Após Sobreviver ao Apocalipse, Construí uma Cidade em Outro Mundo - Capítulo 1137

Capítulo 1137: A Fila do Correio (Parte 1)

Para os Correios, eram principalmente os aborígenes que faziam fila seriamente. As outras pessoas… estavam fazendo fila apenas por fazer fila. Afinal, eles chegaram aqui há apenas um ano e a maioria nem sequer havia saído da Região de Alterra ainda. Quantos deles teriam correspondentes em outras cidades?

Como a Farmácia, os Correios também foram personalizados para se adaptar à estética geral da Cidade. Falando estritamente, este era o Correio mais bonito que eles já tinham visto.

Havia até mesmo uma adorável área de espera com bancos confortáveis que podiam acomodar dezenas de pessoas esperando. Até os quadros de anúncios tinham temas….

De qualquer forma, sem mais delongas, os aborígenes começaram a enviar cartas enquanto alguns Terranos observavam como era feito.

Basicamente, eles simplesmente colocavam suas cartas em uma das plataformas de mármore atrás do balcão (que poderia ou não estar atendido) e então pagavam a taxa que variava dependendo da distância do local de destino.

Os Correios eram incríveis de uma forma que podiam enviar para qualquer Correio do mundo—não importa o quão distante fosse—praticamente no mesmo instante.

Então, as cartas seriam enviadas e os nomes dos destinatários seriam exibidos no grande painel de exibição. Tinha que ser o nome real também, então ninguém podia usar nomes falsos para enviar e receber cartas.

Também não havia alerta automático para os destinatários, e eles tinham que retirar a carta pessoalmente. Falando nisso, no nível 1, as cartas só seriam mantidas por 1 mês. Se uma carta não fosse reclamada após esse período, então seria como se tivesse desaparecido. Não haveria alerta para o remetente, também.

Era esse o propósito de contratar uma pessoa lá—eles basicamente estavam lá para informar as pessoas de que havia cartas esperando por elas.

Muitos se perguntavam se o território estava contratando…

Um das pessoas que realmente estava enviando cartas era Oslo, que enviava algumas cartas para casa. Quando ele soube que um Correio estava sendo construído, ele e Honda (que estava na plataforma ao lado dele) já compuseram suas cartas para cada pessoa em sua família.

Falando nisso, o conteúdo de suas cartas, por hábito, era algo que tinha um tom ‘normal’ o tempo todo, e estava ausente de qualquer informação sensível. Eles realmente não sabiam se o Senhor Bleulle decidiria aleatoriamente ler suas cartas, afinal.

Tudo o que ele disse foi que ele—e Honda—ainda estavam relaxando na aldeia para onde foram enviados, e ele perguntou quando eles viriam visitar.

Ele havia enviado uma carta antes via Ferrol não muito tempo atrás, embora desta vez ele decidisse ser pegajoso. Ele estava começando a se preocupar com a falta de resposta deles na última semana ou mais. Eles geralmente enviavam uma semanalmente (e ele pagaria a Equipe Mercenária Terrana para usar seu pássaro mensageiro) especialmente porque Honda estava com ele.

Ele olhou para o lado para ver seu sobrinho, que ainda tinha que se levantar um pouco nas pontas dos pés para ver acima da plataforma. Vendo que ele estava bem e podia enviar suas próprias cartas, Oslo procedeu para enviar a carta confiada a ele.

Era a de Rowan.

Rowan normalmente enviava via pássaro mensageiro das Montanhas de Ferro para a filial da Ferrol, que então enviava a postagem para sua avó na Cidade Voumi. Isso realmente continuaria principalmente porque Ferrol estava muito mais perto das Montanhas de Ferro do que Alterra ou Vale Calcário.

Oslo simplesmente tinha uma carta confiada a ele algum tempo atrás, quando foi decidido que Alterra estava pronta para atualização. Ele foi pedido para enviá-la assim que um Correio fosse construído. Aparentemente, era para contar à sua avó onde ele estava estacionado e enviar-lhe cartas diretamente em Alterra.

A pessoa ao lado dele na fila era na verdade Betty. Eles deram um ao outro acenos educados, antes de Oslo e Honda saírem para continuar com o passeio turístico. As ruas das lojas definitivamente não estavam prontas ainda, mas deveria haver algumas indicações do que iria aparecer ali.

Por exemplo, logo que saíram dos Correios (depois de cerca de meia hora na fila) já havia placas de sinalização postadas na frente das lojas. Algumas estavam coladas na fachada, enquanto outras colocavam sinalizações em postes.

“Liberte Seu Estilo – Mais Roupas em Breve!”

“Adoce Seu Dia com o Algodão Doce do Den – Em breve com mais opções!”

“O Glamour Começa Aqui – Seu Novo Salão em Breve!”

“Roupas Limpas, Vida Feliz! Seu Serviço de Limpeza Favorito Vindo para o Oeste!”

“Canetas, Papel, Perfeição! Papelaria da Nina em Breve!”

E assim por diante.

Oslo riu enquanto Honda estava apenas impressionado. “Os Alterranos realmente se movem rapidamente quando se trata de dinheiro.”

“Eu também quero ser rico, tio.”

Oslo deu uma risada, dando um tapinha em sua cabeça. “Então é melhor aprender bem.”

…

De volta aos Correios, Betty finalmente estava enviando uma carta para sua família. Quantos anos faziam, ela se perguntava.

Betty morava em uma pequena cidade bem a Oeste de Alterra—muito longe, pelo menos alguns meses de viagem daqui. Isso estava bom para ela. Quando ela foi forçadamente enviada para a Chancelaria para ajudar seu irmão, ela admitiu que se sentiu amargurada.

Sem mencionar que ela especificamente teve que ir para uma Cidade Nível 3 ou uma Cidade porque essas tinham Correios Nível 2 no mínimo, que poderiam ser usados ​​para enviar dinheiro.

Ela era apenas Nível 14 na época em que foi enviada, nem mesmo tinha 20 anos—enviada assim que despertou a Profissão de Curandeira. Enviá-la para territórios tão poderosos era mandá-la para tocas de feras.

Contudo, como ela foi criada para seguir ordens—para sempre priorizar seu irmão—ela aceitou e fez o que lhe foi dito de qualquer maneira. Pelos próximos dez anos ou mais, ela trabalhou arduamente para pagar seus ‘deveres’ para com eles.

No começo, enquanto ela ainda estava fraca, era naturalmente perigoso e ela foi quase levada muitas—muitas—vezes. Um dia, um nobre visitante a escolheu como alvo, e ela não pôde fazer mais nada.

Entretanto, ela não podia suportar ser tocada por ele de jeito nenhum e, ao contrário de muitas outras mulheres—ela realmente reagiu. Ela arranhou seu rosto e o chutou, tentando fugir.

Contudo, a humilhação fez o homem ficar enfurecido em vez disso. Ela se lembra dele tirando uma faca do seu espaço, e ela foi esfaqueada repetidamente em retaliação.

De alguma forma, seus colegas curandeiros conseguiram chegar até ela a tempo, mas ela nunca mais foi a mesma depois disso.

Ela ainda tinha algumas cicatrizes, mas a maioria estava em seu corpo. No entanto, as leves cicatrizes em seu rosto eram o suficiente para muitos homens olharem para ela com nojo.

Em vez de ficar triste, ela se tornou esclarecida.

Desde então, mesmo depois de se recuperar, ela não perdeu suas feridas. Para evitar ser alvo, ela periodicamente se marcava levemente—seu rosto, especificamente—a cada poucos dias e, em seguida, se curava antes que cicatrizassem permanentemente.

Por mais de dez anos, isso foi o que ela teve que fazer para se proteger.

Se alguém questionasse sua tolerância à dor, ela reviraria os olhos para eles.

Então ela olhou para a carta em sua mão, dedos suaves a segurando enquanto ela era atormentada por pensamentos complexos. Ela não pensava que queria falar com eles novamente, mas lá estava ela.

Ela realmente queria se reconectar com eles?