Casada com o Filho do Diabo - Capítulo 197
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- Capítulo 197 - 197 Capítulo 74 197 Capítulo 74 O primeiro a pedir desculpas
197: Capítulo 74 197: Capítulo 74 “O primeiro a pedir desculpas é o mais corajoso. O primeiro a perdoar é o mais forte. O primeiro a esquecer é o mais feliz”
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“O que atrasou a cura dela?” Zamiel perguntou.
“Não tenho certeza. Eu apenas ouvi ela falar com o pai. Ela disse que encontrou a coisa que atrasava sua habilidade de cura. Ela se mataria com isso. Causar a si mesma uma lesão grave que demoraria mais para cicatrizar. Se ela morresse antes de poder se curar, alcançaria seu objetivo.” Ilyas explicou.
A explicação dele fez os dois franzirem o cenho. Demônios só podiam morrer com uma punhalada na coluna, mas podiam se curar de qualquer outra lesão. Os Antigos não podiam morrer com uma punhalada na coluna, mas qualquer ferimento grave poderia matá-los se seu poder de cura diminuísse. E apenas uma coisa poderia fazer sua cura diminuir. Ou uma pessoa.
Não é de se admirar que os antigos fossem considerados imortais. Encontrar aquela única coisa entre tudo o mais no mundo parecia impossível. É por isso que os antigos entravam em sono profundo, em vez de procurar aquela coisa que pudesse acabar com a vida.
“Quantos anos você tinha então?” Zamiel perguntou.
“Dezesseis.” Ilyas disse, franzindo o cenho. “Você está planejando seguir em frente?” Ele parecia quase preocupado.
Zamiel riu. “Não. Pretendo ficar por muito tempo.” Ele disse.
“Heaven está em algum perigo?” Ele perguntou.
Ele entendeu por que Ilyas estava preocupado. Zamiel havia dito a ele para proteger Heaven de perto. Prestar atenção nela o tempo todo e prestar atenção para encontrar qualquer coisa estranha. Com os pesadelos acontecendo, Lúcifer já poderia decidir dar o próximo passo, e Zamiel queria estar preparado para proteger Heaven.
Parecia que o perigo seguia as pessoas que amava em todo lugar. Talvez ele fosse azarado.
“Ela pode estar. Vou assumir a responsabilidade agora. Você pode descansar.” Ele disse.
Ilyas assentiu. “Vou me retirar então.” Ele disse, levantando-se e, assim como ele, desapareceu em fumaça.
Zamiel recostou-se no sofá. O fato de que Heaven podia machucá-lo fez com que ele se preocupasse mais por ela do que por si mesmo. Ele já tinha passado por coisas piores do que a morte.
Ele não tinha medo da morte. A morte deveria ter medo dele.
O que ele temia era perder Heaven. Falhar em proteger a mulher que amava, novamente.
“Zamiel!” De repente, Heaven gritou seu nome, assustando-o.
Em um segundo, ele estava ao lado dela.
Ela estava sentada na cama dele, com os olhos arregalados de medo e o rosto pálido e coberto de suor. Quando o viu, ela pulou da cama e abraçou-o, afundando-se em seus braços.
“Você está bem.” Ela sussurrou, com a voz trêmula.
Ela se afastou, em pânico. Tocou o corpo dele em todos os lugares, como se quisesse ter certeza de que ele estava inteiro. “Você está bem.” Ela repetiu.
Zamiel segurou seus pulsos para impedi-la. “Heaven. Eu estou bem.” Ele a tranquilizou.
Ela olhou para ele com aqueles olhos temerosos. “Mas… eu acabei de te matar.” Ela disse.
Ele sorriu para ela. “Tudo bem. Você faz isso o tempo todo. Sempre que me beija, me abraça ou apenas sorri para mim, eu morro. E então você me traz de volta à vida fazendo o mesmo.
Os olhos dela se suavizaram e ela soluçou. “Não é hora de ser romântico.” Ela disse.
Ele a abraçou e segurou-a perto. “Qualquer momento com você é hora de ser romântico.”
Ele acariciou o cabelo dela e ela envolveu os braços em volta da cintura dele. “Eu não quero perder você.” Ela disse, seu rosto enterrado no peito dele.
“Você não perderá.”
Zamiel já sabia como eram os pesadelos de Heaven, e era algo que eles precisavam conversar.
Heaven ficou em silêncio por um momento, seu coração aos poucos se acalmando, mas então, em meio ao silêncio, seu estômago roncou alto. Zamiel sentiu ela encolher-se em seus braços. Ela estava envergonhada.
“Vamos comer.” Ele disse antes de pegá-la com facilidade.
Heaven estava surpresa. “O que você está fazendo?” Ela perguntou enquanto ele a levava para a sala de jantar. “Eu posso andar.”
“E eu posso te carregar.” Ele disse simplesmente.
Quando chegaram à sala de jantar, ele a sentou em uma cadeira. Ela ainda parecia cansada. Até mesmo o breve momento em que dormiu, os pesadelos a interromperam.
Zamiel sentou-se ao lado dela e pediu a Helena que lhes servisse comida.
“Obrigada. Estou faminta.” Ela admitiu.
“Como foi sua missão?” Ele perguntou enquanto esperavam.
Ela sorriu. “Achei que tinha falhado, mas talvez não.” Ela deu de ombros. “Não me arrependo de nada. Aprendi muito, mas acho que o pai não está orgulhoso.”
“Tenho certeza que está. Mas ele é um pai. Estar preocupado vem antes de estar orgulhoso.”
Como já fora um pai, Zamiel podia entender Lucian. Governar nunca era fácil, e saber o plano do diabo o deixava provavelmente ainda mais preocupado. Uma briga em família deixaria todos feridos.
Heaven suspirou. “Espero que sim.” Ela disse, depois olhou para ele como se lembrasse de algo.
“Você queria me dizer algo.” Ela lembrou.
Zamiel olhou para ela atentamente. Ela ainda estava magoada, então ele não sabia se seria bom falar sobre a Rosa agora, mas talvez isso a fizesse conversar sobre isso em vez de guardar tudo para si.
Depois, ele teria que contar a ela sobre os pesadelos. Ele nunca tinha falado muito com ela sobre o avô dela, mas da única vez que falaram sobre ele, parecia que ela tinha esperança de que ele melhoraria. Se ela ainda tinha esperança, então o que estava prestes a contar a decepcionaria.
“Sim. Houve uma mulher que veio aqui. Seu nome era Rosa. Ela foi enviada como um presente. Eu a mandei de volta.” Ele disse.
Ele não queria entrar em detalhes que a deixassem desconfortável. Ele só queria que ela soubesse que não estava escondendo.
“Você sabe quem a enviou.” Ela disse, olhando para suas mãos. “Não precisa ser gentil e esconder.”
Ele não foi gentil. Ele fez com que Rosa dissesse a verdade, o que causou uma briga entre eles. Mesmo que ele tenha feito isso para evitar uma briga maior, que poderia impossibilitar a amizade deles de ser restaurada, ela estava magoada no momento.
“Sim, eu sei, mas eu não fui gentil. Não gosto do seu amigo. Não gosto dele perto de você, não gosto dele te tocando e te tratando do jeito que ele fez. Não gosto dele te desrespeitando. Ele pode ser seu amigo, mas você é minha mulher. Eu odeio te ver maltratada.”
Ele não era um anjo. Seria mentira dizer que as ações de Zarin não o aborreceram. A única razão pela qual ele suportou e se manteve respeitoso foi porque Heaven o chamou de amigo. Se ele fosse outra pessoa, ele teria feito Zarin se arrastar.
Heaven olhou para ele, surpresa. Talvez por causa da maneira como ele falou. Ele não era do tipo que deixava suas emoções controlarem sua fala, mas dessa vez ele se soltou.
“Eu ainda acho que você é gentil.” Ela finalmente disse.