Após Sobreviver ao Apocalipse, Construí uma Cidade em Outro Mundo - Capítulo 1020

Capítulo 1020: Redes em Expansão

Dentro de um dos quartos de hóspedes da família Gold, toda a geração mais jovem estava do lado de fora enquanto esperavam que o curandeiro cuidasse de Hélios.

Obi suspirou. “Ele saiu por uns minutos e já se envolveu em uma confusão,” ele disse, balançando a cabeça. “Ele é realmente um guarda?”

Olga revirou os olhos. “Ele estava salvando uma mulher,” ela disse, apontando para a garota sentada ao lado da cama, sem nunca tirar os olhos do homem na cama.

Obi não entendeu o ponto dela. “Ele acabou de alcançar o nível 10, o que ele está fazendo lutando contra níveis 30?”

“Não zombe dele,” ela disse. “Nunca sabemos como você vai agir quando se apaixonar.”

Obi fez uma cara de nojo e isso fez com que Olga quisesse socá-lo.

O jovem Gold tinha certeza de que nunca entenderia essa estupidez, e também não queria.

De qualquer maneira, o curandeiro terminou cerca de meia hora depois, pedindo que comprassem algumas poções de cura também.

“Ele vai ficar bem,” disse o curandeiro. “Ele só precisa de mais um dia de descanso e será capaz de se levantar normalmente.”

“Obrigada,” disse Olga. Ela então o pediu para tratar também os dois servos de Sahara e os mercenários. Depois, ela pagou a taxa de tratamento.

Uma única visita custava vários golds por paciente, e ainda mais para Hélios que estava seriamente ferido.

O custo da cura era cerca de uma dúzia de golds, o que era facilmente o salário de um plebeu por um ou dois meses.

De qualquer maneira, o curandeiro partiu feliz e Obi sorriu sarcasticamente enquanto seguia seus passos. Ele se lembrou de como era o hospital em Alterra, e como até as pessoas comuns podiam procurar ajuda.

“Antes, eu pensava que os curandeiros cobravam de forma justa, mas depois de ir para Alterra…”

Otto balançou a cabeça. “Não compare tudo lá. Eles tinham um sistema eficaz que permitia cobrar tão pouco e ainda assim ter lucro. Se você continuar comparando, só vai ficar irritado.”

No final, ainda era uma questão de habilidade. Mesmo que um curandeiro tivesse um coração bondoso, eles nunca seriam capazes de cobrar o mesmo que em Alterra em um lugar como Bleuelle. Seria difícil demais viver aqui se fizessem isso.

Alterra, por outro lado, tinha uma economia justa que permitia a qualquer um viver decentemente, permitindo que eles tivessem o capital para serem ‘bondosos’ também. Essa força também era uma das causas raízes de por que tantas profissões incomuns prosperavam em Alterra, mas não sobreviveriam em outro lugar.

Obi deu de ombros e todos se voltaram para o paciente. Ele estava agora em condição estável, então eles finalmente podiam sair e fazer suas próprias coisas. Os garotos, em particular, deixaram as garotas para trás, embora fossem cumprimentados por três mercenários do lado de fora.

Enok e os outros os cumprimentaram e agradeceram pela ajuda, oferecendo pagar pelo próprio tratamento. Os Golds recusaram e os Mercenários simplesmente deixaram seus cartões de visita com eles, para que pudessem ser contatados facilmente pelos Correios.

Cartões de visita eram apenas pergaminhos simples que incluíam informações de uma pessoa, incluindo seu nome completo e onde residiam. Para garantir que os Correios não enviassem erroneamente suas cartas para alguém com o mesmo nome, mais informações como idade e profissão também eram adicionadas.

Por enquanto, não havia um sistema estabelecido que garantiria que a carta fosse entregue à pessoa certa se houvesse alguém com nomes e condições semelhantes, mas as chances eram pequenas de qualquer forma, então não importava para a maioria.

No entanto, Mercenários tinham uma profissão mais sensível então a maioria deles realmente tinha Cartões de Visita para evitar confusão e potencialmente perder clientes ou informações importantes que poderiam mudar uma vida.

Em todo caso, após um pouco de conversa fiada, os mercenários se desculparam. Eles sabiam que não podiam prolongar sua estadia sem perder o favor dessa grande conexão, e simplesmente perguntaram onde Hélios poderia encontrá-los após se recuperar.

Esperançosamente, ele não demoraria muito porque estender uma missão mercenária também teria um custo. Caramba, na maioria dos casos, eles também cobrariam sua dor ao cliente.

Mas… olhando como a família mais importante da Cidade de Bleuelle os tratava gentilmente, eles sabiam que o resgate de Hélios havia valido a pena.

…

De volta ao quarto, Olga sentou ao lado de Sahara, querendo saber mais sobre toda essa confusão.

“Obrigada por tudo,” disse a mulher mais jovem. “Eu vou pagar por tudo…”

“Está bem, são apenas alguns golds,” Olga disse, acenando com a mão. Em vez disso, ela estava mais interessada em conversar. “Então… pode me contar o que está acontecendo?” ela perguntou, sentando em uma cadeira.

Olga era uma mulher que amava fofocas—como a maioria—especialmente quando eram inofensivas.

Sahara corou um pouco e não conseguiu olhar para ela ou para o paciente. “Eu… nós nos encontramos uma vez.”

“Hmm, ele mencionou isso,” Olga disse, sorrindo maliciosamente. “Ele fez muito por alguém que conheceu apenas uma vez.”

Foi aqui que ela percebeu que os Golds conheciam esse homem também. Sahara tinha se perguntado por que eles estavam sendo tão prestativos com ela, mas ela estava preocupada demais com o homem para pensar muito a fundo.

“Você o conhece?” ela perguntou, endireitando um pouco as costas. “Quem é ele?”

“Você não o conhece?” Olga retrucou, fazendo Sahara olhar para baixo envergonhada.

“Bem, ele é um conhecido nosso,” ela disse com um sorriso provocador. “Ele é de uma vila, porém.”

Sahara assentiu, não surpresa. Na idade dele, ser um nível 10 só poderia significar que ele era de uma vila.

Ela não estava muito certa do que sentir sobre isso. Afinal, suas emoções eram diminuídas diante de seu dever e ela duvidava que um homem de nível baixo de uma vila pudesse ser de alguma ajuda para ela ou para sua cidade.

Sahara nunca teria imaginado que pensar dessa forma doesse tanto, no entanto.

Olga olhou para ela, tendo um instinto sobre o que ela estava se perguntando. “Na verdade, se você está procurando um lugar que poderia ajudar sua cidade, é a dele.”

As sobrancelhas de Sahara se ergueram. “O quê?”

Olga sorriu. “Confie em mim nisso,” ela disse, olhando para o homem na cama. “Esse homem… seria capaz de salvá-la mais do que você pensa.”