Apocalipse: Eu Tenho um Sistema Multiplicador - Capítulo 602
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Capítulo 602: Chapter 602: Retribuição
Su Jiyai olhou calmamente para Su Rong, seus olhos afiados como lâminas frias.
“Já que você me incomodou tanto durante meus anos de infância,” ela disse lentamente, sua voz estável mas cheia de severidade, “então hoje, vou me certificar de que você seja devidamente punida.”
As palavras caíram no ar como trovão.
A multidão explodiu de repente em aplausos.
“Sim! Chefe Su está certa!”
“Ela merece isso!”
“Esta é a justiça que esperávamos!”
As pessoas aplaudiram, gritaram e até bateram os pés. Suas vozes se espalharam pela sala de recepção, enchendo os ouvidos de Su Rong de pavor.
O corpo inteiro de Su Rong estremeceu. Seu rosto empalideceu, e ela pressionou a testa contra o chão novamente.
“Não! Por favor, Chefe Su! Eu imploro, não seja muito severa! Eu… eu posso limpar! Sim, se quiser, limpo toda a base. Esfrego todos os pisos e todas as paredes! Por favor, só me dê uma punição mais leve!”
Suas palavras eram desesperadas. Ela só disse isso para mostrar que estava disposta, mas no momento em que saíram de sua boca, ela se arrependeu profundamente.
Su Jiyai fez uma pausa, sua expressão ilegível.
“Uma boa punição,” ela finalmente disse com um leve aceno.
O coração de Su Rong deu um salto. Ela levantou a cabeça em horror. “Espere… espere, não, eu não quis dizer…”
Mas antes que pudesse terminar, a voz calma e clara de Su Jiyai ecoou novamente.
“De agora em diante, todo mês, você limpará toda a base dez vezes.”
Suspiros encheram a multidão. Algumas pessoas riram, outras acenaram com a cabeça.
“Chefe Su é realmente leniente.”
“Sim, não é nem suficiente comparado ao que ela fez.”
“Ela ainda é muito bondosa.”
A multidão murmurou sua aprovação, mas os olhos de Su Rong se arregalaram de terror. Ela sabia de algo que os outros não sabiam.
Limpar toda a base não era uma tarefa pequena. A base era enorme, cheia de corredores, armazéns, mercados e jardins.
Só limpá-la uma vez levava quase cinco dias se trabalhasse sem descanso. Fazer isso dez vezes em um único mês…
Seus lábios tremeram enquanto ela gaguejava, “M-mas… trinta dias não são suficientes… Eu… eu não posso fazer isso…”
Seu coração disparou enquanto uma memória a golpeava na mente.
Naquela época, ela havia forçado Su Jiyai a limpar todo o apartamento mais de vinte vezes em um único dia.
Ela se lembrava de estar ali, sorrindo, dizendo que a poeira ainda estava lá.
Naquele tempo, Su Jiyai segurava seu estômago, gemendo porque estava em seu período, mas Su Rong nunca se importou. Ela ria de sua dor.
Agora, enquanto ela mesma estava em seu período, seu corpo doendo, ela finalmente entendeu quão cruel havia sido.
Lágrimas escorreram por seu rosto. “Chefe Su, eu imploro! Por favor, reconsidere! Eu não posso… eu realmente não posso…”
Mas os olhos de Su Jiyai estavam calmos, como água parada.
“Se você não pode fazer isso, então é seu erro,” ela disse. “Então você deve se preparar para uma punição mais severa. Ou pior… você será expulsa da base por completo.”
A palavra “expulsa” ecoou na mente de Su Rong como um martelo.
Seu corpo congelou.
A Base da Esperança não era como o mundo de fora.
Lá fora, era quase impossível sobreviver. Outras bases estavam fracas agora, desmoronando porque as pessoas estavam migrando para cá.
Comida e suprimentos do lado de fora eram caros além da razão. Se ela fosse jogada fora, certamente morreria.
Seus lábios tremeram enquanto ela gritava, “Não! Por favor! Não me expulsem! Eu farei! Eu limparei! Farei quantas vezes você pedir, só por favor, me deixe ficar!”
Ela pressionou novamente a testa contra o chão, soluçando, sua voz rouca de tanto chorar.
Su Jiyai finalmente assentiu.
“Se essa é a sua decisão,” ela disse, “então eu lhe darei a chance de se reformar.”
A multidão murmurou novamente. Alguns pareciam satisfeitos, outros zombavam de Su Rong, mas ninguém discordou do julgamento do Chefe Su.
Então, uma voz alta e aguda cortou o ar.
“Você está sendo arrogante!”
Todos se viraram de uma vez.
Um menino de treze anos estava ali, seu rosto vermelho de raiva, seus olhos queimando. Era Su Han.
O coração de Su Rong caiu. Ela fechou os olhos em desespero.
Aquele irmão estúpido dela. Ele não podia ver o perigo? Ele não percebia quão sério isso era? Por que ele tinha que abrir a boca agora?
Com certeza, todos os membros da base viraram a cabeça e apontaram para ele.
“Nunca vi uma criança tão arrogante.”
“Ele precisa aprender uma lição.”
“Essa família está podre até o núcleo.”
Su Han os ignorou todos. Ele caminhou com orgulho até Su Jiyai, seu queixo erguido, seu peito estufado como se fosse intocável.
“Você deve ficar dentro do seu limite,” ele disse em voz alta. “Quem é você para dar ordens à minha irmã?”
O pátio ficou em silêncio por um segundo. Então, a risada explodiu.
“Pfft… ele realmente disse isso?”
“Esse garoto ainda é uma criança. Ele não entende como o mundo funciona.”
“Hah, moleque ignorante.”
Outros balançaram a cabeça, meio irritados, meio divertidos.
Os olhos de Su Jiyai caíram sobre Su Han, firme e imperturbável.
“Você é o irmão dela, não é?” ela perguntou calmamente.
Su Han cruzou os braços e assentiu orgulhosamente. “Sim, eu sou! E daí? Se você quiser punir alguém, me puna. Mas não ouse tratar minha irmã assim!”
Suas palavras soaram corajosas, mas para a multidão, não passavam de tolice.
Alguém gritou, “Você ainda está mamando na mamadeira, mas fala grande!”
Outro riu, “Vá para casa, garotinho, isso não é um playground.”
Mas Su Han não recuou. Seu rosto estava vermelho, mas sua voz cresceu em intensidade.
“Vocês todos são covardes! Aplaudem a Chefe Su porque ela tem poder agora! Se ela não tivesse, vocês a pisariam como antes!”
A multidão ficou selvagem com suas palavras.
“O que ele disse?”
“Ele está nos insultando?”
“Moleque desrespeitoso! Ele também não merece ficar aqui!”
O rosto de Su Rong ficou lívido. Ela agarrou o braço de Su Han desesperadamente, sua voz tremendo.
“Su Han, pare! Por favor, não diga mais uma palavra!”
Mas Su Han a afastou rudemente.
“Não! Eu não vou parar! Irmã, você chora demais! Por que você se curva a ela como se fosse uma rainha? Você não está errada! Não precisa implorar a ela! Esta base não pertence apenas a ela!”
A multidão rugiu de raiva.
“Inacreditável!”
“Ele ousa falar assim com a Chefe Su?”
“Alguém devia calar a boca dele antes que cause mais problemas.”
O corpo inteiro de Su Rong tremia. Ela queria desmaiar. Queria bater no irmão, calá-lo, arrastá-lo antes que ele destruísse tudo.
Mas era tarde demais.
A multidão já estava fervendo, seus olhos ardendo de fúria.
Su Jiyai, no entanto, permaneceu calma. Ela ficou ali, com as mãos cruzadas atrás das costas, observando Su Han com olhos que eram afiados, mas estranhamente firmes.
Finalmente, ela falou.
“Irmãozinho,” ela disse suavemente, mas sua voz atravessou todo o pátio, silenciando todos novamente, “você diz que sou arrogante. Você diz que não tenho direito de comandar sua irmã. Então me diga… quando sua irmã me obrigou a esfregar o chão mais de vinte vezes em um dia, quando ela me deixou sem comer para poder comer minha comida, quando ela ria enquanto eu dormia congelando na varanda, isso não era arrogância?”
Sua voz ficou mais fria, mais pesada.
“Não era arrogância quando sua família me tratava como lixo, só porque eu era fraca? Não era arrogância quando você pensava que eu nunca iria superar vocês?”
A multidão ficou em silêncio absoluto.
Su Han riu baixinho, sua voz fria e afiada. “Isso é bem diferente,” ele disse. “Afinal, você não era nada além de uma escrava em nossa família.”
As palavras caíram como pedras em um lago silencioso. Toda a base ficou em silêncio. Ninguém riu. Ninguém aplaudiu. Cada par de olhos se fixou em Su Han em incredulidade.
Um murmúrio finalmente se ergueu entre as pessoas.
“Escrava…?”
“Ele acabou de dizer… escrava?”
“O que ele quis dizer com isso?”
Os sussurros ficaram mais altos, e logo a raiva começou a arder nos olhos da multidão.
Um homem apontou diretamente para Su Han. “Moleque! Você sabe o que está dizendo? A Chefe Su nunca foi sua escrava!”
O rosto de uma mulher se contorceu de desgosto. “Pensar que você ainda a chamaria assim! Você está ultrapassando os limites!”
Outros balançaram a cabeça rapidamente, suas vozes se sobrepondo.
“Demais!”
“Ele está cuspindo veneno!”
“Esse garoto não conhece seu lugar.”
Mas Su Han apenas sorriu. Ele cruzou os braços, como se estivesse orgulhoso de si mesmo.
“Não finjam que vocês não sabem,” ele disse.
“Todo mundo aqui finge respeitar ela agora, mas naquela época, ela era apenas uma garota fraca vivendo sob nosso teto. Ela limpava, cozinhava e seguia ordens. Não era diferente de uma escrava.”
Novamente, suspiros preencheram o ar. Rostos ficaram vermelhos de raiva. Alguns até pareceram querer bater nele ali mesmo.
Su Rong, pálida como papel, de repente gritou em pânico.
“Não! Não, eu não tenho um irmão! Nunca concordei com essas palavras! Ele não fala por mim!”
Mas Su Han apenas riu dela. “Parem de agir tão submissamente, Irmã. Não finja que você não faz parte disso. Você sabe que é verdade.”
Su Rong balançou a cabeça violentamente, lágrimas escorrendo de seus olhos. “Eu juro! Nunca pensei nela assim! Por favor, acreditem em mim!”