1313: Ragnarok dos Deuses & A Femme Fatale 1313: Ragnarok dos Deuses & A Femme Fatale Akumi estava certo quando disse isso, pois ao entrar no Modo Deus, os vários minutos que Bai Zemin deveria ter foram reduzidos a apenas dois ou três segundos no máximo.

Regeneração de Sobreposição era uma habilidade que permitia a Bai Zemin substituir, mudar, todos os registros em um grupo para temporariamente transformá-los em um conjunto completamente diferente de registros. Por exemplo, ele poderia mudar sua Estatística de Magia para 0 o que faria todo o seu poder mágico e quaisquer outros registros relacionados caírem diretamente para nada a fim de aumentar sua Força e assim todo o poder de ataque físico relacionado.

A primeira vez que Bai Zemin entrou no Modo Deus, ele ganhou +3000 em todos os seus pontos de status, mas desta vez foi +5000 em cada um deles…. 5000 para cada ponto de status, mais o uso de Regeneração de Sobreposição significava que um ponto de status aumentaria 10.000 pontos de uma só vez.

O Modo Deus não apenas deu a Bai Zemin milhares de pontos de status, mas também ampliou grandemente seu poder de batalha geral, e ao usar a Regeneração de Sobreposição isso foi praticamente dobrado.

Ele não esperava que o peso em sua alma já desgastada o colocasse em um estado tão miserável… Mas mesmo que soubesse, não poderia evitar isso, pois o Modo Deus seria ativado à força em circunstâncias desconhecidas.

Bai Zemin lutava com tudo o que podia para se libertar do bloqueio espacial que o restringia, mas sem sucesso. Por dentro, ele rugia e uivava de frustração porque nunca em toda a sua vida se sentira tão inútil e miserável…

Eu não posso morrer! Eu não posso!

Muitas vidas dependem de mim! Meus entes queridos ficariam completamente devastados, até perdendo toda a vontade de continuar vivendo!

Eu ainda preciso descobrir quem eu sou! Eu ainda preciso encontrar respostas para todas as perguntas que pesam como montanhas em meu coração sem ninguém saber!

Mesmo que seja só mais um ataque, mais um assalto! Mesmo que minha alma se despedace!

Não importa o quanto Bai Zemin tentasse lutar, ele nem conseguia ativar uma habilidade e muito menos se mover…

O bloqueio espacial era realmente feroz e extremamente cruel…

Diante da aura de Akumi que pesava mais do que tudo o que ele já havia sentido, Bai Zemin pela primeira vez em sua vida se sentiu insignificante e pequeno como uma formiga.

Quando? Quando eu já recebi esse nível de humilhação?!

Teoricamente, ao entrar no Modo Deus a mente do usuário se tornaria extremamente clara e coisas como raiva nunca surgiriam? Isso porque ao entrar no Modo Deus o usuário realmente se marcava como um Deus Verdadeiro, e os mortais não eram qualificados para fazê-los sentir emoções tão grandes.

…

Nesta vida eu sou um ser humano que nasceu sem poder algum, mas sei com certeza que esta não é a primeira vez que vivi.

Meu eu passado nasceu em um lugar desconhecido. Por que nasci e por quem nasci, mesmo após milhões de anos, ainda não sei.

Eu tenho uma habilidade inata muito forte. Desde que tenho uso da razão e memória, aquela voz dentro de mim que sempre chamei de ‘instinto’ sempre me disse que nada e ninguém neste universo poderia me derrotar em batalha. Essa voz dentro de mim é sempre arrogante porque nada e ninguém tem o direito ou as qualificações para me rejeitar ou me derrotar.

A voz sempre me dizia que mesmo que o oponente fosse composto por um exército de bilhões de guerreiros, ainda assim eu sairia vencedor e meus companheiros de batalha brilhariam mais do que ninguém sob minha glória; porque eu posso destruir tudo em nada. Todos que me seguiram sempre acabavam ficando mais fortes… só que aqueles companheiros que me seguiam no passado não eram meus verdadeiros companheiros.

O fantasma do Lobo Celestial Sírius me disse que aquele lugar cheio de imortais aterrorizantes era um lugar que eu amei e odiei. Isso significa que em pelo menos uma das minhas vidas passadas eu vivi naquele lugar e definitivamente deixei minha marca lá.

Mesmo naquela ilusão que vivi sob o poder do Relógio de Bolso do Colecionador, fui chamado de ‘Imperador de Sangue’ e eventualmente me tornei o único governante sob as estrelas.

Aqueles imortais aterrorizantes que poderiam fazer as arrogantes Existências Superiores deste universo tremerem de medo eram apenas formigas insignificantes aos meus olhos e agora, no entanto, uma formiga menor do que aquelas formigas estava me prensando assim?

O que mais me entristece e enfurece é… este destino miserável e patético meu.

Eu não sei porque morri no passado ou quem poderia ter me matado. Mas nesta vida minha, sempre me encontrei lutando contra a pobreza e o desgosto do coração ou pela minha sobrevivência e a dos meus entes queridos. Meu poder estava claramente lá, dentro de mim… Eu sempre soube disso e de vez em quando podia sentir… mas toda vez que tentava ouvir aquela voz dentro de mim, um muro intransponível me bloqueava.

Eu já fui alguém grande e poderoso, mas quem sabe se depois que morri pela primeira vez não fui reencarnado como um fraco pedaço de grama destinado a ser pisoteado sob os pés de outra pessoa…

Desta vez o Registro da Alma está me dando a oportunidade de me tornar mais forte pouco a pouco, se eu morrer aqui, poderei reencarnar novamente? Mas mesmo que eu reencarne, talvez só possa viver como um inseto miserável que rasteja pelo chão para sustentar sua existência miserável.

Após quem sabe quantas reencarnações, após tantas vidas e mortes, meu outrora temido poder agora está esgotado. Tudo o que tenho agora é apenas isso… apenas o suficiente para sustentar minha vida, mas incapaz de controlá-la.

O eu atual… eu morreria assim?

Meu eu atual é verdadeiramente fraco… mas o aterrorizante Lobo Celestial Sírius claramente disse que eu era assustador o suficiente para que ninguém ousasse me opor naquela época. Como eu poderia… morrer sob as garras de uma mera Besta de sexto nível que nem sequer estava no ápice deste lugar?

Meu poder… Onde você foi…?

Por favor, volte… só um pouco… Pelo menos me deixe usar um pouco para proteger o pouco de dignidade que me resta. Realmente, só um pouco…

Eu… Eu realmente gostaria de quebrar estas correntes… destruir tudo.

* * *
Outro mundo.

Soldados vestindo armaduras e lanças de prata patrulhavam as ruas tranquilas da bela cidade.

Esta cidade definitivamente não poderia ser construída por mãos humanas, pois até mesmo os imortais mais poderosos jamais poderiam criar maravilhas desse nível. As construções se elevavam até as nuvens, flutuando em centenas de ilhas suspensas no vazio e de onde belas cachoeiras de água pura e límpida desciam, banhando as nuvens e cobrindo o mundo em sua totalidade.

O ar neste lugar era tão incrivelmente puro que pelo simples ato de respirá-lo, um humano comum cujo limite de vida era cerca de 100 anos poderia facilmente viver mais 50 anos.

A atmosfera estava livre de impurezas, vírus e poeira.

De repente, os soldados patrulheiros pararam mortos em suas trilhas e, como que por um acordo prévio, involuntariamente olharam com expressões surpresas em direção à ilha flutuante central na qual havia apenas um palácio e onde os verdadeiros governantes deste mundo de fantasia viviam.

Mas neste exato momento, o sempre pacífico e silencioso palácio estava se transformando em um enorme caos com soldados gritando e desembainhando suas espadas como se estivessem se preparando para enfrentar um grande inimigo.

As paredes tremiam ferozmente e aqueles que eram os mais fracos entre eles simplesmente caíam no chão enquanto gritavam de dor pela terrível pressão que pressionava suas almas.

Dentro de um espaçoso salão adornado com estátuas de ouro e lustres feitos de minerais preciosos, um homem de meia-idade de repente abriu seus olhos afiados como navalhas. A luz que brilhava neles era tão aterradora que um único olhar poderia matar um evoluído da alma do Oitavo Nível dez milhões de vezes, exceto que aqueles olhos afiados não estavam tão calmos como de costume, mas havia um brilho de descrença enquanto ele olhava para o espaço vazio.

Bang!!

As portas gêmeas adornadas com ouro e esmeraldas foram apressadamente abertas do lado de fora e dois jovens, um homem e uma mulher, entraram com passos rápidos.

“Pai Real!”

O homem extremamente bonito tinha cabelos negros presos num alto rabo de cavalo, sobrancelhas afiadas e olhos vermelhos que brilhavam como pérolas preciosas. Mesmo em meio ao pânico, seu comportamento e aura eram grandiosos o suficiente para subjugar qualquer um.

O homem de meia-idade sentado no trono não disse uma única palavra, mas levantou-se abruptamente. Seu corpo tornou-se ilusório por um momento e, no segundo seguinte, ele não estava em lugar nenhum.

O homem bonito e a mulher bela trocaram olhares antes de seguir o homem de meia-idade como se soubessem para onde ele foi.

Em uma sala bem iluminada em um espaço desconhecido, três silhuetas apareceram quase ao mesmo tempo. A sala estava quase completamente vazia, exceto pela lança vermelho-sangue cravada no chão cercada por vinte grossas correntes douradas que a restringiam firmemente.

“Ugh…”

O jovem bonito e a mulher bela foram imediatamente forçados a recuar mais de uma dezena de passos assim que apareceram na sala. Isso porque a lança vermelho-sangue estava atualmente cercada por um ciclone de relâmpagos ferozes que crepitavam ruidosamente, cobrindo metade da sala.

Bang! Bang!

De repente, duas das correntes que restringiam a lança vermelha explodiram, o que fez a expressão do homem de meia-idade mudar tremendamente.

O homem de meia-idade cortou ambas as palmas e esticou rapidamente as mãos para frente. Seu sangue voou em direção às 18 correntes restantes, banhando-as e fazendo-as brilhar intensamente.

“Seja selada, coisa maligna!” A voz do homem de meia-idade ecoou junto com a tempestade de raios causada pela lança vermelha.

O tempo passou segundo a segundo, e dez minutos depois o poder da tempestade de raios começou a enfraquecer cada vez mais.

O homem bonito e o homem de meia-idade suspiraram aliviados, mas justo naquele momento a tempestade de raios com tendência em acalmar de repente explodiu.

BOOM!!!

O homem de meia-idade recebeu o impacto total e seu corpo foi lançado para trás como um míssil.

BANG!!!

A parede tremeu ferozmente, mas nem mesmo uma única rachadura apareceu nela quando o corpo do homem de meia-idade impactou contra ela.

Tosse!

A boca do homem de meia-idade se abriu e contra sua vontade ele cuspiu uma dúzia de bocados de sangue fresco.

“Pai!”

“Pai Real!”

O homem de meia-idade limpou lentamente o canto da boca e levantou-se, ignorando as expressões preocupadas e horrorizadas de seus dois descendentes.

O homem olhou para a lança vermelha agora silenciosa por um longo tempo antes de olhar para as 17 correntes restantes. Uma onda de emoções extremamente complicadas cintilou em seus olhos vermelho-sangue enquanto ele balançava a cabeça e dizia, “Vamos sair. Deixe este lugar.”

Após dizer isso, ele simplesmente desapareceu.

O homem bonito, que aparentava ter 25 anos, suspirou aliviado ao ver que seu pai estava bem. Uma expressão de ódio e medo brilhou em seus olhos enquanto olhava para a lança silenciosa e, como se não quisesse ficar ali nem mais um segundo, simplesmente desvaneceu sem deixar rastro.

A mulher bela, por outro lado, não partiu imediatamente.

Vestindo um longo e elegante vestido de seda preto que escondia seus braços longos e esbeltos sob mangas espessas, ela caminhou alguns passos para frente e parou a dois metros de distância da lança selada.

Uma espada fina como asa de cigarra cuja cor azul profundo agitava o espaço apareceu em sua mão direita, e quando ela ergueu o braço uma das mangas largas desceu, revelando um braço extremamente belo antes oculto.

Craaaack…

Um raio da mesma cor da espada cujo nome era Monarca da Estrela Cigarra de Neve crepitava dentro da sala na lâmina da arma em sua mão direita. Ela encarou as 17 correntes com hesitação em seus olhos sedutores vermelho-sangue e manteve uma postura de corte por um longo tempo antes de balançar a cabeça levemente.

Ela realmente queria fazer isso.

Ela tem querido cortar com sua espada e quebrar aquelas correntes há muito tempo… É apenas que ela continuava hesitante mesmo agora.

Esta lança costumava ser chamada de Azul Lótus Amarela e sua cor era azul, assim como a sua espada. No entanto, o espírito da Azul Lótus Amarela, bem como o espírito assassino aterrorizante daquela pessoa, fez o poder da lança crescer e mudar, alterando tanto sua cor quanto o nome pelo qual seria conhecida.

Ragnarok dos Deuses.

Foi esta lança que acabou com milhões de Deuses Verdadeiros, daí o seu nome.

Foi esta lança, ou melhor, seu único dono, que encerrou a Idade dos Deuses. Até hoje não havia Deuses Verdadeiros 100% puros após aquele evento, e até mesmo a família real de cada clã eram reencarnações com almas divinas despertas de alto escalão.

Até ela própria acabou sendo perfurada por esta lança milhões de anos atrás, o que pôs fim à sua vida. Normalmente, ela deveria sentir ódio pela lança e ainda mais pelo seu antigo dono… mas ela não sentia ódio algum, mesmo que não tivesse nada a ver com os eventos daquela época.

Porque foram os três clãs divinos que desencadearam tudo.

O dono desta lança certamente foi o que mais sofreu, e sentindo tanto raiva quanto tristeza, ele fez o que fez.

“Ela deveria se sentir extremamente amada e grata assim que recuperar completamente suas memórias passadas, pois nunca houve e nunca haverá outra mulher mais abençoada por um amor tão puro e nobre quanto o que você lhe deu em vida e morte.” A linda mulher que aparentava ter 23 ou 24 anos guardou a espada azul enquanto murmurava essas palavras diante da lança.

Um sorriso feliz, mas um tanto triste, passou pelo rosto celestial da mulher enquanto sussurrava em voz baixa que ecoava pela sala silenciosa, “Todos diziam que você era inútil… no final, até mesmo os três Reis Deuses caíram sob sua lança, Pequeno Sete.”

O dono da arma que pôs fim à Idade dos Deuses, exterminando para sempre todos os Deuses Verdadeiros e atraindo o ódio eterno bem como o medo de todos eles, era precisamente o irmão biológico mais novo desta bela senhora.

A razão?

A história era complexa demais para entender, quanto mais explicar em poucas palavras, mas em última análise foi uma mulher quem a desencadeou.

Como diz o ditado… Toda grande calamidade na história envolve uma mulher.