Casada com o Filho do Diabo - Capítulo 176

176: Capítulo 53 176: Capítulo 53 Heaven voltou para casa sorrindo com a reação de Zamiel. Não importava quão velho alguém fosse, ela percebeu que não havia ser experiente demais. Era normal ficar nervoso, até ela estava nervosa por ele, apesar de saber que ele se sairia bem.

Antes de deixá-lo, ele havia beijado-a levemente, mas ela ainda estava tonta. E suas presas e garras ainda estavam à mostra. O que esse homem estava fazendo com ela?

Ela se deixou cair na cama e riu de si mesma. De repente, ela parou. O que ela estava fazendo? Ela tinha coisas importantes para cuidar. Ela veria Zamiel mais tarde, de qualquer maneira, quando ele viesse jantar com sua mãe.

Agora ela tinha que se preparar para sua aula de luta com Roshan. Seria estranho se ele soubesse o que aconteceu entre ela e seu filho. Não que Zarin fosse do tipo que contava algo aos pais ou os ouvia. Toda vez que eles lhe diziam para fazer algo ou não fazer algo, ele dizia, “tudo bem, eu vou” ou “tudo bem, eu não vou” e esquecia no momento seguinte.

Um dia, sua mãe teve o suficiente e o arrastou para a aula. “Se você não assistir às aulas, não volte para casa.” Ela lhe disse.

Zarin se aproximava mais de sua mãe e Gina de seu pai. Toda vez que havia uma briga entre os pais, Roshan diria: “você estragou seu filho. Veja como criei bem minha filha.”

Assim como sua mãe falava com seu pai, “você mimou sua filha.”

Seu? Nunca era nosso quando eles faziam algo errado.

Era o mesmo quando um dos pais fazia algo errado: “seu pai não sabe de nada.”

Heaven achava hilário. Às vezes, ela queria corrigi-los e dizer: “meu pai e seu marido.” Às vezes, ela até queria provocar sua mãe e dizer: “é-sua Majestade, o Rei. Você pode ser executada.”

Talvez ela fizesse isso algum dia no futuro.

Apenas um ano atrás, Heaven se lembrou de uma conversa que Roshan teve com seu pai. Ele estava reclamando sobre criar filhos.

“Nunca pensei que seria tão difícil.” Ele disse. “Quanto mais eles crescem, mais difícil fica.”

Seu pai concordou. “Como pai, parece que tudo o que você faz não é o suficiente.”

“A menina está bem, mas criar um menino…” Roshan balançou a cabeça.

Seu pai riu. “Os meninos são rebeldes. Ele vai se acalmar eventualmente.”

“Quando?” Roshan perguntou. “Quando eu tinha a idade dele, cuidava dos negócios do meu pai e trazia mais riqueza do que ele. Quando você tinha a idade dele, já havia entrado no conselho real, era comandante do exército real e venceu várias batalhas. Quando o tio dele tinha a idade dele, estava estabelecendo um reino. Homens da idade dele estão sustentando suas famílias.”

Foi nesse dia que Heaven percebeu que tinha deveres e responsabilidades. Ela não poderia simplesmente recusar-se a se casar. Era seu dever como princesa.

Não importa o quanto Roshan fosse brincalhão, quando se tratava de negócios, ele era sério. “Tempo e dinheiro são coisas que você precisa usar com sabedoria.” Ele costumava dizer. “Use seu cérebro e sua força generosamente. Quanto mais você os usa, mais fortes eles se tornam.”

Ele sempre lhes dava conselhos de vez em quando, Gina os aceitava e Zarin os recusava.

Por causa de Roshan, Heaven aprendeu a não culpar seus pais e a apreciá-los.

“Tentar ser um bom pai é como tentar resolver um enigma sem resposta.” Ele disse uma vez. Heaven era jovem na época, mas ela entendeu que ser pai não era fácil. Se uma pessoa como Roshan estava reclamando, então ela só podia imaginar.

Heaven amava Roshan. Ela não queria que ele a desgostasse por causa de Zarin, então ela estava nervosa para encontrá-lo.

Ela foi para o quintal e o encontrou treinando com Gina. Ela os observou por um tempo à distância até que eles perceberam sua presença.

“Heaven!” Gina acenou para ela se aproximar.

Ela foi até eles e Gina lhe deu um sorriso, como de costume. Heaven não estava preocupada com Gina. Ela sempre lhe disse para manter o relacionamento entre elas e o relacionamento com seu irmão separados.

“Bom dia.” Heaven cumprimentou os dois.

“Bom dia.” Roshan respondeu, e Heaven tentou analisar sua expressão facial. Ele parecia o de costume.

Gina saiu do caminho para que seu pai pudesse treinar Heaven. Desta vez, Roshan jogou adagas nela e Heaven as pegou no ar. Ela o olhou com uma expressão interrogativa.

“Acho que você luta muito bem com uma espada agora. Será muito mais benéfico lutar com adagas ao lutar contra demônios. Elas também são mais fáceis de carregar por toda parte.” Ele explicou.

Roshan era mestre em usar adagas, mas pelo menos Heaven não se fez de boba enquanto aprendia desta vez. Depois de lutar com os demônios na festa, a vontade dela de aprender aumentou. Ela queria dominar as adagas também.

“Você melhorou muito.” Roshan disse, parecendo impressionado quando a aula terminou.

“Obrigada.” Heaven disse ofegante. “Obrigada por tirar um tempo todos os dias para me ensinar.”

Ela devolveu as adagas. “Fique com elas.” Ele disse. “Você precisa se acostumar a segurá-las.”

As adagas eram muito afiadas e fáceis de segurar e carregar. “Obrigada.” Ela disse novamente, e então eles se despediram.

Voltando para o quarto, Heaven esperava encontrar Gina, mas encontrou sua avó em vez disso. Ela podia sentir o cheiro delicioso do chá da avó.

“Você fez chá para mim?” Ela perguntou.

Sua avó assentiu. “Venha, vamos beber no jardim.”

Quando se sentaram do lado de fora, Heaven pensou em pedir ajuda à avó. Talvez sua avó pudesse mostrar a ela com mágica como é ser trancado dentro de um caixão ou ter sua família morta. Ela tinha que admitir que estava com medo de ver tudo isso, mas realmente queria saber o quanto isso perturbava Zamiel.

“Não!” Sua avó disse, assim como Zamiel.

“Mas Vovó…”
“Nem mas! Você não sabe o que está pedindo. Nunca queira passar por algo assim. Nem mesmo em seus sonhos.”

Heaven franziu a testa. Parecia que sua avó estava falando por experiência própria.

“Heaven, Zamiel precisa de tempo para se curar. A única coisa e melhor coisa que você pode fazer por ele é apenas estar lá. ”
“Não parece suficiente.” Heaven disse. Algo estava errado com Zamiel. Ele estava piorando, logo quando ela pensava que ele estava melhorando.

“É suficiente. Não o pressione nem tente fazer com que ele se cure mais rápido. Apenas…” Sua avó ficou repentinamente chateada.

“Vovó? O que há de errado?” Heaven perguntou, preocupada.

“Nada. É só difícil sem seu filho.”

Ah. Heaven havia esquecido que sua avó quase passou pela mesma coisa. Ela podia ver a dor em seus olhos enquanto continuava a falar.

“Não há dor como a dor de perder seu filho. Sabendo que você não pôde protegê-lo…” A voz dela falhou, e ela balançou a cabeça como se estivesse segurando as lágrimas.

Heaven sentiu vontade de chorar. Ela nunca tinha visto sua avó assim.

“Saber que você nunca mais irá abraçá-lo ou nunca mais poderá vê-lo crescer, chorar ou sorrir. É agonizante. Perder seu filho e a pessoa que você ama ao mesmo tempo, deve ser ainda mais agonizante. Eu também fiquei trancada em um caixão. Não quase tanto quanto ele, mas o pouco tempo em que fiquei trancada levou muitos anos para cicatrizar. Ainda não gosto de lugares escuros e fechados. Mesmo em seus sonhos, não vou deixar você experimentar algo assim.”

Heaven nunca tinha pensado nisso do ponto de vista de sua avó. Ela geralmente tentava imaginar perder seus pais para entender Zamiel. Mas perder um pai não era a mesma coisa que perder um filho. Ambos eram dolorosos, mas perder um filho parecia ser seguido de culpa. Que, como pai, você falhou em proteger seu filho. Zamiel estava lidando com muitas emoções e, não importava o quanto tentasse entender, ela nunca poderia realmente entender. Como disse sua avó, ela só tinha que estar lá para ele.

“Há algum problema entre vocês dois?” Sua avó perguntou.

Heaven balançou a cabeça. “Eu só odeio vê-lo sofrer, mas ele é… tudo o que eu estava procurando. Eu te disse uma vez que eu queria encontrar um homem como o pai. Eu o encontrei.” Ela sorriu, sentindo-se envergonhada. “Ele está vindo aqui hoje. Espero que minha mãe dê uma chance a ele.”

Sua avó suspirou. “Ele não é de esperar por uma chance. Ele a toma.”

Heaven inclinou a cabeça curiosamente. Sua avó parecia estranhamente afeiçoada a Zamiel.

“Vovó? Parece que você gosta dele.”

“Eu gosto. Eu estava ficando cansada de você conhecer todos esses homens procurando poder. Eu sempre quis alguém forte para você, alguém que a colocasse em primeiro lugar, alguém que a fizesse florescer. Enquanto você conhecia pretendentes, eu realmente procurava por ele, mas não preciso mais. Ele veio por conta própria.”