Apaixonando-se pelo Rei das Feras - Capítulo 646
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646: Devolvido 646: Devolvido ELIA
Foi a dor que a trouxe de volta. Ela lutou contra isso por um tempo, não querendo enfrentá-la novamente.
Seu corpo estava em chamas. Seu estômago e pernas pareciam descansar na chama do forjador. Ela não queria se mover ou respirar. Mas ela não tinha escolha.
Ela ainda estava aqui. Ainda viva. E ela podia cheirar Reth.
Ela também podia cheirar sangue — o dele tanto quanto o dela.
Forçou os olhos a se abrirem e o encontrou inclinado sobre ela, os olhos vermelhos de tristeza, rosto pálido e cinza.
— Reth? — Sua voz era pouco mais do que uma respiração áspera, mas os olhos dele se arregalaram.
— Minha vida pela sua… — ele sussurrou. — Meu sangue para que o seu não seja derramado.
Ele era tão lindo, a melhor visão que ela poderia ter pedido. Ela queria sorrir, beijá-lo, alcançá-lo. Se ao menos ela não doesse tanto.
Mas então os olhos dele… rolaram em sua cabeça.
— Reth… o quê?
Sem fazer um som, Reth desabou sobre o ombro dela, seu grande corpo atingindo as peles ao lado dela e chacoalhando seu corpo de uma forma que a fez gritar.
Ela puxou o ar, se preparando contra a dor e virando-se para dizer a Reth que ela estava doendo… mas Reth não havia aberto os olhos. Ele jazia ao lado dela, seu rosto a polegadas do dela, queixo apoiado em seu ombro, mandíbula frouxa.
E sua pele estava tão pálida.
— Reth? RETH?!
— Elia, você não pode se mexer! Ele está te curando e eu tenho que… eu tenho que ajudar!
— Ajude ele! Ele está morrendo! — Elia gritou, tentando e falhando em rolar para encará-lo — o peso do braço dele em seu estômago em chamas e sua própria fraqueza conspirando para mantê-la de costas. Mas ela ergueu o braço para agarrá-lo — apenas para encontrá-lo puxado de volta para a cama por algum estranho aparelho em seu braço, e um tubo que doía quando ela se mexia.
— Jayah! Desconecte a transfusão de sangue, AGORA! — Aymora rosnou.
O coração de Elia batia forte. O que eles haviam feito? O que Reth havia feito? Por que ele estava inconsciente e tão pálido, enquanto ela estava acordada?
Então ela gemeu quando uma dor tão intensa que queimava até os ossos se acendeu em sua barriga. Ela deu um grito gutural e tentou se curvar ao redor do estômago, mas Jayah segurava seu braço de um lado, e Aymora estava se apoiando em sua coxa do outro.
— O que… o que ele fez? — ela ofegou, gemendo contra a dor.
Ela podia sentir sua carne se reconectando. Sentir tudo se puxando para a ferida e algo… algo trabalhando lá, como se sua carne rastejasse com uma dor elétrica.
— Ele compartilhou seu sangue com você, depois se cortou e sangrou pela sua ferida, Elia. Ele… ele me fez… ele te salvou. Ele conseguiu, Elia. Ele te salvou.
— Então salve ele! — ela chorou. Ela tentou rolar novamente, mas seu corpo gritou com ela e luzes brilharam atrás de seus olhos. — Aymora! Salve ele! Ele está indo!
Jayah finalmente soltou o braço dela e começou a trabalhar no de Reth, puxando as espirais para cima e para longe, desconectando o que quer que fosse o objeto afiado em sua carne, e rapidamente envolvendo o ferimento, colocando pressão com o polegar sobre a bandagem enquanto puxava o aparelho para longe e jogava-o no chão atrás dela com a outra mão.
Depois, Aymora subiu sobre as peles ensopadas de sangue, puxando o braço de Reth do estômago de Elia. — Ele conseguiu — ela sussurrou, balançando a cabeça mesmo enquanto virava o braço dele e começava a trabalhar para fechá-lo, pressionando um pedaço grosso de tecido sobre o ferimento que ele havia feito. — Não acredito que ele fez isso. — Aymora envolveu o braço dele com força para que o tecido grosso fosse mantido pressionado contra o ferimento. — Agora rezamos, Elia. Ele quis que eu escolhesse você em vez dele, mas… mas eu vou honrá-lo como ele te honrou. Faremos tudo ao nosso alcance, é o Criador quem escolhe a vida ou a morte. Então ore, minha filha. Ore. Seu companheiro está na porta. E a morte está batendo.
Um grito se quebrou na garganta de Elia. Ela ainda não conseguia rolar direito, mas enquanto Jayah e Aymora trabalhavam em Reth, levantando suas pernas e reposicionando seu corpo de lado para que ele ficasse de frente para ela completamente, o rosto dele ainda estava virado para ela — e ainda terrivelmente pálido.
Ela o alcançou, segurando seu lindo rosto em sua mão e sussurrando seu nome, chamando-o para voltar para ela.
— Não me deixe, Reth. Por favor. Por favor. Não faça isso. Fique aqui comigo. Abra seus olhos meu amor — ela chorou. — Por favor, Reth. Por favor.
Mas o único movimento era o corpo dele tremendo enquanto Aymora e Jayah trabalhavam para garantir que ele não estivesse perdendo mais sangue.
Estender o rosto para a frente doía seu estômago como se estivesse sendo esfaqueada, mas ela fez isso mesmo assim, puxando o rosto dele para mais perto e roçando seus lábios nos dele. — Por favor, Reth. Sinta-me, estou aqui. Estou acordada. Você salvou minha vida. Agora… por favor… salve a sua. Elreth precisa de nós dois.
Elreth.
Elia piscou e olhou para baixo. Sua barriga estava larga e inchada, mas não mais saliente. Não mais dura.
Uma lança de gelo atravessou seu coração. Onde estava sua filha? O que havia acontecido?
Aymora pegou seu olhar e balançou a cabeça. Por um momento, tudo em Elia caiu, como se ela tivesse pulado de um penhasco, mas então Aymora rosnou, — Ela está apenas mais fundo na caverna com a Mãe do Orgulho, Elia. Nós a traremos para você assim que Reth estiver seguro.
E o coração de Elia foi ao céu, lágrimas pinicando e a sufocando.
Então, ela agarrou Reth novamente.
— Você tem que voltar para mim — ela implorou. — Você tem que estar aqui para mostrar à sua filha como ser forte, assim como você é. Como governar. Eu não posso ensinar isso a ela, Reth. Isso tem que ser você. Por favor…
Mas então ela ouviu… Seu peito grande e fundo, ressoante e vibrando com o seu coração, de repente silencioso.
Ela, Aymora e Jayah todas congelaram.
— Reth? — Elia sussurrou.
— O coração dele, Jayah! Agora! — Aymora gritou, erguendo Reth de volta para suas costas e saltando para cavalgá-lo, suas mãos entrelaçadas sobre seu esterno enquanto ela começava a bombear seu peito.
Sem dizer uma palavra, Jayah inclinou a cabeça dele para trás e começou a respirar por ele.