Capítulo 960: Acertando Rivais

Ansel sentiu a tensão dela e girou-a um pouco para poder massagear seu ombro.

Os movimentos caíram nos olhos de Hana e seu coração afundou. Mas então suas próximas palavras a fizeram parar completamente o coração.

“Isso também está duro? Acho que a gravidez causa dor em todo lugar… ou foi devido ao nosso exercício mais cedo?” ele perguntou, olhando genuinamente preocupado. “Fui muito intenso?”

Winona corou e beliscou a coxa dele, fazendo-o estremecer. No entanto, ao invés de ficar bravo, ele riu dela.

Ele se inclinou e beijou sua bochecha antes de se virar para o convidado deles que pareciam ter esquecido por um momento.

“Faz tempo que não nos vemos, velho amigo,” Ansel disse com um sorriso encantador, embora suas palavras fizessem Hana querer chorar. “Como posso ajudar você?”

“Eu… nada,” ela disse, “Eu só queria te ver, pelos velhos tempos.”

“Hmn,” Ansel disse. “Fico feliz que você esteja bem.”

“O mesmo com você,” ela disse. Houve um momento de silêncio que foi tão constrangedor que foi doloroso para ela.

Vendo que Ansel não planejava abrir um novo tópico, Hana fechou os lábios. “Ansel? Eu… talvez precise da sua ajuda também.”

Se ele a ajudasse, talvez eles tivessem mais chances de passar tempo juntos. Hana pensou que ela só precisava de algum tempo—tempo para lembrá-lo do passado deles.

Ansel ainda estava massageando o ombro da esposa neste momento. “Que tipo de ajuda você precisaria?”

“Eu… talvez precise pegar emprestado algum dinheiro,” ela disse. Era constrangedor, mas ela realmente precisava. Além disso, que mulher se sentiria confortável quando o marido entregasse dinheiro a outra mulher—uma mulher com quem ele teve um passado?

Ela também poderia usar os termos de pagamento para passar mais um tempo com ele. Por exemplo, ela poderia pagar pouco a pouco toda semana onde teria uma desculpa válida para encontrar com ele.

Ansel piscou e olhou para ela com pesar. “Se você precisa de ajuda, eu posso. No entanto, o dinheiro da família está sendo controlado pela minha esposa, então precisamos passar por ela primeiro.”

“O quê?” Hana perguntou, virando para olhar a bela loira olhando de volta para ela.

Hana segurou sua saia—que era nova, por sinal, comprada com o dinheiro que restava para ela poder parecer apresentável na frente de Ansel—

“Senhorita Winona? Eu… posso pegar um pouco do dinheiro do Ansel? Eu prometo devolver quando puder.”

Winona fechou os lábios. Ela nunca havia pedido isso a ele, mas ele aprendeu com o melhor—Garan—e então ele realmente deu o dinheiro a ela assim que eles se casaram.

Presente de casamento, ele disse.

Na lembrança, seu humor se iluminou novamente, e seu sorriso se tornou genuíno enquanto olhava para a outra mulher.

A visão fez os olhos e o coração de Hana rangerem.

“Quanto dinheiro você precisa?”

“Eu… se você pudesse nos emprestar dinheiro para o pagamento inicial de uma unidade. Só uma unidade já bastaria. Somos apenas três. Meu namorado e sua irmã.”

Ela olhou para ele enquanto dizia a última parte, mas não viu nenhuma reação ao mencionar seu namorado.

Ansel respondeu desta vez. “No banco, desde que você faça um juramento e encontre um emprego, você pode solicitar um empréstimo,” ele disse.

“Não é muito no início, mas daria tempo para você se ajustar a este novo mundo e eventualmente economizar para a residência e o pagamento inicial.”

“Mas…”

“As taxas de juros são completamente razoáveis, você não precisa se preocupar,” Ansel disse, cortando-a.

“Mas—”

Sua voz e suas discordâncias morreram quando ela viu Ansel parar de massagear Winona. Ele se levantou e se inclinou para beijar a testa dela.

Quando ele se aproximou dela, o coração de Hana batia erraticamente, sem saber o que esperar. “Alterra é muito solidária com os novos residentes,” ele disse. “Você não precisa se rebaixar para fazer empréstimos individuais.”

Hana não conseguia mais falar. Se ele falasse assim, se ela continuasse pedindo dinheiro, como ela pareceria?

“Boa noite Hana, minha esposa está um pouco cansada,” ele disse, “Eu fui muito intenso mais cedo, como você viu.”

“Eu… entendo,” foi tudo o que ela disse, tentando manter a compostura. “Se me der licença—”

Hana deixou a casa às pressas, querendo apenas estar no próprio espaço.

Ela nem tinha ido tão longe das áreas das vilas quando seus joelhos dobraram e ela irrompeu em lágrimas.

…

Hana não foi ao dormitório deles até cerca de uma hora depois. Ela ainda estava soluçando um pouco, mas não queria que ficasse óbvio que ela tinha chorado.

O que ela diria? Que foi ver o ex e foi humilhada em vez disso?

Quando ela voltou, no entanto, só Tilda estava lá. Eles eram chegadas recentes e foram designadas para um novo dormitório e ainda não tinham colegas de quarto. Onde estava Tim, então?

“Ele estava te procurando. Ele esteve por duas horas,” Tilda disse, cruzando os braços. “Onde você foi?”

“Eu… Eu fui ver velhos amigos.”

“Só amigos?”

“Sim.”

“Não minta para mim,” Tilda disse com olhos penetrantes, olhando para o seu novo vestido, os olhos ardendo de ciúmes. “Você acha que sou idiota?”

“Você quer que eu diga ao meu irmão que você voltou para casa chorando como uma garotinha lamentável? Não diga que está chorando porque se perdeu; até mesmo Tim não iria querer alguém tão infantil.”

“Eu…” Hana começou a falar, mas nada saiu. Ela só podia assistir enquanto a alta Tilda caminhava em sua direção, pairando sobre sua pequena estatura.

Tilda estava na casa dos 30, alta e um pouco bonita, mas seus traços eram tão afiados quanto suas palavras, fazendo-a muito intimidadora.

“Diga-me.”

Hana fechou os lábios. Seus olhos começaram a ficar cheios de lágrimas novamente e isso fez Tilda querer bater nela. Felizmente, Hana falou para que essa tragédia não acontecesse.

“Eu… Ansel… um velho amigo.”

Os olhos já afiados de Tilda se fixaram nela e a fizeram sentir como se estivesse sendo esfaqueada. “Você está corada. É uma chama antiga, não é?”

Os olhos de Hana mudaram e Tilda soube que estava certa. Ela estava prestes a bater nela—como ousava essa parasita trair o irmão dela depois de tudo o que ele fez por ela—mas então ela pausou.

O nome ‘Ansel’ parecia familiar…