A Reivindicação Virgem da Fera - Capítulo 44

44: Ursa Winnie – Parte【6】 44: Ursa Winnie – Parte【6】 “Acreditei que nunca mais conseguiria falar com você, pois sei que a matilha dele não precisa de tecnologia, nem de visitas de forasteiros, mas sou grato ao seu macho por lhe dar a oportunidade de falar comigo. Sempre que quiser, me ligue, Theia. Estarei sempre aqui por você.”

“Eu te amo,” eu murmuro fechando os olhos para absorver os sentimentos que querem me devastar. Pensei que me sentiria melhor ao ouvir a voz dele, mas é exatamente o contrário. É terrivelmente deprimente.

“E eu, ainda mais. Devo ir agora, pequena loba, mas saiba que estarei esperando impacientemente pela sua próxima ligação. Boa noite, Theia.”

“Boa noite, Cronus.”

Enquanto observo o telefone silencioso em meu colo, meu coração sente-se sombrio. Raciocinei que se o meu macho finalmente me aceitasse como sua e me levasse para casa, para sua matilha, eu não precisaria de mais nada na vida. Nunca havia considerado que minha família e amigos ocupariam metade do meu coração. Sinto como se um fardo tivesse sido adicionado agora que tenho certeza de que não posso encontrá-los fisicamente. A matilha de Phobos não gostaria que eles ficassem e não estou certa se o meu macho e seus lobos me permitiriam sair de suas terras para uma pequena visita.

Mas estou aliviada por ao menos ter conseguido falar com o meu irmão, a voz dele soprou vida em mim. Ele sempre foi o meu guardião enquanto crescia, mais uma figura paterna para mim do que o papai. Sempre esteve ao meu lado me defendendo de todos os perigos possíveis que cruzavam meu caminho. É por isso que ele é quem mais sinto falta.

Olhando para o relógio, meus olhos se enchem ao ver a hora atual e todos os meus pensamentos rasgando minha mente em direção ao esquecimento. “Jantar!” grito correndo para a cozinha aberta. Meu macho deve estar faminto, eu trouxe para casa alguns ovos e leite fresco, talvez eu pudesse assar algo para ele, mas primeiro devo perguntar o que ele prefere.

Procurando pelo meu macho, sondo a quietude. “Phobos? O que você gostaria de comer?” Andando na ponta dos pés pela sala, descubro que ele não está em lugar nenhum. Talvez esteja no quarto dele?

Colocando a mão na maçaneta, forço a porta aberta empurrando minha cabeça pelo pequeno vão, espiando lá dentro inspecionando cada canto das quatro paredes. “Phobos?”

Ele também não está aqui, e eu não ouvi ele saindo. Onde ele foi tão tarde da noite? Com quem ele foi se encontrar? Virando-me para fechar a porta, lembro que desde que era filhote tenho um aspecto negativo que sempre dominou todos os meus pensamentos e emoções. Minha curiosidade.

Phobos não está aqui e seu quarto está destrancado. Nas últimas semanas, eu nunca o pressionei para me deixar ver seu quarto, pois ele esteve no meu várias vezes, e me irrita nunca ter visto o dele. Tenho uma oportunidade agora e quero aproveitá-la. Talvez eu nunca tenha outra chance como esta e posso dormir tranquilamente sabendo que vi tudo o que as quatro paredes dele têm.

Engolindo em seco, entro sorrateiramente no calor da sombra de seu quarto. Seu cheiro é verdadeiramente ambrosíaco, e aqui sua presença é abundante. Deusa, eu poderia passar o resto da minha vida hibernando neste quarto. Ele me atrai para ficar como se eu fosse a sua amante perdida há muito tempo, como se estivesse pacientemente esperando pela minha chegada.

Não há muito no quarto, um design muito parecido com o meu. A única diferença é que ele tem uma mesa maior do que a minha. Parece mais um armazenamento do que uma peça usada para as atividades do dia a dia. Pergunto-me o que ele guarda lá dentro.

Meus passos são cautelosos e nada aventureiros, caso ele volte, devo sair correndo, então mantenho a porta aberta para a minha fuga. Meu coração bate violentamente sob a caixa torácica como se eu estivesse fazendo algo antiético. Sei que é errado invadir a privacidade dele, mas eu só quero ver onde ele dorme todas as noites, não é pedir muito, é?

Estou ciente de que não há muitas formalidades nesta matilha, então ele não tem muito papelada para fazer, então por que há tantos diários e toneladas de escritos aqui, como se ele estivesse mantendo registros. O que esse macho está registrando, parece que ele tem feito isso há anos.

Abrindo a gaveta de sua mesa, eu engasgo ao encontrar um elástico de cabelo cor-de-rosa brilhante bem no fundo. Os ritmos do meu coração se acalmam e minha carne treme. Reconheço esse elástico de cabelo, sei de quem ele é.

Ele não pertence a uma fêmea qualquer, é meu, de quando eu era filhote. Mãe estava muito chateada comigo porque eu o tinha perdido no castelo quando visitei Phobos. Nunca mais o encontrei depois disso, mas aqui está ele, repousando tranquilamente no quarto do meu macho.

Há quanto tempo ele tem isso com ele? Por que ele não quis me devolver?

“*Theia*.” A voz trovejante do meu macho me assusta e um pequeno grito de horror escapa enquanto eu giro para encarar a porta, escondendo o elástico atrás de mim, meus olhos arregalados encarando-o. Ele segue cada um dos meus movimentos como um predador, não posso me esconder dele, fui descoberta. Eu sabia que isso era um risco.

Meu macho avança com propósito enquanto ele me avalia do elástico de cabelo que escondo atrás de mim até os meus olhos embaraçados. Ele percebeu que eu vi o que ele me escondeu por anos, algo que ele roubou de mim.

Imagino como devo parecer para ele agora, talvez com uma expressão vívida de uma corça presa nos faróis de um carro? Eu testemunhei em primeira mão os resultados depois que um lobo toca o que pertence a Phobos contra a sua vontade. Engulo com inquietação enquanto olho para o meu pulso, será que ele cortaria meu membro? Mas eu preciso desta mão, como mais poderia cozinhar para ele então?

Seus passos são pesados, os pés afundando no assoalho enquanto eu fecho os olhos com força. Se ele quiser tirar um dos meus membros, que leve o esquerdo, eu preciso desesperadamente do direito. Sua mão inteira aperta meu punho esquerdo enquanto eu tremo externamente de covardia diante da loucura do meu abençoado pela lua. Esse macho é imprevisível com toda a capacidade de executar quem quer que seja da maneira que ele achar conveniente.

Meu parceiro conduz minha mão em direção ao seu rosto e, como a fera que ele é, abre a boca bem grande para dar uma mordida enorme no meu dedo, junto com uma exibição aberta dele mastigando e triturando minha carne apesar de não ter nada na boca. Um gemido abafado escapa dos meus lábios enquanto sua língua lasciva lambe ao redor da sua marca aliviando a mordida maldosa de seus caninos.

“Sua punição.” Ele fala, os olhos azuis-oceano brilhando quase como se ele estivesse rindo de mim. Ele achou minhas reações engraçadas? Esse macho bobo está me provocando de novo! “Estou com fome, Theia.” O lobo divertido caminha para fora do quarto despreocupado, como se nada tivesse acontecido, como se eu não tivesse quase desabado de preocupação.

Enquanto me movo para o lado, zombando de suas travessuras olhando para a cama dele, um suspiro profundo é inalado por mim. Tudo sobre esse quarto escuro grita Phobos de todas as formas exceto por um elemento que parece incrivelmente fora do lugar enquanto descansa de boa vontade sobre sua cama encostado no seu travesseiro fofinho.

É um ursinho de pelúcia, é o meu Ursa Winnie.