Apocalipse: Eu Tenho um Sistema Multiplicador - Capítulo 601
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Capítulo 601: Chapter 601: O Dilema de Su Rong
Mas a exaustão o esmagou. Logo, ele adormeceu.
Quando ele abriu os olhos novamente, não conseguia se mover. Seus braços e pernas estavam amarrados firmemente com cordas. Ele entrou em pânico, debatendo-se.
“O que está acontecendo?! Quem me amarrou?!”
A porta rangiu ao se abrir. Um homem alto entrou, calmo e silencioso.
Os olhos de Ou Lin se arregalaram. “Quem é você?! Me solta! Se você fizer alguma coisa errada, eu vou te denunciar!”
O homem o ignorou. Ele apenas disse em voz baixa, “Pare de lutar. Você está destinado a se tornar comida.”
O rosto de Ou Lin ficou pálido. Sua voz falhou. “O-quê?! Comida? Você… você não quer dizer… Você come pessoas?!”
Os lábios do homem se curvaram em um leve sorriso. Ele não respondeu.
Ou Lin começou a gritar, debatendo-se nas cordas.
“Não! Me solta! Você não pode fazer isso! A líder da base da Base da Esperança… ela é minha namorada! Se você me tocar, ela vai te matar!”
Nisso, o homem finalmente virou a cabeça. Ele olhou para Ou Lin com divertido desprezo.
“Namorada? Não me faça rir. Um dos meus parentes mora na Base da Esperança. Eu sei a verdade. O namorado da líder tem olhos azuis. Você… não tem.”
Ou Lin congelou, seu rosto pálido. “N-não… Estou dizendo a verdade… Eu…”
O homem não se importou. Ele se virou, sua voz fria. “Poupe seu fôlego. Hoje à noite, você encontra seu destino.”
Ou Lin lutou por horas, gritando até sua voz se esgotar. Mas as cordas nunca afrouxaram.
Quando a noite chegou, eles o arrastaram para fora. Uma fogueira queimava no meio do acampamento. O calor era sufocante.
“Não! Não! Por favor, eu imploro!” Ou Lin gritou, chutando violentamente. “Eu não quero morrer! Por favor!”
Seus gritos foram ignorados. Lentamente, eles o empurraram para mais perto das chamas. Sua pele queimava à medida que se aproximava. Lágrimas escorriam de seus olhos.
“Lianhua! Su Jiyai! Alguém me ajude!” ele gritou desesperadamente.
Mas ninguém veio.
No fim, Ou Lin foi empurrado para o fogo. Seus gritos encheram a noite, depois se dissiparam no silêncio. Sua vida acabou antes que pudesse entender como tudo deu tão errado.
…………….
Su Rong estava em sua pequena barraca, suas mãos agarrando a borda com tanta força que seus nós dos dedos ficaram brancos.
Ela podia sentir de novo… os olhares. Onde quer que olhasse, as pessoas estavam sussurrando, olhando feio, ou evitando-a como se ela carregasse algum tipo de doença. Seu rosto queimava de vergonha.
Ao lado dela, Su Han estava com os braços cruzados, seu rosto torcido em raiva. Ele tinha apenas treze anos, mas os olhares sujos direcionados a ele o fizeram explodir.
“Por que todos vocês estão olhando pra mim desse jeito?” Su Han gritou de repente.
Sua voz falhou, mas estava cheia de raiva.
“Se vocês não gostam de mim, então não venham comprar comida aqui! Quero ver se vocês conseguem comer algo delicioso sem nós!”
A multidão engasgou. Murmúrios ficaram mais altos.
“Quanta arrogância…”
“Mesmo agora, ele se atreve a falar assim?”
“Essa família não tem vergonha alguma.”
O rosto de Su Rong ficou pálido. Ela rapidamente se virou para seu irmão mais novo, agarrando seu braço.
“Su Han, pare com isso! Não fale assim!” ela sussurrou asperamente.
Mas Su Han a empurrou, olhando-a com um rosto vermelho.
“Cala a boca! Você acha que suas palavrinhas macias me fazem sentir melhor? Você acha que é uma princesa gentil? Você não consegue nem encontrar minha mãe! Se não a encontrar, eu vou contar pra todo mundo como você é inútil!”
Todo o corpo de Su Rong tremeu. Por um segundo, ela quis estapeá-lo, forte.
Mas ela se conteve. Se levantasse a mão contra ele em público, as pessoas ficariam do lado dele, não dela. Afinal, ele era só uma criança.
Respirando fundo, ela se voltou para a multidão e ergueu a voz.
“Pessoal, por favor, ouçam! Eu sei que cometi erros quando era mais jovem. Eu sei que não fui… muito gentil. Mas eu mudei! Eu juro que mudei! Eu nunca machuquei Su Jiyai… Chefe Su… depois que ela entrou no exército! Por favor, acreditem em mim!”
Mas suas palavras não aliviaram a tensão. Uma mulher na multidão cruzou os braços.
“Mudou? Se ela não fosse Chefe Su, você diria isso?”
Um homem riu com desdém.
“Exatamente. Você só está fingindo agora porque ela tem poder. Se Su Jiyai ainda fosse fraca, você ainda estaria pisando nela como antes.”
Outros se juntaram, suas vozes se levantando uma após a outra.
“Ela é um lixo.”
“Ela deveria ser expulsa!”
“Alguém como ela não merece ficar aqui!”
O coração de Su Rong disparou em pânico. Seus ouvidos zumbiram enquanto as vozes irritadas da multidão a lembravam da cena com Ou Lin apenas alguns dias atrás.
Ela tinha visto como as pessoas podiam rapidamente se transformar numa tempestade. Se realmente decidissem expulsá-la, ela não teria para onde ir.
Apavorada, ela caiu de joelhos.
“Por favor! Por favor, não! Me arrependo! Eu realmente me arrependo!” ela chorou.
Sua voz falhou, sua testa pressionada contra o chão.
“Eu nunca mais machucarei a Chefe Su! Eu até pedirei desculpas pessoalmente para ela, se você quiser!”
Seu marido, que havia acabado de chegar, correu ao seu lado.
Seu rosto estava pálido, mas ele imediatamente se ajoelhou também.
“Todos, por favor, acalmem-se. Minha esposa está dizendo a verdade! Ela só era infantil na época. Nunca foi ódio real. Ela simplesmente não sabia o que fazia. Por favor, não a julguem tão severamente!”
Mas a multidão não se mexeu.
Alguém de repente atravessou a multidão e avançou. Su Rong levantou a cabeça e congelou. Seu sangue gelou.
Era Wang Xue.
De todas as pessoas, tinha que ser ela.
Os lábios de Su Rong tremeram.
Sua mente voltou ao passado, à vizinha que morava no mesmo prédio que Su Jiyai, a que sempre a olhava com desprezo toda vez que ela e Su Yun intimidavam aquela garota.
A voz de Wang Xue ressoou, clara e forte.
“Todos, não se deixem enganar por suas lágrimas falsas. Eu morava no mesmo prédio que Su Jiyai. Eu vi tudo com meus próprios olhos. Da infância à idade adulta, Su Rong e Su Yun nunca pararam de atormentá-la.”
Sussurros percorriam a multidão. O rosto de Su Rong perdeu a cor.
Wang Xue se aproximou, apontando diretamente para ela.
“Su Jiyai não tinha um quarto adequado para dormir. Eles a faziam ficar na varanda, mesmo nos invernos gelados e verões escaldantes. Eu a vi encolhida lá fora, tremendo, enquanto eles dormiam quentes e satisfeitos lá dentro. E quando Su Jiyai saía para caçar comida, era Su Rong e seu irmão que comiam as melhores partes enquanto ela muitas vezes não recebia nada!”
A multidão explodiu.
“Monstros!”
“Sem coração!”
“Não é de admirar que Su Jiyai nunca falasse de sua família. Quem poderia, após tamanha crueldade?”
Os olhos de Wang Xue se estreitaram ainda mais.
“E isso não é tudo. Su Rong até conspirou contra Su Jiyai porque seu próprio crush gostava mais de Su Jiyai. Por puro ciúme, ela a intimidou ainda mais. Me diga, essa é uma pessoa que merece perdão?”
A multidão rugiu furiosa. Dedos apontaram para Su Rong, rostos retorcidos de desgosto.
“Ela é pior que lixo!”
“Ela deve ser expulsa imediatamente!”
“Pessoas como ela não merecem viver nesta base!”
Su Rong tremia violentamente, suas lágrimas escorrendo. Ela não aguentava mais.
Se levantando, ela correu desesperadamente, forçando passagem pela multidão. Suas pernas quase cederam, mas ela continuou correndo, correndo direto para o salão de recepção.
E lá, seu pior pesadelo, ela viu Su Jiyai.
No momento em que seus olhos se encontraram, Su Rong caiu de joelhos com um baque alto.
Sua voz se quebrou enquanto implorava,
“Chefe Su! Su Jiyai! Por favor, me perdoe! Eu estava errada! Eu era cega e tola! Por favor, imploro a você, deixe-me recomeçar. Eu serei uma nova pessoa, eu juro!”
A multidão que a havia seguido parou a poucos passos atrás, esperando silenciosamente, sua raiva fervilhando.
Su Jiyai olhou para a mulher ajoelhada. Seu rosto estava calmo, seus olhos inexpressivos.
Lentamente, ela falou. “Su Rong, você realmente acha que um simples pedido de desculpas pode apagar tudo?”
Seu tom era suave, mas cada palavra era como uma lâmina.
O corpo de Su Rong ficou tenso. Ela levantou o rosto manchado de lágrimas, trêmula. “Eu… eu me arrependo. Eu realmente me arrependo! Por favor, me dê uma chance. Só uma!”
Su Jiyai não respondeu imediatamente. Ela simplesmente a encarou, seu olhar pesado.
Para Su Rong, cada segundo de silêncio parecia uma eternidade. Sua mente se encheu de imagens de todas as vezes que zombou, machucou e conspirou contra a garota agora de pé diante dela.
Naquela época, ela nunca imaginou que Su Jiyai se elevaria tão alto. Ela pensava que era intocável, segura para ser cruel.
Agora, ajoelhada como uma mendiga, ela percebeu o quanto estava errada.
Mas a voz de Su Jiyai finalmente cortou seus pensamentos, calma, mas fria.
“Você só se arrepende porque tenho poder agora. Se eu ainda fosse fraca, você seria a mesma. Não é verdade?”
Os lábios de Su Rong se abriram e fecharam, mas nenhuma palavra saiu.
A multidão murmurou em concordância.
“Ela está certa.”
“Su Rong está só com medo agora. Isso não é arrependimento verdadeiro.”
“Ela merece qualquer julgamento que a Chefe Su decida.”