170: Vestido rasgado 170: Vestido rasgado Por toda parte estava barulhento, enquanto as pessoas andavam arrumando e limpando a mansão para os convidados que chegariam naquele dia. Normalmente, os convidados chegam um ou dois dias antes de qualquer evento numa matilha de lobisomens. Mas era apenas uma introdução, um anúncio, eles não precisavam chegar cedo.

Se fosse um casamento ou colaboração entre as matilhas, seria uma questão diferente. Os novos contratados estavam tão animados em estar preparando um pouco para a chegada deles. Agradecidamente, a nova casa da alcateia estava pronta para uso, só precisavam que seu Alfa a declarasse aberta, e eles estariam livres de tantas tarefas.

“Quero todo quarto limpo, nem uma partícula de poeira, ou todos os encarregados serão punidos, independentemente do culpado,” Theresa alertou, com as mãos cheias de coisas enquanto supervisionava os arranjos na mansão. Esses eram momentos que ela realmente se sentia como uma senhora da mansão, ela gostava de trabalhar e cuidar dos convidados.

Quando ela se casou com o pai de Damien, ele sempre a deixava encarregada de coisas assim e ela se apaixonou pelo trabalho.

Naturalmente, a mãe de um Alfa não deveria estar encarregada da comida da casa, mas ela não queria apodrecer como aquelas outras lobas, então ela implorou para Damien deixá-la cuidar disso. Agradecidamente, Damien ainda era leniente com ela naquela época então ele concordou.

“Theresa, acabaram os fragmentos,”
“Theresa, o primeiro quarto ao lado do corredor está com problema no guarda-roupa,”
“Theresa, precisamos de mais farinha,”
“Theresa….”

“Chega,” ela gritou, tanto excitada quanto ansiosa por ter problemas para resolver. Ela ama ter problemas, faz ela se sentir relevante. Aquilo sequer eram problemas reais, ela os resolveria em minutos.

“Ok, três de vocês virão comigo ao mercado. Você, você e você, anotem tudo o que temos na cozinha em cinco minutos e tragam para mim.” Ela começou, ordenando a todos que se movimentassem.

“Sim, Theresa,” em coro, eles responderam e foram cumprir seu dever.

Sentindo-se realizada, ela suspirou satisfeita e se virou para encarar a última empregada, que ainda estava de pé com ela no quarto.

“O que está fazendo, me olhando?” Ela repreendeu, lançando um olhar severo para reprimir a empregada.

“Eu… Eu não tenho mais nada para fazer,” nervosamente, a empregada respondeu.

“Entendo, vamos ver o que você pode fazer,” pensativamente, ela apoiou a mão no queixo e esfregou, pensando em que tarefa poderia dar.

“Ahhh, vai manter nossa Luna entretida,” ela instruiu, referindo-se à Aurora.

“Entretida?” Surpresa, a empregada perguntou, se perguntando por que ela tinha que fazer isso quando a Luna estava ocupada se preparando para o dia, ou assim ela pensava.

“Sim, por que você ainda está aí parada? Shooo, vá agora, depressa!!” Expulsando-a com um gesto de mão, ela disse, fazendo a empregada se curvar levemente antes de sair de sua vista.

“Hoje é um grande dia. Se eu quiser compensar a Aurora, tem que ser ótimo. Agora vamos ao mercado,” disse a si mesma, felizmente balançando o corpo no caminho para a entrada da mansão.

“Theresa!!!” Um grito de dentro da mansão a assustou, fazendo-a perder o equilíbrio. Quem gritou seu nome assim? Levantando-se, ela limpou seu vestido e virou a cabeça para olhar o chamador, apenas para encontrar a empregada que ela ordenou entreter Aurora, “O que foi?” Irritada, ela perguntou.

“O vestido da Senhorita Aurora foi arruinado, sua atenção é necessária.” A empregada informou, o que fez ela gritar aterrorizada.

“O quê? Como? Quem fez isso? Onde ela está?” Ela começou, bombardeando a empregada com uma série de perguntas.

“Eu não sei. Eu estava prestes a entrar no quarto dela quando ouvi barulhos lá dentro, só para ver que suas roupas tinham sido rasgadas,” a empregada revelou.

“Oh não, quantas horas faltam para o evento?” Ela perguntou.

“Atualmente, temos duas horas, e eles já terminaram de arrumar o salão,” a empregada informou. Embora curiosa sobre como a empregada sabia que o salão tinha sido arrumado, a preocupação principal de Theresa era o vestido de Aurora, então ela descartou o pensamento.

“Siga-me,” ela instruiu.

“Theresa, estes são os itens que temos na cozinha,” reportaram as empregadas que ela havia enviado para a cozinha.

Dividida entre ir ao mercado primeiro ou cuidar do vestido de Aurora, Theresa hesitou, alternando o olhar entre as empregadas e o caminho para o quarto de Aurora. Depois de tomar uma decisão, ela se virou para a empregada que havia informado sobre o vestido de Aurora e ordenou, “Leve estas coisas ao mercado com as outras empregadas lá fora e compre o que precisarmos. Nem um único item deve faltar, entendeu?” Ela enfatizou.

“Sim, Theresa,” a empregada respondeu, e Theresa correu em direção ao quarto de Aurora.

Assim que Theresa saiu de vista, a empregada pegou a lista das outras empregadas e começou a caminhar para a entrada.

“Vamos ver quão boa você é em protegê-la,” a empregada murmurou, rindo maniacamente.

No quarto de Aurora, Scarlet se movia de um lado para o outro, seu cabelo desgrenhado refletindo sua frustração enquanto repreendia as empregadas responsáveis pelo vestido de Aurora. Como elas podiam permitir que isso acontecesse em um dia tão importante? Se não fosse pela rebelião que Sarah e seu séquito haviam planejado, elas não teriam tido que contratar empregadas incompetentes como essas.

Frustrada, Scarlet pensava em como as novas empregadas eram lentas e faltavam conhecimento básico. As empregadas antigas, que foram mandadas embora, tinham pelo menos dez anos de experiência e eram habilidosas em seus trabalhos. As novatas dependiam completamente de instruções e da educação que receberam no mundo humano.

Quanto mais Scarlet refletia sobre isso, mais irritada ela ficava. Ela mal podia esperar para repreender Enoch por esse erro. Ele alegava ser diligente, mas eles nem conseguiam contratar empregadas habilidosas.

Embora ela tenha começado como empregada, ela nunca foi tão desajeitada e sempre soube o que fazer.

Ela gritou de frustração e caiu na cama, ficando cada vez mais irritada.

“Scarlet, você tem que…” as palavras de Aurora foram interrompidas pelo grito zangado de Theresa. Agora as coisas estavam esquentando. Era apenas uma questão de tempo até aquele idiota descobrir sobre a situação.

“O que diabos aconteceu aqui?!”