Casada com o Filho do Diabo - Capítulo 140

140: Capítulo 17 140: Capítulo 17 Céu estava enrolada em sua cama, ainda chocada e tremendo por tudo que testemunhara. Sua avó sentou ao lado dela e acariciou seu cabelo.

“Você está bem, querida?” Ela perguntou.

Céu assentiu.

“Você quer falar sobre isso?”

Céu balançou a cabeça. Ela não sabia o que dizer. Ela nem mesmo sabia por que a morte dele a afetou tanto. Se eles não o tivessem matado, ele os teria matado. Eles fizeram a coisa certa e ela não deveria se sentir triste por isso. Ela deveria estar feliz agora que todos estavam seguros, inclusive ela.

Enquanto sua avó acariciava seu cabelo, ela notou a marca em seu pescoço. “O que é isso?” Ela perguntou.

Céu se apressou para se sentar e cobrir seu pescoço com o cabelo. “Nada.” Ela disse.

“Não! Deixe-me ver.” Sua avó alcançou seu cabelo e o removeu de seu pescoço. “Oh, querida.” Ela disse, parecendo chocada. “Ele te mordeu. Por que você não me contou?”

Céu olhou para suas mãos. “Não significa nada.”

“Significa. É por isso que você está triste. Ele…” Ela parou quando notou as lágrimas nos olhos de Céu. “Oh, venha aqui. Não chore.” Ela disse e a envolveu em um abraço.

Céu começou a soluçar nos braços de sua avó. Ela ainda estava confusa sobre por que estava triste. A marca a afetou tanto assim?

“Vai melhorar com o tempo. A marca desaparecerá e agora que ele se foi, desaparecerá mais rápido.” Ela explicou, batendo delicadamente em suas costas.

Quão rápido, porque ela estava com dor? Era assim que sua avó se sentia quando o avô a deixou?

“Eu sinto muito.” Céu pediu desculpas.

“Por que?”

“Porque o avô te fez passar por isso.” Agora ela odiava seu avô. Como ele podia causar tanta dor a alguém?

“Está tudo bem.” Sua avó sorriu.

Céu recuou e enxugou as lágrimas, antes de olhar para sua avó.

“Como está tudo bem? Você não o odeia?”

“Eu não culpo ele. É assim que ele é. Eu deveria ter percebido antes, mas agora… eu estou apenas pagando pelos meus pecados.”

“Quais pecados?”

Sua avó suspirou e olhou para suas mãos.

“Você não precisa me contar.” Céu se apressou em dizer.

“Não. Eu acho que você deveria saber de tudo.” Ela começou. “Eu era casada quando conheci seu avô. Sim, meu marido não era o mais afetuoso, mas mesmo assim cometi um crime contra ele. Eu fui infiel. Seu avô sabe quando nossos corações e almas se sentem vazios, e é quando ele aparece. Quando você está no ponto mais baixo de sua vida, ele te mostra a vida que você desejava viver e as coisas que desejava ter, e ele te apresenta a elas. Ele te tenta e eu caí nisso. Eu estava solitária, e ele me fez sentir amada e admirada. Mas encontrá-lo não foi uma coincidência. Nada é coincidência com o diabo. Ele planeja cada passo, e eu fazia parte do plano dele. Ele estava procurando por um sucessor poderoso, então ele precisava encontrar uma companheira poderosa. Os demônios não têm muitas fêmeas, especialmente as poderosas, portanto eu era a escolha perfeita para ele. Mas minha mãe estragou os planos dele quando colocou uma maldição, e ele percebeu que misturar demônios e bruxas era muito mais complicado do que ele havia planejado. Ambos os lados mostraram resistência, então ele não fez nada para quebrar a maldição. Serviu a seu propósito. Seu sucessor permaneceria protegido até crescer e aprender seus poderes, e somente então seu avô tentaria quebrar a maldição. Todo esse tempo eu pensei que ele não estava quebrando a maldição porque se importava comigo, mas eu estava errada.”

Céu podia ouvir a dor da traição, a auto-culpabilização e a raiva na voz de sua avó.

“De qualquer forma. Tive minha punição por não poder estar com meu filho. Agora quero fazer as coisas direito e ser feliz, e nada me faz mais feliz do que estar com você. Quanto ao seu avô, ele também pagará pelos seus pecados algum dia.”

Céu deu a sua avó um abraço apertado antes de olhar para ela. “Eu acho que você deveria recomeçar. Encontre alguém que realmente se importe.”

Sua avó acenou com a mão, desdenhando. “Não… Eu estou bem. Agora estou desfrutando das pequenas coisas da vida e estou contente desta maneira.”

“Muito bem, então. Contanto que você esteja feliz.” Céu sorriu, mas então se lembrou de algo.

Zamiel tinha dito a ela que seu avô voltaria e a atrairia quando ela estivesse no ponto mais baixo de sua vida. Assim como sua avó explicou. Ele estava procurando por um sucessor. Isso significava que ele voltaria para ela como Zamiel havia dito?

“Há mais que eu preciso te contar. Eu estive tentando encontrar o momento certo e eu não tenho certeza se este é ele, mas você precisa saber logo. Quando você desapareceu, eu pensei que foi seu avô que havia te levado. Mesmo que não fosse ele, poderia ter sido, então eu preciso te contar agora.”

Céu de repente ficou preocupada. Por que ela pensou que seu avô tinha algo a ver com seu desaparecimento? O que era que ela precisava saber?

“Seu avô vai voltar. Por você.” Ela falou.

Oh. Zamiel estava certo. Mas como ele sabia?

“Ele quer que eu lidere seu exército.” Céu respirou.

Sua avó assentiu. “Sim. Ele vai tentar convencê-la ou melhor, manipulá-la.”

“Isso não vai funcionar. Eu não quero liderar seu exército corrompido.”

“Não subestime ele. Ele sabe o que desejamos e encontrará seu ponto fraco e usará isso contra você e você nem perceberá. Promete-me que se ele vier te encontrar, você me dirá.” Ela disse.

Sua corajosa avó parecia verdadeiramente preocupada, o que fez Céu se preocupar. “Eu prometo.”

“Ótimo.”

Céu dispensou o pensamento perturbador. Ela tinha outras coisas para pensar agora.

“Vovó, você pode me levar ao Zarin? Eu preciso ver se ele está bem.”

Céu sentiu-se de repente culpada por estar triste pelo homem que havia machucado seu amigo.

Sua avó as teleportou para a casa do tio Roshan e Céu se apressou para o quarto de Zarin. Gina e a princesa Klara estavam cuidando dele. Céu sentiu-se envergonhada ao entrar. Eles provavelmente a odiavam, já que ela era a razão pela qual ele se machucou.

“Céu!” Gina chamou e se apressou a abraçá-la. “Graças a Deus você está bem.”

“Você está bem?” Céu perguntou.

Gina recuou e rodopiou. “Veja, eu estou perfeitamente bem”. Então ela se inclinou e sussurrou em seu ouvido. “Não se culpe.”

Como ela sabia?

A princesa Klara se levantou de sua cadeira e se aproximou de Céu. “Você está bem?” Ela perguntou.

Céu assentiu. Ela sentiu vontade de chorar. Por que todos eram legais com ela quando ela os colocava em perigo por motivos egoístas?

“Sim. Estou bem. Obrigada. O Zarin está bem?”

“Sim. Ele está apenas descansando. Você pode ficar aqui se quiser.” Sua mãe falou.

“Obrigada.”

Klara saiu, deixando-a com Gina e Zarin. Céu lentamente se aproximou da cama de Zarin, onde ele estava deitado de olhos fechados. Seu olhar se dirigiu para o pescoço dele. Ele estava curado, mas as cicatrizes ainda eram visíveis. De repente, ela sentiu ódio do homem que havia machucado seu amigo. Ela não lamentaria sua morte.

Lentamente, ela se sentou na cama ao lado dele. “Eu sinto muito, Zarin.” Ela sussurrou.

Ele se mexeu no sono e abriu os olhos. “Céu!” Ele tentou se levantar como se ela ainda estivesse em perigo quando ela suavemente colocou uma mão em seu ombro para detê-lo.

“Não! Você precisa descansar. Eu estou bem.”

Ele se recostou em seu travesseiro novamente.

“Como você está se sentido?” Céu perguntou.

Ele tocou seu pescoço. “Bem. Quem era aquele homem?”

“Ninguém que importa. Ele se foi agora, então não há nada com que se preocupe.” Dizer essas palavras doeu nela, mas ela dispensou seus sentimentos rapidamente.

“O que você quer dizer com ‘foi’?” Ele perguntou.

“Morto.”

Zarin franziu a testa, confuso. “Ele não pode estar morto.” Ele falou.

Algo parecia incomodá-lo.

“Por que não?” Céu perguntou.

“Você não viu o poder dele. Eu pude senti-lo. Ele poderia ter me esmagado facilmente sem uma luta.”

Céu estavam confusa. “Eu não entendo.”

“Eu não acho que ele pretendia me matar. Ele estava… se contendo. Ele estava…”

“Pare! Por favor. Eu não quero saber.” Ela não queria falar sobre ele nunca mais.

Ele se foi, então não havia motivo para acrescentar à culpa dela.

Zarin olhou para ela com preocupação. “Está tudo bem?”

Céu assentiu. “Sim. Eu apenas não quero falar sobre ele.”

“Ele machucou você?”

Bem, ele quase a drenou de sangue e a mordeu contra a sua vontade. Depois ele tinha outros planos para ela. Matá-la, parecia, mas não. Ele era confuso.

Ela balançou a cabeça. “Não.” Não havia motivo para fazê-lo preocupar.

Zarin de repente virou a cabeça como se estivesse escutando algo. Céu podia ouvir vozes distantes na sala próxima. Era seu pai e Roshan. Parecia que eles estavam falando sobre o estranho.

Céu se levantou da cadeira e foi até a parede. Gina a seguiu, e ambas colocaram suas orelhas contra a parede para ouvir. Bisbilhotar era errado, mas Céu não conseguiu resistir.

“Nós devemos tomar cuidado.” Roshan disse.

“Você acha que ele não está morto?” Seu pai perguntou.

Espere! Ele poderia estar vivo? O coração de Céu pulou uma batida.

“Foi muito fácil. Ele é um demônio de fumaça, um antigo. Matá-lo deveria ser quase impossível. Algo está errado.”

“Por que ele fingiria estar morto?”

“Eu não sei.” Roshan suspirou. “Mas devemos tomar cuidado até termos certeza.”

Céu começou a tremer. Se ele estivesse vivo, todos eles estavam condenados. Ele não facilitaria para eles desta vez. Ele voltaria e machucaria todos que ela ama e aprecia.