Apocalipse: Eu Tenho um Sistema Multiplicador - Capítulo 552
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Capítulo 552: Chapter 552: Fio de Cabelo
Dever vinha primeiro, sempre. Ela deu uma última carícia suave na bochecha de Qin Feng, depois se teletransportou para a sala de monitoramento em um flash de luz pálida.
Ela se sentou em seu assento habitual, sua expressão calma, mas séria.
“Sistema,” ela disse, “Diga a Yuan Xin para entrar na sala de conferência.”
Alguns momentos depois, Yuan Xin entrou, fez uma reverência respeitosa para a tela do orador e começou a falar em um tom agudo.
“Líder Su, surgiu um problema. O líder da Base Lua Lunar, um homem chamado Zhang, está fora de nossos muros agora. Ele está criando um protesto. Diz que não vai embora até que você lhes dê ‘justiça’.”
Su Jiyai ouviu em silêncio. Seu rosto não mudou, mas dentro de sua cabeça, ela já estava pensando dez passos à frente.
“Entendido,” ela disse, sua voz fria e equilibrada.
Percebendo que Yuan Xin não podia vê-la, ela se teletransportou para a sala com um suave flash.
Yuan Xin se assustou surpreso. Vendo Su Jiyai aparecer tão de repente, parecendo tão graciosa e forte como sempre, ele não pôde evitar ficar olhando por um segundo.
Sua presença sempre parecia poderosa. Para ele, ela não era apenas uma líder, ela era como uma deusa. Bonita, inteligente e intocável.
Ainda atordoado, ele sorriu nervosamente e cumprimentou-a. “Líder Su…”
Su Jiyai deu-lhe um simples aceno de cabeça. “Mostre-me o vídeo.”
Yuan Xin rapidamente exibiu a gravação.
Na tela, um homem com rosto afiado e cabelos longos e selvagens estava diante do portão da Base da Esperança. Ele agitava os braços e gritava enquanto um grupo de pessoas atrás dele segurava cartazes e gritava junto.
Líder Zhang, o líder da Base Lua Lunar, parecia furioso, como se não pretendesse sair tão cedo.
Su Jiyai assistiu ao vídeo em silêncio por alguns segundos antes de erguer uma sobrancelha.
“Deixe-os protestar,” ela disse calmamente. “Dê a eles alguns dias. Quando a fome bater, eles vão embora por conta própria.”
Yuan Xin piscou confuso. “Você não quer tomar nenhuma ação? E se eles causarem problemas?”
Su Jiyai balançou a cabeça.
“Não. Estou mirando em algo maior. Deixe-os fazer barulho. Quanto mais barulho eles fizerem, mais isca teremos para alguém que quero pegar.”
Embora Yuan Xin não entendesse completamente, ele assentiu. Ele confiava nela. Se Su Jiyai tinha um plano, era melhor segui-lo.
Assim que Yuan Xin saiu, Su Jiyai esticou os braços e vestiu roupas de treino. Ela completou seu treinamento matinal, fez suas missões diárias e verificou as recompensas do sistema. Tudo parecia rotina.
Mas então ela fez algo diferente.
Ela usou um véu, mas desta vez, não mudou toda sua aparência.
Com seu novo visual, ela deixou seu quarto e silenciosamente saiu para a base.
Pela primeira vez em tempos que pareciam eternos, ela era apenas uma pessoa comum na multidão.
Sem guardas.
Ninguém se curvando.
Sem sussurros atrás de suas costas.
Apenas Su Jiyai, caminhando entre seu povo.
Ela passeava pelos quiosques de comida, onde as pessoas riam e trocavam coisas. Crianças corriam, perseguindo-se com varas, fingindo ser guerreiros.
Ela viu uma menina pequena dar um pedaço de pão a um menino que chorava, e um comerciante rindo alto ao dar frutas extras a uma senhora idosa.
Ela sorriu por trás de seu véu.
Parecia pacífico ali, como um pequeno momento de normalidade em um mundo louco.
Mas assim que estava prestes a virar em direção à área de treinamento, alguém esbarrou nela.
Su Jiyai se virou, pronta para dizer algo, mas parou quando viu o rosto.
Era Su Rong.
Su Rong a encarou por um segundo, seus olhos arregalados. “Você… você é Su Jiyai?”
Su Jiyai sorriu por trás de seu véu. “Hmm? O que você acha?”
Su Rong não respondeu imediatamente. Seus lábios se moveram como se quisesse dizer algo, mas nenhuma palavra saiu.
Então ela sussurrou, “Podemos conversar? Em algum lugar privado?”
Su Jiyai ergueu uma sobrancelha. Seu sorriso desapareceu um pouco, mas ela assentiu. “Certo. Me siga.”
Elas caminharam em silêncio até alcançarem um lugar tranquilo atrás de um dos prédios abandonados de suprimentos, onde ninguém as ouviria.
Su Jiyai cruzou os braços. “O que foi?”
De repente, Su Rong caiu de joelhos.
“Desculpe! Desculpe!” ela chorou, curvando-se repetidamente. “Eu estava errada! Eu admito que tornei sua vida difícil! Mas eu nunca quis que você morresse, eu juro!”
Su Jiyai piscou lentamente. “Você ao menos se ouve?” ela perguntou friamente.
“Eu posso ter te intimidado, e… e fiz Su Yun te odiar,” Su Rong disse, sua voz trêmula. “Mas eu não queria você morta! Eu nunca quis te matar!”
Su Jiyai riu, mas não havia alegria nisso.
“Sério? E o que dizer do tempo em que você deixou insetos infectados rastejarem na minha varanda?” ela perguntou. “Você ‘esqueceu’ de devolver meu cobertor também, lembra?”
Su Rong estremeceu. “Isso foi apenas… imaturidade…”
“Ah, sim. Como na noite em que você me deu um cobertor encharcado em clima congelante,” Su Jiyai disse, sua voz agora afiada. “Ou quando você não me deu comida por dois dias. Apenas imaturidade, certo?”
Su Rong abriu a boca, mas Su Jiyai continuou.
“Você espalhou boatos de que dormi com um velho por comida,” ela disse sem emoção.
“Você fez todos me odiarem. Até o garoto que prometeu ficar ao meu lado… você garantiu que ele só estivesse fazendo isso por uma aposta idiota.”
O rosto de Su Rong ficou vermelho, depois pálido. Suas mãos se apertaram.
“Você se lembra… de tudo isso?” ela sussurrou.
“Eu me lembro de tudo,” Su Jiyai disse friamente.
Su Rong abaixou a cabeça novamente e se curvou mais. “Desculpe-me. Por favor… Eu realmente me arrependo agora. Nunca mais farei nada assim.”
Mas Su Jiyai olhou para ela como se fosse apenas um inseto no chão.
“Se você realmente estivesse arrependida, teria se lembrado de tudo sem que eu te contasse,” ela disse. “Mas você não lembrou.”
As mãos de Su Rong tremeram. “Então… o que você vai fazer comigo?”
Su Jiyai sorriu, mas não foi um sorriso caloroso.
“Você vai ver,” ela disse suavemente. “Vingança tem um gosto melhor quando é saboreada lentamente.”
Então ela se virou e foi embora, seus passos calmos e seguros.
Su Rong permaneceu ajoelhada, seus punhos cerrados, o medo enchendo seu coração. “Preciso fazer algo… antes que ela faça…”
Mas Su Jiyai não se importava.
Ela não estava planejando matar Su Rong. Não, isso seria muito fácil. Su Rong nunca realmente tentou matá-la também, não de uma forma que importasse. Ela a machucou, sim. Profundamente. Mas nunca a terminou.
Então Su Jiyai devolveria o favor.
Ela faria Su Rong viver… mas não em paz.
Com esse pensamento, Su Jiyai passeou pela base novamente, tentando acalmar seu coração.
Naquele momento, ela avistou alguém perto do jardim central… Jake.
Ele estava sorrindo para um grupo de garotas, sua voz suave enquanto falava com elas. Ele até piscou uma vez.
Su Jiyai olhou para ele, sem palavras.
Esse cara tinha pelo menos duzentos anos… talvez mais! E aqui estava ele… flertando como se ainda estivesse no ensino médio. Essas garotas sabiam que ele era um vampiro?
Jake também a avistou.
Ele rapidamente disse às garotas, “Com licença, senhoritas,” e caminhou até Su Jiyai.
Ele fez uma pequena reverência. “Srta. Su. Posso ter um momento?”
Su Jiyai levantou as sobrancelhas novamente. Sério? Todo mundo quer conversar hoje?
Ela suspirou e assentiu. “Tudo bem. Me siga.”
Eles foram para uma sala de conferência silenciosa. As luzes estavam fracas, e não havia mais ninguém lá.
Jake olhou para ela cuidadosamente.
“Continua sentindo que já te vi antes,” ele disse lentamente. “Não agora. Há muito tempo.”
Su Jiyai inclinou a cabeça. “O que você quer dizer?”
Jake coçou a parte de trás do pescoço.
“Tenho tido sonhos estranhos ultimamente. Todas as noites. Eu vejo alguém… alguém que se parece quase com você. Não exatamente, mas… cinco pontos de semelhança, pelo menos.”
Os olhos de Su Jiyai brilharam. “Quem?”
Jake balançou a cabeça.
“Esse é o problema. Não me lembro claramente do rosto dela. Apenas do sorriso… e da forma como ela me fez sentir. Seguro. Aconchegado. Como se ela fosse a única pessoa em quem eu pudesse confiar.”
Ele fez uma pausa, então olhou para ela com olhos curiosos.
“Toda vez que olho para você, esse mesmo sentimento retorna. É como se meu coração te lembrasse, mas meu cérebro não.”
Su Jiyai ficou imóvel, sua expressão indecifrável.
Era coincidência?
Ou… algo mais?
Jake se aproximou.
“Você acha que significa algo?” ele perguntou baixinho.
Su Jiyai não respondeu imediatamente. Seu coração estava batendo mais rápido que o normal.
Talvez isso não fosse apenas um sonho.
Talvez fosse uma memória.
Ou talvez… ele pudesse estar relacionado a ela.
O pensamento fez Su Jiyai pausar. Seu coração bateu um pouco mais rápido.
Ela nunca tinha considerado que Jake poderia fazer parte de sua família. Mas agora? Depois de tudo o que ele disse, o sentimento que ela teve, e aqueles sonhos estranhos dele… ela não tinha mais tanta certeza.
“E se…?” ela sussurrou.
Uma ideia repentina veio a ela. Ela se virou para Jake e disse calmamente, “Posso pegar um dos seus cabelos?”
Jake piscou. “O quê?”
“Apenas um fio,” ela disse. “Confie em mim.”