Casada com Meu Irmão Postiço Bilionário - Capítulo 411
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Capítulo 411: Lembranças do Passado
Justin entrou na sala que antes pertencia a seu pai. Era a primeira vez que ele a via, e tentou encontrar algum sentido de familiaridade—tentou recordar se tinha alguma lembrança dela.
Se ele tivesse visitado este lugar quando criança, ele tinha certeza de que devia ter estado nessa sala. Mas ele não conseguia lembrar de nada. Ele olhou ao redor da sala, que estava bem cuidada, embora estivesse claro que ninguém tinha ficado ali por muito tempo.
A sala era espaçosa, mas simples e elegante, dominada por tons brancos—uma cama king-size, decoração mínima. A pessoa que uma vez viveu ali claramente não passava muito tempo no quarto.
A atenção de Justin foi atraída por um conjunto de pequenos porta-retratos pendurados na parede. Eles continham fotos de seu pai desde a infância até a idade adulta, capturando momentos significativos—Marina segurando o bebê Alex, uma foto de escola, Alex como um jovem cavalgando e outros.
Nenhuma das fotos incluía Aeldric ou qualquer outro membro da família além de Marina. Não havia fotos de Alex com Serena ou as crianças. Era compreensível—ele estava escondendo eles de Aeldric.
Assim que Justin se virou, seu olhar caiu sobre uma porta de madeira do outro lado da sala. Inconscientemente, ele caminhou em direção a ela, apenas para de repente parar e segurar a cabeça com dor, fechando os olhos enquanto lembranças borradas começavam a surgir.
Uma mulher falando com um homem—sua voz cheia de preocupação, distante e ecoando.
“Alex, me prometa, você e Aaron vão chegar lá em segurança.”
“Eu prometo,” respondeu a voz de um homem.
“Mãe, eu vou cuidar de Papai e de mim mesmo,” acrescentou a voz de um menino. “Apenas cuide de Aiden. Ele é levado.”
A mulher abraçou o menino. “Aaron, eu e Aiden vamos esperar por você e seu pai. Certo?”
“Serena, é hora de você partir,” disse o homem. “Não se preocupe conosco. Você deve ir com Aaron antes que meu pai mude de ideia.”
A mulher abraçou o homem por um momento, depois saiu da própria sala, segurando a mão de outro menino—um que olhou para trás, para o irmão, com olhos preocupados.
“Aaron, eu vou esperar por você,” disse o menino enquanto saía com a mãe.
O flash de memórias parou, e Justin voltou aos seus sentidos. Pela primeira vez, ele viu algo do passado além dos pesadelos assombrosos de se afogar no mar—e isso foi avassalador.
Ele podia sentir as emoções do menino—sua versão mais jovem—enquanto deixava seu irmão gêmeo para trás. Ele não estava apenas preocupado, mas aterrorizado pela segurança do irmão, e lamentava ter deixado que seu irmão tomasse seu lugar. Ele estava zangado por dentro, mas tinha que ouvir seus pais porque era para o bem deles.
Finalmente, ele entendeu—aquele menino realmente amava seu irmão gêmeo Aaron, mas não sabia como expressar isso naquela época.
Justin se estabilizou e caminhou até a porta, que se abriu para um escritório—o escritório particular de Alexander. Pela estrutura pesada da porta, ele podia dizer que era à prova de som e bem seguro contra qualquer tipo de escuta.
Havia uma cadeira atrás da escrivaninha, um único sofá, alguma decoração de parede e um armário. A escrivaninha estava vazia, então ele começou a abrir suas gavetas, encontrando apenas documentos antigos que não pareciam particularmente úteis. Ele abriu o armário, que continha mais arquivos, mas nada de real interesse.
Mas se este escritório era tão fortemente protegido, tinha que haver algo importante escondido aqui.
Incapaz de encontrar algo na superfície, Justin sentou na cadeira atrás da escrivaninha. Foi então que algo chamou sua atenção.
Uma pintura pendurada na parede oposta—uma que não combinava bem com a decoração silenciosa do quarto. Era uma pintura de uma vasta paisagem, um campo de trigo sarraceno brilhando sob o sol poente. Uma silhueta de uma mulher estava de frente para o horizonte, seus longos cabelos e vestido branco esvoaçante soprando com o vento.
Era linda—profundamente emocional. Ela carregava o anseio do pintor, que claramente sentia falta da mulher retratada.
Justin levantou e foi até a pintura. Ele a moveu para o lado e bateu na parede atrás dela. A superfície ecoou—oco.
Ele pressionou contra a parede. O painel se deslocou para fora e se abriu como uma porta, revelando um pequeno cofre escondido. Dentro, havia uma caixa.
Sem hesitação, Justin pegou e voltou para a escrivaninha. Ele abriu a caixa.
Dentro havia diversas fotografias—fotos de Serena e duas crianças em várias fases da infância. Havia também arquivos de vídeo e uma pilha de cartas escritas por Serena para Alexander.
Finalmente—ele tinha algo de sua infância. Alexander deve ter guardado isso para compensar por não estar com eles. Era tudo o que ele tinha—imagens, memórias congeladas no tempo.
Justin hesitou, mas abriu as cartas, embora soubesse que não deveria. Era a privacidade de seus pais. Mas ele precisava saber pelo que sua mãe tinha passado—criando duas crianças sozinha, escondida.
Pelas cartas, ele podia ver o quanto ambos se amavam e amavam seus filhos. Tudo o que eles queriam era ter uma pequena família e viver uma vida feliz e comum—mas esse sonho nunca se realizou.
Justin colocou as cartas de volta e se recostou na cadeira. Embora ele não tivesse memórias ligadas a aquelas palavras, tudo o que ele podia sentir era uma profunda dor—Se ao menos eu pudesse ter feito algo por eles. Se ao menos eu fosse capaz o suficiente para protegê-los naquela época…
Como suas vidas teriam sido diferentes.
—-
No dia seguinte, Justin desceu as escadas onde era esperado para tomar café da manhã com a família—a família de Aeldric, que incluía sua filha, seu marido e seus dois filhos.
Agora que ele tinha decidido ficar ali, ele ia jogar conforme as regras.
Justo quando estava prestes a chegar na sala de jantar, ele ouviu a voz descontente de uma mulher.
“Pai, ele acabou de voltar, e você já decidiu fazer dele seu herdeiro?” Mallory questionou a decisão de Aeldric. “O que ele sabe sobre o trabalho e os negócios da nossa família? Ele pode lidar com isso sem saber nada sobre o nosso mundo? Ele não é nada além de um homem de negócios—muito longe do mundo da máfia. O que você estava pensando quando anunciou ele como seu herdeiro naquela reunião?”
“Então o que você espera que eu faça? Ele é meu único neto,” a voz fria de Aeldric ecoou pela sala. Ele claramente não estava satisfeito com o tom dela.
“Você tem outros dois netos—meus filhos. Eles não são seu sangue também?” ela retrucou. “Ambos te seguiram desde que eram jovens, e agora você os está deixando de lado por um neto que apareceu do nada?”
“Seus filhos não são Riverdale,” Aeldric respondeu friamente. “E parece que depois de viver na propriedade Riverdale sua vida inteira—ao invés de na casa do seu marido—você esqueceu essa verdade.”
“Pai, depois que você perdeu Alexander, meus filhos e eu fomos os que ficamos ao seu lado. Você está nos descartando só porque eu sou sua filha e não seu filho? Isso é realmente injusto,” ela disse com raiva. “E de que vale esse seu neto? Ele pode simplesmente desmaiar ao ver um verdadeiro derramamento de sangue!”
“Está no sangue dele. Ele não terá medo,” Aeldric respondeu calmamente.
Justo então, Mallory notou Justin descendo as escadas e ouviu a conversa deles. Ela se virou para ele e perguntou, “Você—um simples homem de negócios—já usou uma arma na sua vida e matou alguém?”
“Eu não gosto de armas,” Justin respondeu friamente, indiferente às palavras dela, que soavam como um grito tolo por atenção aos seus ouvidos. Ele preferia facas.
Depois de saber que uma vez ele cortou a garganta de uma mulher quando criança, ele entendeu de onde veio sua obsessão por lâminas. Era satisfatório matar o inimigo enquanto o fazia sofrer da maneira mais brutal possível, diferente de uma bala, que não tinha graça.
Mas quem vai contar isso para essa mulher. Ela poderia ficar aterrorizada ao saber do que ele era capaz.
“Veja? Este é seu neto,” Mallory se virou para Aeldric. “Ele pode desistir imediatamente se eu mandar meu filho apontar uma arma para ele.”
Aeldric avisou. “Pare de menosprezar meu neto. Eu sei quem ele é.”
“Pai, ele pode suportar ver o que acontece em nosso mundo? Todo aquele assassinato e—?”
“Melhor do que você pode imaginar,” Justin interrompeu, seu olhar se tornando frio. “E você não é ninguém para questionar minhas habilidades. Eu especialmente não aprecio ser desafiado dessa forma. Você pode querer reconsiderar suas palavras da próxima vez.”
Seu olhar frio e sombrio fez Mallory recuar. Ele a assustou—assim como Alexander costumava assustá-la às vezes.