Casada com Meu Irmão Postiço Bilionário - Capítulo 418
Capítulo 418: Suicídio
Na propriedade de Riverdale, no profundo da noite, algo aconteceu.
Justin, que tinha acabado de conseguir adormecer, recebeu uma ligação de Lana. No momento em que ouviu o que ela disse, ele saiu correndo da cama e desceu as escadas rapidamente.
Na sala de estar, ele encontrou Noah já fora do quarto de hóspedes e conversando com Lana.
“O que você quer dizer com não sabe para onde ela foi?” Noah elevou a voz para ela.
Justin os alcançou. “Você procurou com cuidado?”
“Ela saiu por conta própria, Sr. Aiden”, Lana disse enquanto entregava-lhe um bilhete. “Ela deixou isto para trás.”
Justin e Noah leram o bilhete enquanto Lana explicava: “Ela estava dormindo profundamente da última vez que verifiquei, antes de eu cochilar. Ela não mostrou nenhum sinal do que estava planejando.”
—–
O bilhete dizia:
Querido Irmão,
Sinto muito por partir assim, e sinto muito por me tornar sua fraqueza quando não fui de nenhuma ajuda para você.
Eu sei que você está se casando com aquela mulher por minha causa, mas eu não quero que você o faça. Ela não é uma boa pessoa.
Você tem sido um bom irmão para mim, então eu quis ser uma boa irmã para você e esta é a única maneira que encontrei.
Quando você estiver lendo isso, eu já terei partido. Não se preocupe comigo. Eu sou uma mestre em sair furtivamente.
Desta vez, não serei pega. Vou deixar este lugar e ir para longe, para algum lugar onde ninguém possa me encontrar.
Por favor, não perca seu tempo me procurando. Apenas me imagine em algum lugar, feliz e livre, assistindo minha visão favorita do céu estrelado.
Embora não sejamos relacionados por sangue, eu sempre pensarei em você como meu verdadeiro irmão, minha única família. Obrigada por me deixar experimentar o cuidado e o amor de uma família, mesmo que apenas uma vez na vida.
Eu desejo a você toda a felicidade do mundo.
Cuide-se, Irmão.
—Meira
—–
Justin entendeu por que ela tinha partido e suspirou profundamente.
“Quando foi a última vez que você a viu?” ele perguntou a Lana.
“Cerca de uma hora atrás, pouco antes de eu adormecer. Mas tenho certeza de que não faz muito tempo que ela saiu. Ela deve ter esperado até eu estar completamente adormecida,” Lana respondeu.
Justin murmurou em resposta e saiu para questionar os guardas de plantão. Nenhum deles tinha visto Meira.
“Mostre-me as imagens de segurança,” ele ordenou asperamente, então enviou alguns homens para procurar pelos terrenos da propriedade.
Enquanto isso, Noah ainda estava olhando para a carta em sua mão. Uma linha em particular o abalou—e de repente, sua expressão se tornou grave. Ele correu até um dos guardas próximos.
“Onde nesta propriedade você pode ver a vista das montanhas?” Noah perguntou, claramente ansioso.
“É na parte traseira da propriedade,” o guarda respondeu, apontando naquela direção.
Noah não esperou. Ele saiu correndo.
Dentro da sala de segurança, Justin estava assistindo as imagens. Nelas, eles viram Meira furtivamente fazendo seu caminho pela propriedade, cuidadosamente evitando os guardas de patrulha.
“Para onde leva aquele caminho?” Justin perguntou, olhos fixos na tela.
“Para o limite traseiro da propriedade,” respondeu o guarda. “Não há muitas patrulhas lá porque termina no vale. As montanhas estão além dele.”
Justin de repente recordou a pergunta que Noah havia feito antes sobre a vista da montanha. Na hora, ele não pensou muito nisso, assumindo que Noah estava apenas fazendo as coisas do seu jeito enquanto Justin preferia uma busca mais estruturada.
“Senhor,” Lana falou, “quando andamos por aquela área outro dia, a Srta. Meira realmente quis ir em direção ao limite para ver a vista. Mas um guarda nos impediu.”
A mandíbula de Justin se apertou. Ele se virou e saiu da sala com passos firmes.
“Traga o carro,” ele ordenou a um dos guardas.
Era um longo caminho até a borda da propriedade—e ele não ia desperdiçar um único momento.
Justin sentou-se no veículo elétrico usado para se mover pela propriedade. O silêncio da noite foi quebrado apenas pelo suave zumbido de suas rodas. Depois de quinze minutos, o veículo parou.
“Senhor, o caminho à frente é apenas para caminhada,” informou o guarda.
Sem perder um segundo, Justin saiu. Seu olhar afiado varreu o caminho escurecido. Dois guardas o seguiram de perto enquanto ele começava a caminhar rapidamente em direção ao limite traseiro.
—-
Enquanto isso, Noah havia pego os atalhos internos e já tinha chegado à parte distante da propriedade. Sua respiração vinha em arfadas pesadas pela corrida, mas seus olhos se fixaram em uma figura frágil em pé no topo do muro de limite.
Lá estava ela—Meira.
E ela estava parada na beira… olhando para baixo.
O coração dele quase parou quando a viu dar um passo à frente. Ela não estava apenas admirando a vista. Ela ia pular.
Noah não gritou. Um movimento errado—um susto repentino—e ela poderia cair de verdade. Então ele correu.
Mais rápido.
Mais perto.
Assim que Meira levantou o pé no ar, pronta para dar aquele passo final no vazio, uma mão se estendeu e agarrou seu pulso. Com um puxão poderoso, ela foi puxada para trás da borda e caiu forte—mas segura—contra o peito de alguém.
—Você é louca?!—ele gritou, furioso, ainda ofegante enquanto a segurava firmemente. Os dois estavam no chão agora—ele debaixo dela, segurando-a perto, sua voz tremendo com partes iguais de raiva e alívio.
Meira estava chocada com o que havia acontecido. Seus olhos bem fechados piscaram quando ela não sentiu dor. Antes de pular, ela tinha fechado os olhos, pronta para experimentar a dor mortal caindo em algum lugar profundo no vale, sendo esmagada contra uma rocha e depois morrendo, mas isso não aconteceu.
Em vez disso, tudo o que sentia era o calor de um peito forte subindo e descendo debaixo dela, e braços envolvendo-a, segurando-a com força como se ele se recusasse a soltá-la.
Ela abriu os olhos e encontrou seu rosto pressionado contra o peito ofegante de um homem, e os braços fortes a cercavam firmemente enquanto ela estava deitada sobre ele.
Por um momento, seus sentidos ficaram entorpecidos para entender como aquilo acabou assim. Houve silêncio por um momento antes de ouvirem a voz preocupada de um homem.
—Você está bem?—Era Justin.
Justin, que estava apressando-se para o local, havia testemunhado como Noah tinha salvado Meira.
Noah imediatamente soltou Meira, que se afastou dele e olhou para Justin. Noah também se sentou no chão, ainda recuperando o fôlego.
Justin pediu para os guardas irem embora.
Assim que eles se foram, ele se ajoelhou na frente dela e perguntou novamente, —Você está bem?
Seus olhos se encheram de lágrimas porque ela não sabia como responder a ele. Ela ia tirar sua própria vida, mas não aconteceu. O que ele deve pensar dela agora? Ela não sabia se deveria se desculpar ou dizer outra coisa.
—Eu…—suas palavras ficaram presas na garganta, e lágrimas começaram a escorrer de seus olhos.
Como Justin estava lá, Noah preferia ficar quieto. Ele estava aliviado por ter conseguido impedi-la antes que fosse tarde demais. Apenas um momento de atraso e já a teriam perdido.
Justin afagou sua cabeça gentilmente e disse, —Está tudo bem.
—Eu… sinto… muito…—ela disse entre soluços. —Eu não… queria… incomodar você…
—Você não é um incômodo,—ele disse enquanto enxugava as lágrimas de suas bochechas gentilmente. —Você é minha irmã. Você também não é minha fraqueza.
Ela continuou a chorar enquanto Justin dizia, —O que quer que eu esteja fazendo, eu tenho meus próprios motivos. Não tem nada a ver com você. Então, não pense que você é o motivo de qualquer coisa. Eu tenho meus próprios planos.
Ela finalmente conseguiu encontrar o olhar dele. —Então… aquele casamento…
—Não é por sua causa,—ele assegurou. —E eu já sou casado.
Ela ficou surpresa ao ouvir isso. —Então por que você está…
—Eu lhe disse que tenho meus motivos, que não posso lhe contar,—ele disse, mantendo a calma.
Meira não sabia o que dizer agora. Estava totalmente envergonhada por ter causado essa preocupação a eles dessa maneira.
—Eu… sinto muito…—ela disse e abaixou o olhar, lágrimas ainda escorrendo de seus olhos.
—Vamos voltar. Lana está preocupada com você,—Justin disse enquanto se levantava e oferecia a mão a ela.
Ela assentiu e olhou para Noah, que ainda estava sentado no chão.
—Sr. Noah, eu sinto muito,—ela disse, sentindo-se culpada por dentro.
Ele olhou para ela, mas não disse nada. Dava para sentir o horror que ele sentiu naquele último momento.
—Noah, vamos voltar,—Justin disse.
Noah registrou suas palavras e se levantou.
Meira aceitou a mão de Justin e se levantou também, mas estremeceu um pouco de dor.
—Você está machucada?—Justin perguntou enquanto seguia o olhar dela para seu pé esquerdo.
Ela balançou a cabeça para dizer que estava bem e caminhou novamente, mas mancava um pouco.
Justin a levantou em seus braços e a carregou em direção ao veículo elétrico estacionado a certa distância. Noah os seguiu atrás.
Meira se segurou em Justin e olhou para o homem que caminhava em silêncio atrás deles. Ela se perguntava o que ele estava pensando. Estava bravo com ela? Deve estar, certo? Apenas à tarde conversaram amigavelmente e agora… Ela se sentia culpada quanto mais olhava para ele.
Chegaram à residência onde Aeldric estava acordado e esperando por eles. Ele viu Meira nos braços de Justin e franziu a testa.
Seu olhar frio fixado na garota, ele disse, —Se você estava planejando morrer, deveria ter conseguido.
Meira escondeu o rosto contra o ombro de Justin e não teve coragem de olhar para o velho.
Justin olhou feio para o velho. —Apenas volte a dormir. Não é da sua conta,—ele disse e caminhou em direção ao quarto de Meira, deixando o velho emburrado de raiva.