Após Sobreviver ao Apocalipse, Construí uma Cidade em Outro Mundo - Capítulo 105

105: Guía Vila (Parte 1) 105: Guía Vila (Parte 1) Cidade de Aberdeen, 22 anos atrás
“Atualiza, atualiza!” Uma doce voz leitosa entoava, animada, colocando um pequeno sorriso no rosto das pessoas ao redor.

Elas estavam atualmente em uma pequena, mas colorida loja de lanches. Era bastante popular, como mostravam as mesas ocupadas mesmo nas horas mortas do início da tarde.

Naquele momento, o jovem caixa riu da adorável garotinha abaixo do balcão, aguardando pelo seu grande pedido de sorvete.

Embora ela e o irmão estivessem vestidos um tanto desleixadamente, ambos tinham temperamentos limpos e boa aparência que as pessoas poderiam pensar que eram atores mirins usando fantasias.

De qualquer forma, o atendente achou-a adorável e adicionou algumas fritas a mais no pedido dela. “Obrigado pela preferência.”

“Oba! Obrigada Senhor~”
A bandeja foi devidamente recebida por um rapaz mais velho, muito bonito, e a garotinha cambaleou para seguir até o lugar deles.  “Obrigadaaa Wanwan~”
Garan sorriu enquanto colocava a bandeja na mesa, se inclinando um pouco. No sinal, a menina deu um beijinho melado na bochecha do rapaz, o que apenas o fez feliz.

Ele deu um tapinha na cabeça dela e serviu sua comida, organizando-as à frente dela e fáceis de alcançar, deixando apenas um pouco para si.

A jovem Althea notou isso e franziu a testa, colocando mais comida no prato dele  “Wanwan é muito maior que Althea. Wanwan deve comer mais.” Ela disse com finalidade e o jovem Garan não pôde deixar de beliscar as bochechas rechonchudas dela.

Ele não recusou sua gentileza. Seu anjo sempre fora muito bondoso.

“Certo, certo. Obrigado Althea.” Ele disse, pegando uma mordida para comer sob o olhar dela.

Satisfeita com sua obediência, Althea acenou com a cabeça adoravelmente em aprovação antes de comer sua própria comida, mastigando felizmente essa rara iguaria.

Suas bochechas já rechonchudas se enchiam enquanto ela mastigava e seus olhos brilhantes iluminavam-se mais a cada mordida.

Garan já se sentia satisfeito só de vê-la satisfeita. Se ele pudesse dar-lhe esse agrado com mais frequência, ele o faria, infelizmente ele era uma criança e havia um limite para o quanto ele poderia ganhar.

Em todo caso, ele pensou que limpar o refeitório todos os dias para ganhar alguns trocados a mais era muito valido.

….

_____
Vila Guia, vila subsidiária da Cidade de Ferrol, Presente
Garan olhou através da mira, uma das poucas ferramentas sobreviventes durante a transferência, e encarou a direção da neblina, tentando ver se havia alguma mudança.

Observando que não havia nenhuma, sua forte mandíbula se contraiu e suas sobrancelhas franziram profundamente.

Garan, francamente, não sabia o que sentir.

Ele não conseguia comer bem desde que descobriu que ela poderia estar neste lugar, talvez sendo perseguida por monstros, sofrendo de fome.

A imagem em si fez seu coração doer tanto que ele massacrava um bando de monstros atacantes sozinho.

Atualmente estavam se hospedando em uma vila chamada Vila Guia, que ficava muito mais próxima à neblina, juntamente com outros.

Escolheram este lugar porque podiam vigiar a neblina através da mira a qualquer momento que desejassem.

Era também a única vila tão próxima a ela que sobreviveu à massiva maré de bestas.

Uma razão para isso era por conta de sua altitude relativamente mais alta e estado facilmente defensável. A outra era porque foi construída como uma vila de mineração subsidiária à Cidade de Ferrol.

Por ser uma cidade de mineração, também tinha proteção muito forte. Por isso, tinha poder de mão de obra muito mais forte do que as vilas adjacentes.

Eles só foram autorizados a descansar por alguns dias graças às conexões de Bart, pois não-residentes geralmente não tinham permissão para ficar no lugar por muito tempo. Eles teriam que encontrar outra maneira de monitorar a neblina em breve, pois esperavam ficar indefinidamente.

Gill viu seu chefe suspirar e entendeu muito bem como ele se sentia.

Ele também não conseguia deixar de olhar para a névoa a cada poucas horas, como se pudesse ver sua mãe e sua irmã lá dentro.

“Essa névoa deve ser a proteção. Se estivermos certos, ela deverá desaparecer em menos de um mês.”

Um mês neste mundo tinha 32 dias. Julgando a explosão da maré de bestas como o início da contagem regressiva, eles já tinham consumido 7 dias.

Isso significava que eles não precisavam estar tão perto o tempo todo, eles apenas tinham que acertar o tempo.

Embora desconfortável, Garan sabia que ele estava certo. Ele poderia, pelo menos, usar esse tempo para se fortalecer e estudar este mundo ainda mais profundamente, para que pudesse proteger Althea quando se reunissem.

“Chefe, o café da manhã está pronto.” Outra voz cortou o clima melancólico. Eles viraram as cabeças para ele.

Era um homem de pele clara e traços aquilinos, apropriadamente chamado Eagle (ou Águia caso fosse mantido como apelido). Ele também era a única pessoa sobrevivente da equipe de logística.

Estes meses eles tinham adquirido o hábito de discutir algumas investigações durante as refeições, porque costumavam estar ocupados em outros momentos.

Todos estavam relatando suas próprias tarefas. Eles relatavam sobre várias áreas e aspectos de seus respectivos escopos.

Afinal, eles optaram por investigar por conta própria em vez de ouvir tudo de segunda mão dos locais, mesmo de Gaudi, a quem eles haviam acabado de conhecer.

Por exemplo, o tempo e a distância até o próximo território sobrevivente. No caso, que estava a dezenas de quilômetros de distância.

Por exemplo, o nível dos monstros nas proximidades. O que era a média para vilas, que era de níveis 5-10.

Por exemplo, quantos territórios ao redor realmente caíram e o que aconteceu com eles. O que, até agora, baseado nos refugiados do lado de fora, subiu para cerca de 85%.

Este dano foi realmente grande.

“Tenho medo de que as pessoas possam culpar os territórios do interior.” Luis murmurou, sem esquecer a trágica história de Gaudi.

“Talvez.” Garan disse, especialmente se alguém deliberadamente visasse um território, caso em que aquele território não teria escolha senão enfrentar guerras duas vezes ao mês.

“É por isso que temos que ser tão fortes quanto pudermos, e isso começa com compreender este mundo mais profundamente.”

Os outros assentiram, e eles continuaram suas discussões, com o objetivo sério de se preparar para qualquer coisa que pudessem encontrar.

Afinal, eles tinham uma civilização inteira para proteger.