Apaixonando-se pelo Rei das Feras - Capítulo 54

54: A Necessidade de um Companheiro – Parte 1 54: A Necessidade de um Companheiro – Parte 1 RETH
Quando ele acordou de sua forma de besta, estava nu em um chão de pedra. Seu lado doía terrivelmente, mas quando tentou se levantar, seu corpo tremeu e ele quase se perdeu na transformação novamente.

Pela primeira vez, o medo se infiltrou em seu coração. O que tinha acontecido? Como tinha chegado àquele lugar, e por que não estava sendo apaziguado por sua forma bestial?

Ele gemeu ao se virar, em direção à luz, e encontrou-se na caverna de Aymora. Em uma jaula.

Ela e os outros Líderes do Orgulho se viraram quando ele gemeu, e correram até as grades. “Não abram ainda,” ele disse roucamente, levantando a palma da mão em direção a eles. “Não estou certo ainda. Apenas… me dêem um minuto.”

Os jovens Leoninos estavam pálidos, observando-o por trás dos mais velhos. Ele precisava ser mais forte. Aymora estava de pé, com a mandíbula tensa e punhos na cintura. Ela disse algo a Haydn, que estava ao lado dela, olhando para Reth preocupado, mas Reth estava ocupado demais tentando reprimir uma onda da vontade de se transformar, para prestar atenção. Mas ele sabia, pelo tom de voz e postura dela, que pagaria por isso mais tarde.

Logo, ele conseguiu se sentar e escorregar até encostar-se à parede de rocha, de frente para os outros.

Então uma porta atrás deles se fechou com força, e Behryn apareceu, ao lado de Aymora, olhando para Reth de olhos arregalados. “O que está acontecendo?”

Reth rosnou. “A transformação. Eu não consigo pará-la.”

“Você espantou o Silencioso?”

“Ele o matou,” disse Haydn baixinho. Todos ficaram em silêncio por um momento, ignorando a vergonha de Reth.

Ele cerrou os dentes, fechou os olhos com força para se concentrar. “Eu perdi o controle, Behryn. E está piorando. Mal consegui me manter por mais de alguns minutos desde que me transformei. Está ficando mais difícil a cada vez, em vez de mais fácil — e eu estou me mantendo por períodos mais curtos. Não sei por quê. Mas—”
“Eu sei!” Aymora rosnou. Os olhos de Reth se abriram de repente e ele a encarou chocado, assim como os outros homens.

“O quê?” Reth perguntou roucamente. “O que está acontecendo comigo?”

Ela apontou um dedo para o peito dele. “O que está acontecendo é que o laço de acasalamento foi estabelecido, mas não foi permitido encaixar no lugar. Eu tentei te avisar, Reth. Isso é o que acontece ao se tomar uma esposa humana — você deveria ter ouvido as histórias!”

“Não tenho tempo para histórias agora. Preciso saber o que fazer para parar a transformação!”

“Você precisa acasalar!”

“Eu estava prestes a fazer isso,” ele disse entre dentes, lançando um olhar fulminante para Behryn, que se remexeu desconfortável. “Mas fui chamado para outra coisa.” Ele se contorceu, tentando reprimir a transformação. “E agora… eu não posso acasalar com ela como um leão. Ela não tem uma forma bestial.”

Aymora soltou um bufar, “Ela não seria a primeira fêmea a receber o marido como uma besta — algumas até gostam—”
“Não termine essa frase!” Reth rugiu, então teve que respirar fundo por vários segundos para se controlar.

“Fique calmo,” Aymora disse, sem o calor de antes na voz. “Apenas relaxe.”

Ele lhe lançou um olhar, mas respirou fundo e falou mais baixo. “Esta é a primeira vez dela. E o nosso laço de acasalamento. Eu não vou… conspurcá-lo dessa maneira.”

Aymora assentiu, suspirando.

“Preciso daquela tintura que você tem, Aymora,” ele disse finalmente. “A que você me deu quando eu era um adolescente.”

Os lábios de Aymora se apertaram. “Você é tão mais forte agora, Reth. Tanto mais você mesmo. Não posso nem ter certeza de que funcionaria.”

“Bem, só há uma maneira… de descobrir…” ele gemeu. “Por favor. Está piorando.”

Aymora levantou as mãos, rosnando. “Só podemos tentar, suponho.” Ela correu até um armário perto da cozinha e vasculhou as garrafas lá. “Precisamos cuidar dessa ferida também, senão você vai se infectar, o que não ajudará com a vontade de se transformar.”

Reth assentiu. “Só me dê a medicina primeiro, depois enfaixe rápido. Não estou certo de quanto tempo mais tenho.” Ele estremeceu e apoiou a cabeça contra a parede, respirando profundamente, lutando para manter o controle.

Pensamentos sobre Elia — seu rosto, seu cheiro — ajudaram no início. E ele se concentrou nisso, em suas memórias e no quanto a amava há tanto tempo. Mas ele podia sentir o desejo aumentando dentro dele quanto mais pensava nela. E se Aymora estivesse certa, isso só criaria mais problemas.

“Rápido,” ele rosnou.

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