Casada com o Filho do Diabo - Capítulo 178

178: Capítulo 55 178: Capítulo 55 “Vovó, o que você viu no seu sonho?”

“Eu vi um garanhão, caminhando por um tapete vermelho que levava ao trono. Ele segurava uma coroa entre os dentes enquanto percorria o caminho até o trono onde você estava sentada. Quando ele chegou, colocou a coroa na sua cabeça.”

Um garanhão? Heaven estava confusa.

“Os cavalos são animais majestosos. Eles são seres de poder e representam nobreza e heroísmo. Eles simbolizam coragem, confiança, resistência e competição.” Sua avó explicou.

“Você acha que o cavalo nesse sonho é Zamiel?” Heaven perguntou.

“Eu tive esse sonho antes de você libertar Zamiel, então eu não sabia quem ele era. Eu só sabia que era alguém que eu ainda não havia conhecido. Mas eu tive vários sonhos. Em um deles, um homem estava cuidando de um pássaro ferido. Uma pomba. Depois que ela sarou, ele deixou o pássaro voar livremente. Em outro sonho, você estava sentada debaixo de uma árvore grande buscando proteção do sol. A árvore te dava sombra e você deitava e dormia tranquilamente.”

Heaven inclinou a cabeça para um lado e tentou entender o significado desses sonhos. “O que tudo isso significa?” Ela perguntou, incapaz de descobrir isso sozinha.

“O sonho em que o homem cuidava da pomba significa que ele cuidou de seu amor e depois o libertou. As árvores representam a velhice e a sabedoria. Isso significa que o homem na sua vida será velho e sábio. Assim como uma árvore, ele ficará de pé, firme e te proporcionará proteção. Quando você libertou Zamiel pela primeira vez, eu nunca imaginei que ele seria o escolhido. Mas, aos poucos, as coisas começaram a acontecer. A mordida me perturbou porque isso significaria que você não poderia estar com o homem que eu vi em meus sonhos. Então eu fiz uma jornada para descobrir mais sobre a marca e cheguei à conclusão de que vocês dois são verdadeiros companheiros. Mas então quem era o homem no meu sonho?”

Sua avó deu um gole no chá e assentiu antes de continuar. “Então, certo dia, você disse que queria se tornar uma governante. Isso me fez lembrar do cavalo colocando a coroa na sua cabeça. Os Antigos são poderosos e os cavalos representam poder. Eu comecei a juntar as peças lentamente. Ele era velho, sábio e poderoso e te encorajou a governar. Isso se encaixa na descrição de Zamiel. No último sonho que tive, você amarrou uma fita no galho da árvore.” Ela parou.

Por quê?

“O que isso significa?” Heaven perguntou.

“Pode significar muitas coisas. Estar noivado, casado, ligado, unido. Vou deixar você interpretar da maneira que quiser.”

Heaven assentiu. Ela estava feliz que sua avó teve esses sonhos. Ela queria que Zamiel fosse seu homem, estar ligada a ele de todas as maneiras.

“Ele pode não ser tão firme quanto uma árvore agora, mas eu ainda gosto dele. Talvez eu seja preconceituosa porque tive uma experiência semelhante, embora ele pareça estar mais no controle de seus sentimentos do que eu. Eu quase matei Klara um dia.” Ela disse.

Os olhos de Heaven se arregalaram de surpresa. Ela nunca imaginou que sua avó machucaria alguém. Ela não era esse tipo de pessoa.

“O que aconteceu?”

Sua avó balançou a cabeça. “Eu não me lembro dos detalhes. Eu só fiquei horrorizada quando encontrei minhas mãos cobertas de sangue e Klara coberta de hematomas e cortes. Ela pode não ter sobrevivido se não fosse uma lutadora ela mesma. Eu me sinto arrependida até hoje.”

De repente seus olhos tristes mostraram preocupação. “Eu espero que Zamiel não seja violento?”

Heaven balançou a cabeça. “De jeito nenhum.” Zamiel nunca a machucaria. Na verdade, ela poderia ter sido a violenta.

Ela teria pedido conselhos à avó, mas sua avó era um demônio transformado e não era a mesma.

“Aqui está você.” De repente, Gina apareceu no jardim.

Sua avó se levantou. “Venha sentar. Eu tenho que ir mesmo.” Ela disse.

Ela se desculpou e as deixou sozinhas.

“Parece que vocês estavam falando de algo sério.” Gina disse enquanto se sentava.

“Não. Nós estávamos apenas conversando. Zamiel está vindo conhecer minha mãe esta noite.”

Gina sorriu. “Isso é maravilhoso. Mas você sabe que eu preciso de detalhes. Conte-me tudo desde quando ele chegou à festa.”

Heaven riu. Ela estava contente que alguém estava tão animado quanto ela, então ela contou tudo desde o começo e Gina ouviu atentamente. De vez em quando, ela suspirava com olhos sonhadores, sorria ou batia palmas. Quando ela contou sobre o beijo e o despertar de seu demônio, ambas soltaram gritinhos de felicidade e timidez ao mesmo tempo. Quando terminou de contar tudo, Gina suspirou novamente.

“Que homem. Estou muito feliz por você.” Ela sorriu. “Agora eu preciso encontrar um demônio antigo para mim.”

Heaven deu uma risadinha. “Ele precisa ser antigo?”

“Bem, quanto mais velho, melhor. Afinal, não somos tão humanos assim. Os humanos querem ser mais jovens porque isso significa beleza, força e saúde, mas os demônios querem ser mais velhos, quase pelo mesmo motivo. Os mais velhos são mais atraentes e poderosos. A idade significa uma coisa diferente para nós, e você conseguiu o melhor de todos eles.” Ela piscou.

Heaven balançou a cabeça. “Espero que você encontre alguém que realmente te ame, em vez de apenas um demônio forte.”

“Claro.” Gina disse. “Só espero que ele não seja muito jovem. Ele tem que ter pelo menos 300 anos.”

Heaven sorriu, não surpresa com o comentário de Gina. As mulheres humanas se casavam com homens dez ou quinze anos mais velhos que elas, enquanto as fêmeas demônio se uniam a machos 500 ou mil anos mais velhos que elas. Mas os demônios eram fascinantes. Os papéis poderiam ser invertidos. Machos se unindo a uma fêmea demônio milhares de anos mais velha que eles. Os demônios eram menos preconceituosos com idade e gênero, o que ela gostava. Ser uma mulher humana não significava nada. Elas eram apenas propriedades para serem negociadas e possuídas.

“Como está Zarin?” Heaven perguntou, sabendo que Gina já deveria saber até agora.

“Ele não está falando com ninguém, mas vai superar.” Ela sorriu.

Heaven assentiu pensativa. Ela não tinha certeza se ele superaria isso desta vez, e mesmo que o fizesse, seria a mesma coisa? Ela não achava assim.

“Você virá mais tarde? Gostaria que você conhecesse Zamiel.” Heaven disse.

Isso era difícil de pedir, já que ele a machucara, mas se ela fosse ficar com ele pelo resto de sua vida, eles se encontrariam mais cedo ou mais tarde.

“Claro.” Gina sorriu.

Heaven passou o resto do dia se sentindo um pouco nervosa. O estômago dela formigava estranhamente. Ela realmente queria que sua mãe gostasse de Zamiel, não apenas aprovasse. Ela queria que Zamiel se sentisse como se fosse parte da família dela assim que se casassem.

Enquanto isso, ela também esperava por Ilyas, esperando que ele voltasse com informações úteis, mas a noite estava próxima e ele ainda não havia retornado. Talvez ele não tenha encontrado nada, e ela teria que inventar outro plano.

Zamiel provavelmente chegaria logo, então Heaven foi para o quarto se preparar. Ela queria estar bem arrumada. Se esforçou para escolher um vestido e pediu a Ylva para fazer seu cabelo.

“Você parece nervosa, Minha Senhora.” Ela apontou.

“Estou.” Ela se levantou. “Estou bonita?”

“Você está linda como sempre.” Ylva sorriu.

“Obrigada.” Ela a abraçou.

Ylva achou impróprio, como sempre. “Você nunca ouve, assim como sua mãe.” Ela reclamou.

Heaven apenas lhe deu um sorriso e saiu do quarto. Quando ela chegou ao corredor, encontrou criadas e servos reunidos.

“O que está acontecendo?” Perguntou Ylva, que a seguira, mas então alguém chamou sua atenção.

Heaven virou a cabeça e viu Zamiel vindo de longe.

Todos se reuniram em volta dele, olhos arregalados e boca aberta de admiração. Até ela mesma se encontrou encarando.

Esta vez, diferentemente da anterior,ele se vestiu para impressionar, usando roupas que pareciam caras, adornadas com prata que combinava com seus olhos. A visão dele fazia todos em volta perderem o fio da meada. Apesar das linhas e arestas afiadas de seu belo rosto, ele tinha uma expressão natural, às vezes seguida por um sorriso fraco quando as pessoas coravam com a visão dele. Ele estava bem ciente de toda a atenção ao redor, mas era modesto quanto a isso. Até os criados olhavam, e um único olhar fazia todos corarem.

Uma criada segurando uma bandeja esbarrou nele e tropeçou nos próprios pés quando o viu. Ela caiu, derrubando tudo que tinha nas mãos. Zamiel se assustou por um momento antes de oferecer ajuda.

“Você está bem?” Ele perguntou, oferecendo-lhe a mão.

Heaven sentiu uma pontada no coração quando a criada colocou a mão nele e ele a ajudou a levantar. A criada não conseguia tirar o olhar do rosto dele, e seu rosto corou em vários tons de vermelho. Heaven não deveria culpa-la. Os Antigos tinham uma aparência extremamente atraente e uma aura magnética.

Zamiel quase teve que puxar a mão dele porque ela não soltava. Ele deu um sorriso fraco e continuou. A criada o observou enquanto ele se afastava, e os outros suspiravam como se a visão dele sozinho já fosse satisfatória.

“É ele?” Ylva sussurrou.

Heaven assentiu.

Quando ele se aproximou o suficiente, sorriu para ela. “Sua Alteza.” Ele disse, pegando sua mão e beijando suas juntas. De repente, Heaven se sentiu tonta.

O que era isso? Não é como se fosse a primeira vez que ele a beijava.

Quando ele soltou a mão dela, ela ainda conseguia sentir os lábios quentes dele na pele.

“Estou feliz que você veio.” Ela sorriu, tentando não expor como ele a afetava. “Vem” Ela mostrou-lhe o caminho para a sala de jantar onde ele conheceria sua mãe.

Sua mãe já estava esperando e se levantou quando eles entraram. Ela se aproximou dele sorrindo.

“Sua Maje…” Antes de ele terminar a palavra, sua mãe lhe deu um tapa no rosto.