eu não sei o que fazer.” Ele disse tentando esconder sua frustração.

Ele não precisava disso. Zamiel já conhecia todos os seus pensamentos. O primeiro passo seria descobrir o que o diabo queria, e seria melhor se ele descobrisse primeiro, já que seus pensamentos estavam escondidos de Lúcifer.

“Você saberá o que fazer quando chegar a hora.” Zamiel disse.